laetitiatkk 21/10/2022
E as ordens não mudaram...
O pequeno príncipe tem uma linguagem tão especial, única, que se torna quase impossível não se apaixonar por cada página, cada frase. Isso me faz recordar um pouco do Manoel de Barros com a sua ideia de que as crianças são poderosas por conta de sua criatividade, o que pode ser percebido já no início da obra do Antoine em que os adultos acabam por perder seu olhar, suas "raízes crianceiras", que tanto Manoel fala em seus poemas, e deixam de olhar para além do que se vê. Essa questão me deixa um pouco em dualidade porque amo a poesia de Alberto Caeiro e ele é um pouco contrário a olhar para além do objeto, mas de certa forma acabei por reparar que os três autores: Manoel, Alberto e Antoine, trazem pontos muito semelhantes, com aprendizados e questionamentos bem gostosos de serem tratados.
Acredito que "O pequeno príncipe" é uma obra importante para todos, independente de qualquer idade, e envolver Alberto Caeiro e Manoel de Barros, autores revolucionários, nessa leitura é ainda mais maravilhoso e gratificante.
"? Onde estão os homens? ? por fim retomou o pequeno príncipe. ? É um pouco solitário no deserto... ? É solitário também entre os homens ? disse a serpente."