flaflozano 25/10/2019
A litlle taste
Algum tempo depois a projeção desaparece, e Kernos vai para o outro lado do quarto. Um ruído suave me conta que ele está tirando as roupas, e me viro silenciosamente na cama. Me julgue, mas ele tem músculos interessantes demais para eu não me virar.
Ele já está descalço e tirou o colete que me fez ter certeza que as roupas dele são para luta. De costas para mim, ele tira a blusa de mangas compridas. Os músculos das suas costas se movem quando ele joga a blusa em uma das cadeiras, e sorrio. Interessante sim. Muito interessante. Kernos se vira, me deixando ver um abdômen definido que
é de dar água na boca.
? Não precisa ter medo.
Só quando ele fala que cai a ficha de que ele se virou e eu ainda estou encarando a paisagem.
Levanto o olhar, percebendo que ele está tenso.
Mas por que ele estaria tenso? Se alguém aqui tem motivos para estar preocupado, esse alguém sou eu.
? Não estou com medo. ? respondo.
Desço meu olhar pelo seu corpo de novo, antes de tornar a virar para o outro lado. Queria que ele tivesse tirado a calça antes de se virar. Mas não sou cara de pau a ponto de continuar encarando depois que ele me viu fazendo isso.
Sinto o colchão afundar quando ele sobe na cama.
? Você não deveria me olhar assim. ? ele fala, puxando a coberta que está sobre mim lentamente, e sua voz está mais grave. ? Ou então vou acabar fazendo algo que você não quer. Não foi para isso que te trouxe aqui.
Minha respiração falha e já estou molhada só de
pensar no que ele quer dizer. Bom saber que encarar arranca esse tipo de reação dele. Certo, Gabi, o que vai fazer? Eu nem tento negar que estou interessada. Não vou mentir para mim mesma. E sexo casual nunca foi um problema.
Aliás, acho que seria uma boa forma de relaxar depois dessa loucura toda. Ainda paro para pensar, me lembrando de um pequeno detalhe: ele me comprou. Mas o que ele fez nessas horas já me fez ver isso com outros olhos. Além do mais, tenho certeza que minha teoria está certa.
? Quem disse que não quero?
Kernos se deita atrás de mim e coloca uma mão na minha barriga, colando seu corpo ao meu. Sinto sua ereção contra minha bunda e solto um gemido.
Aparentemente ele é todo grande.
? Pense antes de falar, humana. ? sua voz é quase um rosnado.
Pensar? Já pensei. Se é para ser bem honesta, estou pensando nisso faz algumas horas. Desde mais cedo, na sacada, quando ele pegou algumas folhas para mim e prestei atenção nele pela primeira vez.
Sem saber como responder, pego sua mão que está na minha barriga e a puxo para baixo. Sei o que vou fazer e isso me deixa ainda mais molhada.
Paro quando nossas mãos estão entre minhas pernas e aperto de leve. Contenho um gemido, sabendo que ele pode sentir a umidade mesmo através do tecido.
Ele se move tão depressa que não tenho tempo nem para entender o que está acontecendo. Em um instante estou deitada de lado, segurando sua mão, no outro estou de costas na cama e ele puxou a túnica até que ela estivesse na altura da minha cintura. Não estou usando nada por baixo.
Seu olhar quase me queima, de tão intenso que é. Sustento seu olhar, deixando que ele veja o que quero. Seus olhos descem pelo meu corpo, parando no tecido preso na altura da minha cintura. Ele coloca uma mão na minha barriga, um gesto firme, sem nenhuma hesitação, e com a outra mão passa um dedo entre meus lábios... E não os da boca. Sei
que estou molhada. Mais um pouco e vou estar ensopada, isso sim.
Kernos lança um olhar rápido para o meu rosto antes de passar o dedo por entre meus lábios de novo, dessa vez parando no lugar perfeito. Ele pode ser um alien, mas sabe exatamente onde fica o clitóris. Ele pressiona de leve, ao mesmo tempo em que move o dedo. Um gemido escapa, mas já parei de me preocupar com isso. Seguro os lençóis
quando ele começa a mover o dedo mais depressa, quase vibrando e sempre pressionando. Sua mão na minha barriga não deixa eu me mover. Ainda bem, porque meu corpo está arqueando com o seu toque.
Ele levanta a cabeça e seu olhar prende o meu, ainda com aquela intensidade que quase queima.
Os movimentos do seu dedo ficam mais rápidos, e parece que ele achou o ponto exato, mais que perfeito, porque nunca consegui sentir tanto assim.
O orgasmo chega quase que de surpresa, e só consigo ofegar enquanto me contorço na cama.
Nunca pensei que fosse achar um homem calado sexy. Essa é a primeira coisa que passa pela minha cabeça quando consigo pensar. Mas não tem como não achar Kernos sexy, não quando ele está me encarando com aquela intensidade que fala muito mais que qualquer palavra.
? Deveria ter pensando melhor antes de fazer isso. ? ele murmura, seu olhar ainda prendendo o meu enquanto lambe o dedo molhado com meu gozo.
Não sei se ele está falando que eu deveria ter pensado melhor, ou ele. E um instante depois não consigo pensar em mais nada, porque ele está ajoelhado entre minhas pernas e posso sentir sua respiração quente na minha vagina.
? Kernos... ? gemo.
Sua língua toma o lugar que seu dedo tinha ocupado, e ele torna a colocar uma mão na minha barriga, me segurando no lugar, enquanto seus ombros mantêm minhas pernas abertas. Puta merda. Eu acabei de gozar, mas posso sentir a
pressão crescendo de novo. Sempre achei que orgasmos múltiplos fossem uma lenda, mas acho que ele vai me provar que não.
Quase grito quando ele enfia dois dedos em mim. Nem me surpreendo quando ele acerta exatamente o ponto perfeito... De novo. Seguro sua cabeça no lugar, sentindo o orgasmo se aproximando. Ele chupa meu clitóris com força, e isso é o suficiente para me fazer explodir de novo.
Acho que gritei. Mas não importa, estou satisfeita demais. Dois orgasmos em menos de dez minutos. Puta que pariu. Eu jurava que isso era impossível. Abro os olhos, ofegante, ao mesmo tempo em que Kernos levanta a cabeça. Seu olhar encontra o meu, enquanto minhas mãos caem da
sua cabeça para os seus ombros. Lentamente, ele tira os dedos que ainda estão dentro de mim, e gemo mais uma vez.
Kernos fecha os olhos por um instante. Não sei o que dizer, nem faço ideia do que esperar. Fico em silêncio, ainda ofegante. Ele abre os olhos e coloca as mãos uma de cada lado da minha cabeça. Seu corpo está sobre o meu, mas ele toma cuidado para não me tocar. Como se isso fizesse alguma diferença depois de ele ter me feito gozar duas
vezes.
? Isso... ? ele para, seu olhar indo dos meus olhos para minha boca e então de volta para meus olhos. Sorrio, sem nem tentar esconder minha satisfação de ver que euzinha posso fazer um alien delícia ter esse tipo de reação. ? Isso não é o que eu tinha planejado.
? Adoro mudanças de planos.
? Você é uma mudança de planos. ? ele murmura, abaixando a cabeça até quase encostar no meu rosto.
Sustento seu olhar, sem entender o que estou vendo ali. Ele é alien. Por mais que aja de forma humana, ele não é humano. Encarando seus olhos amarelos e sua pele vermelha e negra, eu não devia precisar me forçar a lembrar disso. Mas, no fim das contas, isso não me importa nem um pouco.
E eu não sei o que ele quer fazer. Kernos continua imóvel, só me encarando. Mas me lembro da intensidade no seu olhar quando me levou ao orgasmo. E não estou satisfeita com dedos e boca.
Sem parar para pensar demais no que estou fazendo, enfio uma mão no seu cabelo e seguro sua nuca, ao mesmo tempo em que levanto a cabeça e acabo com aquele resto de distância entre sua boca e a minha. Ele beija do mesmo jeito que me masturbou: com uma intensidade que nunca vi
antes. E isso nem me surpreende mais. Deixo que ele assuma o controle. Depois do que ele já fez, por mim ele pode ter o controle o tanto que quiser.
Estou mais que ofegante quando ele se afasta de novo. Estou excitada, ensopada, e pensando seriamente que deveria ter sido abduzida antes.
Tento puxá-lo de novo, mas Kernos tira minha mão da sua nuca e a coloca na cama. Não falo nada, esperando. Aquele beijo já disse tudo o que eu precisava saber sobre o que ele quer fazer.
Ele fecha os olhos e respira fundo, antes de tornar a me encarar. Posso ver que ele está tentando se controlar, mas não entendo o motivo. Nós dois queremos a mesma coisa. Qual é o problema?
? Você não conhece nada do mundo. ? ele murmura.
? E?
Kernos sorri, e quase que minha respiração falha. Não tem como ter outra reação, não com aquela expressão safada no rosto dele. E safada é a única palavra que tenho para isso. Algo me diz que aqueles dois orgasmos foram só o começo.
? Sua escolha, humana. ? ele fala, e tenho certeza de que está me chamando de ?humana? como uma forma de me lembrar de por que estou ali. ? Prefiro não ter você falando que te forcei quando se arrepender.
Isso teria feito eu parar tudo se não tivesse passado essas horas todas tentando achar alguma forma de essa situação fazer sentido. Agora, a única coisa que consigo pensar é que, por algum motivo, ele quer me afastar.
Mas eu não quero.
? Prefiro parar de conversar. E não tenho nenhum motivo para me arrepender de transar com o alien gostoso que nem queria comprar ninguém.
Seus olhos se arregalam quando termino de falar, mas ele não concorda nem nega o que falei. E não importa. Depois penso nisso. Agora não quero me preocupar com nada, não quero nem pensar.
Quando dou por mim, a túnica que estava usando já está rasgada e Kernos joga um pedaço dela no chão. A outra parte está debaixo de mim, e pelo visto vai continuar ali. Um arrepio me atravessa, e não é de medo. Ele se levanta e se livra da sua calça, antes de se virar para mim. Desço o
olhar pelo seu corpo e paro na sua ereção. Ele definitivamente é todo proporcional. Delícia.
Levanto a cabeça e percebo que ele está me encarando e que aquela intensidade está de volta.
Sustento seu olhar, antes de começar a brincar com meus seios.
? Vai ficar só olhando? ? pergunto.
No instante seguinte ele está ajoelhado entre minhas pernas de novo. Ele me encara por mais um instante, e então coloca meus tornozelos nos seus ombros. Puta merda. Essa posição, com o tamanho e a grossura do pau dele... Gemo só de pensar.
Ele entra em mim lentamente, e meu olhar está fixo no ponto onde nossos corpos se unem. Isso é uma das coisas mais eróticas que já vi, sem nem mencionar a sensação de estar sendo preenchida completamente. Kernos levanta minha bunda com uma mão, me segurando na altura perfeita para o que ele quer fazer. Tenho a impressão de que sei o que ele tem em mente e agarro os lençóis mais uma
vez.
Estou ofegando quando ele para. Posso sentir seu pau dentro de mim, grande e grosso, me preenchendo de um jeito que chega quase a doer, mas é uma quase-dor que me faz querer mais.
Levanto a cabeça e nossos olhares se encontram.
Com os olhos fixos nos meus, Kernos começa a se mover, ainda lentamente. Não, qualquer coisa menos lento. Isso é tortura. Tento me mover, mas ele para.
? Isso vai ser do meu jeito. ? sua fala é gelada, quase impessoal.
Normalmente eu ficaria puta com algum cara falando isso para mim. Mas o jeito dele já me deu dois orgasmos. Certo. Posso encarar a tortura.
Desta vez. Só espero que ele não pense que vai ser a única pessoa nesse quarto decidindo como o sexo vai ser. Estico os braços acima da minha cabeça, me segurando na cabeceira da cama.
Kernos continua a se mover, no mesmo ritmo lento, entrando e saindo. Não estou gemendo, mas minha respiração está trêmula e todo o meu corpo está tenso e quente. Nunca me senti assim antes, não sei quanto tempo vou aguentar. Estava certa, isso é tortura.
E ele está tremendo, como se estivesse custando a manter esse ritmo. Mas eu não vou insistir para ser mais rápido. É tortura, sim. Mas é uma tortura que aceito de boa vontade, mesmo que meu corpo esteja no limite.
Ele coloca um dedo no meu clitóris. Gemo e levanto a cabeça em tempo de ver seu sorriso, antes de ele começar a mexer o dedo no mesmo ritmo que está me penetrando. Não achava que tinha como meu corpo chegar mais no limite, mas estava errada. Estou gemendo alto, mas não me importo, só quero que ele não pare.
Kernos solta minha bunda e me penetra com força. Grito enquanto o orgasmo explode através do meu corpo, e minha visão escurece por um instante.
Mas ele não para. Seu corpo cai sobre o meu e passo minhas pernas pela sua cintura, enquanto ele continua naquele ritmo rápido e forte... Quase como um frenesi. Não consigo pensar, não consigo fazer nada a não ser acompanhá-lo, e espero que o quarto seja a prova de som.
Mal consigo acreditar nisso, mas sinto a pressão crescendo de novo, e gozo mais uma vez. Kernos continua, e sinto quando ele fica ainda mais tenso e pressiona ainda mais contra mim, antes de relaxar.
Ele está tão ofegante quanto eu, e por algum motivo isso me surpreende. Sei lá, ele manteve a postura de ?perfeitamente controlado? o tempo todo até agora.
? Nem mesmo eu consigo manter o controle o tempo todo. ? ele murmura.
Tenho que parar para descobrir como ele faz isso. Mas depois, agora não quero pensar. Kernos ainda está sobre mim, sustentando parte do seu peso nos braços apoiados de cada lado da minha cabeça. Tiro minhas mãos da cabeceira da cama, sem ter certeza do que posso fazer. Mas sei o que
quero fazer. Hesitante, coloco as mãos nas suas costas, como se fosse segurá-lo naquela posição.
Ele abaixa a cabeça, de olhos fechados, até que nossas testas se tocam e nossas respirações se misturam.
Não sei quanto tempo ficamos nessa posição, mas meu coração está voltando ao ritmo normal e minha respiração também. Solto minhas pernas, que nem percebi que ainda estavam ao redor da cintura dele, e o movimento faz com que ele saia de dentro de mim.
Kernos abre os olhos e por um instante não sei o que vejo no seu olhar. Mas o que quer que seja desaparece antes que eu consiga entender. Ele levanta a cabeça, e sua expressão também não está me dizendo nada.
? Acho que consigo entender por que humanas são tão procuradas.