Lud 03/03/2020
Difícil de explicar!
Esse é o tipo de duologia em que eu diria "não gostei"...
Masssssss, (e isso é uma "mas" bem grande mesmo), ao terminar o segundo me rendi. Há certa complexidade e é aprofundada, apesar de a relação ser tão doentia que nos causa uma repulsa quase imediata (o carinha faz o Hardin de After parecer um cordeirinho bobo).
E enquanto eu poderia dar 10 motivos óbvios para você fugir da leitura (gatilhos, fantasias sexuais que beiram a bizarrice, alerta de não feminismo e outros), eu também poderia dar mais 10 para ler.
Controverso, entende? Mas profundo, no que as demais histórias apenas lhe entregam inesplicavelmente um final feliz, aqui, a Autora reforça um. mesmo que os próprios personagens, se recusem a ver...
E Donovan é tão sexy exercendo o clássico "controlador" que coloca muito outros CEO's no chinelo. Ele é do tipo sacana, maldoso e como diria o título original "obsceno":
"- Bom, estou aqui - ele disse com as mãos segurando o sofá - e não vou embora até você explicar. ou até ter esvaziado meu pau na sua garganta. Você escolhe."
Por outro lado, incomodei-me mais com Sabrina. Ela é tão controversa em seus pensamentos que faria até a tonta da Anastasia ter vergonha de sua falta de amor próprio (sério, se colocassem as duas numa sala, Ana provavelmente lhe diria "Tenha dó" por ser tão frouxa.... perdi a paciencia váaaaaaarias vezes). Seus pensamentos eram sempre uma variação de:
"...minha boceta latejava, minha pele queria tocar e ser tocada, meu corpo queria ser fodido, arrasado e machucado. E ainda tinha raiva dentro de mim. E dor. Eram sentimentos fortes que pesavam em minha excitação."
Mas de boa? A raiva dela, totalmente justificada, nunca pesava. Ela sempre cedia e cansava, a minha paciência.
Então, o que diabos eu gostei? Difícil explicar, mas há certo balanceamento (não necessariamente perfeitamente equilibrado), mas é uma relação autêntica em vários aspectos, o que é levantado em alguns momentos como este:
"Quão irônico que eu ainda quero isso, é saber que a causa da minha dor e a fonte do meu bálsamo são a mesma coisa. Mas não há conversa, não foram trocadas mais palavras. Nenhuma com significado de qualquer maneira. Então, não haveria conforto e nao haveria bálsamo. Ele não tenta e eu tampouco consigo deixar que ele me dê qualquer um..."
Enfim, o relacionamento entre Donovan e Sabrina é sim, em algum ponto...doentio. Ou, em vários. Ele a trata mal e por motivos de um fato em que ele teve participação, ela sente que gosta disso.
É sem dúvida, um desafio de leitura, para qualquer feminista.
Mas apesar da relação conturbada e das descobertas sobre Donovan que, para mim, são assustadoras (riqueza e charme a parte, tem limite para tudo!), a história dos Dois tem uma força poderosa de se envolver...
e arriscaria, até de se amar.
Tão intensos quanto as histórias clássicas e conturbadas como Heathcliff e Catherine, Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, Jane e Mr. Rochester e porque não, Hardin e Tessa.
Se jogue apenas se tiver estômago...