Pascal

Pascal Blaise Pascal




Resenhas - Pascal


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Mauricio186 20/07/2023

Início genial
Os Pensamentos de Pascal são uma obra fascinante: ele parece ser o primeiro crítico da modernidade, e testemunhou de muito perto o nascimento do que viria a ser a marca dominante do mundo contemporâneo: essa postura libertina, cética e epicurista do homem moderno. As questões que Pascal levanta contra esse otimismo iluminista continua extremamente atual, e faz dele um autor fundamental para a crise filosófica de nossa época.
Seus argumentos perdem a força, no meu ponto de vista, a partir do momento em que ele passa a atacar o deísmo, considerado "quase tão horrível quanto o ateísmo", e passa a pregar sobre a divindade de Cristo ou sobre o valor das Sagradas Escrituras. A partir daí sua obra se torna quase um retalho de citações bíblicas e deixa de ter lugar numa coleção dedicada à Filosofia.
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Filino 04/06/2021

Excelente edição de um verdadeiro polímata
Pascal é um gênio: na matemática, na física, na filosofia, no pensamento religioso, na arte de escrever. E essa edição d'Os Pensadores é bastante completa: apresenta um bom texto inicial, com consultoria da professora Marilena Chaui, além de uma introdução e, por fim, um texto sobre a vida do autor, escrita pela sua irmã.

Os "Pensamentos" tratam de tudo aquilo que caracteriza a reflexão pascaliana: espírito geométrico e espírito de finura; a condição miserável do homem e a salvação em Jesus Cristo; a inevitabilidade da famosa aposta; o homem como um "caniço pensante". Ainda que exposto de modo fragmentado, essa reunião de textos permite ter um excelente panorama do pensamento de Pascal - e com uma riqueza sem igual: afinal, o texto é exposto antes de uma revisão e o leitor se depara com passagens que foram riscadas pelo próprio autor. Em alguns momentos, parece que Pascal, em seu monólogo, atinge o leitor em cheio. O estilo é maravilhoso.

Essa é daquelas edições d'Os Pensadores que vale a pena ler. Uma apresentação gráfica muito bonita e composta por excelentes textos de apoio. Uma pena que, nas edições que se sucederam, se perdeu muito...
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Lucas 17/09/2015

Utilizando as palavras de Alain de Botton (em "Religião para ateus"):
"Pascal se destaca pela natureza excepcionalmente impiedosa do seu pessimismo. Ele nos informa que a felicidade é uma ilusão ('A pessoa que não vê a futilidade do mundo é ela própria fútil'), que a miséria é a norma ('Se nossa condição fosse realmente feliz, não precisaríamos evitar pensar a respeito'), que o verdadeiro amor é uma quimera ('Como é vazio e cruel o coração do homem'), que somos tão sensíveis quanto vaidosos ('Uma ninharia nos consola porque uma ninharia nos perturba'), que até mesmo os mais fortes entre nós ficam impotentes diante das incontáveis doenças às quais somos vulneráveis ('As moscas são tão fortes que podem paralisar nossa mente e devorar nosso corpo'), que todas as instituições terrenas são corruptas ('Nada é mais garantido que a certeza de que as pessoas serão fracas') e que somos absurdamente inclinados a superestimar nossa importância ('Quantos reinos não sabem nada sobre nós!'). O melhor que podemos esperar fazer nessas circunstâncias, sugere Pascal, é enfrentar os fatos desesperadores da situação: 'A grandeza do homem vem de saber que ele é miserável'.
Dado o tom, é uma surpresa descobrir que a leitura de Pascal não é depressiva como se poderia esperar. A obra é consoladora, emocionante e até mesmo, em determinados momentos, hilariante. Para aqueles à beira do desespero, não existe livro melhor que aquele que procura moer todas as últimas esperanças do homem."
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