Homens imprudentemente poéticos

Homens imprudentemente poéticos Valter Hugo Mãe
Valter Hugo Mãe




Resenhas - Homens imprudentemente poéticos


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Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Homens imprudentemente poéticos, Valter Hugo Mãe - Nota: 10/10
Mais uma obra prima de um dos meus autores contemporâneos j (se não, o favorito de todos). Em "Homens imprudentemente poéticos", o autor constrói sua narrativa a partir de um cenário do Japão antigo, campesino e artesão.A narrativa gira em orno de dois homens extremamente simples, Itaro e Saburo, um artesão e um oleiro. Enquanto Itaro não acredita e não se deixa enganar pelo amor, vivendo apenas de seu ofício de artesão, Saburo se recusa a deixar de amar a sua falecida esposa. O enredo pode aparentar ser simples, mas é extremamente profundo e desperta reflexões no leitor.

A morte também rodeia a história. O vilarejo em que vivem Itaro e Saburo fica ao pé da Floresta dos Suicidas, local em que as pessoas buscam um refúgio para acabar com o próprio sofrimento.

O que torna "Homens imprudentemente poéticos" uma obra ainda mais sensacional é a forma que Valter Hugo Mãe escreve. É realmente IMPRESSIONANTE.... Cada palavra é pensada e traz consigo um forte tom poético!

Mas se você nunca leu nada do autor, não recomendaria começar por esse título. Isso porque a história é mais parada e muito reflexiva, o que pode deixar o leitor que não está acostumado com o estilo de Valter Hugo Mãe um pouco cansado, com dificuldades de avançar na leitura. Para começar, sugiro "O filho de mil homens" ou "A máquina de fazer espanhóis". Apesar de nessas duas obras a escrita ser diferente, já que o autor não utiliza letras maiúsculas, nem interrogações ou travessão, você se acostuma depois das primeiras páginas e o enredo flui bem mais!
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"A menina, habitante sobretudo dos sonhos, disse: havíamos de ter um jardim seco. Um de pedras que fizesse o ondulado do mar. Tão bem alinhado que fosse um desenho perfeito por onde poderíamos percorrer os dedos. A criada perguntou: seco. A cega respondeu: teríamos sempre lágrimas para o molhar. E sorriu."

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Andre.28 13/12/2020

A fascinante narrativa poética de Valter Hugo Mãe
Prosa e poesia são gêneros que podem se complementar. A literatura carrega esse poder; uma mistura de belezas. Não apenas falando sobre como a literatura pode ter tons de poesia e beleza, as a representação simbólico como modo em que nós atribuímos valor, como traduzimos as coisas ao nosso gosto e conectamos a uma realidade palpável e acessível. O caráter poético em uma narrativa em prosa nos oferece a oportunidade de compartilhar uma experiência própria à universo coletivo. Em “Homens Imprudentemente Poéticos”, o autor português Valter Hugo Mãe traz o seu tom característico; o simbólico do caráter poético em uma narrativa que aborda sentimentos humanos de forma bem expansiva.

Publicado em 2017, este livro aborda a história de dois personagens inseridos na cultura milenar japonesa, especificamente em Kyoto. O artesão Itaro pinta e fabrica leques num Japão rural, e do outro lado temos a história do seu inimigo, o oleiro viúvo Saburo que vive ao pé da montanha dos suicidas. Quando Itaro muda o destino de Matsuo, a sua irmã cega, as coisas passam a se mover num ritmo estranho. As brigas entre os dois se atenuam em uma narrativa extrai as dores e desentendimentos de vidas humanas imersas numa cultura tradicional. Vida e morte passeia a narrativa de vidas comuns.

Para quem não está acostumado com o ritmo narrativo lento e simbólico do Valter Hugo Mãe, talvez esse livro não seja uma boa leitura. Mas, para quem já sabe e está acostumado com esse escritor fenomenal, este livro preenche todas as expectativas de leitura. A poesia e a escolha milimétrica das palavras dá a narrativa uma intensidade simbólica exata. O uso da língua portuguesa como valor alegórico dos sentimentos humanos é de uma sagacidade impar. Particularmente adorei a história da Matsuo, a personalidade da Senhora Kame e também a alegoria do poço. Para quem adora uma análise psicológica e simbólica de caracteres humanos esse livro é um prato cheio. Valter Hugo Mãe conduz com maestria mais uma história fascinante.
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Danilo Parente 30/04/2022

"sou um homem que vê pela boca"
Com uma escrita poética e deslumbrante, Valter Hugo Mãe nos conduz a uma pequena vila de um Japão do passado. Com o peso das suas palavras, vamos adentrando no universo dos personagens como o artesão Itaro, o oleiro Saburo e a menina cega Matsu.

Nesse livro, as palavras são essenciais, visto que Hugo Mãe as escolhe de maneira estratégica para formar uma conexão entre elas e, dessa forma, dar contorno à história, resultando no que conhecemos por obra-prima. É por meio das palavras que autor entrelaça a vida, a natureza e a morte, nos deixando transcender e nos ensinando a enxergar pela boca.

Porém, nem sempre a palavra é utilizada em seu belo sentido, pois há pessoas que se aproveitam do escuro da cova, quando são pensadoras invisíveis, e as atiram como se fossem pedras. Supondo-se protegidas, verbalizam o que nunca diriam quando expostas à luz. Por outro lado, a cega Matsu sabe da beleza das palavras, já que essa é a forma dela explicar o mundo. Ela utiliza das palavras como se plantasse flores que germinassem nos corações das pessoas.

A obra de Hugo Mãe ensina a enfrentar o medo tornando-se amigo dele, a superar o luto, a ser grato pela vida, a suavizar diante da natureza, a dormir com esperança, a não nos esquecer que somos um lugar de muita coisa quando estivermos enxergando só escuro e vazio, a dar um abraço com convicção e a encontrar a felicidade na atenção de um detalhe. Esse é um livro imprudentemente poético e de uma beleza inigualável.
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Beto 13/09/2021

Brilhante! Definitivamente Valter Hugo Mãe é um dos maiores autores da atualidade. Sua escrita incrivelmente poética é absurdamente encantadora, e como sempre esgota os meus estoques de marcadores. Embora muito bom, considero ainda ?O filho de mil homens? melhor. Contudo, lerei tudo que esse homem escreveu e que ainda escreverá ?!!
Recomendo a leitura!

? o que se opõe ao amor se afeiçoa à morte?
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Renata 01/12/2021

Achei bem incomum um autor português escrevendo uma história com base na cultura japonesa, e confesso que me impressionou! Eu, como descendente de japoneses, sempre desconfio de um ocidental querendo falar muito da cultura oriental e vice-versa. Eles acabam caindo muito no modismo, na imagem que se tem da cultura, que muitas vezes é superficial e errônea.

Nesse livro, o cenário, a época, os assuntos abordados e até o estilo da escrita combinaram perfeitamente, aprofundando-se nessa cultura tão rica e diferente da nossa!

Talvez eu não seja poética o suficiente para entender todas as metáforas, mas tirei dessa leitura muitas reflexões interessantes, valeu a pena!

?? o que se opõe ao amor se afeiçoa à morte.?
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Gi Santos 17/09/2023

Uma escrita poética.
Bem, o que falar dessa leitura que pra mim foi sacrificante lendo e a tdo momento consultando o dicionário. A história é legal, mas a escrita não é das minhas favoritas. Quem gosta de uma escrita poética vai amar a leitura, mas quem gosta de uma leitura mais fluida não vai curtir. Mesmo com a história legal me senti conversando com alguém que falava outra língua entendo pouca coisa da história. Isso é culpa do autor? Não!
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Laura.Bianchini 13/12/2020

Não bateu com o meu ''timing''
Eu sou completamente apaixonada pelo ''filho de mil homens'', e essa foi a minha segunda experiência com o autor. Eu fico impressionada como cada palavra é milimetricamente calculada para encaixar dentro da frase, é um estilo de escrita único e muito bonito.
Acredito que não li no momento certo da minha vida, não estava muito no clima para uma leitura tão metafórica e reflexiva assim, então não conseguir absorver muito da história. A temática é bem complexa também: a morte e a efemeridade da vida.
Sem dúvida é um livro que exige várias releituras para absorver as mensagens e indagações que ele propõe.
Lobo 05/05/2021minha estante
acabei de ler e acho que me identifiquei mt com a tua resenha, nao senti todo aquele peso ou frase, umas sim mas a maioria nao.


Laura.Bianchini 05/05/2021minha estante
Aii que bom que alguém se identificou kkkkkk mas que pena que o livro não foi incrível para vc..




Kleyanne 10/02/2023

Sem palavras para expressar mais uma obra sensacional de Valter Hugo Mãe. A maneira poética que esse autor português escreve é maravilhosa.
Homens imprudentemente poéticos se passa em um vilarejo do Japão que nos leva tbm a conhecer outras culturas.
Neste livro fiquei encantada pela menina Matsu!
Quote: ?A felicidade podia acontecer num ínfimo instante, ainda que a fome se mantivesse e até a sentença para sofrer. O sofrimento nunca impediria alguém de ser feliz.?
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BlueandCherry8 29/07/2023

Poesia num Japão triste e belo.
Mãe traz nesse livro visões sobre suicidio, morte, pobreza sob o olhar da cultura japonesa entranhado com sua forma de escrever tão poética e bonita. Mais um livro belamente escrito.
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gimellomiranda 29/07/2021

O livro traz a história, as amarguras e as experiências que Itaro, o personagem principal, enfrenta na busca da compreensão de si. É um livro com cenários diferentes e parábolas que tocam muito? Valter Hugo Mãe é brilhante.
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Tah_baddauy 20/08/2020

Embora seja um livro curto, não é uma leitura rápida devido as reflexões que gera, como o ódio infundado, amor, luto, medos, etc... mais um livro do Valter Hugo Mãe que termino querendo abraçar cada palavra.
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Ricardo.Silvestre 24/02/2024

Dois inimigos sem motivos?
?(?) do fundo de um cesto tombado, saiu o leque que pintara havia tanto, guardando a imagem das violetas desfeitas. Dissera que era um bocado de sol que aprendera a nadar. Considerou que errara por pintar para si uma ideia morta de Matsu. Tomou o leque e a criada se chegou e lembrou também. A criada declarou: mais me parece o resultado do mundo se as nuvens houvessem de cair para o esmagar.?

Já havia tentado ler este livro no passado, numa altura em que muito ouvi falar acerca da sensibilidade poética inerente à escrita de Valter Hugo Mãe (motivo que me fez comprar logo dois livros do autor) e sobre a grandeza da sua obra. Porém, a trama não me cativou na altura e voltou a não me cativar agora.

O que mais me desagradou foi o facto de achar que o estilo poético aqui usado acabou por se sobrepor à obra, em vez de complementá-la. A meu ver, o floreado utilizado tornou a linguagem pouco natural e até um pouco cansativa, como se a trama continuasse em frente mas sem um rumo concreto.
Também achei que ficaram pontas soltas e por responder ao longo da história: o que aconteceu aos pais do artesão e que animal matou a mulher do oleiro e como conseguiu ele entrar dentro da casa deste?

Por outro lado, gostei bastante da parte dedicada ao artesão quando este é colocado dentro do poço, em total escuridão e onde deverá permanecer durante sete sóis e sete luas. Uma autêntica prova de superação.
Gostei também de aprender mais sobre a Floresta dos Suicídios, local de meditação e morte no sopé do Monte Fuji, no Japão, onde há muitas décadas se refugiam aqueles que ponderam cometer suicídio (o Japão continua a ser um dos países do mundo com a taxa de suicídio mais alta).

Existem autores com os quais não conseguimos criar afinidade e no meu caso, e com muita pena minha, Valter Hugo Mãe é um deles.
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Maria Cristina 29/08/2022

Habitantes sobretudo dos sonhos
?Ainda que fizesse silêncio, a jovem entendia que as palavras lhe colocavam o mundo à mercê?

Esse livro me surpreendeu. Eu já havia lido outros do autor que eu havia gostado mas que não haviam me prendido. Há muito tempo ele estava na minha meta de leitura- o título sempre me atraiu- e eu não sei porque demorei tanto para lê-lo. A escrita é incrível e a história é fascinante. O autor transforma tudo, cada fala, cada pensamento em uma poesia inteligente e perspicaz. A linguagem é simples, o livro é curto e fácil de ser lido.

É fácil acreditar no autor quando ele diz que esse foi o seu melhor livro.
raíssa. 29/08/2022minha estante
Nossa me emocionei muito com esse ??




Mari Doroteu 18/09/2021

Acho que de todos os livros do VHM que já li esse foi o que menos gostei até agora.

Achei o livro muito monótono, não me conectei com os personagens, e não me sentia animada pra terminar logo.

No final, fiquei com a sensação de que faltou alguma coisa na história. Algumas partes ficaram meio desconexas e confusas.

Enfim, não recomendo esse livro como primeiro contato com as obras do autor. Pra quem deseja começar a ler livros do Valter Hugo Mãe, uma ordem que considero muito boa é: O filho de mil homens, O paraíso são os outros, A máquina de fazer espanhóis, e A desumanização.
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yas 07/10/2021

Valter Hugo Mãe tem a notável habilidade de tornar a língua portuguesa mais linda e mais poética do que ela já é e, por esse fato, lê-lo é sempre um prazer.
A história é recheada de metáforas e passagens muito bonitas, bem como, muito dolorosas.
Achei muito interessante ser uma narrativa voltada aos costumes orientais com um quê de poesia.
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