Sem Vestígios

Sem Vestígios Tais Morais




Resenhas - Sem Vestígios


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Rossana 30/06/2021

Bom
Em alguns momentos do livro, senti como se estivessem tentando justificar o injustificável. Contudo, o livro é bom para introduzir o tema, visto que disposto como uma narrativa facilitando a compreensão.
Rachel 07/01/2024minha estante
Senti o mesmo




Daniel432 28/11/2009

Sem (muitas) novidades
O título está bem de acordo com os textos do livro, mas para mim ficou a sensação de que os arquivos do Carioca não acrescentaram grandes novidades para a autora, que os aproveitou para fazer um livro continuação do Operação Araguaia, detalhando as açoes de encobertamento dos corpos.

Talvez, os arquivos do Carioca estejam mais para uma biografia de sua vida solitária e retraída onde ele procura justificar as atrocidades que cometeu.

Não há grandes revelações, exceto pela descrição do esquartejamento de David Capistrano.

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Lori 18/04/2011

Historiadores têm preconceitos com jornalistas. Essa é uma frase clássica nas universidades de História e creio que já escrevi isso uma vez. As reclamações normalmente se baseiam: 1) escrevem sobre um assunto sem um estudo aprofundado, 2) não se preocupam devidamente com fontes, 3) transformam a história em um grande conjunto de curiosidades, 4) não fazem análise dos fatos históricos. Creio que a lista pode continuar pelo que eu já ouvi, porém isso já mostra as idéias recorrentes. Penso que jornalistas têm o espaço e importância, como qualquer área, contudo realmente há um sério problema quando se envolve com o conhecimento de outras áreas de humanas no geral. Não se pode pedir que seja especializado em tudo, porém quando se entra em uma área que não tem os conhecimentos necessário, precisa se chamar alguém que conheça para fazer um trabalho melhor. É como quando falam de economia nos jornais e não chama um economista, não chamar um historiador é tão ruim quanto.

O livro de Taís Morais poderia se transformar em uma ótima fonte secundária, afinal se basearia em um diário de um torturador, poderia abrir portas para entender o processo desses mecanismos. Talvez pudesse ser um complemento para entender aquela época por outros olhos, afinal quase não se tem declarações de militares. Talvez eu prefira uma história mais ampla do que pessoal, como é um gosto pessoal obviamente interfere na minha interpretação do livro. Qual se transformou em um livro sobre um homem em grandes acontecimentos sem refletir o seu papel e escrito em frases clichês. Pode parecer que eu não gostei do livro, porém sabendo do seu potencial é um pouco desanimador. Parece muitas vezes que é mais criar impacto do que realmente explicar o tempo sobre qual trata e qual a importância desse material no estudo. Talvez se esse não fosse meu assunto favorito em história brasileira e goste de qualquer assunto relacionado, talvez conseguisse ler sem me importar... mentira, não conseguiria por ser ainda uma historiadora (estamos quase lá!)

Vamos falar o que há de bom no livro para não parecer que não quero que ninguém leia o livro. Como é a demonstração da vida de Carioca, já que obviamente não tem nome próprio, vemos como a carreira militar age sobre sua vida. Como a carreira militar é vista como um dos únicos caminhos bons para pessoas de baixa renda, sendo que isso continua até hoje. Também vemos a influência na vida familiar e nele como ser humano. O livro mostra claramente como as conseqüências continuam, é o mesmo que um soldado que volta da guerra, essa não sai da pessoa só por que a pessoa saiu dessa. É importante o livro mostrar as conseqüências dos atos dele mesmo que não seja frente à lei. Talvez Carioca até preferisse dessa forma, quem sabe assim poderia falar abertamente sobre o que fez.

Talvez a intenção do livro seja mostrar como o período militar age sobre a vida de Carioca, já que acompanhamos desde a sua infância até o período pós-ditadura. Como é escrito por ele após sua aposentadoria, a memória que ele cria é como se tudo em sua vida o preparasse para uma carreira tão cruel. É um pouco triste ver a visão que ele tem dele mesmo. Talvez se o livro tivesse sido a voz dele, não alguém escrevendo baseado nisso, poderíamos tê-lo conhecido mais e saber a profundidade da ditadura militar em sua vida. Quem sabe aí eu teria gostado mais da história sendo tão pessoal.

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
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RLeitora 05/09/2012

Resenha RLeitora - Sem Vestígios
Bem, para quem não lembra o que foi esse período de barbárie no nosso país, vou refrescar a memória.

A Ditadura Militar no Brasil iniciou em 31 de março de 1964, com a queda do presidente João Goulart (Jango), que assumiu após a renúncia de Jânio Quadros. Foi taxado de comunista, em razão de viagens que fazia à China – e também tem uma pontinha o fato de Jânio ter condecorado Che Guevara, guerrilheiro de Cuba (que presente de Jânio para Jango, hein!). A justificativa dos militares para o golpe? Estavam evitando a invasão do comunismo no Brasil – deixa eu contar que os EUA foram os principais incentivadores do golpe. Vale lembrar que neste período há o auge da Guerra Fria – ou você está do lado da União Soviética ou dos EUA, você escolhe e espera as consequências.
Em 1968 o Ato Institucional nº 5 (AI-5) suspendeu a Constituição de 1946 e implantou a censura, deteve a liberdade individual e permitiu que os militares investissem e prendessem qualquer um considerado suspeito de “comunista”. Veja bem, nesta época a imagem que o governo brasileiro passava sobre o comunismo não era real; para ter ideia, foi aí que surgiu a expressão: “comunista, devorador de criancinhas”.
Ao total foram cinco presidentes durante a Ditadura (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo). Terminou somente em 1985 com a eleição do civil Tancredo Neves, que por sinal nem chegou a usar a faixa, mas essa é outra história...

Vamos a uma parte específica do período: as torturas. É sabido que houve muitos tipos de tortura, e não cabe os citar aqui, mas muitas pessoas morreram nas mãos de militares. As que não morreram, ficaram com sequelas, tanto físicas quanto psicológicas. Tanto os guerrilheiros (apoiavam o comunismo) quanto pessoas que nada tinham a ver com a perseguição, foram espancadas, torturadas, humilhadas pelos militares. Porque eles não pensavam por conta própria que isso era errado? Vamos saber agora, com um livro muito interessante, que conta sobre as torturas sob a perspectiva de um militar, de um torturador!
Estima-se que, no mínimo, 50 mil pessoas foram presas, 20 mil torturadas e outros milhares foram exilados e cassados.

E é aí que a autora e jornalista Taís Morais entra! Ela conseguiu reunir cartas de um dos agentes militares, que falam sobre as torturas e acontecimentos da época. Em nenhum momento Taís revela a verdadeira identidade do autor das cartas, apenas o chama de Carioca. Devo admitir que não gosto da maneira como ela narra, misturando presente e passado de forma confusa. Porém, o conteúdo de seu livro é interessantíssimo e válido.
Ao longo da narrativa de Carioca podemos analisar a lavagem cerebral que ele alega ter sofrido: o senhor com maior poder que ele mandava, ele cumpria. Simples assim! Para ser bom oficial naquela época era necessário obedecer às ordens, não questioná-las. Pensar não lhes era permitido. Fico me perguntando se nas cartas oficiais há alguma descrição detalhada das torturas ou algo assim, pois durante todo o livro não há. Acredito que a autora quis, de alguma forma, preservar a memória de quem passou por isso, não revelando detalhes das operações.
Carioca afirma que muitos militares adoravam o que faziam, mas é evasivo na questão pessoal. Fala sobre as perseguições aos guerrilheiros, da rotina e de como era difícil estar em casa. Afinal, ele era um agente secreto do governo. Sempre deixando clara a lavagem cerebral que o governo fazia em seus agentes.

A autora fala, por exemplo, sobre as cobras usadas para obter confissões, além de outros métodos de tortura, muito desgastantes mesmo para escrever aqui - imagine você em uma sala minúscula com cobras enormes e o detalhe: você só sai se confessar! Você fala até o que não sabe, no fim das contas! Fala, ainda, sobre as mortes após a tortura “habitual” e sobre a maneira como se livravam dos corpos.
Enfim, o texto é pesado, mas não teria como ser diferente. O clima é desgastante, mas mesmo assim trás a realidade de um passado nada bonito de nosso país. É uma obra que merece ser lida, sim, e como não tem detalhes sangrentos, você vai conseguir dormir a noite. Não se preocupe!

Ou você realmente acha que os “desaparecidos” durante a ditadura simplesmente se perderam?
guilhermegt 17/11/2015minha estante
Encontrei o livro em promoção num site. Ao procurar mais informações e opiniões sobre o mesmo, caí em uma resenha de um blog de um tal de Sidney. A própira autora parece ter comentado a resenha lá. E diz o seguinte:

"A repercussão do livro não foi o que eu esperava. Logo que lançado houve uma espécie de boicote da imprensa. A resenha que saiu no Valor foi sofrível. O foco foi apenas para a afirmação do Coronel Lício de que o Zé Dirceu havia sido informante. O restante das denúncias foram literalmente enterradas. Não deixou de ser finalista do Jabuti, mas fiquei muito triste com a forma que a imprensa petralha divulgou o livro.
Denúncias e mais denúncias, desde o meu Operação Araguaia, foram jogadas no esquecimento para que surgissem as tais comissões da INverdade."

A autora escreve a palavra "petralha" (em um tom de desligitimação) e "comissões da INverdade" e quer ser levada a sério?! Militante demais para mim... e olha que ainda restava uma esperança de que o livro não fosse uma visão imparcial (talvez do outro "lado", mas imparcial sobre o assunto).




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Vanessa888 15/05/2016

"O que fez sentido em um momento parece loucura em outro.O contexto faz toda a diferença"
O livro trata desse periodo por vezes "esquecido" e no atual momento politico que vivemos citado de maneira completamente descabida como uma piada de humor negro.

Para quem já estudou e se aprofundou no tema o livro só mais mais casos, dos incontáveis casos de torturas e assassinatos que ocorreram no período.

O livro vem em forma de memórias desse ex agente secreto de codinome "Carioca" que não suportou no fim tudo o que viveu.

Vem com fotos e traz uma cronologia interessante desde o golpe até o inicio da abertura.

Por vezes senti aquele aperto no peito, por saber que não se tratava de uma ficção e sim de uma realidade não muito distante da que vivemos. Qual o limite para a maldade humana?

No geral um bom livro, para quem se interessa no tema super recomendo! Para os alienados que não entendem do tema recomendo mais ainda.

Nota 3,5
Dani 16/05/2016minha estante
Adorei a resenha!!!




Donnie 22/02/2021

Sem Vestígios.
Apesar de, por um estudo ou outro (nada tão aprofundado), saber de tantas coisas que aconteceram durante a ditadura, ler os relatos de alguém que esteve ali, agindo diretamente, é algo realmente impressionante. Ainda que não tenha descrições *tão* fortes, duas delas foram suficiente para me fazer respirar fundo, imaginando todo o cenário descrito, imaginando o odor, as cores...

Não sou uma pesquisadora, historiadora ou profissional no assunto, embora 'história' seja um assunto que me atrai bastante. Depois de ler esse livro e algumas resenhas (positivas e negativas), me interessei mais em aprofundar no assunto.
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Duda 22/08/2022

Legal o assunto no qual se fala e o objetivo em que a autora quer passar mas não estou nessa vibe de politica e assuntos históricos não, mas talvez algum dia continue a ler.
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