Os Dias Da Peste

Os Dias Da Peste Fábio Fernandes




Resenhas - Os dias da peste


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Alex.Santos 20/01/2022

Cyberpunk
Os dias da peste conta em forma de diário dividido em três partes, o dia a dia do Artur professor e técnico em informática.Que tenta resolver os problemas e entender o que está acontecendo com os computadores, algo semelhante a uma infecção e onde eles estão começando a seguir alguns comandos que não foram dados como se tivesse consciência própria.
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Nelson 04/02/2018

Cyber Cultura
Acredito que a primeira coisa a ser dita é sobre o formato do livro. A introdução o apresenta como uma obra lançada no ano de 2109, que será lido por leitores que desconhecem diversos aspectos de nossa humanidade, cultura e cotidiano, pois com o advento da Convergência Neuro Digital houve uma profunda alteração em nossa forma de vida. Nesse futuro, entende-se que a humanidade como conhecemos agora não existe mais, por isso a obra é inteira comentada nos rodapés, indicando diversas referências para que esse leitor [do futuro] tenha onde buscar mais informações através de hyperlinks.

A estrutura de Os Dias Da Peste varia ao longo da história. A primeira parte, ou Diário Híbrido, tem o formato ora de blog, ora de anotações feitas a mão. As anotações manuscritas não estão ali por acaso e elas fazem uso de uma fonte que simula a escrita manual. Nesse momento do livro, somos apresentados ao cotidiano de Artur que, por trabalhar na área, se relaciona constantemente com os estranhos “defeitos” pelos quais passam os computadores no ano de 2010.

Depois, em O Blog, com a sociedade ainda conhecendo os efeitos de conviver com as inteligências construídas (IC), temos um olhar mais reflexivo do personagem, que escreve sobre filosofia, ficção científica e tecnologia em seu blog. Através das mudanças que ele percebe na faculdade em que leciona e das notícias que discute com sua IC, acompanhamos o impacto desses eventos na sociedade e na política.

Por último, em O Podcast, temos uma situação bem diferente do início do livro. Artur está em um emprego novo e investiga, junto de sua nova colega de trabalho, eventos decorrentes da interação dos humanos com as máquinas inteligentes. Nesse último momento do livro, há romance e bastante suspense. O final tem um forte impacto e deixa algumas perguntas.

É fácil perceber o domínio que Fábio Fernandes tem sobre à escrita, conduzindo seu romance de maneira bem elaborada e com certo humor. Até arrisco dizer que estamos diante de um obra essencial postcyberpunk para quem deseja compreender nossa produção nacional. E não digo apenas pelo seu conteúdo bem trabalhado, mas também por se diferenciar como uma literatura de qualidade ambientada em nosso país, que também se diferencia do já aclamado Santa Clara Poltergeist (1991) em vários aspectos, principalmente na linguagem, e ainda consegue se distanciar da velha forma de se fazer cyberpunk.

Uma das características que mais me agradaram em Os Dias Da Peste, foi a sensação de “lugar comum”, uma brasilidade muito bem-vinda ao texto, sem recorrer aos exagerados clichês de brasileiros alegres ou malandros, nem outros esteriótipos sem o menor sentido. As reações de Artur são como a de qualquer cidadão comum. Sendo assim, o personagem consegue transmitir suas expectativas e também o cenário cotidiano do Rio de Janeiro de maneira bem realista. Em certos momentos, ele e seu amigo, Sant’ana, transmitem tanta impaciência diante de certas situações ou determinados assuntos, que conseguiram me irritar.

Os comentários de rodapé que permeiam o livro são dignos de nota. Vi opiniões sobre eles entreterem e criarem humor, mas também vi comentários sobre o fato de, às vezes, não acrescentarem nada à trama, por exemplo, quando apenas indicam que não entenderam a referência. Em minha opinião, eles criaram um ar de autenticidade tecnológica de um futuro que desconhece grande parte de seu passado. Entretanto em alguns momentos eles me confundiram, pois não consegui identificar um padrão sobre o que essas inteligências futuras conseguem ou não interpretar do passado e de nossas expressões. Da maneira que o livro termina, é impossível especular muito sobre o que teria acontecido a seguir com a humanidade e como tanta informação se perdeu. O jeito é esperar pelas continuações!

Há momentos para pausas reflexivas e explicações tecnológicas sem grandes mudanças de ritmos. Na última parte, O Podcast, como grande consumidor desse tipo de mídia, senti um certo estranhamento, mas como o próprio autor disse uma vez, “algumas coisas não ficaram muito podcastáveis“. Na verdade, tudo acontece como um áudio-diário, mantendo as informações de datas e registrando seus relatos como nas demais partes. A maneira informal como Artur se expressa combina com o estilo da narrativa e o contexto de blogs.

Há um mix tecnológico em Os Dias Da Peste. Certas referências já estão datadas e funcionam como uma fotografia da cibercultura do início dos anos 2000. Mas não pense que isso retira o mérito do romance. Afinal, mesmo William Gibson parece datado hoje em dia. Ademais, outras tecnologias apresentadas são bem atuais e, principalmente na última parte, bem futuristas. A maior especulação do livro se dá na simbiose entre homens e máquinas e, ao que tudo indica (pelos rodapés e introdução), eleva nossa espécie a um patamar pós-humano.

Acho que poucos leitores terão a mesma experiência que tive durante minha leitura, pois coincidentemente ou não, meu smartphone começou a apresentar defeitos, ignorando meu comandos, assim como os eletrônicos descritos em Os Dias Da Peste. E mais do que isso, no dia em que lia a cena do blackout, aconteceu um em minha cidade. Dificilmente terei outra experiência assim com um livro!

Edições diferentes:

A primeira edição, por ser uma publicação da Tarja Editorial, divide um mesmo problema de outros livros da editora. As páginas brancas e finas, com grande transparência em algumas condições de luz, podem ser um problema para alguns leitores, assim como as fragilidade do papel. O prefácio foi escrito por Adriana Amaral. Como já tenho conhecimento sobre as pesquisas realizadas por ela acerca do cyberpunk, me senti “em casa” ao ler o prefácio, mas recomendo a quem já terminou a leitura, ler as palavras de Adriana novamente.

Para a segunda edição, apesar da oportunidade de alterar datas e outros detalhes da trama, como tecnologias e softwares, o autor optou por não mexer em sua obra. Em uma nota logo no início, Fábio explica suas razões e faz um interessante comparativo com Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?. Porém, houve alteração no prefácio, que agora conta com as palavras de Fausto Fawcett, conhecido músico carioca e autor de Santa Clara Poltergeist (1991). Esse prefácio é quase uma obra à parte, tamanha a criatividade e estilo de Fawcett ao se expressar mesmo quando está descrevendo algo não ficcional. Acredito que suas palavras engrandeceram uma visualização de nosso cenário literário sobre o gênero, mas há “erros” de digitação em seu texto que precisam ser explicados, pois não se tratam de verdadeiros erros. Como já falei, Fawcett tem um estilo marcante até quando não escreve ficção e foi escolha do Fábio Fernandes manter a grafia original, preservando a identidade de escrita de seu amigo. Achei isso uma escolha muito corajosa, pois o prefácio é um dos primeiros contatos que o leitor tem com a obra após a capa, além, é claro, de criar certa expectativa sobre o que virá a seguir.

Por fim, a última coisa a comentar é sobre as capas. Ambas versões foram feitas pelo mesmo artista, Marcelo Dutra. Confesso que as duas me agradaram, mas senti um apelo visual maior na segunda.

A segunda edição, porém, acrescenta algo que poderíamos chamar de “o quarto paradoxo” em homenagem aos outros três descritos na introdução. Minha explicação é a seguinte: esse livro foi construído no futuro e projetado para representar a memória de um passado que se torna inacessível com a digitalização de seu formato. Brincadeiras à parte, confesso que gostei mais da leitura da segunda edição, pois uma obra com tantos rodapés é muito mais agradável (na minha opinião) no formato e-book, além das poéticas palavras de Fausto Fawcett.

site: https://cyberculturabr.wordpress.com/2018/02/04/os-dias-da-peste/
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diggs 27/01/2018

Um passo além do cyberpunk
Em uma avalanche de livros “cyberpunks”, escritos por garotos que, apesar de terem crescido já plugados na internet, ainda tentam resgatar a sensação de estranhamento e domínio da máquina típico de uma década ao qual eles não viveram, Fábio Fernandes vai na contra mão, usando da sua bagagem e experiência para falar do que deveria vir a seguir. É sintomático que, para o autor, os Dias da Peste já seja considerado retrofuturismo, enquanto romances mais recentes, escritos por autores mais jovens continuem se julgando inovadores, mastigando o mesmo chiclete cuspido por William Gibson na década de 90. Nada contra Gibson ou sua obra, pelo contrário, mas é um autor de outro tempo, que segundo ele mesmo, acabou sendo alcançado pela própria tecnologia. Escrever como Gibson hoje é escrever sobre o passado, não chega a ser inovador. Fábio Fernandes, porém, dá um passo além, imaginando uma outra opção para a humanidade, quase igual, porém diferente.
Primeiro, para quem não conhece o Fábio Fernandes, ele é tradutor de alguns dos maiores livros de ficção científica que vieram para o Brasil, além de dramaturgo, professor e – o que nos interessa – escritor, com obras publicadas aqui no Brasil e também lá fora. É um cara de um currículo de dar inveja, de uma leitura vasta pelo qual ele navega com tranquilidade durante suas aulas. Um repertório que fica claro quando você lê seu romance.
“Os Dias da Peste” é um livro escrito no formato de diário, ou melhor, no formato de um blog/podcast, escrito por Artur, um técnico de informática e professor universitário, durante a maior crise digital pelo qual a humanidade já passou (ou talvez seja melhor dizer passará?). Para quem já viu os vídeos do Fábio em seu vlog no Terra Incógnita, fica impossível não imaginar Artur como seu alterego neste universo, mas isso é outra história.
Artur tem que lidar com uma série de panes de sistema que vão lentamente submergindo-o em uma nova e brilhante realidade. Não falo aqui em nenhum conceito metafísico (embora pudesse ser o caso), mas de uma realidade pessoal.
Os diálogos entre Artur e Sant’Anna, seu amigo e mentor, são o ponto alto para mim. Um choque de gerações onde se discute não apenas os rumos da tecnologia e seus aspectos morais, quanto grandes questões sobre o que nos faz humanos, tudo do bom e do melhor da filosofia de boteco, apimentando com muitas referencias literárias e até umas engraçadas autocríticas. Mesmo com uma trama bastante interessante, os personagens são o ponto alto do livro. Artur é ao mesmo tempo arrogante e humilde, na sua jornada, confessando segredos as vezes bastante embaraçosos que nos impede de vê-lo como um herói tradicional. Ele bebe, mente, perde a paciência, se masturba, se lamenta, se engrandece, as vezes é um pouco misógino e então percebe e se desculpa e toma decisões absurdas com a frieza de quem está apenas cumprindo ordens. De alguma forma, mesmo apesar disso tudo, é impossível não gostar de Artur e seu dia-a-dia insólito que para ele se torna algo bastante cotidiano. Artur é um dos protagonistas com evolução mais clara que eu me lembro de ter lido.
A primeira vista o inicio pode parecer lento, uma dedução equivocada. Fábio Fernandes posiciona suas peças com a tranquilidade de um monge budista, sabendo exatamente onde pretende chegar com cada linha do seu livro. Uma viagem através a uma das maiores aventuras da humanidade. A história contada em três épocas diferentes, acompanha essa transformação, enquanto Artur vai se adequando a um mundo que acelera ao seu redor.
Acho que foi essa sensação de aceleração o que mais me marcou durante a leitura. A informação surge em gotas metodicamente administradas, enquanto vamos entendendo quem é Artur e o que está acontecendo ao seu redor. A medida em que o autor aumenta a dose, vamos vendo Kansas ficando para trás. Surgem as perguntas, os conceitos e com eles todas as histórias não contadas que ficam na nossa cabeça na esperança de serem respondidas um dia. Daqueles livros que você termina com vontade de ler o próximo, de se sentar na frente do computador e escrever uma fanfic, ou de fazer uma breve resenha, contando para o próximo o que você achou. Feito isso resta apenas nos sentar e esperar, torcendo para que o autor nos presenteie com uma nova história e nos ajude a superar o passado cyberpunk para enxergar outros futuros possíveis. Leiam.
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Davenir - Diário de Anarres 26/07/2016

Um mundo cyberpunk construído na frente do leitor
[SEM SPOILERS] Os dias da peste é um romance de Fábio Fernandes (tradutor de várias obras de FC para o português no Brasil) que foi lançado pela extinta Tarja Editorial em 2009. Um romance (pós)cyberpunk nacional com dosagens certas de informalidade (palavrões, cotidiano) e formalidade (informações técnicas, especulação), colocadas de forma convincente no Brasil.

A estória segue Artur, um Técnico em Informática carioca que volta a escrever num blog dias antes do evento que passaria a ser chamado de "despertar", quando os computadores passaram a ser dotados de inteligência e consciência.

Suas três partes, que consistem basicamente no relato feito por Artur. É pelos seus registros, escritos e de voz, que conhecemos as grandes mudanças que o mundo atravessa com o despertar, bem como a própria vida do protagonista. Pela voz de Artur também conhecemos os outros personagens mais próximos a ele. Destaque para as conversas de Artur com Sant'ana, um ex-professor, possuidor de uma personalidade ácida. Os debates entre eles são inteligentes e descontraídos.

O tom informal da escrita deixa a leitura muito leve e fluída. Poucas vezes vi isso num romance de Ficção Científica. Os parágrafos onde Artur evoca algum intelectual para tentar entender o que acontece, eles são interessantes e pouco extensos, afinal são como conteúdos de um blog em que Artur conta sua vida.

Os dias da peste consegue construir sua especulação encaixa as peças desse cenário na frente do leitor. Nos joga na cara a pervasividade e a ubiquidade do ciberespaço, na forma de um relato escrito/oral de uma sociedade que não pode abandonar o vício quando bem entender.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com.br/2016/07/resenha-os-dias-da-peste-fabio-fernandes.html
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Andrehphz 06/09/2015

Muito bom
Sabe aquele pé atrás com filmes nacionais?
Tenho isso com a literatura ficcional brasileiras.

Os últimos 4 anos vierem cheios de livros de autores brasileiros muito bons em ambientes steampunk, cyberpunk e os zumbis.
Os Dias da Peste, foi uma dessas novidades. Cada página uma nova informação desse mundo que nos parece distante, mas quantos de nós conseguiria desligar as máquinas?
Fiquei triste no final, pois o livro acabou...
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Lopes 01/09/2015

Minha primeira ficção Nacional
Os dias da Peste (ficção científica nacional de 2009 do autor Fábio Fernandes). Impressionante como o tema é apresentado. Fala sobre a dependência dos humanos em relação a tecnologia e a posteriori das inteligências artificiais. A ficção extrapola ao ponto da coexistência entre as duas racionalidades e o transhumanismo. O filme Her não me pareceu mais tão inovador. Recomendo muito !
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Josué de Olivei 11/11/2010

Brazilian Sci-fi.
Ficção científica decididamente não é o meu forte. Em termos numéricos, "Os Dias da Peste" (Tarja Editorial, 183 páginas) foi o segundo romance do estilo a passar pelas minhas mãos calejadas de romances policiais, e antes dele houve apenas o Neuromancer. Uma coisa meio que levou à outra, já que os dois livros, além de certas semelhanças temáticas, tem uma outra coisa em comum: Fábio Fernandes. O professor da PUC-SP e pesquisador de cibercultura foi o tradutor do clássico de William Gibson e autor da obra aqui resenhada. Obra essa que trata principalmente da relação homem-máquina, um tema já explorado exaustivamente na ficção científica (não é preciso ser especialista para saber disso), mas aparentemente ainda não esgotado.

Dividido em três partes e abrangendo um período que vai de 2010 a 2016, o livro é todo composto por relatos de Artur, professor universitário e técnico em informática, compilados na forma de posts num blog, notas feitas a mão e um podcast. O ponto de partida é uma crise que vem alarmando todo o planeta: os computadores estão enlouquecendo. Executam comandos sem receberem ordens, xingam seus donos, recusam-se a desligar. De alguma forma, as máquinas parecem estar tentando se comunicar com o homem, o que só pode significar uma coisa: elas estão adquirindo consciência.

Como a humanidade se comportaria frente a um acontecimento destas proporções? Que espécie de existência teriam os computadores? Ainda nos serviriam ou a relação entre as duas "raças" ficaria avariada agora que as máquinas podem pensar? Fábio Fernandes explora esses temas com o nível de seriedade necessário para tornar a história crível, mas sem levar-se a sério demais, alcançando um saudável equilíbrio que transforma "Os Dias da Peste" em boa literatura de entretenimento. A narração é ágil e despojada, o que combina com a ideia do blog e do podcast como plataformas iniciais de publicação dos diários de Artur - e a própria compilação deles no formato de livro tem um motivo detalhado logo nas primeiras páginas, numa das sacadas mais criativas do autor em minha opinião.

A divisão do livro funciona bem no sentido de criar expectativa em relação ao futuro. Cada uma das três partes compreende um determinado período de tempo durante o qual o mundo está se reorganizando perante a nova condição dos computadores. Os novos rumos da sociedade se tornam cada vez mais imprevisíveis à medida que a relação entre homem e máquina vai se estreitando, e diante disso é impossível não ficar se perguntando a cada página o que virá a frente. O futuro criado por Fábio é fascinante por seus incríveis desdobramentos e, naturalmente, alarmante pelo mesmo motivo.

E lá está Artur, com seu blog, seu podcast, seus problemas com a balança, suas crises. Grande fã de ficção científica, escritor frustrado, ele tenta lidar com o novo. Detalhar sua participação nos eventos narrados no livro seria estragar algumas das surpresas da trama, portanto basta dizer que seu desenvolvimento enquanto personagem se confunde com o da própria sociedade em que está inserido. Particularmente na terceira e última parte (o podcast), mais sombria em comparação com as outras e, eu me arriscaria a dizer, algo cyberpunk, isso se mostra de maneira mais clara. E é também quando a história chega a seu clímax, bastante previsível (como já falei, não é um tema original), mas satisfatório, honrando todo o desenvolvimento.

"Os Dias da Peste" apresenta alguns poucos elementos que não me agradaram - em especial, as constantes pausas para explicações ou piadinhas entre parênteses - mas nada que comprometa o resultado final. Por aqui, aguardo com ansiedade pela continuação, "Os Anos do Silício".
Boas leituras.
Vitor 01/12/2010minha estante
Esse gênero realmente precisa de maior divulgação aqui no Brasil...
Parece interessante!


FrankCastle 07/01/2011minha estante
Parabéns Josué!

Excelente a sua resenha! Tive praticamente a mesma avaliação referente ao livro, porém Ficção Científica, principalmente Cyberpunk é algo que gosto muito e sinto por não ter uma gama maior de títulos em português.

Vou querer falar sobre o livro no meu blog, com certeza vou colocar um link para sua resenha que realmente está bem completa.

Mas quanto ao "Os Anos do Silício", dessa eu não estava sabendo! Vou dar uma pesquisada!


JCarlos 21/08/2013minha estante
Ótima resenha, Josué.
Com relação à originariedade, acredito que o autor alcançou o seu objetivo, dentro do tema. Afinal, os temas se esgotam e a originariedade, a meu ver, não é o mais importante, não é mesmo? Fabio Fernandes me impressionou, pois retratou o assunto muito bem, por sinal. E com propriedade, digno de quem conhece, pesquisa e é fã, repassando para o leitor informações que transbordam em excesso, mas que revelaram prazeirosamente necessárias.
Como as notas de rodapé que, ao contrário, apreciei e curti muito, não se mostrando para mim pausas entediantes mas, sim, uma voz companheira durante toda a narrativa. E combna bem com a idéia cyber, hyperlinks, etc.




@lecobastos 17/03/2010

Um segredo: Na maioria das histórias de ficção-científica, para mim era comum ter que voltar alguns trechos para entender completamente o significado da passagem.
Neste livro não foi necessario voltar nenhuma vez.

Decidi ler o livro de Fábio Fernandes depois de ler o conto A Biblioteca no Fim do Mundo, que de certa forma se encaixa nesta utopia distópica ou distopia utópica...
A obra trabalha a partir do ponto de vista do personagem principal, Artur. Professor universitário e técnico em computadores.
Artur nos narrar através de um diário hibrído, um blog e podcasts os acontecimentos do mundo.

O diário hibrído é parte de um blog e parte papéis com anotações. Nele Artur faz sua apresentação, visão de mundo e os acontecimentos do ano 2010, onde aparentemente um vírus faz com que os computadores mantenham-se ligados mesmo sem estarem na tomada ou fazerem outras coisas anormais.
O blog narra os eventos de 2013 e as mudanças que o mundo sofreu depois do Despertar em 2010, o evento que fez com que as máquinas tivessem adquirido consciência. Agora os humanos se reportam a elas como Inteligências Construidas, em certos aspectos elas lembram os daemons criados por Philip Pullman, já que ficam com os donos dos objetos onde despertaram.
2016 - Os podcasts são narrados por um Artur diferente do começo, agora ele é um tecnoxamã. Trabalhando para uma empresa e é responsável por cuidar de pessoas "infectadas" por um vírus capaz de apagar a memória dos humanos. Sim, a humanidade parte para um futuro onde pode-se armazenar a inteligência construida em um dispositivo colocado dentro do crânio.
No fim do livro o conceito de nanotecnologia começa a espantar o leitor mais observador para um perigo comum. Máquinas usando nossos corpos para viver...

O princípio do livro é que estamos no ano de 2109 e que Dias de Peste é na verdade uma coletânea de informações de um passado muito diferente escritos por Artur. Os rodapés durante grande parte da obra são como links para informações estranhas como gírias e personagens que nunca ouviram falar.
Conforme o livro avança a angústia vai tomando conta dos leitores que não se veem sem a tecnologia atual (como eu :p), mas links tiram boas risadas tentando decifrar coisas comuns para nossos dias.
Fábio Fernandes é um professor( e tradutor de Laranja Mecânica entre outros, morram e inveja!) a obra deixa isso transparecer com facilidade, ela é recheada de referência cyberpunk, literárias, histórica e pop. Ele trabalhou muito bem com a sociologia, ciência e religião sem ser cansativo(meu professor de Fundamentos Sócio-Antropológico irá se apaixonar por um trechinho da página 104 sobre os nativos da internet).
Este foi o primeiro livro de FC que me fez ficar pensando depois de fechar o livro.
Parábens ao escritor, que venham os próximos livros!

Mais resenhas: www.melancolicomundo.blogspot.com
FrankCastle 13/01/2013minha estante
Boa resenha!


JCarlos 21/08/2013minha estante

Ótimo texto!
A sua conclusão foi igualmente compartilhada por mim.
O alerta final no fechamento do livro me fez refletir sobre os próximos passos do homem e sua interligação com a máquina, redes sociais, coletividade de informações, periféricos e afins. Afinal, quem pode prever como e quando surgirá uma nova consciência?




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