A trégua

A trégua Mario Benedetti




Resenhas - A Trégua


337 encontrados | exibindo 46 a 61
4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |


Wilza.Alves 23/10/2022

Santomé tem falas problemáticas, isso é fato, mas também temos que entender quando foi escrito e qual sua ambientação. Deixando as problemáticas de lado, temos uma história profunda, que é muito mais que uma simples história de amor. Recomendo a leitura, minha primeira experiência com a TAG curadoria já começou com o pé direito.
comentários(0)comente



Dudu Menezes 14/12/2023

O amor é apenas uma trégua
Esse livro me marcou profundamente! Pela verdade que emerge do relato. Pela prosa poética. Mas, sobretudo, pela reflexão profunda sobre a possibilidade de existir "felicidade" nesta breve jornada que chamamos de vida e da qual não temos nenhum controle.

Martín Santomé certamente tinha muitos defeitos. Características que podem causar verdadeira repulsa com relação a algumas de suas posições. Mas quem pode se dizer 100% bom e absolutamente livre de preconceitos? Entre a falsidade das aparências e a verdade das imperfeições que nos constituem, fico com esta última. E, assim, pude ler - e ouvir - atentamente, o que Santomé tinha a dizer sobre si mesmo, sobre os outros, sobre a vida, sobre a morte, sobre o amor e, principalmente, sobre a dor de existir.

Tal qual cada um de nós, este trabalhador comum, de um escritório comum, executando tarefas comumente enfadonhas, era resultado das suas experiências e escolhas. Sabia-se medíocre, mas, por "duas horas e meia", no seu aniversário, conseguiu sentir-se o mais especial e feliz ser humano do mundo. A entrada da jovem Laura Avellaneda em sua vida lhe concedeu uma trégua.

Uma trégua ao sofrimento de "seguir existindo" depois que perdemos quem dava sentido à nossa vida. Como somos capazes de seguir em frente? É certo que seguimos. Mas o que sobra de nós? Que "sobra" é esta? E como este "resto" da gente segue adiante, ainda mais se é preciso criar três filhos sozinhos, sem poder contar com quem planejou esta "aventura" conosco?

Sim. Existir dói. Mesmo neste mundo de hoje, em que as aparências procuram contornar a essência do sofrimento inerente à condição de "estar vivo". A verdade é que todos nós sofremos, mas nem todos possuem a coragem de anotar seus sentimentos em um diário para poder "reler" a si mesmo sempre que preciso.

Benedetti nos ensina que o amor pode ser uma trégua. A única trégua possível! E este sentimento não tem explicação. Não nos visita com tanta frequência, porque nem mesmo se pode defini-lo da mesma forma para todos. Amor próprio, amor pelos filhos, amor por quem se deseja. O que fazer com o que chamamos de amor, sabendo que, inevitavelmente, um dia, deste amor só nos restará a dor?
comentários(0)comente



Ren@t@ 23/01/2014

Certamente vivi com esta obra um desses momentos inesquecíveis na nossa vida de leitores; um desses espaços ou lugares nos quais entramos através da literatura que são capazes de apagar temporariamente a distância entre a pessoa e o texto. Não há distinção mais entre você e o personagem, entre o passado e o futuro, entre a dor do outro e a sua. Eu era Santomé por um espaço de "tempo" onde o próprio tempo (que separa) não existia mais... Eu e ele estávamos unidos na dor mais absurda e indizível; eu era ele e ele era palpável em mim e não apenas um personagem... Eu, ele, a dor de existir e sermos finitos, a dor de sermos sujeitos ao tempo, à morte... ele-eu e a dor de não podermos nos agarrar em nada mais além de nós mesmos.
Lua 29/01/2014minha estante
Que resenha cativante!




Steph.Mostav 28/01/2022

"Essa opressão no peito significa viver"
A trégua é um delicioso romance narrado como entradas de um diário de seu protagonista, Martin Santomé. Ele é o típico funcionário que cumpre uma função monótona no trabalho e está a poucos meses de sua aposentadoria, é viúvo há décadas e cuida sozinho de três filhos. Deliciosa, apesar de profundamente triste, é a narrativa de seus dias cheios de tédio, pensamentos sobre a existência e uma melancolia que escorre em cada uma de suas palavras. Até que ele chega à trégua dessa infelicidade, quando se apaixona por uma colega de trabalho, Avellaneda. O amor dos dois traz fôlego e significado para a vida solitária que ele levava até então. No entanto, o que importa mais que a história romântica de Santomé é sua profundidade psicológica, são suas observações, sua maneira de ver e, principalmente, de analisar o mundo e a si mesmo. Uma delícia de livro.
comentários(0)comente



Rodrigo1001 06/02/2023

Airbag não incluído (Sem spoilers)
Título: A Trégua
Título original: La Tregua
Autor: Mario Benedetti
Editora: Alfaguará
Número de páginas: 184

Talvez você tenha chegado aqui com referências e talvez eu nem precisasse fazer alguma introdução sobre o livro, mas isso escaparia ao que o bom senso chama de resenha. Logo, pra ser muitíssimo econômico, tenho pra te dizer que A Trégua foi escrito pelo autor e poeta uruguaio Mario Benedetti em 1959 e publicado em 1960. Estruturado em forma de diário, Benedetti conta a história de Martín Santomé, um senhor de meia idade que está prestes a se aposentar.

(Engraçado como essa descrição me causa coceira e não cobre sequer 0,001% do verdadeiro conteúdo, do pulo do gato da obra, mas, paciência... é o preço do spoiler quase zero)

Agora que você já está ambientado, posso te dizer que tomei 1 dia inteiro antes de escrever essa resenha. Eu precisava respirar, basicamente. Foi um ato deliberado: não há airbag no mundo que nos prepare para o impacto dessa leitura.
Pequeno em tamanho e grande em conteúdo, A Trégua me fez passear por vários territórios. Me levou do riso contido à gargalhada sonora, da introspecção velada ao mais puro humor ácido, do sarcasmo à reserva e da esperança à incredulidade.

A jornada do narrador-protagonista começa com uma rotina monótona, taciturna e opaca, mas avança gradualmente para uma alteração desse status quo. Acompanhamos essa evolução e vamos, nós todos, evoluindo com o narrador. As entradas no seu diário poderiam muito bem ter sido escritas por mim mesmo, e isso me levou a uma identificação imediata com o que eu lia. Eis o primeiro gancho do autor: te relacionar com o protagonista.

A propósito, gosto muito de livros escritos em forma de diário. Não consigo conter o rubor na face quando creio estar invadindo a privacidade de alguém, mas, ao mesmo tempo e protegido pela ficção, me alegro com a pessoalidade, a individualidade de tal artimanha. Quando falamos ou escrevemos pra nós mesmos, tendemos a ser mais justos com os nossos sentimentos. Sem as amarras do julgamento alheio, um diário se transforma em um terapeuta, para o qual não se deve ter vergonha ou melindre de contar os mais íntimos segredos.

Voltando ao livro, Santomé começa a sair do casulo quando conhece o amor. É o amor que o transforma, é a sua trégua. No meio deste amor estão as convenções e as dificuldades de se juntar as escovas de dente, mas o protagonista avança. E enquanto ele progride, seus pensamentos ficam ainda mais límpidos, mais atraentes. Ele floresce, prospera e se abre. O livro, então, finca seu segundo gancho: nós queremos saber onde tudo isso vai dar.

E sabe onde vai dar? Bom, infelizmente não posso te dizer. Você terá que ler o livro. Não obstante, posso te segredar que é um livro excelente, bem estruturado, gostoso de ler e equilibrado. E em minha própria defesa, digo que não dei 5 estrelas porque algumas partes me pegaram fundo na alma e tive que bloquear meus próprios pensamentos. Tive que ligar meu airbag. Isso não é demérito, mas é inegável que o momento em que se vive reflete muito no que estamos lendo atualmente. E eu não estava totalmente preparado para o que li.

Ganha 4,5 estrelas de 5.

Passagem interessante:

“Como é ruim nos dizerem a verdade, sobretudo quando se trata de uma dessas verdades que evitamos dizer a nós mesmos.” (pg 105)
edu basílio 06/02/2023minha estante
sabia que você apreciaria ^^


Rodrigo1001 06/02/2023minha estante
Edu! Fiquei sem fôlego no fim. Que baque!


edu basílio 06/02/2023minha estante
... sem trégua :-(




Isa 09/01/2012

A TRÉGUA
Sim, A TRÉGUA é uma avalanche de sentimentos da primeira a última página, "uma coisa enorme que começa no estômago e termina na garganta". Triste e comovente, mas uma excelente e muito bem contada história.


Obrigada meu doce!
the_king 09/01/2012minha estante
Excelente resenha ;)


Zana 10/01/2012minha estante
Muito bem dito, Isa, uma sentença em si que define o livro de maneira completa: 'uma avalanche de sentimentos'. Avalanche essa que transborda e contamina o leitor.

Abraço!




Nathália 25/06/2022

Buscar a trégua é correr atrás da felicidade!
A trégua é um livro bem curtinho e que sim, vale a pena ler. Benedetti escreve formato de diário e isso nos aproxima do protagonista Martín, um velho de quase 50 anos.
Em alguns momentos refleti sobre como a vida é breve e como é importante aproveitar cada segundo. Por outro lado me revoltei um pouco com Martín pelos discursos preconceituosos com seu filho Jaime e seus comentários machistas. Até que me dei conta de que estamos falando de um senhor, que vive no Uruguai na década de 50, então não se esperaria menos que isso.
A morte e o luto também são temas abordados nesse livro e em algumas páginas muitos questionamentos sobre a existência de Deus. E tudo isso torna a leitura muito fluida.
Sobre a aposentadoria, ficou muito claro pra mim que por mais que ela tivesse sido desejada durante todo o livro por Martin, sua chegada não foi das melhores coisas por inúmeros fatores que não posso contar aqui porque seria spoiler. E partindo dessa última questão fica a reflexão sobre viver o agora intensamente e deixar que o futuro chegue, sem grandes expectativas.
DANILÃO1505 25/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Jana 07/10/2021

Adorei a história do livro, a escrita de Benedetti, e as descrições de Montevidéu! Claro que é muito difícil simpatizar com o chato do Santomé, mas isso não deixa a história menos interessante, pelo contrário. Apesar de Santomé ter uma personalidade tosca e atitudes desprezíveis em vários momentos, gostei de conhecer sua vida medíocre, as tragédias e sua breve trégua por suas próprias palavras em seu diário.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Nessa Gagliardi 16/10/2010

Algumas pessoas usam como termômetro do impacto de um livro em suas vidas o número de rabiscos em suas páginas. Eu, tão carola para essas rasuras, sempre achei que o livro era quase uma santidade que jamais poderia ser violada, escrita, dobrada. Pago com a língua depois de "A Trégua". Consegui segurar o impulso de sublinhar (ainda não evoluí espiritualmente para tanto), mas diversas folhas estão dobradinhas em suas beirolas.
A escrita de Benedetti é extremamente cativante. Já nas primeiras páginas você se sente um personagem na vida de Santomé, ainda que um expectador distante.
"A Trégua" é um livro sobre amor e morte e fala sobre ambas com a mesma emoção e profundidade.

Ainda não sei muito bem o que escrever sobre "A Trégua". É lindo e recomendo muitíssimo, mas me faltam mais palavras pra definir a belezura de livro que é. Leiam!!
Ladyce 21/01/2013minha estante
É mesmo um livro que marca. Eu também gostei muito dele.




rdrg 18/09/2021

Livro quase mata Gretchen
Confesso que estava pronto para dar 2 estrelas. Eis o motivo: protagonista extremamente não cativante, cinza, apagado, homofóbico, gordofóbico. Não acho que a história se passar no Uruguai em meados de 1950 seja uma boa defesa para a personagem. A aura geral é de rich girl problem afinal desde a primeira página até a última a questão da personagem protagonista é: O que farei eu com meu ócio?
Porém, a parte final me pegou desprevenido. Quase caí do sofá ao ler os acontecimentos e tenho que dizer: foi saboroso demais o final. Extremamente triste, mas recompensador.
Muito fácil me identificar com certos diálogos. Portanto, merece uma classificação melhor pelo que a leitura proporciona.
Ainda surpreso pela sacada genial do autor.
comentários(0)comente



Lusia.Nicolino 01/10/2021

Espie esse diário!
Eu li em 2016, no kindle e, ao receber a edição da TAG, decidi reler.
Eu gosto de Benedetti. Em A trégua, ele tira Martin Santomé da massa do “we are just ordinary people” e deixa que ele nos conte sua história em primeira pessoa. E sim, ele é homofóbico, machista, participa de bullying no escritório entre outras más qualidades. Lá nos idos de cinquenta, sessenta, ele faz tudo o que desprezamos. Como se hoje já não houvesse atitudes como essas – apenas encobertas pelo politicamente correto – e uma árdua luta por mudanças. Posto isso, o livro é incrível. De uma sensibilidade ímpar. Benedetti deixa Santomé correr seus riscos ao dar-lhe não só a voz em primeira pessoa, mas a chance de nos deixar ler seu diário. Intimista, a trégua como a busca de algo que refresque o cotidiano monótono de um viúvo, com três filhos a educar, e entre eles, uma menina! Que lida com angústia da pergunta: o que saiu errado com a criação desse meu filho gay? A trégua como escape, como busca de uma felicidade que pode vir em forma de Laura Avellaneda. Será que há trégua? É preciso deixar de ser medíocre (aqui no sentido de mediano, comum) para ser feliz?

Quote: "Se eu algum dia me suicidar, será num domingo. É o dia mais desalentador, o mais sem graça. Quem me dera ficar na cama até tarde, pelo menos até as nove ou as dez, mas às seis e meia acordo sozinho e já não consigo pregar o olho. Às vezes penso o que farei quando toda a minha vida for domingo."


site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lunicolinole
comentários(0)comente



day t 07/12/2021

Ai de mim que sou romântica!
Esse foi meu primeiro contato oficial~ com Benedetti. Já tinha lido alguns de seus poemas, mas nada de prosa. Então, comecei A trégua com uma expectativa alta e fiquei um pouco frustrada porque a história começa bem chatinha: o protagonista é um homem de 49 anos, viúvo, ranzinza, chato, meio amargurado. Mas aí, ele conhece uma moça que passa a trabalhar com ele, e então ele se apaixona. Aí a história começa a ficar legal! hahaha Ele muda, a vida dele fica toda colorida, e é um romance gostosinho demais de acompanhar. É uma leitura leve, dessas pra quando a gente não quer pensar muito, só ficar de boas, com um sorriso meio involuntário no rosto, sabe?
O livro é de 1960 e, talvez por isso, tem uns episódios de homofobia - que eu não entendi muito bem o porquê de estarem presentes (não acrescentam nem mudam nada na história).
É um livro bom, fofinho, a escrita é uma delícia.
comentários(0)comente



Maylana.Spricigo 30/12/2021

mesmo não simpatizando o tempo todo com o narrador, a gente se envolve e sofre com o golpe que o autor reservou para ele
comentários(0)comente



Sayd 19/09/2021

Bom, mas nada espetacular
Gostei do livro, nele há divagações bastante surpreendentes, principalmente para quem gosta de se deliciar com sentimentalismo profundo e vivaz.
comentários(0)comente



337 encontrados | exibindo 46 a 61
4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR