Rafael 18/03/2017
Conquistas além-mar
O livro se debruça sobre o tema das grandes navegações, e como Portugal construiu o primeiro império global por meio da expansão marítima, o qual tinha como objetivo principal o comércio das especiarias com a Índia. A narrativa é o ponto alto, por parecer uma obra de ficção, ou mais próximo do gênero de aventura. De modo que a fluidez da narrativa assemelha-se com o tema das navegações, levando-nos aos descobrimentos, em meio às intrigas, às violências nos combates pela busca das riquezas, e, de alguma forma, novas perspectivas econômicas ao reinado de Portugal.
A narrativa se concentra nos descobrimentos e conquistas portuguesas no final do século XV e início do século XVI. Conquistas essas, das quais derivaram de uma determinada conjuntura para realizá-la – pois outras perspectivas ganhavam a mentalidade do povo da época, a ideia que a terra não era plana, e de que seria, portanto, navegável. Portugal também estava geograficamente favorável à costa do Oceano Atlântico, sem contar na acumulação de capital (o mercantilismo) da época, mas o objetivo principal era encontrar uma rota, da qual não precisasse pagar o pedágio pelo Mar Vermelho, que encarecia as mercadorias. E o caminho foi navegar próximo da costa africana, desbravar locais antes desconhecidos, em meio ao risco eminente do Atlântico.
Ano a ano, expedições portuguesas chegaram à Índia fazendo acordos no que tange às especiarias. Expedições que levaram muitos a morte pelas condições das navegações, sem contar na violência das conquistas portuguesas, ora ganhavam batalhas, ora perdiam; saques, torturas, e muito sangue fora derramado para conseguir a hegemônia no oceano. Aos poucos, os portugueses foram construindo fortificações na costa Africana, em parte da Índia, no Mar Vermelho e também no Golfo Pérsico. As navegações, na verdade chegaram até à Indonésia. Já em meados de 1500, Portugal já era uma ameaça para o comércio na Itália, local onde se concentrava a atividade comercial, e também para o Egito. Assim, a cidade de Lisboa foi tornando-se uma referência na prática comercial da época, mesmo pagando um alto preço por isso.
A conquista de Portugal foi muito além-mar, ela abriu um novo paradigma mais complexo para se repensar o mundo - que era possível navegar pelo atlântico pois a terra era redonda; pelo grande desenvolvimento naútico que fora trabalhado na época; além da base econômica mercantilista que Portugal praticou no período, da qual seria as bases do liberalismo econômico do século XIX, sem contar no intercâmbio cultural, mesmo conflitante, cujo país proporcionou com as navegacões para com a abertura pelo mundo. Portugal, portanto, não mudou apenas suas rotas econômicas, mas foi pelo desbravamento e coragem dos navegadores, que as novas rotas para o conhecimento da humanidade foram descobertas, e, posteriormente ampliadas.