Serge Gainsbourg - Um punhado de gitanes

Serge Gainsbourg - Um punhado de gitanes Sylvie Simmons




Resenhas - Serge Gainsbourg - Um punhado de gitanes


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Crisim 26/06/2011

Louco genial
Serge Gainsbourg não foi sempre Serge nem Gainsbourg por toda a vida, como me informou a monitora da exposição. Quase não nasceu como Lucien Ginsbourg em 1927, já que sua mãe pensou em abortá-lo mas desistiu por causa da imundície da clínica de abortos. Era filho de judeus russos instalados em Paris fugidos da Revolução Russa. Como o chamavam de "Lulu", para seu desgosto, resolveu anos mais tarde mudar para Serge e afrancesou o sobrenome para "Gainsbourg". Sacanamente deu o seu nome de batismo "Lucien" para seu filho caçula e vingou-se do destino também chamando-o de "Lulu". Os franceses guardam dele a imagem do bebum com barba por fazer, consumidor compulsivo de Gitanes, e lotam seu túmulo no cemitério de Montmartre e sua casa na rue Verneuil com caixas de cigarro e garrafas de Pastis . A esta faceta "rebordística" ele chamou de "Gainsbarre" e fazia questão de expô-la na TV ao vivo.


Ao longo da vida foi ator, diretor, roteirista, mas sobretudo compositor. Fez letras para si e para Françoise Hardy, Juliette Greco, Vanessa Paradis, France Gall, Jane Birkin, Brigitte Bardot, Isabelle Adjani e até mesmo para Catherine Deneuve. Pensava a música como um todo e navegou por vários ritmos, sendo que foi um dos precursores do reggae (no disco Aux Armes Etcaetera) e do rap (You're under arrest). Até escreveu um romance escatológico, Evguénie Sokolov, o qual estou doida para achar e ler.


Era sensacional no jogo de palavras e no duplo sentido, o que se percebe logo de cara nos títulos de algumas músicas: "Con c'est con ces conséquences", "Baby Alone in Babylone", "La Décadanse"... Exemplo disso, brincando com seu nome e o seu alterego ele dizia "Gainsbourg se barre, Gainsbarre se bourre" ("se barre" significa se fechar, se isolar, e "se bourre" beber até cair), mostrando as personalidades conflitantes que viviam dentro dele. Outro exemplo hilário de como manipulava os sentidos nas letras está ilustrado na história que se passou com a cantora France Gall. Ela era uma "Sandy" francesa, ingênua de tudo, e ele a fez cantar "Les Sucettes" (Pirulitos), sobre uma menina que chupava pirulitos até que o anis escorresse pela garganta. Conotação sexual pura que a pobrezinha não se deu conta até já ser um sucesso e então algum sacana lhe explicar o duplo sentido. Isso a fez se esconder durante semanas de vergonha.


Diziam que antes de tudo era um tímido que aprendeu que o álcool o destravava para a vida e o cigarro e a fumaça enjoativa dos Gitanes lhe serviam de muleta. Morreu em 1991 com o seu terceiro enfarto, consequente de sua vida abusiva, e antes que lhe amputassem a perna por causa de uma arteriosclerosa causada pelo fumo excessivo.

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Felipe K. Vital 30/12/2023

"Um punhado de Gitanes" transcende a biografia com uma perspicaz exploração da vida de Serge Gainsbourg. A dualidade presente na obra reflete a intrincada tapeçaria da existência do músico, enquanto o leitor se vê imerso nas complexidades de sua genialidade musical, relacionamentos tumultuados e estilo de vida singular.
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anacreola 07/02/2016

a autora conseguiu transformar uma vida interessante num livro tedioso....
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