Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil Leandro Narloch




Resenhas - Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil


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Marcos 13/01/2011

Mais do mesmo
O autor se contradiz ao escrever justamente aquilo que critica: parcialidades e argumentos tendenciosos, de um só ponto de vista. Se, por um lado, os livros de história tendem a idealizar o passado e sustentar heróis com base em alguns partidarismos, por outro, o interesse do autor é somente o de polemizar para "dar as caras", criticar e esculachar para vender, pautado exatamente nos mesmos preceitos "parciais" de verdade. Um livro cheio de recortes que só destacam aquilo que lhe convém, com a intenção única - e isso eu não invento nem deduzo, está manifestadamente repetido, no mínimo 2 ou 3 vezes, ao longo do livro - de polemizar e enraivecer parte dos seus leitores; é claro que, com isso, conseguiu o espaço e a celebração que buscava. Encaixou bem, mesmo, na redação de uma revista como a Veja. O autor apontou, enfim, um bom caminho a ser seguido - avaliar, dialogar, repensar a história na sua complexidade e contexto. Mas seguiu de maneira imprudente e irresponsável, fazendo exatamente "mais do mesmo", porém ao contrário. Ora, se não há "bonzinhos" e "bandidos" tão bem definidos na história, também não existe motivos para transformar os heróis em vilões, e sim, buscar e entender a conjuntura toda dos acontecimentos. Um trabalho sério e disposto a discutir a complexidade dos fatos históricos, sem "segundas intenções" de fama e mercado, estabeleceria um diálogo não-maniqueísta entre os dois extremos: o da história idealizada e cristalizada, e o da história esculhambada, segmentada, descontextualizada e que tem como fim o simples sensacionalismo em si.
Felipe Lago 24/05/2011minha estante
Se ele lesse em voz alta o que escreveu dava um show de stand up digno do CQC. Ser "politicamente incorreto" virou desculpa para criticar por criticar.


Debora696 23/09/2011minha estante
Acho que o mérito da provocação está em justamente nos fazer buscar outras fontes históricas em vez de engolir as "verdades" prontas como um bando de carneirinhos.


Gabriel Valença 24/03/2012minha estante
VOCÊ ESTÁ DIZENDO TUDO O QUE EU ACHO DESSE LIVRO!! Acho inclusive um grande problema hoje no Brasil, jornalistas divulgarem as massas leigas assuntos de história, sem ao menos ter uma formação acadêmica ou pós-graduação em História. Não é apenas por uma questão de Academicismo. É apenas a questão de que nós historiadores em 4 anos apreendemos uma quantidade imensa de informações, principalmente no que se refere ao uso de ideias e CONCEITOS, algo nitidamente não debatido e banalizado na obra dele. A linguagem dele é bastante compreensível e acessível, algo que muitos historiadores ainda não conseguem fazer. Mas por outro, ele acaba sendo tendencioso, como se seu principal objetivo fosse POLEMIZAR com as informações e não esclarecer e alertar aos leitores sobre os usos abusivos e desvios do sentidos da história.


Bel 02/05/2012minha estante
É exatamente o que a Deborap disse, ele contribui na capacidade crítica do leitor. Jamais diz verdades, usa sempre o termo "talvez", "tudo indica", "há grande chance que"... Não veio para construir verdades, mas sim para ampliar o nosso panorama histórico.


Tattoo 09/06/2012minha estante
É isso aí!


Marcos 20/09/2012minha estante
Só agora vi alguns dos comentários aqui na resenha. Queria somente salientar que eu concordo com o que há de positivo no "pano de fundo" livro: o pensamento crítico e a "quebra de verdades" geralmente instituídas e aceitas. Inclusive, escrevi isso na resenha! ("[...] O autor apontou, enfim, um bom caminho a ser seguido - avaliar, dialogar, repensar a história na sua complexidade e contexto. Mas seguiu de maneira imprudente e irresponsável, fazendo exatamente 'mais do mesmo', porém ao contrário. Ora, se não há 'bonzinhos' e 'bandidos' tão bem definidos na história, também não existe motivos para transformar os heróis em vilões, e sim, buscar e entender a conjuntura toda dos acontecimentos.") A crítica negativa, no entanto, recai, essencialmente, sobre o fato do autor ter destacado a necessidade de uma leitura reflexiva dos acontecimentos históricos, mas ter feito exatamente o mesmo daquilo que critica, ou seja, colocado os fatos "ao contrário", seguindo a mesma entonação de "verdade" - quase um "façam o que eu digo, não façam o que eu faço".


Mateus 28/11/2012minha estante
Bem, não é bem assim... O autor não transforma heróis em vilões, ele os transforma em pessoas comuns, que têm atitudes corretas e erradas (dependendo do prisma). No próprio prefácio, o autor diz isso... Narloch não fala de Zumbi, por exemplo, como um herói, apenas o enquadra no contexto em que vivia (uma mentalidade escravista presente inclusive nas sociedades africanas do período). Por mais que ele não tenha uma formação em história, ele analisa o contexto do que relata, além de basear tudo em fontes. Era necessário humanizar nossos "heróis nacionais"...


sonia 27/09/2013minha estante
no que se refere à parte médica, ele afirma tão categóricamente que a sífilis veio da América que me assustei - ele poderia ao menos ter consultado um infecologista!
há referencias a esta doença até na China de Hunag Tsu! Hipócrates a descreveu, os romanos a conheciam, ocorre que o agente sofreu mutações que exacerbaram as epidemias no período quinhentista - há estudos que 'sugerem' - não com a certeza toda com que ele fala - que um parasita semelhante vivia nas Américas, primo do agente asiático.


T 31/01/2014minha estante
Este livro - cujo título seria perfeito se retirada a palavra 'politicamente' - é a desciclopédia da literatura. Meias-informações compiladas de forma a vender, simplesmente.


Dailton 24/01/2015minha estante
Parece que a unica unanimidade deste livro é ser polêmico, além do fato de ter vendido muito bem :). Tirando possíveis excessos na desconstrução de conceitos já arraigados, achei a abordagem extremamente válida. A história pode ser contada de várias formas e vista por ângulos diferentes. O grande mérito do livro é justamente nos trazer uma visão diferente daquela tradicional que aprendemos no banco de escola, abrindo espaço para o debate e a busca da verdade.


Fabiana.Perez 11/09/2015minha estante
Adorei sua resenha e concordo em gênero, número e grau! Já o leu o "Guia Politicamente incorreto da Filosofia"? É pior! Quando puder, venha visitar meu blog! ;)
www.linguaeliteratura.com.br


Leila 09/06/2016minha estante
Tudo depende de interpretação, mas fatos são fatos, e muitas vezes a margem para interpretação não é assim tão extensa diante de alguns deles. O livro vem preencher uma lacuna no mercado editorial de livros de História, eu adorei, o design é ótimo e é claro que o autor deseja polemizar, mas quem não deseja hoje em dia questionar os velhos padrões? Muitos deles enganosos ao extremo. Vejo o livro como uma fonte de novas reflexões e "outros lados da moeda", não como um pretensioso guia de verdades negras e absolutas. Há muitos fatos descritos no livro, FATOS SÃO FATOS - se forem realmente verídicos, e aí entra a credibilidade das pesquisas do autor. Por exemplo: por que ainda idolatramos Zumbi, o escravocrata assassino que atentava contra seu próprio povo, os negros? José do Patrocínio não pode tomar o lugar dele como herói da luta contra a escravidão no Brasil? Por que não buscamos desfazer esses mitos errados, em vez de só criticar quem os expõe?


Ronaldo 24/10/2017minha estante
um livro q se propoe a ser de história escrito por alguém q não tem formação em história, complicado levar a sério...


Sergio330 09/11/2017minha estante
Devo concordar com a Deborap .


Daí <3 05/01/2020minha estante
Nossa é exatamente isso. Nem terminei o livro ainda, mas é justamente isso. Ele não tenta trazer uma reflex~]ao critica ao leitor sobre coisas em que historiadores não trazem nos livros, e sim polemizar transformando aqueles "heróis" em bandidos.


Camila.Santos 25/07/2020minha estante
Perfeito! Quando entrevistaram o Narloch perguntando das fontes, ele disse que não estava preocupado com isso, apenas "queria incomodar", ou seja, zero credibilidade.


Kelly899 03/02/2021minha estante
Eduardo Bueno e Laurentino Gomes são excelentes autores sobre a História do Brasil, sem polemizar, a verdade como ela é.


Gabriel Valença 22/05/2021minha estante
A galera pensa que História é simplesmente escrever. História tem método e teoria. Toda a trilogia de Narloch consegue deturpar da maneira mais pífia possível tudo o que a teoria-metodologia produziu sobre cada tema ele procurar "revelar" - e o pior, manipulando as produções historiográficas para corroborar as suas interpretações que não utiliza nenhuma fonte direta para analisar os personagens e acontecimentos que ele seleciona - utiliza o que segundos escreveram sobre, mas nunca se debruça sobre os vestígios do passado.


Marcelo.Henrique 17/12/2022minha estante
Abandonei o livro justamente por não trazer nenhuma informação histórica diferente das já mencionadas por outros autores, Eduardo Bueno por exemplo. Tudo o que já sabemos apenas exposto de forma e conotação jocosa, querendo ser engraçadão, realçando o complexo de Vira - lata do brasileiro. Está mais para uma "estória em quadrinhos" do que para um livro de história. Qual país que não transforma um personagem histórico em herói, personagem este que na vida real foi apenas uma sombra do personagem histórico ? Se o autor parar para pensar, ele próprio é uma sombra do que pensa ser.




Eric Luiz 29/01/2022

Um lixo literário.
Esse livro é um desrespeito aos historiadores sérios deste país. Narrativas inventadas (fato este já confessado pelo próprio autor, que nunca foi historiador) e outras sem nenhuma fonte. Um revisionismo baixo, preconceituoso em muitos momentos e digno de quem não quer se dar o trabalho de pesquisar algo verdadeiramente, mas apenas polemizar. Desculpe a sinceridade, mas é apenas um lixo literário.
JurúMontalvao 29/01/2022minha estante
Q jeito de começar as leituras de 2022 né? As minhas tbm tem dado ruim


Eric Luiz 29/01/2022minha estante
Na verdade, essa leitura nem foi deste ano. Mas só resolvi escrever algo sobre esse livro hoje. Rsrs... Mas é uma obra bem desonesta.


Eduarda.Silva 29/01/2022minha estante
eu não tenho nem a coragem de ler kk


Eric Luiz 30/01/2022minha estante
É melhor não passar raiva mesmo, Eduarda. Não gaste tempo vida lendo isso. Kkkkkkk


erika 30/01/2022minha estante
Tenho esse livro na estante, mas nunca me interessei em lê-la. Já tinha ouvido críticas muito ruins realmente. Lamentável.


Elso 04/02/2022minha estante
Folheei há um tempo quando meu irmão comprou e o pouco que vi já me deu raiva. Hoje o meu irmão se arrepende de ter comprado, inclusive.




Evy 30/01/2011

Demorei pra conseguir começar a escrever essa resenha. Não sei dizer se gostei ou não deste livro. É um livro que faz você rever conceitos, isso com certeza. O autor o escreveu de forma bastante envolvente e é impossível parar na metade, mesmo não gostando muito do que se leu. E é um tanto desanimador também e provocativo. Principalmente pra quem é bem patriota. Não é o meu caso, mas mesmo assim fiquei pensativa ao ler sobre Santos Dumont e Aleijadinho.

O próprio Narloch, avisa, logo no início do livro: "Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos."

Não me enfureceu, mas também não me fez rir, como no começo imaginei que faria. Imaginei um livro engraçadíssimo e me flagrei muito mais reflexiva durante a leitura do que achando graça.Não dá pra querer saber se tudo que ele escreve é verdade ou não, se o que lemos nos livros de história e aprendemos durante toda nossa vida é verdade ou não. Isso nós nunca saberemos com 100% de certeza. Só quem viveu na época, viu e ouviu. Mas é sempre bom ler sobre todos os pontos de vistas pra poder criar suas próprias opniões a respeito.

É uma leitura recomendada, com certeza, para abrir horizontes e refletir!
Léia Viana 31/01/2011minha estante
Um amigo meu começou a ler este livro e ficou estupefado. Não sabia mais em quê acreditar, falei a mesma coisa que você citou aqui, jamais teremos 100% de certeza de tudo.


Andion 20/04/2011minha estante
Resenha extremamente realista do livro.

Também não sei dizer se é um livro que me agradou, mas com certeza me abriu bastante a cabeça.

Recomendo, por isto.


sonia 27/09/2013minha estante
Gostei das fontes que ele cita sobre Santos Dumont; o que ele fala dos índios muita coisa se lê em Hans Staden e outros autores, há romances do início do século vinte sobre os bandeirantes, achei o estilo dele maio sensacionalista.


Marcela 28/07/2014minha estante
É um livro que se lê desconfiando, mas ele cita muitas referências. Como sou uma pessoa leiga em história, deixo-me envolver com a leitura e penso como você:
"Não dá pra querer saber se tudo que ele escreve é verdade ou não, se o que lemos nos livros de história e aprendemos durante toda nossa vida é verdade ou não."

Além disso, ele deixa evidente quando algo é opinião e quanto algo é "fato".




Felipe 26/08/2012

A História do Brasil na visão de VEJA
O livro não é escrito por historiador, mas sim por um jornalista oriundo do grupo Abril que, entre outros cargos, foi repórter da Veja. Isto já dá um indicativo do que se trata o livro, o politicamente incorreto é a postura de assumir a posição de uma direita, que em muitos casos pode até ser classificada como reacionária. É uma defesa da manutenção dos previlegios da elite que sempre mandou no país e desfrutou das benesses que são oriundas da exploração das classes menos favorecidas. Assim como a Veja, o autor parece não se conformar com a distribuição de renda, criação de um grande número de universidades federais e a grande mobilidade social do governo do PT. Entre outros aspectos, o final do livro é uma tentativa de amenizar a ditadura militar e justificar as torturas e mortes que causaram em mais de duas décadas de regime ilegítimo. Tenta apresentar o milagre econômico com uma grande vitória da ditadura, o que convence um leitor mais desavisado, pois não tem uma única linha sobre a moratória que se seguiu, e ainda culpa a inflação pela bagunça que estava a economia do país quando os militares voltaram para o quartel. Para se ter uma ideia do tom do discurso, a última frase do livro é Viva o Brasil capitalista. só faltou completar com um viva a economia neoliberal e suas crises financeiras que prejudicam exatamente os que menos tem a ver com elas.
Como bom jornalista da escola da Veja, não se preocupar em contrapor opiniões, se limitando a adotar a posição de um especialista que concorda com seu ponto de vista para justificá-lo como verdade. Usa o depoimento de uma única testemunha como prova inequívoca da verdade absoluta que o autor tenta provar. Manipula dados e tabelas que para um leitor leigo parecem inquestionáveis. Enfim, o livro parece uma reportagem de Veja, e a qualidade das fontes é a mesma: teria Narloch consultado o Carlinhos Cachoeira também?
Apesar do direitismo reacionário do autor, o livro tem muito mérito. A leitura é agradabilíssima. Os textos são claros e serve para contrapor algumas defesas e provocar reflexão sobre diversos pontos.
Discute o papel dos índios no início da colonização que faz qualquer um continuar considerando Iracema e Peri como personagens de literatura. Na questão da escravidão, tenta mostrar, o óbvio, que não foram os portugueses que a inventaram e era mais uma questão social que de etnia, tanto que os negros que acendiam socialmente tinham seus próprios escravos. Traz curiosidades sobre grandes nomes da literatura brasileira pouco divulgadas, como o papel de censor de Machado de Assis e a posição escravocrata de José de Alencar.
Fala sobre o nascimento aristrocata do samba e como ele se incorporou a cultura popular brasileira. Mostra como a justificativa simplória da Guerra do Paraguai não resista a uma análise mais detalhada. Traz dados que mostra que Aleijadinho não pode ter sido autor de todas as obras que lhe atribuem, e ainda, as que com certeza teria sido do artesão que décadas depois de sua morte teria sido chamado de Aleijadinho são de qualidade artística baixa. Fala das polêmicas que envolveram a anexação do Acre. Defende o Império como um regime quase ideal (típico de elitistas). E no final, faz uma defesa do regime militar que justifica o título do livro.
O livro é bem escrito, proporciona uma leitura agradável, traz dados interessantes como a origem das cores verde e amarela da nossa bandeira, mas é escrito por um reacionário que não tem pudor de defender sua posição direitista.
Márcia 28/08/2012minha estante
Muito obrigada, Felipe. Lendo sua resenha clara me decidi por ler esse livro e manterei os olhos abertos durante a leitura. :)


Fabio_Ferraz 22/03/2013minha estante
Comecei a ler este livro, mas detestei desde o início. Parei logo no segundo capítulo pois depois de folhear ví que o que viria não seria nada diferente do que já veio... Não recomendo para ninguém. O autor parece um arauto reacionário de sofá tentando argumentar a favor de teorias anacrônicas, infundadas e até mesmo ingênuas...


Priscila 21/08/2013minha estante
Felipe, simplesmente uma ótima resenha. Não teria escrito melhor.
Exatamente: claro que é uma leitura instigante, que algumas informações são válidas, mas chega a ser um livro descaradamente tendencioso!


sonia 27/09/2013minha estante
acho que não se deve misturar partidarismo político e história - aí não se pode ser parcial!
o autor não precisa ser historiador para escrever o livro, mas precisa da acessoria de um, aliás precisva da assessoria de um médico, também, pelas afirmações estranhas que fez da sífilis. Penso que muitos documentos se perderam, e toda visão do passado não pode ser tão simplória - como em todas as sociedades, há todo tipo de gente: aventureiros, explorados, tolerantes, generosos, sábios e tolos.


ana 07/01/2014minha estante
O livro é bem polêmico mas,é preciso destacar que não se pode fazer suposições contra a ética jornalistica dos profissionais da revista Veja ou de qualquer outra revista, seja ela Carta Capital, Época ou qualquer outra, baseando- se apenas em teorias e visões políticas. Não se trata de concordar com as ideias abordadas pelo autor, eu mesmo discordo em vários pontos, mas sim de que não se pode levantar acusações sobre a ética profissional de vários indivíduos simplesmente pelo fato de trabalharem para uma determinada empresa, no caso o grupo Abril. Ainda destaco que vivemos em um país democrático, onde qualquer pessoa pode escolher sua visão política e ser respeitado. O autor, assim como qualquer outro brasileiro pode escolher ser comunista, socialista e por que não capitalista? Apesar de discordar em vários pontos com o autor, achei o livro agradável e indico. Amo história e gosto de ler sobre ela sob mais variadas visões, seja esta esquerdista ou direitista. Afinal, que mal há em ver uma versão diferente da história que conhecemos?


betinhobh 20/01/2014minha estante
Tá bom. Pelo menos agora tem alguém que não escreveu a história com a visão da esquerda de sempre.


Nil 27/07/2015minha estante
O interessante deste livro é que muitas das coisas que estava pesquisando pelas bibliotecas
acabaram se encaixando, o que me fez ficar boquiaberto de como os livros que estudei
quando estava à escola eram completamente tendenciosos e muita coisa usada de maneira
errada como uma forma de doutrina.


Rafa Evaristo 21/10/2015minha estante
Estou começando o livro, mas, lendo algumas resenhas, tenho percebido que o fato do autor ter sido repórter da Veja têm influenciado muitas das que li. Ainda não posso opinar, porém, fica a pergunta: será que você não está rotulando o autor?


fanuel.mota 23/02/2017minha estante
Eu já li o livro e super recomendo a quem não tem a cabeça fechada e acha que tudo que é ensinado no Ensino Médio é a verdade absoluta e inquestionável. Obviamente aqueles que não possuem pensamento crítico irão abandonar o livro e simplesmente criticá-lo sem sequer provar o contrário, justamente porque o autor vai contra tudo que todo mundo sempre acreditou que fosse verdade.
Li o livro e aprendi a questionar, a ter pensamento crítico.


Ronaldo 24/10/2017minha estante
o autor desrespeita a pesquisa historiográfica..
o problema é q o brasileiro entrou numa paranoia achando q tudo é doutrinário, tendencioso e mimimi, e mal para pra pensar q o Narloch é q esta sendo tendencioso...
Leandro Karnal é históriador e tem um opinião bem interessante sobre esse autor, ele tbm da um exemplo de como Lendro Narloch é desonesto em suas pesquisas, procurem ai no youtube, vale a pena dar uma olhada..




spoiler visualizar
Leticia 09/05/2011minha estante
Concordo!Não sou comunista ou socialista, mas o preconceito com a esquerda me irritou profundamente no livro,e nota-se a vontade do autor para critica-la, logo o livro acaba se tornando desacreditado.


Everton Pereira 02/09/2011minha estante
Acredito que com você tendo simpatia pela ideologia socialista não tenha aceitado a opinião do autor assim como não aceitou tantas desmitificações expostas no livro, o que não tira o valor da intenção do autor de discutir o que já está estabelecido como verdade absoluta.


thabell 23/12/2012minha estante
Se você acha que as fontes são 'duvidosas' busque-as. Mas saiba que uma fonte nunca será imparcial e vai sempre contar o seu lado da história. Assim como fizeram ao contar a história muitas vezes com um tom eufemístico demais, esse é apenas um lado, a busca dos outros lados fica por conta de cada um.
Ps. não entendi porque um livro ao criticar a esquerda se torna desacreditado, é apenas uma crítica.


sonia 27/09/2013minha estante
também me decepcionei e fiquei admirada com os ataques políticos - nada a ver, cite as fontes que consultou e pronto, não precisava achincalhar - no entanto a gente tem a opção de conferir, por exemplo, essa história dos irmãos americanos que inventaram o avião - alguma coisa se salva da leitura.




Julia 27/03/2013

Veja que gracinha
Sempre gostei muito de História e procuro diferentes pontos de vista para formar minha própria opinião crítica.

É impossível contar uma história imparcialmente, porém é devido contá-la sem uma parcialidade assintosa.

A ideia do livro é maravilhosa, poderia ser um grande livro, ainda mais escrito de forma jornalística. Confesso que estava esperando um 1808 da esculhambação brasileira, a desmistificação de heróis e vilões, as razões dadas não pela luta de classes e incopetência brasileira, mas narradas em seu contexto histórico pela mentalidade da época.

Entretanto, o autor do livro, ex jornalista da Veja, assume uma postura de "inteligente, mas não intelectual", rebelde e entendido, fazendo exatamente o que critica: contar a história parcialmente.

Com um cinismo e uma baixaria ideológica e estilística já conhecida pela revista, jornal Super da classe média brasileira, o autor ressalta aspectos, distorce outros, dá sua opinião de maneira infantil e manipula o público de pouca capacidade crítica e bagagem etnohistórica deixando a entender que ex-escravos donos de escravos eram uns cínicos, os sambistas eram uns vendidos, o imperador era um anjinho, numa clássica imparcialidade reacionária, em lugar de uma parcialidade sensata. Além disso, mistura fatos pouco conhecidos e perfeitamente plausíveis e prováveis, como de que a Coluna Prestes espalhou mais terror do que aspiração revolucionária na população, com a associação da imagem de Luis Carlos Prestes como um bobalhão louco por poder.

É possível peneirar, aguçando sua visão, as partes interessantíssimas do livro, como a formação do samba e sua transformação em música nacional e do morro, do futebol em orgulho da nação, da mentalidade escravagista do escravo, mastigando as informaçãoes e cuspindo fora os pitacos do autor.

Entretanto, ainda mais hoje, com a internet e boas bibliotecas tão cheias de fontes, isso não vale a pena com afirmações revoltantes, como por exemplo de que a Inglaterra era povoada por seres humanos bonzinhos que odiavam a escravidão.

É claro que o povo inglês é diferente do governo inglês, e que houve pressão popular pelo fim da escravidão, entretanto apenas a pressão é só mais um fator, que sozinho não produziria nada. O que realmente causou a intervenção inglesa foi sim os interesses econômicos, como são feitas pelo menos 95% das intervenções internacionais hoje e sempre. Além disso, a escravidão era uma barbaridade, todavia muitos escravos tinham uma vida muito melhor do que a dos operários da Revolução Industrial, que eram eles próprios ingleses, povo de mentalidade tão libertadora.

Outro insulto à nação é a defesa do milagre econômico da Ditadura, da visão da Ditadura Militar como um mal muito menor do que a Intentona Comunista, e que !causou muito menos mortes do Prestes!. Uma coisa completamente absurda, que me deixou pasmada, foi dizer que a desigualdade social causada pelo milagre econômico foi um mal necessário e incomporável aos benefícios que ele teve. Como um fanático pela ala direita da política, era de se esperar que este jornalista soubesse pelo menos o básico sobre economia. Dizer que, apesar de transformar o Brasil numa sociedade quase igual à Índia em questão de diferenças entre classes, "o bolso de todos os brasileiros enriqueceu"? Será que não tem a mínima noção de valor do dinheiro, poder aquisitivo, acesso à cultura? Sim, vamos pegar quem antes ganhava 100 reais, 400 reais e 1000 reais, e passar à dar a eles 250 reais, 1200 reais e 8000 rais, todo mundo ficou mais rico, todo mundo pode comprar muito mais coisas, o mercado vai ser bonzinho e não mudar os valores de compra.

A parte dos comunistas, obviamente, foi a mais avacalhada. O autor não hesita em relembrar, coberto de razão, de que Stálin foi um dos maiores tiranos e genocidas do século XX, e que o pretenso socialismo, ditadura da pobreza, falta de liberdade e opressão, trouxe tanto ou mais sofrimento ao povo do que o capitalismo. A URSS matou e torturou milhões de pessoas diretamente através da violência política, isso é um fato. Entretanto, é conveniente esquecer que as potências capitalistas torturam e matam milhões de pessoas direta ou indiretamente através da violência econômica.

Não venho aqui propor defender a URSS ou os EUA/Inglaterra, nem querer repartir as pessoas, numa postura tão típica de faculdades de Humanas e babacas endinheirados, entre comunistas e capitalistas, da esquerda ou da direita. Tento propor enxergar os fatos como são, entendendo as vantagens e o terror do Stalinismo e Capitalismo, enxergando que nem um ser humano inteligente, não um socialista e um capitalista.

Na parte dos comunistas, no final do livro, ficou desconfortavelmente parecido demais com uma reportagem da Veja, e pensei: "Se não perco meu tempo lendo notícia na Veja, não vou perdê-lo lendo História na Veja".

Se quero ouvir críticas aos heróis da nação, sua retransformação em seres humanos falíveis, movidos por interesses (nobres ou não) e desmistificação, vai ser por quem tem bagagem para falar isso, e não por quem tem topete.
sonia 27/09/2013minha estante
Vamos esperar que os historiadores sérios se manifestem - ou pelo menos que os leitores saiam em busca das fontes sérias.


Marcelo 17/12/2013minha estante
... numa clássica imparcialidade reacionária, em lugar de uma parcialidade sensata...
Imparcialidade reacionaria? Tem logica isso? Se e imparcial, como pode ser reacionario?
Parcialidade sensata? Parece que voce so esta aberto a ler e ouvir o que quer.
Ainda nao li o livro, mas por sua resenha, ja desconfio de sua credibilidade.


Julia 03/01/2014minha estante
Recontar uma história é avaliá-la, não existe uma imparcialidade absoluta, um ponto de vista de Deus. Quando tentamos ser imparciais expomos vários pontos de vista sobre um ponto, porque um ponto só pode ser enxergado a partir de um ponto de vista. O que o autor propõe é ser imparcial, mas não é, é extremamente parcial dizendo ser imparcial, - clássica imparcialidade reacionária porque essa é a postura da revista Veja. Uma parcialidade sensata é aquela que deixa claro sob que prisma é feita a análise, em vez de pretender ser o ponto de vista de Deus a verdade absoluta. Por isso, como menciono na abertura da resenha, não estou aberta a ler apenas o que quero ler, estou aberta a ler apenas análises honestas e bem feitas.


Julia 09/04/2015minha estante
E aliás comprei o livro num impulso. Na hora que olhei a orelha e vi que o autor era jornalista da Veja já me senti rasgando o dinheiro e chorando de raiva, porque meu Deus do céu, essa revista é o chorume do que há de pior na sociedade brasileira.


Marcelo Caniato 12/04/2017minha estante
"Na hora que olhei a orelha e vi que o autor era jornalista da Veja já me senti rasgando o dinheiro e chorando de raiva, porque meu Deus do céu, essa revista é o chorume do que há de pior na sociedade brasileira."
Kkkkkk perfeita definição pra Veja, chorume puro! Uma amiga leu esse livro, pagou só 5 reais e ainda assim se arrependeu kkk. As coisas que são faladas no livro são absurdamente tendenciosas. Graças a essa porcaria, várias pessoas hoje em dia desmerecem o Dia da Consciência Negra, pois o Narloch tirou do sovaco que Zumbi tinha escravos (talvez até tivesse, mas é tudo especulação dele).


Julia 03/10/2017minha estante
Pois é, Marcelo, eu acho que é possível ter tido mesmo - os escravos não eram comprados de outros africanos? As culturas africanas costumam ser muito hierarquizada, agora era uma coisa completamente diferente ser escravo na África e ser escravo no Brasil. E o povo que morou aqui não era brasileiro, com mentalidade escravista também? Quando vc ficar rico vc vai ser rico ou vai comprar terra pra distribuir e fazer a revolução? Agora o cara joga - até Zumbi tinha escravos, ele manipula as coisas de modo que fica parecendo que os escravos eram coniventes com a escravidão, igual quando falam que pobre é pobre porque quer e negro não é oprimido, é mimimi.




Diana279 31/10/2020

Duvidoso
Eu recomendo que a pessoa, estude pelo menos um pouco, sobre cada coisa que ele fala no livro, para não ficar em dúvida, sobre as opiniões que ele da sobre os assuntos. Ou melhor, não leia.
isamoreeuw 04/04/2021minha estante
Exatamente!




DIRCE 30/10/2013

Um Guia de Maledicências
Se eu tivesse me decidido ler a Bíblia não demoraria tanto tempo com uma leitura como demorei com a do "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. Logo nas páginas iniciais, fui tomada por uma profunda antipatia que não me permitiu seguir adiante. Acreditando que meu humor não estava nos seus dias de glória, abandonei o livro temporariamente. Fiz uma nova investida, mas a antipatia persistiu e cresceu a cada afirmativa do escritor.
Faço parte da geração que,já nos primeiros anos da vida escolar,a História do Brasil era ensinada de forma fantasiosa, mas fico feliz em constatar que essa forma de ensinamento não me privou do senso crítico. Se não devo ser agradecida a essa forma de ensinamento, menos ainda devo ser aos livros como o "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil que mais me pareceu um Guia de Maledicências. Felizmente, ao longo da minha existência, foi me dado conhecer poemas como " I Juca Pirama (salvaguardando a idealização do índio) e Navio Negreiro me fizeram ver o povo indígena e a escravidão com meus próprios olhos e essa minha visão (certa ou errada, não sei) me levou a considerar desrespeitoso o modo do autor se referir aos indígenas e ao Zumbi. Era, Zumbi, proprietário de escravos conforme afirmado? Essa afirmativa foi feita por inferências que me levou considerá-la, no mínimo, leviana. Não seria Zumbi tão somente o líder de uma comunidade de escravos fugitivos e, como todo o líder, suas funções diferenciava dos demais membros?
Mas não parou por aí: quando me deparei com algum relato que me parecia ser interessante, a narrativa tendenciosa, palavras não condizentes com o gênero da obra como: talvez, difícil de acreditar, provavelmente, não dá para ter certeza( não uma, mas repetidas vezes) e a fragilidade de muitas das fontes de pesquisas me davam a impressão que tudo, ali escrito, não passava de rumores. E mais: o modo jocoso como foram tratados personagens históricos, os Estados do Paraná e Acre me deixaram indignada e lamentei o tempo perdido com um livro que me fez sentir a incomoda sensação de que vítimas foram transformadas em réus.
O saldo positivo da leitura foi as lembranças de alguns versos dos poemas Navio Negreiro:(...)Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares! e I Juca Pirama: Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi versos estes que me remeteram a momentos únicos vivenciados com minha filhota que adorava me ver declamando tais versos (que doidice!).
Paty 19/11/2013minha estante
concordo


Marcelo 17/12/2013minha estante
Comprei o livro hoje e ainda nao li. Quanto ao Zumbi, ja ouvi estudiosos importantes da hiostoria do Brasil dizer que ele tinha escravos, sim. No mais, so lendo para saber se o livro e tendencioso ou nao.




lolonel 03/06/2010

Colcha de retalhos mal feita e insidiosa
Nada contra jornalistas escreverem sobre História. Nada contra usar trechos de obras. Tudo contra o pensamento neocon e a calhordice do autor: "desqualificar" figuras históricas, como ele faz usando fatos ou trechos isolados de obras nada tem a ver com repensar construções míticas. É importante desmitificar. Mais ainda com contextualização histórica.
Fabio 09/08/2010minha estante
Você poderia elaborar um pouco mais sobre esse trecho? "desqualificar" figuras históricas, como ele faz usando fatos ou trechos isolados de obras nada tem a ver com repensar construções míticas."


Nessa Gagliardi 01/10/2010minha estante
Também fiquei curiosa. Estou bem a fim de ler este livro, mas já ouvi comentários sobre a veracidade da obra. Enfim, como você foi uma das poucas pessoas a criticá-lo, poderia se estender? Beijos!


Marcos 13/01/2011minha estante
Um excelente ponto de vista! Parabéns pela resenha.


sonia 27/09/2013minha estante
Concordo, os temas poderiam ser melhores elaborados, com assessoria de especialistas nas áreas abordadas. Historiadores sérios, arqueólogos, em muitas obras já falaram sobre os mesmos temas com um pouco mais de moderação e mais seriedade, em livros que ficam restritos a universidades por motivos óbvios - já ele, sendo jornalista, podendo divulgar o tema, deveria ter se posicionado melhor, inclusive evitando fazer política partidária - atacar partido político em livro de história é bem estranho...




Marcel 21/06/2020

Não consegui passar da terceira parte.
Quando era adolecente, morria de curiosidade de comprar esse livro. Ainda bem que não consegui! Ele consegue ser exatamente o que critica: Tendencioso e parcial.
Cheguei ao terceiro capítulo apenas para ter certeza do correto entendimento do que estava escrito. Parece ter sido escrito por um olavista-bolsominion-terraplanista, que previu o que estaria acontecendo 9 anos depois.
Juliana.Rissardi 21/06/2020minha estante
Bom saber! ?




Derso 12/08/2020

É... UM LIVRO QUE TEM "HISTÓRIA" NO TÍTULO...
O ano era 2013, meu amigo Wester calorosamente me convidou pra visitar um sebo, o que revelou muito de sua bondade e generosidade, visto que eu nunca havia ido num estabelecimento desse tipo antes e o mais próximo ficava em São José do Rio Preto. Naquele dia, o sol a pino não me deixava em paz assim como minha ânsia diante de tal evento, tanto que íamos de sebo em sebo explorando cada canto, cada prateleira... Enfim, essa definitivamente é uma experiência da qual não me esquecerei tão fácil. Principalmente, pelo fato de que essa era a primeira vez que vi o livro Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, tomado pela curiosidade adquiri o livro... E foi nesse momento que alguns detalhes saltaram aos meus olhos.

Durante a leitura, percebi uma série de incongruências, mas no geral achei interessante até pra aprender o que pseudo historiadores andam propagando por aí, tempos depois chega ao meu conhecimento que aquele não era um livro único, na realidade, faz parte de uma série composta de, até onde sei, oito livros com as mesmas iniciais “Guia Politicamente Incorreto...”, alguns deles não foram escritos por Narloch mas a ideia é basicamente a mesma. Eis que, minha acentuada curiosidade me leva ao Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil.

Assim como nos outros, o jornalista Leandro Narloch propõe uma revisão sobre os mais conhecidos acontecimentos e personagens (nesse livro) da história do Brasil. Segundo ele, essas informações estavam restritas às estantes especializadas das livrarias. E nos mostra, um olhar diferente, digamos assim, sobre o que aprendemos na escola. E esse bolo tem sua cereja... Uma duvidosa bibliografia.

O livro em si, como no anterior, é bem escrito, o autor se apropria de uma linguagem fácil e acessível, o que dá clareza a seu discurso mantendo o leitor interessado a pesquisar mais sobre o assunto; dá pra perceber outros artifícios usados, por exemplo o sarcasmo e a ironia, esses elementos funcionam no texto, pois dá leveza no livro principalmente após a leitura de um trecho altamente detalhista ou que contenha um tema pesado.

Se tiver algum outro mérito do livro que eu estiver esquecendo, por favor, de forma respeitosa deixe nos comentários, por que eu sinceramente não consigo ir além disso.

Na introdução, acontece o que eu costumo chamar de desonestidade intelectual, o autor fala sobre um esquema pra contar a história de alguns países, isso inclui misturar chavões, mudar datas, nomes de nações colonizadas; e pronto você pode passar qualquer prova de história na escola e, dar uma de especialista na mesa do bar, que todos vão concordar e os professores vão amar as respostas. De fato, pra você enganar alguém sobre qualquer assunto basta você seguir a receita do Leandro Narloch, o interessante é mostra-la, condena-la e segui-la em pontos específicos, pois na realidade o livro não é totalmente mentiroso e é justamente esse o motivo que faz o debate sobre ele ser tão complexo, tornando-o resistente à críticas. O autor mistura verdades com meias verdades, acrescenta afirmações sem evidências e adiciona interpretações insustentáveis; tudo isso passa uma sensação de credibilidade sendo difícil pra que o leitor enxergue os problemas, por exemplo, quando começa a falar a respeito da desatualização dos livros didáticos a afirmação está correta, o que ele não menciona é que a atualização de livros didáticos se dá a cada três ou quatro anos, e obviamente que novas informações são acrescentadas diante das novas descobertas com o detalhe de que estão adaptados para o ensino fundamental e médio.

Na introdução, frequentemente somos “avisados” de que este é o livro revelador de verdades que ofendem o politicamente correto, construindo um discurso de que tudo o que está sendo escrito é alguma novidade que a academia não quer dizer por falta de vontade. Na realidade, a academia já vem fazendo isso há muito tempo, a diferença é que há método e pesquisa, e pra chegar a uma conclusão leva tempo.



No capítulo CINCO VERDADES QUE VOCÊ NÃO DEVERIA CONHECER, nos é dito que em 1646 as aldeias ficavam perto de engenhos que produziam vinhos e que os índios se embebedavam e dava trabalho aos padres com brigas, adultérios, ferimentos, mortes e ainda fazia com quem faltassem à missa. Segundo Renato Venancio, é preciso saber distinguir o período anterior e posterior à colonização, assim entendemos que os jesuítas estimularam a transferência dos índios para proximidades de vilas e fazendas. Isso deu origem a um processo de aculturação. O alcoolismo foi um flagelo, dentre vários, trazidos por essa transformação. É interessante notar que a narrativa que nos é passada começa em 1646, foi desconsiderada os primeiros relatos de aculturação da população local, por exemplo, na carta de Caminha os índios rejeitam o vinho. Além disso, a bebida tradicional dos índios, o “cauim”, tinha fraquíssimo teor alcóolico, era utilizada apenas coletivamente e em certas ocasiões (casamentos, nascimentos, festas comemorando a vitória na guerra etc.).

Só pela introdução e o primeiro capítulo já dá pra perceber a bagunça que esse cara faz, tem como ficar pior? No capítulo em que Zumbi dos Palmares ganha atenção, já nas primeiras linhas é dito que Zumbi dos Palmares é o maior herói negro do Brasil, o texto segue tentando quebrar o mito do “herói”; lemos que Zumbi dos Palmares tinha escravos tanto que mandava capturá-los em fazendas vizinhas, também sequestrava mulheres, e executava quem quisesse fugir do quilombo, após isso são citados vários documentos, livros, relatos; acho louvável ele ter feito essa pesquisa pra chegar a uma conclusão. O problema é que ler esse ou aquele livro/relato/documento não significa que você fez uma boa pesquisa, o senso crítico é essencial nesse momento principalmente se a escrita é contemporânea de determinada pessoa, o historiador tem que levar em conta a intenção de quem escreveu, a visão de mundo de quem relatou e qual era a motivação de quem documentou, dito isso não há suporte documental para se afirmar que Zumbi dos Palmares possuía escravos, mandava matar fugitivos ou sequestrava mulheres. O que os livros citados por Narloch dizem a respeito deles foi escrito por holandeses (ou alemães que os acompanhavam), portugueses e fazendeiros que atuavam em câmaras municipais. Essa gente, por razões óbvias, odiava o Quilombo de Palmares e tentava o tempo todo provar que a vida ali era ainda pior do que nas senzalas, daí as acusações de o lugar ser um antro de ladrões, assassinos e estupradores.

Não tem como ficar pior, não é? É aí que nos enganamos, quando ele começa a falar do samba... Meu Deus, o que é isso? Basta dizer, que não existe cultura “pura”. Toda criação humana é composta por múltiplas misturas e hibridismos, nenhum historiador sério acredita na existência de identidades nacionais antes do século XIX. Elas também variam de tempos em tempos, sofrem atualizações ou abandonos, recorrendo aos mais variados elementos da vida social.

Pus duas fontes no fim do texto, a primeira é um artigo do Renato Venancio, no qual dedicou o artigo inteiro só pra comentar esse livro, confesso que copie e colei vários trechos e antes de fazer isso chequei todas as fontes, os nomes que estão lá e os trabalhos referidos eu confio bastante; mas se não tiver confiança sugiro fortemente que confira você mesmo. A segunda fonte é de um vídeo do canal Leitura ObrigaHistória, em que o autor do vídeo vai aprofundar bastante a questão da escravidão no livro do Narloch, é um vídeo de uma hora e vinte e conta com vários especialistas, e assim como na primeira fonte transcrevi vários trechos do vídeo pra essa resenha; de novo se não tiver confiança nos especialistas, procure o currículo delas no Cnpq.

Enfim, aqui termino essa resenha elogiando a escrita do escritor e sugerindo pra quem estiver lendo esse livro que tenha pensamento crítico, pois não podemos aceitar tudo como verdade absoluta.





FONTES:



ARTIGO :O Incorreto no “Guia politicamente incorreto da história do Brasil” de Renato Venancio

VÍDEO DO CANAL OBRIGAHISTÓRIA: Legado Negado: a escravidão no Brasil em um guia incorreto

site: https://www.youtube.com/watch?v=tSMyb2ygxXw
Daniel1841 12/08/2020minha estante
Okay, não me surpreende o público que defende esse livro, em especial certos influencers e youtubers. Fakenews comendo a solta pelo jeito, e é assim que o fascimo é alimentado. Excelente resenha, desconstruiu muito bem o que há de errado com esse livro de "história".




Fernando 07/04/2021

Horroroso
Um desserviço, fatos interpretados com distorção. Livro muito mentiroso, uma inutilidade completa. Vão deixar jornalista dar uma de historiador aí dá nisso.
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Fabi 06/02/2011

Não acredito que perdi meu tempo lendo esse livro! O autor usa a bibliografia a seu bel-prazer, sem se importar com a coerência ou a interpretação das fontes.
Não gostei e nem tenho coragem de trocá-lo.
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joaoggur 09/01/2022

Um livro demagogo.
Quando comecei a ler o Guia Politicamente Incorreto da Historia do Brasil, imaginava ser um livro que contava bastidores da lamentável história desse país, discorrendo sobre tópicos não tão falados nas escolas, e comprimindo conhecimentos dos quais teríamos que ler grossos livros para o entendimento. Não foi o
que eu encontrei.

Aqui temos um livro demagogo: o autor defende a ideia que temos o errôneo costume de acreditarmos em coisas que na visão dele não tem provas e são apenas costumes que se replicaram com o tempo e se tornaram verdade (a velha história de que uma mentira contada muitas vezes se torna verdade), mas se contradiz ao trazer informações sem quaisquer fontes, fazendo os seus escritos superficiais e sem sentido algum. Crítica uma visão parcial porém réplica pensamentos tendenciosos. Parecia que o autor queria fazer como um ?desacredite do que conhece e acredite no que eu falo?.

Não recomendo, pois o livro parece ter uma postura extremamente de marketing, apenas para lucrar em cima de informações sem nenhum embasamento. Um sanduíche de uma fatia de desinformação e outra de anti-conhecimento.
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