Confissões de uma leitora 15/09/2017
Ok
Ky Crossfire é a garota dos romances eróticos. Soube disso antes mesmo de ler um de seus livros, pegando um trechinho que colhia aqui e acolá.
É minha primeira vez com ela (tenho tido muitas primeiras vezes ultimamente, eu sei, estou me tornando piranhuda literária nacional muito feliz, obrigada, de nada) e foi uma experiência agradável.
Tive altas risadas.
Grandes “really bitch?”.
Momentos tensos... e quentes.
Escrita boa e carismática. Sem mimimi. É uma leitura fácil e prazerosa, que carrega uma forte pincelada de humor em seus diálogos. É o que chamo de “leitura de fim de tarde”. Sabe aquele tipo perfeito para curar ressaca literária? É isso!
A autora é muito criativa e não poupa imaginação, por vezes pensei que iríamos para um caminho óbvio, mas me enganei. Não há grandes aprofundamentos, o que acaba tornando a leitura leve e fluída. Embora haja picos de tensão.
Catarina e limpeza são duas coisas que não existem no mesmo mundo.
Catarina (adoro esse nome) é uma personagem que rapidamente criei um elo empático. Gosto de mocinhas donas de si, que correm atrás do que desejam e não tem medo do mundo e do que ele pensa sobre si, principalmente de ser quem ela é. Catarina é assim. Apaixonada. Doida. Impulsiva. Por vezes seu espírito jovem aventureiro a fez parecer uma jovem adulta de 19-20 anos quando, na verdade, é uma adulta plena de 26. Ela possui um foda-se mental ligado 24h que é uma faca de dois gumes e me fez entrar em um sério dilema.
Era apenas ela sendo ingênua demais, embora tenha sofrido um grande baque em sua vida que a forçou crescer e amadurecer mais rápido para sua nova vida não tão privilegiada enquanto criava o irmão? Ou fora um deslize da autora?
Deixo também um adendo em relação às cenas hot. Sei que a intenção é mostrar que eles possuem uma super química e atração irresistível, afinal, estamos falando de um romance erótico. No entanto, pontuar isso a cada instante faz com que perca um pouco da credibilidade tornando esse desejo não natural e um tanto quanto fantasioso.
Tenho que confessar, terminei o livro querendo eu mesma roubar a arma de Romano e dar um tiro em Catarina. Ela cresceu diante de meus olhos, e então, deu uma tremenda declinada e não parou mais... e cheguei ao fim sem um pingo de dó dela.
Ian, ao contrário de Catarina, me fez revirar os olhos de início com sua arrogância quase adolescente. Na minha cabeça, ele não podia se decidir se queria ser um homem fatal ou um bobão egocêntrico, mas, surpreendentemente, esse danado foi me ganhando, tomando formas mais robustas, um ar mais predatório e letal. Sim, ele continuou com sua arrogância quilométrica e, às vezes, jovial demais, porém, cresceu em meu conceito. Sua relação com Catarina se constrói de forma rápida e natural, ambições são envolvidas, afinal, ele é um criminoso que tem ao seu alcance uma vítima em potencial e uma disposta amante que o intriga, e claro, mais tarde sentimentos que nenhum quer admitir.
Marco me ganhou de cara. Ele é sexy. Quente. Cafajeste... e mau, muito mau. Eu deveria ter raiva dele pelos seus feitos inescrupulosos no final, mas Catarina me irritou de tal forma que “assisti” tudo com um olhar imparcial e não consegui odiá-lo.
É errado torcer por um poliamor?