Os Imperiais de Gran Abuelo

Os Imperiais de Gran Abuelo M.R.Terci




Resenhas - Os Imperiais de Gran Abuelo


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douglaseralldo 17/12/2018

FOGO NO MOSQUETE! 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS IMPERIAIS DE GRAN ABUELO, DE M. R. TERCI
1 - Consistente, peculiar e original no horror nacional, Os Imperiais de Gran Abuelo aproveita-se de elementos históricos pouco explorados por nossa literatura para entregar-nos uma grata e interessante surpresa. Uma narrativa que além de apresentar-nos uma trama bem construída e numa ambientação propícia aos mistérios, nos lega ótimos personagens;

2 - Mas antes de tratarmos da obra em si, vale aqui um registro porque sei que muitas vezes acontece dessas coisas quando da escolha por uma leitura: no caso deste livro não se deixe levar pela capa, que talvez por sua composição possa não ser de todo atraente, e bem da verdade, ser um projeto de design com alguns problemas. Muitas vezes isso pode levar a uma impressão errada da obra, e nesse caso não poderiam ser mais diferentes. O texto de Terci é algo maduro e plenamente construído em sua identidade, assim como a própria clareza de seu projeto;

3 - O livro, cujo subtítulo tenha a expressão crônicas é bastante apropriado. Trata-se de fato das crônicas de soldados imperiais que entre ação e reminiscências da memória agem em dois tempos, num presente narrativo que os coloca em derradeira jornada, e num passado de lembranças de horrores e também as glórias da guerra;

+: http://www.listasliterarias.com/2018/12/fogo-no-mosquete-10-consideracoes-sobre.html

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Francine 31/12/2016

Uma distopia que se passa no período imperial no Brasil, altamente recomendada para qualquer leitor.
Eu começo essa resenha manifestando um desejo pessoal: esse livro precisa alcançar o maior número possível de leitores! É uma obra primorosa, que superou minhas expectativas e me fez admirar ainda mais o talento do autor Marcos Terci. Com essa obra, o autor ultrapassou o limite literário do entretenimento e deu ao leitor brasileiro condições de conhecer um pouco mais sobre a história do seu país. É um livro que quero dar aos meus filhos, sobrinhos e netos, pois ultrapassa as barreiras do tempo. Aliás, quero muito que meus amigos, minha família e vocês o leiam.

O livro ainda não foi publicado – o autor está à procura de uma boa oportunidade editorial, e estou na torcida para que receba o prestígio merecido.

Dito isso, vamos à resenha.

Os Imperiais de Gran Abuelo é narrado em formato de diário por um dos personagens mais leais, corajosos e honrados que já encontrei no mundo literário: Amadeu Carabenieri, também conhecido como Papá. Logo nas primeiras páginas, entendemos que Papá está enfrentando um terrível momento. Acompanhado de valentes soldados imperiais, caminha em direção à cidade de Tebraria (sim, aquela à qual pertence o mal-afamado Bairro da Cripta – série paralela do autor), levando consigo o caixão onde jaz o corpo do Gran Abuelo, o temido Marquês de Erval.

Aqui vale um parêntese:
Gran Abuelo, compreendido em português como vovozão, é a alcunha dada pelo autor a Manuel Luís Osório, conhecido como Marquês de Erval (ou Herval). O personagem existiu de fato e é patrono da cavalaria do exército. No desenvolvimento da obra, de acordo com a época que o narrador estiver mencionando, Gran Abuelo é referido como Barão de Erval, Visconde de Erval... São títulos nobiliárquicos que Osório recebeu do Império por seus méritos militares.

Percebem que a obra, embora fictícia, é rica em história?
Impossível não admirar o autor por explorar tal contexto.

Voltando à resenha:

Gran Abuelo está morto, mas permanece inspirando seus soldados. Papá quer proteger seu corpo de uma entidade maligna, disposta a matar toda criatura em seu caminho. Ela é a Dama da Cripta. Para derrotá-la, Papá precisa enfrentá-la diretamente, com a ajuda de seus leais companheiros de batalha. E aqui notamos a razão do título da obra.

Os soldados que seguiam as ordens de Gran Abuelo eram conhecidos como a Legião de Malditos. Isso porque Gran Abuelo não enfrentava apenas inimigos do Império, mas especialmente criaturas sobrenaturais que pudessem ameaçar os interesses do Imperador. Em sua época de glória, Gran Abuelo treinou rigorosamente seus soldados para não temerem ou fugirem diante do perigo. Pensem nos Imperiais de Gran Abuelo como uma força armada especial no combate àquilo que excede a razão, àquilo que vive ou sai das sombras!

"Temores? O uniforme imperial não comporta bolso para guardar essas frescuras de político. Os Imperiais de Gran Abuelo tampouco alimentam receios."

Papá é o capitão dos Imperiais de Gran Abuelo e carrega nos ombros a responsabilidade por suas vidas. Sendo uma narrativa em formato de diário, somos capazes de entender seus sentimentos mais profundos, escondidos sob a face dura de um líder que não pode demonstrar fraqueza ou hesitação diante dos seus liderados.

"– A farda não abafa o homem no peito do soldado."

Sob as fardas e as medalhas, há homens que dão suas vidas para que o Império prevaleça. Para a segurança de uma nação que desconhece sua existência e missão. Cada Imperial de Gran Abuelo merecia um livro. São personagens marcantes com suas singularidades e nos conquistam de tal forma durante a leitura que, honestamente, cada página repleta de ação leva-nos a temer sua morte.

"– Olhe para mim, garoto! – atropela Medroso. – Um dia tu vais acordar dentro dessas botas sujas e descobrir que és um puta de um desgraçado sanguinário. Com os diabos, garoto! És imperial! Orgulhe-se, porra!"

Assim como Papá e Gran Abuelo são alcunhas que revelam suas posições entre os imperiais, cada soldado é conhecido por suas qualidades ou particularidades. Temos Esperto, Pé de Cabra, Matador, Mosquito, Cicatriz, Sorriso, Gancho, Medroso, Doido, Ceroulas, Poncho, Aríete... e muitos outros. Mesmo com a quantidade de personagens apresentados pelo autor, em nenhum momento sentimos a dificuldade de saber quem é quem. Pelo contrário, queremos saber onde estão e como estão se saindo durante suas missões. Infelizmente, o autor não hesitou em trazer a morte como consequência para alguns dos seus personagens – o que partiu meu coração, mas trouxe mais realidade e tensão à narrativa.

"O spencer de um imperial está sempre engatilhado."

A Dama da Cripta é só o começo! Há muita ação, descrita de forma alucinante e cheia de adrenalina! Nossos imperiais enfrentam guerras históricas, mercenários, monstros sedentos por sangue e destruição... Há um enredo que perdura por toda a obra, ressignificando acontecimentos narrados entre o passado e o presente de Papá. No passado, Gran Abuelo tentou expressar as dificuldades que todos, um dia, enfrentariam. Um mal maior estava para emergir. Papá ainda não compreendia, mas cumpria as ordens de Gran Abuelo mesmo quando pareciam cruéis. Agora, sendo o capitão oficial dessa Legião de Malditos, continua a aprender com seu mentor já falecido através de suas lembranças. Gran Abuelo realmente merece estar no título dessa obra.

"A noite se vai, os corpos ficam."

Papá, assim como cada imperial dessa história, não se vê como um herói. Ele dedica tudo de si pelo que acredita, pelos valores que deseja proteger, pela humanidade. Não vive de méritos ou medalhas. É também vítima de um sistema monárquico, que ignorava os dissabores das guerras. O Imperador e os políticos não sabiam o que envolvia estar num campo de batalha. Não se importavam com as famílias abandonadas pelos soldados, os negros que eram obrigados a servir ao exército imperial para – se sobrevivessem – voltarem à escravidão, os sonhos jamais realizados por tantos jovens soldados que tiveram suas vidas ceifadas em nome do poder imperial... Nesse livro vemos uma parte da nossa história e imaginamos, mesmo de modo ficcional, o quanto dela foi verdade.

O desfecho foi excepcional e digno dos imperiais. Estou ansiosa pelo volume 2, para conferir quais serão os próximos desafios dessa Legião de Malditos.

Um dos destaques na obra, em minha opinião, se dá com o personagem Sorriso. Sua história pessoal representa a transição entre a escravidão e a liberdade dos negros. Senti-me comovida ao perceber que, após a abolição da escravatura, tantos negros permaneceram sem condições de usufruir da "liberdade" que lhes foi concedida. O autor foi brilhante ao trazer à tona uma realidade tão forte.

Não encontrei fragilidades nesse enredo. De gênero horror, é uma distopia que se passa no período imperial no Brasil, altamente recomendada para qualquer leitor. Narrativa que equilibra humor e tensão, personagens que cativam, acontecimentos imprevisíveis, apelo histórico e desenvolvimento complexo. Não faltaram emoção, honra, nobreza e força nessa história. Vale a pena ler! Ingressou para meus livros favoritos.

Resenha publicada no blog My Queen Side:

site: http://www.myqueenside.com.br/2016/04/resenha-141-os-imperiais-de-gran-abuelo.html
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Bia 10/10/2016

Resenha publicada no blog Lua Literária
Oi gente!! Tudo bem com vocês?
Hoje trago resenha nacional! Os Imperiais de Gran Abuelo é uma obra do autor M R Terci. O Lua foi um dos blogs que tiveram o prazer de ler e resenhar com exclusividade o livro, publicado recentemente em e-bokk na Amazon.
Estou in love com os trabalhos do autor. Já disse e repito: o cara é incrivelmente original.
Voltamos ao Brasil reinado por Dom Pedro II. Para a defesa do Império, homens corajosos e astutos lutavam protegendo o povo e a nação; comandados e treinados por Manuel Luis Osório; conhecido popularmente entre o grupo como Gran Abuelo ou vovozão. Os Imperiais, assim intitulados, eram duramente treinados para enfrentarem quaisquer tipos de situações e inimigos; sejam eles sobrenaturais ou não.
"Os soldados de Gran Abuelo não se intimidam nem diante do próprio Demo." página 72
Gran Abuelo era casado, e prometeu a sua amada esposa que, ao voltar da guerrilha, traria ouro para lhe presentear. O tempo passou, a mulher adoeceu gravemente e veio a falecer. Osório não conseguiu cumprir sua promessa. Desde então, Vovozão não era o mesmo; parecia que algo estava atormentando seu sono.
Acabou por falecer também, e Carabenieri; seu mais leal e antigo soldado, ocupou seu lugar ao comando dos Imperiais. Carabenieri recebeu a alcunha de Papá, e o livro é narrado por este personagem, sob a forma de diário.
Acontece que um mal estava assombrando também os soldados Imperiais. Corria a lenda que era uma dama, sedenta por sangue, que tirava não apenas o sono; mas também a vida de muitos deles. Logo, a tal da dama foi relacionada à viúva de Osório. Diziam que a viúva estava a procura do ouro e de seu amado, que nunca retornaram.
Os Imperiais, assim sendo, saíram numa jornada com destino à capela de Santo Nicolau, em Tebraria; onde jazia a cripta da viúva; levando o caixão com o corpo de vovozão para tentarem abafar o mal.
E nesta jornada, nossos heróis irão descobrir que a dama da Cripta é o menor dos males que terão de enfrentar.
"Há olhares que, de tão trevosos, murcham as flores da campina e matam passarinhos no ninho. Nunca piscam, observam o ir e vir da vida, tomando toda a luz para si. Têm a cor dos abismos e jamais se cobrirão de pálpebras piedosas." página 53
O medo de spoiler é o que faz com que minha resenha não exponha muitos detalhes do enredo. Digo de antemão que, quando forem ler o livro, vão falar que escondi fatos de vocês. Acreditem, é necessário.
Fazer uma resenha de um livro tão magnífico é algo realmente difícil. Assim como a Keila e a Fran destacaram em suas resenhas, também digo que meu desejo é que essa obra seja lida por todos.
De início, com a ressaca literária que Os Santos de Colditz me causou; pensei que se trataria da primeira obra do autor a receber uma menor avaliação da minha parte. Eu amo história, porém as do Brasil, em sua maioria, foi-me apresentada de uma forma muito cansativa e monótona na escola. Era algo que tinha de decorar, não aprender. Então, estabeleci o pré-conceito que poderia me sentir cansada. E também achava que se trataria apenas de uma saga de homens para proteger o corpo morto de seu general. Ahhh como estava enganada. Já devia saber da complexidade da mente do autor.
Em se tratando do contexto histórico encravado no enredo, mais uma vez, M R Terci foi magnífico. Cada leitor tira suas próprias conclusões, claro. No meu caso, foi um verdadeiro aprendizado. Detalhes que eram desconhecidos por mim, fazem com que eu resuma a leitura como rica em conhecimento. Quando li o nome Manuel Luis Osório, patrono da arma de cavalaria do exército brasileiro; já interliguei à Guerra da Tríplice Aliança. Não, não fujam! Também não gostava de falar desse assunto até ler esse livro.
Terci nos passa conhecimento de uma forma muito prazerosa e cheia de aventura. Mais uma vez, a mescla entre realidade e fantasia deixou o enredo perfeito e rico. A empolgação para com a história surgiu exatamente no fato de se tratar de um enredo inteligente, que me instigou a querer saber mais; a querer buscar a realidade dos personagens e das situações que realmente aconteceram. E esse é um novo elogio que trago ao autor: ele instiga o leitor a querer saber mais, a buscar por conhecimento. E falando sério, hoje em dia estamos tão carentes de autores que façam isso.
Digo com todas as letras que, se tivesse lido esse livro na fase escolar, aprender esse pedaço da história do Brasil teria sido mais interessante, com toda certeza.
Ressalto que o autor não “joga” os fatos históricos no leitor, e tão pouco se trata de meras citações. Ele teve muito cuidado ao levantar esses pontos. Mostra ao leitor as dificuldades que os soldados enfrentavam em batalha; a realidade nua e crua das epidemias que acometiam nosso país, e não posso deixar de citar, a triste verdade da escravidão. Ler a obra nos faz compreender melhor a realidade do nosso passado.
A parte fantástica também não ficou para trás. Não é exagero dizer, repetidamente, que o autor tem a mente brilhante. Trazendo elementos do nosso próprio folclore, somados à sua originalidade sem igual; o enredo se torna mágico e diferente das outras obras que li de sua autoria. Sabemos que é uma história de guerra, mas nem mesmo nós estamos preparados para os rumos que a leitura seguirá.
Outro ponto que me deixou em êxtase, também já comum nos livros do autor, é o reencontro com personagens e lugares de outros livros de sua autoria. Amei reencontrar uma velha amiga da Cripta, e conhecer ainda mais sobre sua história.
Devido a minha curiosidade, a leitura foi demorada, pois fiz pesquisas enquanto lia. Mas isso não quer dizer que você também precisará se dispor de pesquisas. Eu as fiz por ser curiosa, por sentir vontade em saber exatamente onde estava pisando. E gosto disso. Até meu vocabulário se tornou mais rico. Porém, apesar de toda a concentração depositada, surgiram novos sentimentos de minha parte em relação às obras de Terci.
Antes de falar sobre “tais sentimentos”, para que vocês possam me compreender melhor, vou citar os personagens.
Gran Abuelo, apesar de falecido; se faz muito presente através das memórias que Papá nos passa. E como não gostar de Papá... Tão corajoso e destemido. Tão íntegro. Quisera eu ser protegida por ele...
Medroso se tornou meu personagem favorito. Quem já leu minhas outras resenhas que tratam de outras obras do autor, devem ter notado uma diferença gritante. Desta vez, foram os personagens humanos que me conquistaram. Se tornou totalmente impossível não ser conquistada pelos Imperiais. Me senti parte do grupo, e assim como eles, passei a não temer “as páginas” que estavam por vir. Saibam que não existe permissão para o medo entre os imperiais.
"A farda não abafa o homem no peito do soldado." - página 12
Talvez movida pelo espírito de coragem, pela primeira vez fiquei relaxada em um livro do autor; e as peripécias do grupo me arrancaram risos. Rir e relaxar em uma obra do Terci? Achei que seria impossível, pois nas demais precisava tomar relaxante muscular, tamanha era minha tensão.
Não se enganem, por favor. Que fique claro que foram em alguns momentos.
Apeguei-me por completo com o bando de humanos, e essa foi uma fraqueza. É minha regra pessoal não me apegar com humanos quando se trata de horror.
Por falar em horror, ele se manteve clássico e inteligente como sempre. A atmosfera não muda, temos a sensação de estarmos “acompanhados” mesmo nos momentos que ditei como relaxantes. Nada forçado, nada apelativo. Apenas acreditamos naquilo que está escrito, e nossa mente faz o resto.
"Há uma regra no campo de batalha: quando um homem vai ao chão cadáver, ele não mais se levanta. Odeio quando violam as regras militares!" - página 191
Enredo coerente desde os mínimos detalhes, tão fácil de ser visualizado. E ainda hoje, ao conversar com o autor, entendo o motivo dessa conexão “visual” que senti ao ler: ele foi a fundo em pesquisas, até esteve onde os Imperiais e Dom Pedro II estiveram, tudo para deixar nossa leitura ainda mais palpável.
Recomendo a leitura, para todos, mesmo para aqueles que não gostam de terror. O teor histórico é realmente fabuloso. É um livro que terei em casa, e que servirá para presentear de conhecimentos meus filhos (quem sabe), sobrinhos e afilhadas.
Espero que o livro seja brevemente publicado, e tenha toda a atenção que lhe é merecida.
Mais um para a minha coleção particular de livros favoritos do autor.

site: http://lua-literaria.blogspot.com.br/2016/05/resenha-os-imperiais-de-gran-abuelo-m-r.html
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