@somaisumparagrafo 18/01/2024
@somaisumparagrafo
?Não quero parecer ingrata, estou contente por estar viva, por ter uma vida? mas me pergunto: quem eu seria se não tivesse sido interrompida de forma tão rude? ?
Década de 1970, um assassino em série vem aterrorizando os moradores de um condado inglês, enquanto a polícia falha em sua captura. E em meio a esse temível cenário, conhecemos a jornada de Una, uma jovem de apenas 12 anos que vivencia diversos atos violentos que vão lhe causar dores e traumas, deixando marcas profundas em seu corpo, sua mente e sua alma.
- Dilacerante, reflexivo, doloroso e enriquecedor.
Por meio de uma arte melancólica e sombria, permeada de preto e branco que dita o tom lúgubre da história, somos inseridos no contexto perturbador de Una. A cada virar de páginas somos absorvidos pela confusão de sentimentos e pelos pensamentos ambíguos da personagem onde tudo nessa história grita por socorro, vulnerabilidade, frustração e desespero.
O que você encontra:
- Violência contra a mulher;
- Estupro de vulnerável;
- Culpabilidade da vítima;
- Sistema falho de justiça;
- Depressão, crises de ansiedade e pânico.
O livro todo é um soco no estômago. Mesmo que o cenário seja a década de 70, a trama é atemporal, pois, infelizmente, se encaixa em nosso contexto, visto que apresenta a dura realidade feminina em um mundo misógino, machista e patriarcal. Uma história que deveria ser lida por todos; para chocar e lutarmos por mudanças e progressos.