Resenhas - Deuses Americanos

Lucas Ed. 15/02/2012

ÉéééééÉééÉ... Não deu.
* A resenha abaixo foi publicada, com pequenas alterações, no blog melhoresdomundo.net *

Desde que eu li Sandman (já velho), fiquei embasbacado com a sei lá como chamar, "ideologia" que Gaiman usou para construir a história. A noção de mitos, do poder deles, da permanência e energia criadora das histórias... Enfim, aquilo foi ao encontro a um monte de coisas que eu pensava, abriu novas portas, ampliou conceitos, alinhou idéias. Naturalmente, saí como um doido a procurar outros materiais dele.
Fui então atrás de dois de seus livros, aqueles que aparentemente mais estavam ligados às coisas que eu mais gostei em Sandman: "Deuses Americanos" e "Os filhos de Anansi", tudo para descobrir que, lançados aqui pela Conrad, ambos tinham esgotado.
Larguei de mão, até que recentemente um amigo sem querer me chamou atenção para uma nova edição do primeiro pela Conrad. Corri, comprei e como um adolescente bobo com seu novo volume da saga Crepúsculo, me pus a ler.
Em "Deuses Americanos", Gaiman pega vários mitos (deuses) do mundo e os coloca nos Estados Unidos na contemporaneidade, cada um deles levado até lá pelos sem-número de imigrantes que um dia chegaram à América (alguns muito antes de existir uma "América" - se é que me entendem). Esses deuses (Tór, Anúbis, o Barão Samedi, Xangô, Anansi e tantos outros) convivem naquela terra até verem a fé dos homens neles diminuir, ao mesmo tempo em que crescem o número de "altares" aos deuses modernos: as estradas de ferro, a tecnologia, a internet, a TV, etc. Nesse contexto, entra o personagem principal, Shadow, um ex-presidiário que acaba envolvido nessa treta divina.

Parece realmente bom né? Pois só parece, infelizmente.

Deuses americanos tinha tudo pra ser sensacional, mas acaba nos apresentando um Neil Gaiman mais perdido do que azeitona em boca de banguela - ele conduz a trama como um escritor de novela da Globo, que muda os rumos da trama ao sabor da audiência. É sério. Observe por exemplo quando Samantha Black-Crow aparece pela primeira vez - é dito com clareza que se ela não é uma manifestação de algum deus moderno, ela ao menos está envolvida com eles - para depois, no fim, ser só uma garota aventureira, pegadora de carona.

Se isso não fosse ruim o suficiente, seus personagens são chatos, rasos e desinteressantes: Shadow (cujo nome inexplicavelmente não foi traduzido) então... caramba, chega a ser insuportável de tão alheio, desinteressado, inumano. Um personagem sem qualquer personalidade (com o perdão do trocadilho), sem ação, sem o mínimo de verdade.
As reviravoltas da trama são todas forçadas, duras, daquelas que acontecem e você se pega dizendo: "caramba! Isso é tão inesperadamente sem sentido!" que chegam a desanimar.

"Mas Lucas, e os deuses?" Você pergunta. Não sei deles. Exceto por Odin/Wednesday (nem vem reclamar de spoiler, o nome é óbvio), os outros são apenas citações rasas. Quase um catálogo preguiçoso e contraditório. Sim, contraditório! Se os deuses antigos foram esquecidos pelos homens, o que leva Gaiman a acreditar que nomes como Czernobog ou Bilquis dirão algo aos leitores?

É sério, Deuses americanos é irritante de tão mal construído, com seus mistérios forçados, sua sucessão de fatos sem sentido, suas pontas soltas ignoradas (afinal de contas, onde a moeda dourada de Mad Sweneey se encaixava no plano de Wednesday?), que ao terminar de ler eu fiquei bravo de ter gastado dinheiro com ele. E mais bravo ainda de ter gerado tanta expectativa por isso, ter lido até o fim na esperança vã de que ia ficar bom de uma hora pra outra.

Uma pena. O cara que escreveu Sandman parecia ser um autor tão bom...

Filipe 03/01/2022

Mitologia moderna
Neil Gaiman constroe um mito moderno, situado nas estradas dos EUA. Podemos ver não apenas deuses da mitologia grega, como também da nórdica, hindu, africana, entre outras. Lembra um pouco a saga de Percy Jackson, mas a história é mais adulta, madura e sombria. Sem dúvida um prato cheio para quem gosta de fantasia e mitologia.

Leila de Carvalho e Gonçalves 30/01/2020

Edição Preferida De Gaiman
Comprei ?Deuses Americanos? numa promoção da Amazon. Paguei pelo e-book o mesmo que pagaria por um café expresso e afora o preço tentador, havia outro bom motivo. Esta é a edição preferida de Gaiman, portanto diferente daquela que lera com cortes exigidos pelos editores, quando o livro foi lançado em 2011, nos Estados Unidos. Por sinal, uma leitura que ocorrera a anos atrás e já fazia algum tempo gostaria de repetir.

Entre as principais diferenças desta versão, há o texto um pouco mais longo, por conta da inclusão de aproximadamente 12 mil palavras, além de alguns extras. Sem dúvida, o de maior interesse é a cena apócrifa em que o protagonista, Shadow Moon conversa com Jesus Cristo e não compreendo porque o autor optou por retirá-la da narrativa, pois ela é muito bem escrita.

Sinteticamente, o livro remete a ideia de que os deuses ?existem? porque as pessoas acreditam neles. Os imigrantes que chegaram aos Estados Unidos levaram consigo suas crenças e conforme elas foram desaparecendo, o poder destas criaturas foi diminuindo. A bem da verdade, esta situação causou o ?surgimento? de novos deuses que refletem as obsessões da população norte-americana e entre eles estão a mídia, a tecnologia e as drogas.

Com uma trama minuciosamente construída e um desfecho que surpreende, o livro distingue-se pela excentricidade como afirma Gaiman na Introdução. Uma boa prova é a dificuldade de enquadrá-lo num único gênero. Para tanto, basta observar os inúmeros prêmios que venceu e bons exemplos são o Nebula e o Hugo (como ficção científica), o Bram Stoker (horror) e o Locus (fantasia).

Cabe registrar a boa tradução de Leonardo Alves que soube respeitar o estilo do escritor e também conseguiu ultrapassar as dificuldades ocasionadas pelas inúmeras referências mitológicas ? muitas vezes disfarçadas ? como também dos trocadilhos, de forma que o leitor brasileiro pudesse ter a mesma experiência do leitor anglófono. Inclusive, algumas explicações mais detalhadas a respeito aparecem nas Notas do Tradutor e aqui cabe um alerta: com spoilers, só acesse no final da leitura.

Finalmente, o livro foi adaptado para a televisão, originando um seriado que foi lançado em 2017. Atualmente, ele possui duas temporadas e um total dezesseis episódios, mas existe previsão de uma terceira. Se deseja assisti-lo, ?American Gods? está disponível na Amazon Prime.

Giuliane.Souza 19/09/2020

Fantasia urbana de primeira
O Neil Gaiman tem uma narrativa fluida e gostosa de acompanhar. O final me surpreendeu.. o cara escreve demais. Te deixa tão preso na trama da história que vc nem percebe quando ele te engana

joaoggur 06/01/2022

Mais monótono que a minha professora de química!
Deuses Americanos tem tudo que eu gosto: história com mistério, deuses, misticismo, templos? mas tudo isso foi executado de forma tão monótona que quis dormir o tempo todo.

Gosto muito do Neil Gaiman. O seu trabalho em Sandman é simplesmente (ou não tão simples) ímpar e sensacional. E o elogio por essa história: Shadow acabou de sair da prisão, e tentando achar a sua esposa, se depara com Wednesday, um homem que o empregará como seu segurança. Mas tudo isso será atrapalhado por revelações em relação a grandes deuses do passado.

A história que citei no último parágrafo é excelente. Saibam que este livro tem uma trama muito única. Apenas há um grandíssimo problema: é um dos livros mais monótonos que já li. Nada nos prende, não mesmo. É até um pouco contraditório elogiarmos uma história e ao mesmo tempo ela não nos fisgar, mas é a verdade. No final do livro eu entendi que o que se contava era bom, mas simultaneamente entendi que para chegar ao final do livro tive uma árdua batalha com a minha própria vontade de dormir. Como uma crítica, se eu fosse o autor eu diminuiria o número de páginas, pois há passagens e diálogos desnecessários aos montes.

Infelizmente não recomendo. A história é bastante única, sim, mas ficou algo tão chato que o sofrimento de aguentar as 576 páginas não vale a trama.

Lista de Livros 20/10/2022

Lista de Livros: Deuses Americanos, de Neil Gaiman
“— Como foi o enterro? — perguntou.
— Terminou — disse Shadow.
— Quer conversar sobre isso?
— Não.
— Bom — Wednesday sorriu seu sorriso malicioso. — Há conversa demais hoje em dia. Blá-bla-blá. Este país estaria bem melhor se as pessoas aprendessem a sofrer em silêncio.”
*
*
“Sentou-se em um morrinho gramado e olhou para a cidade que o rodeava, e pensou que um dia precisaria voltar para casa. Mas, primeiro, ele precisaria fazer uma casa para onde voltar. Ficou imaginando se o que se entende como “casa” era a coisa em que um lugar se transformava depois de um certo tempo ou se era uma coisa que se encontrava no final, se você simplesmente caminhasse, esperasse e desejasse aquilo por tempo bastante.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/06/deuses-americanos-de-neil-gaiman.html

Erick 03/09/2022

Poderia ser muito, muito melhor
Partindo da premissa de que para surgir um Deus, basta um grupo de pessoas acreditar fortemente na existência dessa entidade e essa passará a existir, caso menos pessoas acreditem nesse Deus, ele perderá suas forças e poderá inclusive morrer. Deuses Americanos é uma obra que narra o conflito pela influência e poder entre os antigos deuses das antigas civilizações, que ainda vivem entre nós, e os novos deuses que são os objetos cultuados pela sociedade moderna, tal como computadores e outros meios tecnológicos.

Entrei com uma expectativa muito alta nessa leitura, o começo pareceu interessante, uma ideia de trama genial, deuses das antigas mitologias vivos e tendo uma vida "humana" em segredo, um dado mistério no ar, os personagens foram surgindo e você fica com um gostinho de querer conhecer mais.

Entretanto, fica somente nisto, não tem aprofundamento nos personagens, você não sabe suas intenções, não passam um pingo de sentimento sequer. Sem contatar o personagem principal (Shadow), que simplesmente parece uma porta, tédio total.

Algumas partes são confusas, você não sabe ao certo como aquilo vai interferir na trama, e passa a se questionar se aquilo era de fato necessário, pois além de não ter acrescentado em nada, foi um saco de ler essa parte.

Pontos Positivos:
1 - Premissa genial

Pontos Negativos:
1 - Personagens fracos
2 - Enredo fraco
3 - Leitura confusa

Recomendo: Não

Gilliard 17/10/2020

Balaio de deuses
Decidi me aventurar pelo meu primeiro Neil Gaiman da vida, e o fiz justamente pelo título que muitos julgam ser sua maior obra-prima. Não sei se fiz isso de maneira acertada e nem se isso influenciou no resultado final, mas o que importa é que li Deuses Americanos. Neste romance, Gaiman traz à tona histórias que se conectam com uma iminente guerra entre os deuses como cenário. Deuses antigos e novos. Deuses velhos que lutam diariamente para não serem esquecidos em detrimento de deuses dos dias atuais, a mídia, o dinheiro, as drogas. Acompanhamos Shadow, que acabou de sair da prisão, e foi surpreendido por uma oferta de emprego dita irrecusável feita pelo Sr. Wednesday. Neste emprego, Shadow será o motorista de Wednesday e o levará para vários lugares pelos Estados Unidos. Aqui tem um ponto interessante, que é o formato "road trip" que a história decide tomar, são diversos lugares que conhecemos, lugares que nem sempre são grandes centros, e que são interessantes de se ver. O autor permeia o arco principal do enredo com as histórias dos deuses antigos, e outro ponto muito interessante é que Gaiman traz várias culturas, não é algo como ficar preso apenas nos deuses gregos, por exemplo. Somos apresentados a divindades nórdicas, africanas, asiáticas. E honestamente, achei que essas histórias que volta e meia apareciam, eram muito melhores que o enredo principal. Um grande problema, ao meu ver, foi a apatia do protagonista. Fica difícil se apegar a Shadow porque ele parece uma folha em branco, seco, sem sentimentos, um robô. Intencional ou não, dificulta na questão da empatia do leitor. A escrita também foi conduzida de forma muito confusa, misturando personagens, cenários e tempos diferentes. Conduzindo capítulos até chegar a lugar nenhum. Em suma, creio que o livro promete, promete, promete e quando chega a hora de entregar o proposto, deixa muito a desejar, senti isso durante muitos momentos na leitura e especialmente no terço final. Pretendo ler outras obras de Neil Gaiman, e Deuses Americanos certamente melhora com revisitas, mas este, por enquanto, não é um plano meu.

Lila Martins 16/10/2023

Deuses americanos não é uma comédia, traz reflexões incríveis sobre escolhas e sobre nossas “adorações” e o que dá origem aos deuses, mas está longe de ser aquele tipo de livro cabeçudo que te faz ter ressacas e crises existenciais. Gosto do clima suave, da naturalidade do Shadow ao se deparar com coisas completamente fora do normal e do roteiro divertido.

Eu amei muito ler Deuses Americanos, achei leve divertido e as mais de 500 páginas foram uma deliciosa viagem.

Mas tem seus defeitos…

Resenha completa no Instagram! @oipravocelm

site: https://www.instagram.com/p/Cpm0q7_skM8/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D

luomobuono 27/03/2021

um espetáculo
esse era um livro que não estava nas minhas prioridades de leitura, porém a partir do momento que comecei a ler, sentir que eu teria que terminar logo. é fantástico! a história te prende e o autor não tem medo de expor cenas que não são family-friendly. vale a pena!

André Pereira 03/01/2021

Meu novo livro preferido
Ganhei o livro de presente, já havia ouvido bem sobre e sabia que seria uma leitura no mínimo interessante... Mas o Gaiman me surpreendeu a cada página, a trama se tornou complexa e deliciosa de acompanhar! Final te surpreende entregando um plot twist bem construído e incrivel... Recomendarei esse livro até meu último dia na Terra!

Rafa 03/01/2021

Final Surpreendente
Achei a leitura muito agradável, interessante, tive a sorte de ler mitologia nórdica primeiro, o que facilitou muito meu entendimento do livro e fez ficar melhor a leitura, a história estabelece mais no estilo contos num primeiro momento e depois se entrelaça numa trama bem elaborada com um final pouco previsível.

Gostaria de ter lido mitologia nórdica a menos tempo, pois algumas referências ainda me escaparam.

Acredito que a leitura é fluída, só não foi tanto para mim por motivos pessoais, pretendo reler em outro momento para avaliar de forma mais "justa" a fluidez do enredo. Por isso 4 estrelas.

Indico muito a leitura.

Levovitch 23/03/2022

História rica
Tem uma história bem rica em mitologia e muito bem escrita pelo Neil Gaiman, livro de boa qualidade e personagens interessantes

Marcos 26/02/2021

Uma longa jornada.
Foi uma longa jornada em Shadow...

A história começa muito boa, na minha opinião se perde no meio do caminho e começa a enrolar um pouco... todavia, a enrolação não foi atoa, e ao final da história tudo fez sentido, com certas reviravoltas que eu não imaginava.

É uma leitura que vale muito a pena!