O olho mais azul

O olho mais azul Toni Morrison




Resenhas - O olho mais azul


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Mirtes.Tatiane 11/12/2021

Leitura necessária.
Livro necessário a qualquer pessoa. Apresenta todas as consequências que os padrões de beleza e o racismo podem causar.
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Laís 21/02/2022

Mais uma vez levei aquele golpe? ?
Impressionante como não estou conseguindo nem expressão em algumas palavras o que ele me fez sentir.
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Flavinha 20/07/2021

"Esta é uma história terrível sobre coisas que se preferia ignorar completamente". São as palavras da própria Toni Morrison. O livro é brutal. Aborda o preconceito mais visceral, o do colorismo. E tem como protagonista o mais vulnerável dos seres humanos: uma menina negra retinta que passa por toda sorte de menosprezo que nossa sociedade (imunda) pode inflingir a um ser vivo, humano ou não. A história se passa na década de 60, nos EUA. Mas poderia ser contemporânea e ambientada aqui no Brasil por um negro ou uma prostituta ou um cachorro sarnento ou um viciado em condição de rua.
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Otávio - @vendavaldelivros 25/04/2022

“Raiva é melhor. A raiva dá a sensação de existir. É uma realidade, uma presença.”
A literatura por vezes é como um jardim de experiências. Nesse jardim podemos encontrar plantas das mais diversas espécies, que nos despertam sensações e sentimentos distintos. “O olho mais azul” talvez seja, nesse jardim, como uma belíssima rosa recheada de espinhos. Belo, único e doloroso.

Eu definitivamente não tenho poder de síntese suficiente para dizer sobre o que é a história desse livro. Eu poderia me reter ao básico e dizer que é a história da menina Pecola Breedlove, uma criança negra nos Estados Unidos dos anos 40 e de sua família. Dizer que Pecola ansiava em ter olhos azuis para que pudesse ser amada, já que acreditava que essa cor de olhos (e tudo que eles carregavam) representava a chance de receber amor.

Mas o que posso dizer é que essa explicação é insuficiente. “O olho mais azul”, livro de estreia da vencedora do Nobel Toni Morrison é uma obra com tantos significados e tanta beleza em meio às dores, que resumi-la em um parágrafo é impossível.

Cenário de violência, racismo, misoginia, abuso, preconceito social, colorismo e injustiça, “O olho mais azul” entra de forma profunda em feridas que até hoje existem na sociedade americana (e no mundo ocidental como um todo). Tudo isso narrado através da voz de Claudia MacTeer, uma menina da mesma faixa de idade de Pecola e que acaba desenhando os universos que formam a história, sempre convergindo para a menina que queria ter olhos azuis.

É incrível quando um livro consegue ser escrito de forma bela e poética e, ainda assim, ser extremamente doloroso. Toni Morrison nos faz entrar na mente de todas as suas personagens, menos na da menina Pecola. Assistimos de longe e impotentes suas dores e as injustiças que sofre. O pai alcoólatra e abusador, a mãe que ama mais a família branca para qual trabalha do que os filhos, a sociedade que, como a própria autora deixa claro, transforma uma menina negra em sua figura mais vulnerável. Tudo dentro de uma obra bela, dolorosa, mas ainda hoje infelizmente necessária.
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Alessandro 13/10/2010

Para desmembrar bonecas brancas
A literatura de Toni Morrison é árdua e mesmo muito após sua leitura inicial (e necessária releitura) se mantém como um travo em nossa língua, um quê de amargor que mesmo a sutileza das palavras tão belas de Morrison não se interessa fundamentalmente em nos justificar.

Ficaria tão mais fácil compreender o tanto de estranheza se a literatura de Morrison fizesse concessões imediatas para o raivosismo, se seu texto fosse recheado de ódio e seus personagens fossem tão somente sujeitos unilaterais desprovidos de maiores fragmentações comportamentais. Se não tivessem nuances e complexidade. Se fossem só e totalmente negros desesperados, raivosos e violentos – amargos como tão amargos e inacreditáveis são os pressupostos de inferioridade que lhes querem impugnar.

Se os personagens de Toni Morrison somente reagissem violentamente como lhes é esperado, se não se envolvessem de idéias por vezes tão obtusas como tentativa de fuga de sua realidade, seriam protótipos do negro sofredor da década de 40. Claros e precisos, talvez. Mas desfeitos de maiores interesses que nos fizessem querer compreender as origens e conseqüências de seus sentimentos e de seus atos. Afinal, tal vontade é o que nos motiva para descobrir quem olhou com tal aversão para Pecola Breedlove, criança e negra, e lhe fez desejar com tal ardor os olhos azuis mais intensos para apaziguar (quem sabe?) seu sentimento de aversão por si mesma, já tão irremediavelmente marcado.

Esta foi a motivação de Toni Morrison afinal, por que Claudia MacTeer, que narra O Olho Mais Azul é alter-ego da autora e, não obstante o fato de ter os mesmos onze anos da sofrida Pecola, resiste tão bravamente à supremacia étnica e social que lhe é imposta que seus impulsos mais violentos (desespero odioso pelo modelo de beleza e adoração daquela década) são o de desmembrar bonecas brancas. E odiar com o fundo do coração tudo o que a atriz-mirim Shirley Temple representava então, com seus cabelos loiros e cacheados e graciosos olhos azuis. Tão distante e servindo somente para confundir a identidade daquelas pequenas negras. E que outro modelo identitário lhes resta? Talvez as três prostitutas contadoras de lorotas que moram no apartamento de cima. China, Polaca e Maria, cumprindo unicamente a sina de vender seus corpos, suas ancas sempre boas e prontas para o sexo, seu frenesi negro sempre mais ardente para as coisas da carne. Para Claudia e Pecola não há exatamente mais ninguém próximo que lhes seja modelo naquela América branca, naquela gélida cidade de Lorain, Ohio, onde lhes aguarda um futuro de grandes progenitoras e exímias donas de casa. Para limpar e manter em ordem a casa dos outros.

Próximo à Claudia há sua irmã, Frieda e sua mãe que lhes trata o resfriado com purgante Black Draught e óleo de rícino. Há as conversas cansadas e nervosas sobre a Companhia de Carvão Zick's – mas estas conversas são dos adultos e só cabe a Claudia e Frieda ouvir sorrateiramente. Há as fofocas femininas sobre os homens do bairro. E há senhor Henry, o inquilino de um quarto na casa dos MacTeer. Que é espancado e posto para fora pelos pais delas quando tenta tocar em Frieda.

E próximo à Pecola não há exemplos muito mais dignos. Há Cholly, seu pai, bêbado e violento demais para qualquer ato que de alguma ternura para com ela. Há a mãe, que responde à violência do marido à altura e há uma situação que se torna insustentável quando Cholly espanca a mulher na frente de Pecola e põe fogo na casa. O que aproxima Pecola de Claudia e Frieda quando o serviço social a instala temporariamente na casa das duas.

Como a Pecola só resta achar que é feia, agressivamente feia, pobre e feia, lhe sobra a crença de que se seus olhos fossem diferentes, ela seria diferente. Então, toda note, sem falta, Pecola reza para ter os olhos azuis. Reza fervorosamente. Por mais que demore, porque Pecola sabe que leva muito tempo para que uma coisa maravilhosa como essa aconteça.

Toni Morrison faz literatura como quem faz poesia. Não passa a mão na cabeça, sendo negra como seus personagens. A ganhadora do Nobel de Literatura de 1993 (ano da reedição deste livro, cuja primeira publicação é de 1965) dramatiza, sim, a devastação que o desprezo racial pode causar. Mesmo que este desprezo seja "casual", mesmo que seja arraigado pelo "costume" – ele é desintegrador, ele é agressivo social e domesticamente. Ele é rotineiro, ele é excepcional, algumas vezes monstruoso. Um exercício de neutralidade de Morrison: manter o olhar de desprezo dos personagens sobre Pecola (e sobre qualquer menina negra na sua mesma vulnerabilidade) sem, no entanto, se tornar cúmplice. E sabotando, aos poucos, as razões deste desprezo.

O Olho Mais Azul é, ao final, um livro generoso ao extremo. Dá voz a um ser incapaz de compreender a violência tão "natural" que lhe envolve – e tudo em uma linguagem coloquial, revelando sorrateiramente um segredo terrível, destrinchando a desestabilização e a destruição da vida de uma menina negra, como se fosse tão somente algum evento corriqueiro, um mexerico sobre alguém dentro da família, da vizinhança.

São declarações indizíveis sendo ditas finalmente, como se um bando de mulheres fofocando sobre pudesse amainar a ruptura da natureza de Pecola, pudesse amenizar o vazio em Pecola. Criando uma familiaridade com o leitor, sem assustá-lo com declarações bombásticas ou repentinas. Por mais que haja coisas terríveis para se contar. "Cá entre nós".
Franciny Celestino 18/01/2018minha estante
Aiiin genteeeee, onde encontro ? Preciso muito ler !


Sarah.Passarella 02/06/2020minha estante
Linda resenha!




Monica Grezzi 26/07/2021

O livro conta sobre a vida de uma menina que vê na sociedade o racismo, a exclusão e a indiferença por ela ser negra, pobre e feia. O sonho dela é ser tratada como os brancos, então ela quer ter olhos azuis.
A narrativa é meio desconexa e cria a atmosfera confusa da sociedade, que está toda desvirtuada.
Leitura interessante e pesada.
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leiturasdaursula 15/02/2022

Pecola é uma menina preta retinta que sofre todo tipo de maus tratos e violência. O livro intercala narrativas de primeira e terceira pessoas. O cenário é ambientando nos anos de 1960, época marcada pelo racismo nos EUA. A narrativa em primeira pessoa é feita sob o olhar de uma adolescente negra, a Claudia, que estuda na mesma escola que Pecola. Já a narrativa em terceira pessoa visa trazer alguns acontecimentos passados para melhor contextualizar a realidade triste das familias... É um livro curto, mas muito intenso e bastante chocante e reflexivo. Recomendo bastante, mas tem muitos gatilhos!
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Laila 19/02/2022

A angústia de Pecola
A leitura é muitas vezes difícil, mas necessária. O contexto histórico não é apresentado, mas fica claro que é um período pós guerra e de aparthaid, o que contribui para o terror de ser o indivíduo mais vulnerável do mundo - uma menina, criança e negra - que só deseja ter olhos azuis, os mais azuis possíveis, para fugir de si.
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Max 26/07/2023

Olhos azuis...
O sofrimento de uma pessoa, uma pessoa negra, uma mulher, uma menina, quase nos esgota a alma diante daquilo que é dito. Mas antes de se esgotar, de acabar nossa esperança, alguma coisa que resta dentro de nós nos move no sentido de tendo o conhecimento e com ele a responsabilidade sobre nosso papel na sociedade: ser solidário, combativo e de jamais ceder ao preconceito e a intolerância.
Um das mais marcantes leituras que fiz este ano, recomendo!
Fabio.Nunes 26/07/2023minha estante
Esse daí é um dos 10 da leitura coletiva que tô fazendo. Bom saber.




Livros trechos e trecos 30/06/2020

O Olho mais azul
Quando terminei a leitura o objetivo era fazer logo a resenha, mas me sinto como uma jiboia que devorou uma presa muito grande e estou pensando e pensando e tentando digerir tudo o que foi esse livro. Há tantas histórias e situações que você mal se recupera de uma coisa e já tem mais duas para assimilar. O olho mais azul é uma junção de histórias ligadas a uma história central, a vida da jovem Pecola, que orava com tanta força para ter olhos azuis, e assim conseguir mudar sua vida.

O desprezo pela própria imagem, reflexo de uma sociedade racista é algo perpetuado até hoje, mas ver o sofrimento dessa garota desprezada e agredida por todos (inclusive sua própria mãe) é tão perturbador, principalmente porque a Toni faz questão de nos expor um pouco da história de alguns dos seus agressores e eles são pessoas igualmente oprimidas. Não que isso justifique algo pelo contrário, só reforça a nossa culpa enquanto sociedade por permitir que esse ciclo vicioso continue.

Seria tão mais fácil se a Toni nos deixasse odiar os algozes de Pecola, se ela apenas os expusesse como vilões que fazem com que uma criança se torne um ser "quebrado". Mas não, apenas expondo os fatos ela nos permite julgar e reconhecer nossa parcela de culpa, sem precisar levantar a voz ou colocar o dedo na nossa cara, nos diz "você permite isso e depois olha para o lado para não ver as consequências dos seus atos". Pois somos nós quem contribuímos para que os ideais de superioridade e beleza permaneçam estáticos, permitimos que uma paleta de cores seja usada para julgar maior e menor valor. E fazemos isso sem esforço, só seguimos o fluxo e nos omitimos.

O simples fato de ter levado tanto tempo para saber da existência do livro, que foi escrito de 1965 a 1969, é um exemplo de como toda a problemática abordada continua atual. É uma prova do quanto nós perdemos enquanto leitores e cidadãos, por conhecer tão pouco a obra das minorias sociais. Reconhecer a falta de representatividade é importante, mas mudar essa problemática consumindo um conteúdo mais representativo e empático tem uma importância ainda maior. E quando a obra deixa um um impacto tão grande, e vem de uma mulher com uma escrita tão poderosa, isso é ainda melhor!


site: https://www.instagram.com/p/CCD_OtCDPsB/?utm_source=ig_web_copy_link
Flavinha 30/06/2020minha estante
Estou esperando o meu


Livros trechos e trecos 30/06/2020minha estante
Você vai amar, tenho certeza!




Qlucas 21/09/2021

A crueldade na beleza única
'Feio' é o único adjetivo dirigido para o negro em Olho Mais Azul.
Toni Morison ao contar a estória de Pecola, uma criança negra, e seu íntimo desejo por ter olhos azuis, não só isso, 'os mais azuis', tão somente para ser considerada mais bela e escapar um pouco de sua negritude, ressalta a crueldade causada pela dominância de um ideal de beleza, a branca-loira-de-olhos-azuis, que nem todos naturalmente poderiam deter.
O anseio de Pecola, negríssima, como é descrita no livro pelo seus traços marcantes, seria um desejo não-natural, quase impossível, mas é o único pedido que a menina realiza em suas orações a Deus. Tal situação evidencia os danos psicológicos menina sobre si mesmo aos olhos alheios, sob manto de uma sociedade que pouco se importa e privilegia alguns em, revistas, filmes, novelas e bonecas.
A estrutura do texto, conjuntamente com narrativa, apesar de simples, não é direta, pois o racismo é complexo e se materializa em vários eixos na sociedade, o livro não se limita a 'uma menina preta que quer ter olhos azuis', trata além de como o racismo social e a condição de ser negro pode ter a capacidade de limitar os horizontes dessas pessoas, sobre si mesma, sobre o seu desejos para o futuro, muito bem narrado ao apresentar o passado do pai e mãe de Pecola - Não estava esperando isso, pensei até que era outra estória, a própria narrativa muda, muito bom, pois me enriqueceu como leitor.
O capitulo final é doloroso e o mais bem escrito.
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Isabela 23/03/2021

Leitura obrigatória!
Romance de estréia da escritora Toni Morrison, vencedora do Prêmio Nobel de literatura, O olho mais azul começou a ser escrito em 1962 e publicado pela primeira vez em 1970 e mostra como o racismo mostra toda sua crueldade sobre uma menina negra.
?
Pecola Breedlove é apenas uma criança quando começa a perceber as diferenças do tratamento que é dado a ela e às crianças brancas. Dessa forma, passa a almejar acima de tudo ter os olhos mais azuis, pois assim deixaria de ser feia e passaria a receber todo carinho e atenção destinado às outras crianças. Esse desejo aliado a uma família devastada e violenta levam ao colapso da menina e sua completa desintegração antes mesmo da adolescência.
?
Esse foi com certeza um dos livros mais impactantes que li. Apesar de pequeno, é denso do início ao fim. Através de uma narrativa concisa, Toni Morrison nos traz uma poderosa reflexão sobre a crueldade do racismo e dos padrões de beleza excludentes e nocivos imposto por esse sistema que fazem tantas pessoas e tantas meninas negras rejeitarem a si mesmas.
Além de mostrar os impactos dessas problemáticas na vida da Pecola, é interessante a construção dos demais personagens, que, também vítimas, despejam numa criança toda sua frustração e impotência, assim é abordado como a misoginia do homem negro e a invisibilidade da dor da mulher negra são naturalizados e como esse sistema de poder desestrutura as famílias e torna um lar um lugar perigoso.
?
É sem dúvida um livro que todos deveriam ler ao menos uma vez na vida e concluo aqui com uma frase da própria autora no posfácio que nos alerta para a necessidade de jamais esquecermos do peso dessas questões:

"A afirmação de beleza racial não foi uma reação contra a autocrítica trocista e bem-humorada de fraquezas culturais/raciais, comuns em todos os grupos, mas contra a nociva internalização de pressupostos de inferioridade imutável, originados de um olhar externo."
Layla.Ribeiro 23/03/2021minha estante
Está na minha lista


Isabela 23/03/2021minha estante
Se prepara... É pesado




mere 21/10/2021

Posso dizer que foi um dos tops desse ano.
Um livro que mexe com o emocional. Que fala sobre tantas coisas que não deveriam existir. Mas que infelizmente existem ainda hoje. Leiam e se escandalizem com tanta maldade. Com tanta vergonha. Eu muitas vzs me revoltei.
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