Vanessa Vieira 29/09/2018
O Bebê de Bridget Jones - Helen Fielding
Em O Bebê de Bridget Jones, quarto volume da saga Bridget Jones, da britânica Helen Fielding, acompanhamos a jornada da protagonista nos caminhos da maternidade. O livro se passa após os acontecimentos de Bridget Jones No Limite da Razão e antes de Bridget Jones Louca pelo Garoto, soando como uma espécie de paliativo aos fatos que não agradaram a muitos dos fãs (inclusive eu) no terceiro volume da franquia. Aqui temos uma protagonista ainda mais engraçada, hilária e que representa muito bem os sonhos e os anseios da mulher contemporânea.
Criada por Helen Fielding há mais de duas décadas, Bridget Jones continua sintetizando muito bem a imagem da mulher moderna e as suas incursões pela busca do amor verdadeiro, bem como o anseio de se firmar na carreira profissional e também os diversos questionamentos envolvendo casamento e maternidade. No oceano de confusões e peripécias que circundam a personagem, é praticamente impossível não se identificar com ao menos uma das situações inusitadas enfrentadas por Bridget.
Depois de tantas aventuras e trapalhadas, Bridget agora se vê às avessas com a experiência da maternidade. O bebê não estava em seus planos, muito menos na forma e no momento em que ele surgiu, especialmente quando ela está lidando com uma nova supervisora casca dura no trabalho e precisa ocultar a gravidez para manter seu emprego. Como se não bastasse isso, ela ainda não sabe definir a real paternidade do bebê e se assusta com as informações escabrosas sobre maternidade recebidas dos amigos, ao mesmo tempo em que precisa lidar com a mãe, que não está nada feliz em saber que será avó. Enquanto tenta driblar todo esse leque de confusões, Bridget se diverte comprando roupinhas para o bebê, se aventurando na cozinha e, claro, tentando manter uma dieta "saudável", à base de batatas recheadas...
Conforme os meses se passam e o momento do parto se torna iminente, Bridget fica cada vez mais sobrecarregada com as necessidades daqueles que a cercam. Enquanto tenta confirmar se é Daniel ou Mark Darcy o pai de seu bebê, a loira precisa lidar com a forte competição entre os dois e também com os dramas vividos por seus amigos e familiares, o que acaba temperando ainda mais as confusões e aventuras vividas pela personagem.
O Bebê de Bridget Jones se mostrou um livro divertido, engraçado e perfeito para se passar o tempo. Recheado de comédia, romance e muitas peripécias, Helen Fielding nos traz sua personagem em uma de suas melhores fases, imersa nas inúmeras oscilações hormonais e transbordante de felicidade e alegria. Narrado em primeira pessoa por Bridget na forma de um diário, o enredo se mostrou incrivelmente hilário, leve e contemporâneo.
Sempre tive um carinho especial por Bridget, mesmo tendo me desapontado com alguns dos fatos narrados em Bridget Jones Louca pelo Garoto. Ela é uma personagem maluquinha e atrapalhada, dona de um coração gigantesco e que busca incessantemente a sua felicidade. A gravidez coloca a protagonista em um lindo e perfeito estado de graça e, mesmo lidando com inúmeras confusões, Bridget exala uma alegria e força contagiantes. A confusão envolvendo os dois possível pais do bebê - Daniel e Mark Darcy - tornaram a trama ainda mais divertida, bem como a competição acirrada entre a dupla para agradar Jones e fazer todas as suas vontades.
"À medida que as mulheres vão passando dos vinte para os trinta, o equilíbrio de poder muda de repente. Até as mulheres mais seguras perdem as estribeiras, lutando contra os primeiros sinais de angústia existencial: medo de morrer sozinha e ser encontrada três semanas depois semidevorada por um pastor alemão..."
Daniel continua o mesmo homem galante e irrefreável de sempre e ainda reluto em entender o que Bridget vê nele. Egocêntrico e irônico, a princípio, ele não parece muito feliz com a ideia de ser pai mas, quando descobre que a paternidade pode ser tanto dele quanto de Darcy, logo é invadido pelo espírito de competição e usa e abusa de suas artimanhas para agradar Bridget e ganhar seu coração. Já Mark Darcy que, sem sombra de dúvidas, é um dos meus personagens favoritos da saga de Helen Fielding, continua o nobre cavalheiro de sempre, refinado, prestativo e incrivelmente romântico. Muitas coisas aconteceram entre ele e Bridget no passado, mas é inegável o amor e a paixão que une os dois personagens.
Resumidamente, O Bebê de Bridget Jones se mostrou um romance maravilhoso, engraçado e envolvente. Acima de tudo, provou que merecia o posto de terceiro volume da saga - tornando Bridget Jones Louca pelo Garoto ainda mais dispensável e desnecessário - e nos trouxe os personagens em suas melhores fases e reluzentes de felicidade. Em 2016, foi feita uma adaptação cinematográfica do filme, tão divertida quanto o livro e bem aclamada pela crítica. Contando no elenco com os já queridinhos do público, Renée Zellweger e Colin Firth e também com a participação do maravilhoso Patrick Dempsey, o filme se mostrou uma comédia romântica estupenda, apesar das pequenas modificações feitas em seu enredo. A capa do livro nos traz a gravura de Bridget Jones com um chocalho na mão e foi confeccionada em um material aveludado e a diagramação está caprichada, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo, com certeza!
site: http://www.newsnessa.com/2018/09/resenha-o-bebe-de-bridget-jones-helen.html