As Horas

As Horas Alex Andrade




Resenhas - AS HORAS


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Day Morais - @daihanydemorais 02/12/2016

Ótimo!
A escrita de Alex Andrade em minha humilde opinião, não deixa a desejar em nada para os autores nacionais consagrados como autores de peso. Uma surpresa maravilhosa ver um livro brasileiro tão lindo e publicado com tantos cuidados. Um ótimo trabalho da editora com a diagramação, capa linda e acabamento impecável.

Eu indico muito essa leitura. Pois além do fato de ele ser um livro ótimo, esse é daquele tipo de livro que temos que ter em nossa estante para ler sempre. Ao meu ver, muitas mensagens que são ocultas nos contos só podem ser compreendidas conforme nós vamos amadurecendo, pois a complexidade de um conto pode ser muito maior, e mais significativa do que um romance de centenas de páginas. Tempo, vida, amores, perdas, horas. Somos apresentados em cada conto a personagens maravilhosos (cada um a seu jeitinho) deixando sempre um desejo por mais e mais... Com isso, é praticamente impossível não devorar esse livro de uma só vez e se arrepender depois por não ter demorado mais.

Eu demorei um pouco para ler pois tinha algumas outras leituras atrasadas, então pude deliciar os 13 contos, lendo dois ou três contos por dia e pensando no quanto a escrita do autor flui de maneira primorosa, com uma linguagem versátil que transita desde o "quase vulgar" até o poético.

Amei todos os contos, amei e amei...

Espero poder ler mais do autor. =)



"O tempo é imutável. E podemos ainda assim falar do tempo com a destreza de uma criança, que se move além dos seus limites." (Pág 17)


site: www.lendo1bomlivro.com.br
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Krishnamurti 09/10/2016

HORAS A PINGAR, ESCORRENDO LENTAS...
Por Krishnamurti Góes dos Anjos (*)

Gaston Bachelard filósofo e poeta francês, afirmou que “A lembrança pura não tem data. Tem uma estação. É a estação que constitui a marca fundamental da lembrança (…) A estação abre o mundo, mundos em que cada sonhador vê expandir-se o seu próprio ser”. O livro “As horas” de Alex Andrade, (Editora Penalux, Guaratinguetá-SP, 2016, 146p), reúne treze histórias em que a tônica se assenta no tempo psicológico das personagens o que traz ao tempo presente das narrativas, não só uma série de fatos vividos, mas também as marcas emocionais desses fatos que foram armazenados e que vêm à tona independentemente do distanciamento e do tempo transcorrido pois fazem parte do ser no tempo presente. Andrade recria nos textos a experiência humana e nos disponibiliza interioridades a partir de um movimento de autorreflexão questionador e muitas vezes contraditório, onde reflete-se o sentido da vida e da situação em que nos encontramos.
Esse tempo “presente” está sempre associado às fantasias, aos desejos, às crenças, às maneiras de ser, e também, e com que força, ao amor. Ou ao que pensamos equivocadamente, que seja o amor. Interessante notar como essa perspectiva é tratada particularmente em dois contos: “As horas” e “Chuva”. No primeiro sob a ótica masculina, um “amor” que embora pleno de desejos físicos, se inviabiliza pela completa disparidade de percepções, de identificação, de entendimento recíproco, que é a mola mestra do tal sentimento. Como nos engamos quanto a isto de que ao amor, tesão só não basta! Em “A chuva”, a mesma chave sob perspectiva feminina, mas aí com a sutileza do gênero: “ele vai dormir aqui junto de mim, ouvirei o ronronar de seu sono, velarei o seu sonho e beijarei o seu pescoço e lhe falarei coisas que é para que as minhas palavras penetrem no seu subconsciente”. Faces da mesma moeda. São criaturas obcecadas, trancadas em ambientes fechados, a chuva lá fora - sempre a chuva aparece nos contos - quase paranoicas em suas buscas na idealização do outro.
Em outros textos a condução da narrativa se constitui ora por fatos que emergiram da memória, ora por fatos presentes, sem diferenciação clara de planos temporais, já que as lembranças surgem e sofrem continuamente a interferência do tempo presente e de todas as vivências que ele implica. (simultaneidade entre tempo psicológico e o do relógio). A rememoração de fatos passados, muitas vezes súbita e não explicitada, dá às personagens a característica humana da recordação em que à memória se confia o sentido e o rumo (às vezes), de nossas vidas. Disto é exemplo o conto “Tempo”.
Há também uma ficção que merece especial registro, pelo grau de criatividade alcançado, e pela trama bem urdida entre memória e imaginação. Em “Eu não amava os Rolling Stones à toa”, às recordações soma-se o ato da imaginação, a fim de proporcionar uma melhor compreensão da ação passada, prolongá-la voluntariamente (artifício que sempre levamos a efeito a bem do que nos é caro), ou preencher lacunas de esquecimento, clarificando a personalidade em questão.
Mas ao fim e ao cabo da leitura de “As horas”, deparamo-nos com o brilhante conto “Tá vendo o dia lá fora?”. Neste, é narrada a rotina de dona Maria de Lourdes, uma octogenária que reflete sobre sua vida e não se conforma com a rotina e falta de perspectivas. Todavia alimenta esperanças. O escritor Vergílio Ferreira em sua obra “Nitido nulo” chama a atenção para uma perspectiva da existência. A esperança. Diz ele que a “esperança sempre foi para o homem um prazer intenso porque aponta-nos para o futuro. O futuro que está à nossa disposição, nos surge ao mesmo tempo sob uma variedade de formas igualmente risonhas, igualmente possíveis. A ideia de futuro, convenhamos, está prenhe de possibilidades, e é justamente por isso que há mais encanto na esperança do que na posse, no sonho do que na realidade”, mais ainda, acrescentamos nós, na possibilidade que nos abre para a mudança. Vejamos como o conto de Alex Andrade contribui para tal compreensão:
“Dona Maria de Lourdes não queria lembrar do passado, do medo, dos filhos ingratos – setenta e nove anos de nada!
Não era velha, nem idosa, nem cansada.
Foi ao inferno e ao céu no mesmo instante. Estava quase pronta, menos carrancuda, menos pesada. A velha teve sentimentos bons, queria amar. Sua idade não importava. Existia agora.
Deixou de lado a ordem e a coerência, que a conduziam ao abismo”….“e com a ingenuidade de uma criança, olhou para todos os lados e em seguida, para o céu pedindo perdão pelo seu maior pecado, que foi o de não ter vivido.
Aplaudiu de pé a sua conquista. Ergueu a cabeça branca e mesmo sem andar direito invadiu a rua”.
Este é, para lembrar a epígrafe do livro que se abre com uma frase de Clarice Lispector, o terrível dever de ir até o fim de nossas vidas. Com efeito, Alex Andrade tem o que o dizer, e sabe fazê-lo.
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Dani - Bibliotecária Leitora 23/11/2016

Voz aos personagens
As horas (Penalux, 2016, 146 p.), do autor Alex Andrade, é uma reunião de 13 contos. Alguns desses foram publicados em revistas literárias, e três ainda foram traduzidos para a língua inglesa. Grande parte desses contos reunidos em As horas, são em primeira pessoa. E aí vemos o grande talento do autor: conseguir dar voz aos seus personagens, caracterizando todos eles de uma forma muito particular. Às vezes me dava a impressão de que eram várias pessoas me contando as histórias, tamanha particularidade que havia em suas vozes.
Resenha completa em: https://bibliotecarialeitora.wordpress.com/2016/10/18/as-horas-alex-andrade/

site: https://bibliotecarialeitora.wordpress.com/2016/10/18/as-horas-alex-andrade/
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Fernando - @ExploradorLiterário 24/06/2017

Hoje trago para vocês “As Horas”, essa obra incrível do autor nacional Alex de Andrade. O livro foi lançado pela Editora Penalux, reúne 13 contos do autor, alguns publicados em revistas e outros também traduzido para a língua inglesa.

Essa antologia criada por esse autor contemporâneo nacional, traz várias histórias com técnicas de escrita perceptível desde o primeiro texto, pois ele traz uma leitura agradável na qual consegue expressar os sentimentos do personagem, e prender o leitor a leitura. Além de o autor ter um vocabulário bem complexo que vai do “vulgar” ao poético, e esse formato de texto tem uma flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica deixando a leitura mais leve independente do tema abordado.

" Não há nada pior do que perder suas referencias"
Não amava Rolling Stones à toa

Ao ler o livro você vai conhecendo a cada história um personagem diferente, porém vai vendo coincidências entre eles, todos estão presos ao tempo, a busca de uma salvação vinda de algum lugar, de alguém ou até mesmo do próprio tempo. O autor nos mostra como as vezes nós paramos em um ciclo ou lembranças, é como se areia de uma ampulheta estivesse acabando e o personagem precisasse ser salvo dele mesmo e de suas lembranças.

"Só amei 'uma vez' na vida e mesma nessa uma vez não tive tempo de amar completamente"
Tá vendo o dia lá fora?



Alex conseguiu em seus textos me fazer pensar sobre a vida, e como as vezes nos prendemos em memórias, em lembranças de algum momento as vezes bom, às vezes ruins e que não podem ser mudadas, apenas vividas. Dentre todos os contos os que mais gostei foram “Não amava Rolling Stones à toa” e “Tá vendo o dia lá fora?” devido às situações apresentadas e como os personagens estavam presos em seus pensamentos. Embora eu tenha achado alguns contos melhores que outros, todos eles mantém um bom nível, e eu realmente não encontrei nenhum texto ruim. É admirável ver está obra contemporânea, que pode ser sim ser comparada a obra mais clássicas, e autores consagrados pois Andrade sabe se expressar muito bem, e deve ser reconhecido como tal e por isso recomendo essa leitura.


site: http://srexploradorliterario.blogspot.com.br/2017/06/resenha-as-horas-alex-andrade.html
Bruno D W 26/06/2017minha estante
Sua resenha me convenceu. Quero ler!


Fernando - @ExploradorLiterário 27/06/2017minha estante
Super recomendo a leitura, depois me diz o que achou.




Morgana Brunner 17/08/2017

As Horas - Alex Andrade
Oiii gente tudo bem?
Hoje é dia de trazer a resenha desse livro lindo e lançamento que recebi da Editora Penalux, até o momento não consigo parar de me apaixonar pelas obras que a editora está a produzir, cada dia se tornam uma das minhas leituras mais prazerosas e intensas.

E agora trago a resenha desse livro inspirador e tão cheio de profundidade.



As horas passam rápido de maneira que fica difícil decidir quais os objetivos que temos de seguir e então alcançar. Alex Andrade propôs uma leitura profunda e realista, mas de certa maneira nos leva a imaginar fatos, que achei engraçado e tão cheio de si cada conto, eram suspiros e suspiros.

"Caminhava todas as manhãs pela mesma rua esperando que alguma coisa acontecesse pelo caminho olhando ao redor para que o horizonte apontasse enfim na direção dos seus olhos compridos." Pág. 45

Fui pega de surpresa em ler em um conto sobre o encontro com o querido e amável Fernando Pessoa, quando imaginei pelos detalhes descritos seu semblante senti-me inteiramente emocionada, e o autor não poupou palavras de usar alguns de seus poemas e o colocar em um conto em que a personagem queria era apenas encontrar o amor e ser amada da maneira que fosse, a aceitassem.





Ao decorrer das páginas nos vimos comovidos com contos que relatam e falam sobre a paixão de Rolling Stones, uma ação que lhe marcara toda a vida, impossível não se sentir comovido para quem realmente conhece e gosta da banda. Já em outro encontramos com Caio Fernando de Abreu, onde conversam e debatem sobre certos assuntos interessantes.

"A verdade é que se chega a uma etapa da vida que a gente quer formar, juntar, acrescentar." Pág. 112

Por último, o conto que mais chamou a minha atenção diante da obra “A menina nua”, ao meu ver percebe-se que o autor quis nos transparecer sobre o abuso infantil de uma criança que vende balas na sinaleira para sobreviver, ao acaso disso acaba conhecendo homens não muito bons...são pouquíssimas páginas que nos revelam que a menina já possui uma alma velha e cansada, mas seus sonhos continuam infantis e simples.



Foi uma surpresa para mim este livro, a edição está menor, como se fosse uma caixinha sabem? Uma fofura que só, a cada troca de capítulo uma folha preta surge e as letras em brancos, não encontrei nenhum erro ortográfico.

De certo modo, fiquei fascinada durante a leitura por causa das pessoas citadas e a escrita de Alex ser simples e encantadora, com toda certeza irei reler cada conto.

site: https://segredosliterarios-oficial.blogspot.com.br/2017/08/as-horas-alex-andrade.html
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Penalux 10/10/2017

Angústia do Tempo
O tempo pode ser o instante, mas numa breve sequência de vida ele se torna passado. O livro “As horas” é uma coletânea de 13 contos, cujo tema propõe uma profunda reflexão sobre as horas que passam trazendo consigo a angústia das coisas perdidas no passado.
O conto que abre o livro chamado “As horas’ é contado sobre a perspectiva de um personagem masculino que se encontra em melancolia por ter encontrado o amor de sua vida, mas em contrapartida, não pode vive-lo, em decorrência das complicações da vida e dos desencontros entre as almas dos amantes.
Já o segundo conto, por sua vez, intitulado “Poema” é uma sensível reflexão a respeito do amor. Poema é o nome da protagonista do conto, uma faxineira que ainda não pôde conhecer as emoções da vida, e que a medida que vai descobrindo-se marginalizada pela sua má aparência física, vai sentindo-se frustrada, pois percebe que o futuro também será apenas uma repetição dos acontecimentos mornos de sua vida de até então.
O autor brinca aqui com o sentimento de angústia que “As horas” vão trazendo, pois o transcorrer do tempo mata a esperança depositada no futuro, fazendo com que o amor e os projetos desfaleçam-se, como areia perdida da ampulheta da vida. A possibilidade de realização comprime-se, a cada segundo, à medida que o tempo se reduz.
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