Naty__ 04/01/2017Quando vi o lançamento, imaginei que seria um livro totalmente diferente do que de fato é. Um ano na vida de um gênio possui uma pitada de humor e uma dosagem extra de lição para a vida. No entanto, não é só isso...
Existem personagens que são chatos, outros que são péssimos e existe o desse livro que vai além disso. Arthur A. Bean é um garoto que se acha o maior gênio da face da Terra e de outros planetas que existem (ou possam existir). Ele acredita ser um grande escritor de sucesso e que consegue tudo o quer, até mesmo ficar em primeiro lugar no concurso de contos.
Ele deseja ser famoso, namorar Kennedy e mostrar a todos que ele é o maior gênio criativo. Acontece que nem sempre é como a gente quer e Arthur precisa aceitar isso. Kennedy tem namorado e mal nota nosso personagem principal; sua professora, a sra. Whitehead, exige bastante do garoto e o critica em sua forma de escrever e de tratar as pessoas, já que ele parece um mal-educado e fica zombando dos amigos não saberem escrever corretamente. E, como diria a sra. Whitehead, Agatha Christie não era boa em ortografia, mas seus livros são famosos até hoje. Porém, o gênio da criatividade, Arthur Bean, desconhece quem é Agatha.
O garoto está na sétima série, mas seu achismo que é um gênio me faz parecer que está no doutorado e suas atitudes me levam a crer que não chegou ao ensino fundamental. Acompanhamos seu ano através de seu diário, dos e-mails trocados entre os alunos e as mensagens trocadas com a sra. Whitehead.
A história tinha tudo para envolver e prender o leitor, ocorre que comigo não foi bem assim. Enquanto conhecia o personagem, desejava ainda mais que ele perdesse o concurso ou que algo desse muito errado e ele parasse de se gabar. É inconcebível imaginar a capacidade que uma pessoa tem para fazer de tudo para ter o desejado. E não falo isso de um jeito positivo, mas do jeito mais ridículo possível.
É certo que Arthur passa por um processo difícil ao perder a sua mãe e, desde então, sente necessidade de ser o melhor filho. Mas é preciso pesar os fatos e ver que nem sempre o poder é o necessário para chamar a atenção.
Não é em vão que Bean não é muito querido por Robbie, que, se suas ameaças se cumprirem, o protagonista estará prestes a ter a cabeça enfiada no vaso sanitário. Embora seja péssimo na ortografia, Robbie Zack tem um lado criativo que pode chamar a atenção de outras pessoas do colégio, para inveja de Bean, é claro.
A história nos passa uma boa lição sobre humildade, perseverança, amor ao próximo e diversos sentimentos que deveríamos ter, refletir, mas nem sempre fazemos. O protagonista não passa de um garoto chato que tenta a todo custo ser o melhor em tudo, ter a melhor namorada do mundo e ser o maior gênio que já existiu (e existirá). Parece uma utopia, mas é isso que Arthur tanto almeja.
Ainda que contenha bons ensinamentos, o livro, para mim, não passa disso e não me senti confortável enquanto lia e me deparava com uma criatura tão chata e sem graça. Claro que você pode gostar do personagem ou gostar da obra por odiar esse garoto, o fato é que a história não funcionou para mim, isso não quer dizer que você não goste. Um detalhe muito importante que merece ser destacado é o trabalho estético da editora. A capa é bem feita e chamativa; a diagramação não deixa a desejar e possui diversas imagens para atrair a atenção de qualquer um.