A Era do Escândalo

A Era do Escândalo Mário Rosa




Resenhas - A Era do Escândalo


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Janaina.Leme 18/01/2021

Essencial para quem lida com comunicação
Hoje vamos falar sobre uma aula de gerenciamento de crise, um livro que assessores de imprensa, relações públicas, CEOs de empresas e, principalmente, seus porta-vozes, deveriam ler. A edição que eu li tem prefácio de Nizan Guanaes e um segundo prefácio do próprio autor. O livro é composto por 14 capítulos + bibliografia e índice remissivo.

São várias histórias de empresas, celebridades e profissionais da comunicação que contam como passaram pelas maiores crises de suas vidas. Alguns passaram por elas e conseguiram se reerguer, outros sofrem as consequências até hoje. Um ponto negativo citado em todos os casos: a imprensa dá muito mais espaço para tudo o que é negativo e quando há uma solução para o caso, contrário ao que foi noticiado, não há o mesmo espaço para retratação. Isso principalmente quando se trata de investigações.

Entre os casos, há crises como a da TAM e o maior acidente aéreo do Brasil e o da Petrobras e do afundamento da plataforma P-36. Alceni Guerra fala sobre como foi injustiçado pela cobertura da imprensa no escândalo que ficou conhecido como escândalo das bicicletas, o médico Davi Uip conta como foi o trabalho de porta-voz quando tratava do governador Mário Covas e tem também Glória Pires e Orlando Morais com o fatídico caso onde a imprensa noticiou abuso sexual onde nunca houve nada parecido. Assessorias de imprensa também contam casos como o da Telefônica, Telemar e Ambev.

Recomendado demais!
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Cris 25/05/2020

A era do escândalo
O livro é essencial para estudantes, jornalistas, profissionais de comunicação e líderes, para aprender como preservar a imagem e reputação durante crises. O autor traz casos reais, com análises, que levam à reflexão e aprendizado. Afinal, nada melhor que aprender com erros - e acertos - dos outros.
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Henrique.Vieira 07/05/2017minha estante
Preciso do capitulo 4
Uma luz no apagao pra um trabalho da faculdade .
Nao achei pra compra e pra baixar ,




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Son Vasconcelos 29/10/2009

Como a TAM superou a crise desencadeada pelo maior acidente aéreo brasileiro, com o vôo 402, que resultou na morte de 99 pessoas em outubro de 1996? O que fez o advogado especialista em direito criminal econômico Antônio Carlos de Almeida Castro para defender o famoso banqueiro Salvatore Cacciola, dono do banco Marka e figura central da CPI dos Bancos? Qual a linha de ação planejada pelo respeitado médico do Instituto do Coração de São Paulo, o infectologista David Uip, quando atuou como porta-voz durante os últimos 30 meses do ex-governador Mário Covas? As respostas a estas e outras questões estão reunidas num pioneiro trabalho de análise da crise de imagem no Brasil, desenvolvido pelo jornalista e escritor Mário Rosa e intitulado A ERA DO ESCÂNDALO – Lição, relatos e bastidores de quem viveu as grandes crises de imagem. A elaboração da referência contou com o apoio da jornalista Eliane Trindade, que “percorreu uma maratona” de entrevistas buscando sempre uma conversa aprofundada.

Nos dez primeiros capítulos do livro estão reunidos ainda outros casos de repercussão na mídia, a partir dos testemunhos dos protagonistas, como o relato do publicitário Fernando Barros, que idealizou e executou o plano de comunicação da campanha de racionamento durante a crise energética de 2001, o “apagão” que poderia comprometer o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC); expõe o depoimento do ex-secretário geral da Presidência da República no governo FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira, alvo principal do chamado “Caso EJ”; conta o “trama de novela” vivido por Glória Pires, atriz que enfrentou o drama de ver o nome de sua família estampado em colunas sociais de jornais por causa de um boato mentiroso, dizendo que seu marido, o músico Orlando Morais, havia se envolvido com Cleo, filha de Glória e Fábio Jr.

Além dos capítulos já citados, o autor apresenta o caso de Maristela Maffei, jornalista e sócia-diretora da Máquina de Notícia, empresa de comunicação que administrou a crise da Telefônica, após a privatização, e assessorou o processo de fusão de duas marcas fortes do setor cervejeiro: a Brahma e a Antarctica, que firmaram a AmBev; narra as dificuldades de Irani Carlos Varella, ex-porta-voz da Petrobrás durante o episódio de naufrágio da maior plataforma petrolífera do mundo, a P–36, causando 11 mortes; mostra o relato de Marcos Trindade, profissional de comunicação que administrou o escândalo dos grampos telefônicos, que vieram a público em 1999, logo após a privatização da Telemar; e, finalmente, analisa o caso de Alceni Guerra, ex-ministro da saúde no governo Collor que deixou o cargo, acusado de coordenar um esquema de desvio de recursos públicos, sem que nada fosse judicialmente comprovado.

A segunda parte do vem após o relato incisivo de cada protagonista das crises relatadas anteriormente. Nesse espaço, Rosa propõe uma reflexão sobre “As lições que ficam” depois dos testemunhos e que ensinamento o leitor, ou mesmo um gestor de crises, pode abstrair desse conteúdo. A terceira e última parte é composta por quatro capítulos, em que são discutidos os fundamentos para uma análise sobre o escândalo no Brasil. O objetivo do autor é demonstrar as singularidades desse tipo de evento no Brasil. Ele mostra quais são essas características, suas conseqüências para a sociedade brasileira, a atuação da imprensa e do Ministério Público nesse processo e os desafios impostos pelos escândalos nacionais.

O que todos esses casos têm comum? Em algum momento da vida, os personagens principais viveram uma crise de imagem, devastadora, fatigante e de exposição total. Acredito que a obra não pretende ser um autêntico manual de como preservar a imagem ou a reputação em plena “Era do Escândalo”, mas dar suporte e preparo, a partir das situações verificadas, para todos os que um dia tenham de lidar com uma crise de imagem. Afinal, cada caso é um caso. E as maneiras de resolvê-los pode ser as mais diversas possíveis. Concordando com o autor, o diferencial entre os escândalos é a postura que os envolvidos adotam ao gerenciar tais situações e os bastidores para livrar-se do pior.

Está claro, no livro, que a crise de imagem pode afetar tanto empresas como pessoas. Em todo caso, é posto em xeque um fator que rege todas as relações no mundo hoje e que tem se tornado alvo de discussões em vários ambientes no cotidiano: o produto chamado “confiança”. Um chefe de cozinha produz o almoço ou o jantar, mas, ao mesmo tempo, vende confiança. Da mesma forma, uma estilista que produz as grifes ou um advogado que cuida de seus clientes. Quando a “confiança” que temos em pessoas, processos, empresas morre, acabamos por criar uma imagem negativa do outro. E isso vai determinar a relação que passaremos a desenvolver no dia-a-dia.
Além do mais, hoje, com a constante evolução tecnológica e as melhorias do processo de comunicação, todos nós estamos expostos. A criação da internet, o aprimoramento da capacidade dos satélites, a formação das grandes redes de informação, tudo tornou o mundo infinitamente menor e mais próximo, digamos. Existem até novos espaços virtuais para relacionamento. Prova disso é o Orkut, um dos sites mais utilizados, sobretudo, pelos jovens brasileiros. Nesse ambiente, a autopromoção pode ter uma repercussão entre os usuários tanto positiva quanto negativa.

A grande exposição se dá também a partir da proliferação de câmeras indiscretas, especialmente as fomentadas pelos programas de televisão, que expõe nacionalmente qualquer cidadão a situações incômodas: os 15 minutos de fama pode ser, ao contrário, 15 minutos de escândalo. Na prática, o reality show Big Brother, da Rede Globo de Televisão exemplifica bem essa questão: o participante pode ser, no início, o mocinho, e depois transformar-se no vilão. Num mundo que valoriza, infelizmente, o ter e não o ser, imagem é tudo – ou nada.

No caso das pessoas e empresas que tiveram a imagem atingida, elas tiveram que recuperar a reputação depois de ir ao fundo do poço. Nesse caminho, elas vão ter que lidar com dois aspectos: a crise propriamente dita, por um lado, e a imprensa, por outro. Com relação às crises, o autor tira proveito do diferencial de cada uma delas em suas características, mas parece comum em quase todos os capítulos algumas atitudes tomadas no gerenciamento dos escândalos: em todos os casos foi preciso agir rápido, tomar uma iniciativa logo de cara e não deixar para depois; pensar um plano de ação para o desenrolar do processo do processo; cuidar da imagem de todos os envolvidos e falar a verdade, somente a verdade dá credibilidade.

O contato com a imprensa vai ser decisivo para o gerenciamento da crise, e não há como escapar dela. Nesse processo, a mídia pode ser um grande aliado na superação do escândalo ou um adversário arrasador. Geralmente essa ultima posição é a mais adotada, principalmente por quem prefere oferecer o sensacionalismo no afã de conquistar audiência e faturamento. A imprensa está sempre pronta para atacar, mesmo sem ser justa ou que não tenha provas para embasar o que divulga. E no final, parece que o leitor, o ouvinte e o telespectador também preferem essa situação. É isso que move o mundo das relações humanas: o drama tem mais emoção.

Contudo, concordo com Rosa quando diz que a palavra-chave do gerenciamento de crises é a prevenção. É necessário mapear as dificuldades que podem surgir e as soluções para o problema da crise de imagem que algum pode estourar. Aliás, trabalhar a imagem positivamente (e não esperar uma crise para poder executá-la) deveria ser um processo natural de qualquer marca (leia-se: pessoa, serviço ou empresa). Nesse sentido, e para finalizar, lembro da posição adotada pela Masa da Amazônia, empresa de injeção de plásticos que há anos vem trabalhando a faceta da responsabilidade social como forma de garantir uma boa imagem em meio as outras industrias do Pólo Industrial de Manaus e a própria sociedade amazonense. Na “Era do Escândalo”, é essencial ter a melhor imagem.
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