spoiler visualizarAna Beleza 02/09/2013
A Game of Thrones
A Game of Thrones - George R. R. Martin, A Song of Ice and Fire
Decidi reler os livros de A Song of Ice and Fire. Na verdade, decidi relê-los já há algum tempo. Comecei a reler o primeiro, A Game of Thrones, no ano passado, e fui lendo enquanto lia outros livros. Acabei de terminar e aí decidi que deveria escrever minha opinião sobre todos eles na medida em que eu fosse terminando. Pra ser sincera, eu deveria mesmo era escrever minha opinião sobre todos os livros que eu leio simplesmente como um exercício de interpretação e de escrita, vamos ver se é uma coisa que eu consiga fazer daqui pra frente, mesmo que isso signifique reler todos os livros que eu li um dia. Como se eu fosse achar isso muito trabalhoso…
De qualquer forma, da primeira vez que li A Game of Thrones, eu estava assistindo à primeira temporada do seriado da HBO baseado na série, Game of Thrones. Algumas escolhas deles foram excelentes, como os atores que fazem o Tyrion, o Ned, o Jon, a Sansa, o Joffrey, o Bronn… Outras não foram tão boas assim, mas meu propósito não é falar o quando eu não gostei do seriado, mas simplesmente falar do primeiro livro.
O livro, como todos os outros quatro da série, começa com um prólogo que passa a impressão de não ter muito haver com os personagens do livro, até porque não tem mesmo. Nesse livro, o prólogo se passa com três dos homens da Night’s Watch procurando wildlings além da Muralha. E é aí a primeira vez que encontramos os Others, ou wights, com seus olhos absurdamente azuis e mãos pretas e espadas de gelo, mesmo que ainda não façamos ideia do que eles sejam ou de qual seja a importância deles na história. Aliás, mesmo sem saber de nada disso já dá pra sacar que eles não são legais. Depois temos um capítulo com o ponto de vista do Bran, que é um dos personagens que mais sofre nesse livro. Aliás, todos os o Stark só fazem sofrer nesse livro. O que é isso, uma compensação cármica por terem deixado os wildlings para lá da Muralha? E por que só agora, aliás? Os Stark são os Senhores do Norte há muitas e muitas gerações e sempre pareceram viver lá de boa independentemente do que acontecia depois do Neck. E agora os deuses do Norte resolveram se vingar deles? Ou será que os Sete realmente acabaram com os deuses antigos e estão se vingando daqueles que continuarão cultuando-os? Ou simplesmente será que o Martin simplesmente gosta de fazer os Stark sofrer?
De qualquer forma, já estou divagando. O que acontece nesse capítulo é a execução do único patrulheiro da Night’s Watch que conseguiu fugir das criaturas geladas da noite. Aí a gente descobre que os homens da Night’s Watch fazem uma porrada de juramentos e quando eles não os cumprem eles são sumariamente executados. Descobrimos também que ninguém está levando muito a sério o que o patrulheiro lá está falando, já que os Others não são vistos há muitas centenas (ou milhares?) de anos e todo mundo acha que eles são lenda, assim como os gigantes, os grumkins, os mamutes e as crianças da floresta. E assim que acontece a dita execução nos deparamos com mais coisas que só estavam presentes nas lendas há muito tempo, direwolves. Agora me surpreende que ninguém parou para pensar duas vezes depois disso aí. Me surpreende mais ainda pelo fato de serem Starks e terem o lema de que o inverno está chegando. Na boa, colegas? Vocês são os únicos que sobraram dos First Men e dizem por aí que vocês se lembram de coisas que o resto do reino nunca viu ou já esqueceu faz tempo. E aí tem um cara da Night’s Watch que estava além da Muralha e fala que os wights voltaram e vocês não acreditam nele. Okay. Mas aí vocês encontram uma direwolf morta com cinco filhotinhos de direwolf ali perto dela e um filhotinho que não está junto com os outros. E isso é EXATAMENTE a nova geração dos Stark, os cinco filhos legítimos do Ned e o bastardo, e ninguém acha isso estranho? Ninguém começa a achar que talvez o louco que foi executado não estivesse tão louco assim? O que é isso? O sangue do sul se misturou tanto assim que as pessoas do norte pararam de acreditar no que está além?
Mas tudo bem. Decide-se que a nova geração dos Stark mais o Jon ficarão com os lobinhos e vão cuidar deles. E é claro que a direwolf mãe foi morta por um cervo, o que a gente não sabe o que tem haver porque a gente ainda não aprendeu sobre os símbolos das famílias e a importância que é dada a profecias nesse livro. E aí eles voltam para casa e conhecemos o resto da família. Aliás, é uma das coisas que eu logo notei no seriado. Por mais que eu ame o ator que faz o Bran na série, ele nunca vai ser o Bran na minha cabeça. É uma coisa que está sempre muito clara quando se fala dos Stark filhos. A Catelyn fala isso o tempo todo. A Sansa fala isso o tempo todo. A Arya, o Ned, o Bran, o Jon. Todos os Stark que têm ponto de vista nesse livro mencionam isso pelo menos uma vez. E é o fato de que todos os Stark filhos com exceção da Arya puxaram o lado Tully, pelo menos no que se refere à aparência. Todos são ruivos dos olhos azuis como a mãe. Os únicos que têm a aparência dos First Men naquela família são o Ned, a Arya e o Jon. O que, obviamente, deixa a Catelyn fula da vida. Eu sinceramente acho que ela não se importaria tanto assim com um bastardo no Ned se ele não fosse tão descaradamente parecido com o pai quando todos os outros três filhos legítimos não têm nada de Stark no físico deles. Acho que ela se sente ameaçada porque o Jon parece tão mais filho do Ned do que o próprio Robb. E porque ela certamente não entende completamente o Ned, ou a Arya ou o Jon e todos eles parecem se entender. De qualquer forma, ela odeia o Jon. E o Jon se sente mal por isso. E aí, quando eles voltam para casa depois de achar os filhotinhos, a Catelyn vai lá falar pro Ned que chegou um corvo com a mensagem de que o marido da sua irmã e mentor do Ned morreu. E nós somos apresentados a mais um bocado de tradições de Westeros e de personagens que são importantes, mas você sente que não vai lembrar-se deles depois.
Aliás, acho até que é melhor eu, em vez de ficar falando sobre a história, falar simplesmente sobre os personagens para que eu possa voltar aqui depois e ver a diferença deles de um livro para o outro. Então, vamos lá.
Primeiro, comecemos pelos Targaryen, porque eles são menos.
Daenerys Stormborn Targaryen: É a mais importante dos Targaryen simplesmente porque é a única que ficou viva. Foi usada como moeda de troca pelo seu irmão megalomaníaco e casou com o Khal Drogo em troca de um exército. Sendo uma criança, inocentemente achou que podia mudar o modo de vida dos Dothraki e queria salvar as mulheres de uma tribo que os Dothraki desprezavam de serem estupradas. Pagou com a vida do marido e do filho. Depois disso aprendeu que misericórdia não é lá uma característica muito apreciada em uma khaleesi ou em uma rainha. Quando finalmente chegou a essa conclusão, teve seus verdadeiros filhos, os dragões.
Viserys Targaryen: Chato, chato, chato. Que bom que morreu logo no primeiro livro. Que bom que não vamos ter que aturá-lo pelo resto da série. Era um pouco mais velho na época da rebelião do Robert então se lembra pelo menos um pouco como as coisas eram enquanto viveu na Red Keep. Achava que tinha direito de exigi-la de volta e queria fazê-lo imediatamente. Achava que era o último dragão, mas estava enganado. Era um megalomaníaco que desejava demais, mas não sabia correr atrás do que queria. Morreu por desrespeitar a irmã, que ele vendeu, e o seu marido, que era o “imperador” do povo pelo qual ele agora estava cercado. Foi tarde.
Rhaegar Targaryen: Irmão mais velho de Daenerys e Viserys, morreu 14 anos antes dos acontecimentos de A Game of Thrones. Era amado por todos. Considerado o último verdadeiro dragão. Morreu lutando contra o Robert por ter raptado a sua prometida e a mantido em uma torre. Era casado com a princesa de Dorne e teve dois filhos com ela, que morreram quando os Lannister tomaram a Red Keep.
Aerys Targaryen: O rei louco. Pai de Rhaegar, Daenerys e Viserys. Dizem que a loucura acontecia de vez em quando na família Targaryen, também, pudera. Queriam manter o sangue do dragão puro, sendo assim, casavam-se com suas irmãs. De qualquer forma, foi um rei que enlouqueceu, matou Brandon e Rickard Stark quando eles foram tirar satisfação a respeito de Lyanna que tinha sido seqüestrada pelo príncipe Rhaegar. Foi assassinado por um dos cavaleiros da sua Kingsguard que eram jurados a protegê-lo.
Não falarei dos outros Targaryen. Afinal, no fim de todos os livros tem um apêndice que dá informações sobre as famílias, onde eles vivem, seus lemas e tudo o mais. Aqui estou simplesmente falando as minhas impressões sobre os personagens que foram importantes no livro.
Starks agora.
Benjen Stark: Irmão mais velho de Eddard Stark, que não se tornou Senhor de Winterfell por ter tomado o preto e ser um dos patrulheiros da Night’s Watch. Como o irmão, tinha os traços dos Stark. Todos os filhos de Eddard gostavam do tio, mas Jon era especialmente ligado a ele, talvez por se sentir mais à vontade com alguém que também era considerado um estranho àquela família. Foi ele quem levou Jon para a Night’s Watch, saindo pouco tempo depois para além da Muralha para fazer uma patrulha. Nunca mais foi visto desde então.
Eddard Stark: Senhor de Winterfell, o que já é muito estranho. Era o filho mais novo de seu pai, Lord Rickard Stark, mas sobreviveu mais que os dois que foram mortos pelo Mad King Aerys. Casou-se com Catelyn Tully, que era a noiva prometida a seu irmão mais velho. Logo após seu casamento, foi com Robert vingar-se dos Targaryen. Voltou do sul para Winterfell com um bastardo. É um homem verdadeiramente honrado, sempre foi. Fez uma promessa a sua irmã Lyanna antes que ela morresse e continua a cumprindo e mantendo segredo mesmo 14 anos depois e mesmo que o consuma manter esse segredo. É um Senhor bondoso e justo, um marido bom e um pai amoroso. Sempre faz o possível para que seus filhos cresçam justos e honrados como ele. Por ser tão honrado, foi para King’s Landing quando o Rei Robert o ordenou, mesmo sabendo que lá nunca tenha sido o seu lugar, e não tem paciência com os jogos de poder que lá acontecem. Morreu por sua honra excessiva e a vontade de fazer o que achava certo.
Essa honra que é tão latente nos Stark, na verdade, me parece ser o motivo pelo qual tantos deles acabam morrendo. É a característica mais importante neles, entretanto, e está presente em todos da nova geração mesmo que em quantidades diferentes e em relação a coisas diferentes.
Catelyn Stark: Chata, burra e inconsequente. Sem personalidade como a maior parte dos Tully. E é verdadeiramente uma Tully. Nunca se adaptou ao norte, ainda acha que os nortenhos têm modos bárbaros e continua acreditando nos novos deuses. Sem dúvida considera sua família a coisa mais importante, tanto que quando acredita que Tyrion Lannister foi o responsável pelo acidente de seu filho e pelo atentado ao mesmo filho, deixa tudo para trás e, inconsequentemente (tão diferente de um Stark, por exemplo), sequestra o anão e dá início a uma série de eventos que acaba culminando na morte do seu tão amado marido. Na minha opinião, tem os pontos de vista mais enfadonhos do primeiro livro, apesar de nem de longe ser a pior personagem. Ah, sua característica de se importar com a família primeiro também fica muito evidente no ódio que sente pelo bastardo do seu marido. Ela não o considera família e se incomoda absurdamente que seu marido o considere, ainda mais que ele seja tão obviamente parecido com o garoto.
Robb Stark: Ah, Robb. O Robb provavelmente é o sonho de qualquer garota nortenha. Com 14 anos no início do livro, ele é um garoto alto, musculoso, com cabelos ruivos e olhos azuis. Quando seu pai vai para King’s Landing, ele vira o Senhor de Winterfell, sendo o responsável por tudo o que lá ocorre, principalmente depois que sua mãe também sai de Winterfell. Quando seu pai é preso como um traidor, ele convoca os cavaleiros que são vassalos de seu pai e começa uma guerra contra os Lannister. Depois que seu pai morre nos degraus de Baelor’s Sept, como um traidor, ele é aclamado Rei do Norte. Aparentemente os nortenhos cansaram de seguir as ordens do sul, menos ainda de um menino insuportável como é o Rei Joffrey. Apesar de ser o filho mais velho de Ned, ele não tem tanta importância assim nesse primeiro livro. Só o fato de que tornou-se um guerreiro exemplar e um Senhor que orgulharia seu pai, apesar de ainda ser um adolescente.
Jon Snow: Jon. Um dos meus personagens preferidos dessa série de livros. Sério. Pobre Jon. Foi criado durante todos os seus 14 anos de vida como um bastardo. Claramente via como era parecido com seu pai, mesmo assim era tratado tão diferentemente. Não estranho ele ter se aproximado tanto de seu tio Benjen que também era visto como um estranho por fazer parte, por livre escolha, da Night’s Watch. E se aproximado da Arya, obviamente, que sempre foi fisicamente parecida com ele e impetuosa e extremamente diferente de sua irmã. De qualquer forma, quando Ned foi para o sul com suas duas filhas, Jon foi para a Muralha com seu tio. O pobrezinho foi com a ideia de que os irmãos que ele agora teria seriam todos honrados e cavaleiros. Percebeu seu engano quando Tyrion o apontou. Como sempre ligou-se às pessoas que não eram tão aceitas pela sociedade, se aproximou, pelo menos um pouco, do anão. Adaptou-se à Muralha, depois de perceber que não adiantaria querer ser melhor que as outras pessoas que estavam lá, agora aquela era a sua família. Tentou fugir quando soube da morte de seu pai, mas voltou. Enquanto na Muralha, foi um dos que enfrentou um wight percebendo que o que se acredita ao sul, não é necessariamente verdade e nem tudo que deveria estar morto, está.
Sansa Stark: Sansa é aquela típica adolescente que sonha com príncipes encantados e morar na corte e ser paparicada. Resumindo, uma menina que sempre foi mimada e foi mesmo criada para tornar-se uma dama, casar-se com um herdeiro de alguma das grandes casas e seria muito feliz se isso acontecesse de verdade. Desde a primeira vez que viu o Príncipe Joffrey ficou completa e estupidamente apaixonada por ele e decidiu que sua honra de Stark seria direcionada ao príncipe babaca. O que foi o que causou a morte da sua direwolf Lady, de sua septa e de seu pai. Resumindo, uma personagem altamente odiável por ser tão fútil e por não ouvir absolutamente nada do que seu pai tinha a dizer. O que demonstra que por mais fisicamente parecida com sua mãe que fosse, ela era uma Stark. Infelizmente, o tipo errado de Stark. Ficou presa na Red Keep ao fim do livro, sendo uma prisioneira dos Lannister e prometida de Joffrey.
Arya Stark: Outra das minhas preferidas. Arya é tudo o que a Sansa não é, tirando o fato de ser absurdamente teimosa como a irmã. É fisicamente parecidíssima com Ned, Jon e Lyanna, mas não gosta de fazer coisas de uma menina da corte comportada. Quer aprender a lutar, não a bordar, e quando vai com o pai para King’s Landing faz com que ele arranje um professor para ensiná-la a lutar. E assim somos apresentados ao Braavosi Syrio Forel, que a ensina que o único deus que devemos temer é a Morte. No fim, consegue escapar da guarda real, vivendo nas ruas de King’s Landing, sendo sempre confundida com um menino, o que salva a sua vida. Depois do episódio que causou a morte da direwolf de sua irmã, ficamos sabendo que Arya soltou sua direwolf Nymeria e que a mesma sumiu.
Bran Stark: Bran é um menino esperto e hiperativo que gosta de fazer coisas de menino e sonha em ser cavaleiro um dia. Mas ele também gosta muito de escalar coisas e em um dia em que o rei sai com seu pai para caçar, ele escala as paredes de Winterfell e acaba vendo a relação incestuosa dos Lannister que ele na verdade nem entende completamente, por isso ele é empurrado da janela e fica paraplégico. Pobre Bran que queria ser cavaleiro e agora não pode mais andar. Sua sorte é ser muito inteligente. Outra característica dele que é muito importante são seus sonhos e seu interesse no que há além da muralha.
Rickon Stark: O Rickon é o filho mais novo dos Stark. Aliás, a maioria das pessoas nem lembra que ele existe nesse livro, já que ele tem somente 3 anos e não aparece muito. O que sabemos dele é que ele é um menino que, provavelmente por ter sido privado de uma mãe e de um pai por tanto tempo sendo tão novo, torna-se bastante selvagem.
Quando fala-se de Starks não podemos deixar de lado seus direwolves. Os direwolves são lobos gigantescos que vivem ao norte da Muralha e não tinham sido vistos ao sul há muitos e muitos anos. O interessante sobre esses direwolves é o fato que, na medida em que crescem, vão demonstrando características muito parecidas com as dos Stark a que pertencem. Lady, a direwolf de Sansa, é um primor de educação, muito bem comportada, sempre limpa e obediente, enquanto Shaggydog que é o direwolf de Rickon, acaba se tornando selvagem e ataca qualquer um que chegue perto dele.
Existem várias pessoas que merecem ser mencionadas que vivem em Winterfell, mas não são Starks. Theon Greyjoy é praticamente um refém dos Stark, já que sei pai foi derrotado em sua rebelião por Robert e Ned. Ele é cinco anos mais velho que Robb e Jon, mas vira um companheiro inseparável e importante de Robb, principalmente quando vão para a guerra. Ser Rodrik Cassel é o responsável pelas armas e treinamento em Winterfell. Foi quem treinou os meninos Stark, foi quem acompanhou Catelyn a King’s Landing e foi quem voltou para Winterfell quando Catelyn resolveu ir para Riverrun. Maester Luwin é o responsável pela educação de todos os Stark e sempre foi um conselheiro muito respeitado. Desde que Bran ficou paraplégico, o maester é uma de suas únicas companhias apesar de discordar sobre as visões que o menino tem de magia de do que há além da muralha. Osha é uma wildling que foi capturada por Robb e Theon quando tentou atacar Bran. Ela diz que Robb deveria estar mais preocupado com o que há ao norte do que com o que há ao sul e afirma que a magia ainda está muito viva além da muralha. E, obviamente, Hodor que é o “simplório” que acaba se tornando as pernas de Bran.
Arryns.
Jon Arryn: Ele foi o responsável por treinar tanto Robert Baratheon quando Ned Stark enquanto eles eram crianças e adolescentes, e a partir daí que os dois se conheceram e viraram amigos inseparáveis. Quando Robert virou rei, chamou Jon para ser Hand of the King, um cargo importantíssimo, tipo conselheiro real misturado com vice-rei. Casou-se com Lysa Tully, irmã de Catelyn, e teve um filho. Morreu no início de A Game of Thrones. Aparentemente envenenado.
Lysa Arryn: Uma mulher chata. Dá tanta importância ao lema dos Tully que seu filho Robert ainda mama com cinco anos de idade. Eca. Ela fugiu de King’s Landing quando seu marido morreu, mandando uma carta para sua irmã que falava que seu marido tinha sido envenenado. Um dos pontos de partida da história. Mora no Eyrie, e faz absolutamente todas as vontades do seu filho mimado.
Robert Arryn: Um menino muito, muito doente e muito frágil que com cinco anos continua mamando. Também é uma criança extremamente mimada e razoavelmente cruel.
Lady Lysa tem uma porção de pretendentes, afinal não é bem vista a viúva que não se casa novamente e fica tomando conta do reino do marido. Mas a verdade é que ela continua enrolando todos esses pretendentes e ainda não se decidiu por nenhum deles.
Tullys.
Hoster Tully: Pai de Lysa, Catelyn e Edmure. Velho, à beira da morte. No livro está de cama, definhando. Sendo assim, Riverrun é governada pelo seu filho meio incapaz, Edmure, que sendo um Tully, age primeiro e pensa depois.
Edmure Tully: Filho mais novo. Por ser homem, herdará Riverrun. Não é um governante muito capaz, nem um estrategista muito brilhante, visto que era prisioneiro de Jaime Lannister assim que começou a guerra do livro.
Brynden Tully: Chamado Blackfish, é o irmão mais novo de Hoster Tully. Nunca se casou, o que ainda causa problemas com seu irmão, mas é um guerreiro excelente e um estrategista muitas vezes melhor que seu sobrinho.
Baratheons.
Robert Baratheon: Rei de Westeros. Amigo de infância de Eddard Stark. Iria casar-se com Lyanna tornando-se efetivamente irmão de Eddard. Rhaegar Targaryen tornou isso impossível ao raptar a Stark. Robert resolveu isso como resolvia todos os seus problemas: foi lá e matou o último dragão. Robert nunca quis ser rei, nem tinha características muito reais na verdade. Sua vida seria muito mais simples se ele pudesse somente beber, comer, transar e matar. Não tinha um pingo de visão periférica, na verdade parecia andar sempre com antolhos e não via nada do que acontecia ao seu redor. Morreu bêbado e caçando, sem saber que seus filhos não eram seus filhos.
Stannis Baratheon: Stannis somente é mencionado nesse livro, mas todos falam dele como se fosse o extremo oposto do Robert, austero, sério, severo e alguém que não perdoava nada. Deixou King’s Landing quando Jon Arryn morreu.
Renly Baratheon: Ah, Renly. Descrito como a nova versão de Robert. Alto, forte, bonito. Tudo que Robert um dia tinha sido, mas talvez menos “barulhento” que o irmão e sem tantas prostitutas em seu encalço. Foi um dos personagens que me incomodou no seriado. No livro, existem indícios velados que Lord Renly talvez não tenha lá tanto interesse assim nas mulheres, mas no seriado ele é praticamente abertamente homossexual. Fazer o quê, né? HBO. Só aparece no livro pra ser bonito e servir de comparação entre o Robert antigo e o Robert atual. Depois da morte do irmão fugiu para Highgarden com seus partidários, os Tyrell, e se declarou rei de Westeros no lugar do seu sobrinho.
Joffrey Baratheon: Filho mais velho de Robert e Cersei, merece morrer com todos os requintes de crueldade. Foi claramente mimado durante toda sua vida e acredita ser o ser humano mais excelente da humanidade. Depois da morte de seu pai, vira o Rei de Westeros e acha que ser rei é fazer o que bem entender. Odiado por praticamente todos os outros personagens do livro, exceto sua mãe, seu pai (que na verdade é o seu tio) e seus irmãos.
Myrcella e Tommen Baratheon: Os outros filhos de Robert que são na verdade filhos do Jaime. Mais esquecidos nesse livro do que o Rickon.
Lannisters. Vários Lannisters.
Tywin Lannister: O rei da cocada preta. Simplesmente. O homem mais rico de Westeros e o mais poderoso, já que o rei de Westeros sempre pegava dinheiro emprestado com ele e era o pai da rainha, além de pai de um dos cavaleiros da Kingsguard. Acha que os Lannister são a melhor família de toda a Westeros. Inteligentíssimo e astuto como poucos outros. Impiedoso. Principalmente depois da morte de sua mulher. Provavelmente o gênio do mal do livro, se fôssemos escolher algum.
Kevan Lannister: Irmão de Tywin e braço direito do mesmo. Convencido como todos os Lannister são, mas aparentemente mais humano que o irmão.
Cersei Lannister: Vadia. Ponto. É simples assim. Rainha de Westeros, casou com Robert contra a vontade dele que permaneceu apaixonado por Lyanna até o fim da vida. Tão impiedosa quanto o pai. Na verdade, acredito que seja até mais. Infelizmente, nem de perto tão inteligente. Lindíssima. Acha que será capaz de controlar o filho depois da morte de Robert, obviamente arquitetada por ela, mas claramente não é. Tem um caso secreto com seu irmão-gêmeo. Acredita piamente que ambos são as pessoas mais perfeitas do universo, portanto deveriam mesmo ficar juntos.
Jaime Lannister: Um exemplo de cavaleiro. Pelo menos por fora. Loiro, lindíssimo, excelente espadachim, et cetera. Claro que nem todo mundo pensa isso desde que ele matou o Rei Aerys pelas costas quando tinha sido jurado a protegê-lo. Não é um cavaleiro tão honrado, mas isso parece ser implícito nos Lannister. Terminou o livro como prisioneiro de Robb Stark.
Tyrion Lannister: Obviamente o personagem preferido de grande parte dos leitores da série. Um dos personagens mais astutos. Pelo menos isso, na verdade, já que é um anão deformado e horrível. Seu pai o odeia já que sua mãe morreu quando o deu à luz. Sua irmã o odeia porque ele é horrível. Seu irmão aparentemente se importa com ele. Termina o livro com seu pai, finalmente percebendo o quão esperto ele é, mandando-o para King’s Landing para dar um jeito no Joffrey.
Acredito que esses tenham sido os personagens mais importantes das famílias mais importantes desse livro. Mas ainda temos outros personagens que são importantíssimos. Por exemplo, o Bronn. O Bronn é um mercenário contratado pela Catelyn quando ela sequestra o Tyrion. Acontece que os Lannister têm muito mais dinheiro que os Stark e sendo o Bronn um mercenário, ele resolve que quer trabalhar pro Tyrion e acaba tornando-se braço direito do último. Como eu já disse antes, a Catelyn não é a pessoa que mais pensa antes de tomar suas decisões. Temos também o Jorah Mormont que é o filho do Old Bear Mormont. Vamos por partes.
O Old Bear Mormont, ou Jeol se preferir, é o Lord Commander da Night’s Watch. Ou seja, é o cara mais importante por lá. Foi para a Night’s Watch crente que poderia deixar o castelo e a Bear Island sob a responsabilidade de seu filho Jorah. Coitado. O Jorah resolveu que queria vender escravos, o que é um crime em Westeros, e teve que fugir para não ser morto. O Jorah acabou do outro lado do mar, servindo ao Viserys e depois a Daenerys, ao mesmo tempo em que mandava notícias dos dragões ao conselho do rei.
Falando do conselho do rei, temos lá pessoas bem interessantes também. Quando Ned chega a King’s Landing ele tem certeza absoluta de que não pode confiar em nenhuma das pessoas daquele conselho. Ao fim do livro, dá pra notar que ele nunca esteve mais certo em sua vida. As pessoas que são mais importantes nesse livro e estão presentes no conselho são, sem dúvida, o Petyr e o Varys. O Petyr Baelish, também chamado Littlefinger, é o tesoureiro da coroa, que obviamente não consegue manter o dinheiro nos cofres reais, já que o Rei Robert só sabe gastar e gastar. Mesmo não sendo capaz de manter os cofres cheios, ele enriquece a cada dia que passa, sendo o dono de alguns bordéis espalhados por King’s Landing. Aparentemente, era apaixonado por Catelyn Stark, née Tully, quando ambos eram mais novos e parece não ter passado dessa fase ainda. Varys é o senhor das aranhas. É um eunuco que sabe de tudo o que acontece em todos os lugares de King’s Landing por ter espiões espalhados por todo o lugar.
O que aliás parece ser um comportamento comum em King’s Landing… A Rainha tem espiões, assim como Varys, Littlefinger, Maester Pycelle…
E é isso que o Martin deixa bem claro nesse primeiro livro: as pessoas não são exatamente o que elas aparentam ser. Todo mundo tem segredos. Ninguém é 100% bom ou mau. Aliás, é o que ele fala em várias entrevistas, que todos os seus personagens são cinza. Todos têm o bem e o mal dentro de si a todo o momento. E aí nós terminamos o livro com o reino em guerra, três reis diferentes, quando antes existia somente um. Uma Targaryen com três dragões, que todas as pessoas achavam que estavam antes extintos. O que é recorrente no livro. Coisas que todo mundo julgava terem desaparecido continuam reaparecendo… O que só reitera o que o Martin sempre quer demonstrar, que nada é simplesmente o que está na superfície.
Minha opinião a respeito do livro? Acho que ele seja excelente. Na verdade me apaixonei muito fácil pela forma como o Martin escreve e como ele descreve as coisas. Acho excelente também o fato de ele não ter problemas em matar ninguém. Muitos autores têm esse problema. Ele não. A história precisa continuar. Agora o problema é que a gente fica sem saber quem são os protagonistas da história, desse jeito. A meu ver, a história será sobre o que vai acontecer quando os Others aparecerem depois da muralha. E o que vai acontecer se a Daenerys conseguir cruzar o mar. De qualquer forma, por melhor que seja o livro, ele é simplesmente uma introdução para o que vai vir pela frente. E eu fico feliz de não ter tido que esperar para ler o próximo. Só espero que, quando eu terminar de reler os outros quatro, o Sr. Martin já tenha pelo menos uma ideia de quando o sexto livro sairá. Muitas perguntas a serem respondidas.