Os Últimos Dias de Dilúvio da Serra

Os Últimos Dias de Dilúvio da Serra Adriano Paciello




Resenhas - Os últimos dias de Dilúvio da Serra


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Fran @paginasdafran 15/03/2017

Fantástico!
O que move uma crença? Uma crença pode mover uma cidade? As vésperas de seu aniversário de cem anos, Dilúvio da Serra respira superstição. Uma crença que começou junto à sua fundação, quando a esperança fazia parte da vida das doze famílias que ali fizeram morada.

Mognos da Serra seria o nome. Uma bonita placa de madeira para batizar o local e seguir a vida. Estamos em 1813, mais precisamente no dia 13 de setembro daquele ano, às 13 horas. O discurso de inauguração nem chegou a acontecer, pois a chuva veio forte e terminou com tudo. Depois de doze dias de chuva incessante, uma explicação. Fizeram todas as ligações possíveis e o problema era um número: 13 na data, no número de letras do nome da cidade, o ?M? de Mognos, ocupando a décima terceira posição no alfabeto; era o número em tudo e isso justificava sua ruína.

Ali não havia espaço para a lógica, para o bom senso.


?O amor incondicional a algo, a alguém, aos olhos dos normais, soa como uma aberração, incomoda, revolta, contudo, enquanto o véu mágico estiver cobrindo a realidade, dor e limites ficam a dias de distância.?

Passados doze dias, um novo nome, uma nova placa de madeira, o milagroso fim da chuva e uma vida que seguiria irreversivelmente contada.

O tempo foi passando e a cidade foi crescendo de uma forma peculiar, sempre guiados pelas contagens e exclusão de quase tudo que houvesse o número 13 ou sua letra correspondente no alfabeto.

Dilúvio da Serra, próximo ao seu primeiro centenário, teme o fim. Com 12.999 habitantes e a chegada próxima de mais um diluviano, eles aguardam fielmente o cumprimento da profecia, que dita a extinção da cidade.

Neste cenário, o Padre Magno Manqueso, único a iniciar seu nome com M e a conter no nome treze letras, tenta abrir os olhos dessas pessoas e mostrar que a fé deve ser maior que suas crendices, mas para isso, ele deve enfrentar Johann Von Becke, que traz como tradição de família o medo e a precaução a tudo que possa atrair a desgraça novamente à sua cidade.

Beirando a insanidade, Johann tenta, de todas as formas, manter a crença da população de Dilúvio de Serra, enquanto Magno luta para trazer o bom senso àquelas pessoas. Com os dias contados para o centenário, os quase treze mil habitantes que mesmo temendo, aguardam o fim, se encaminham para uma catástrofe quase que desejada.

Que livro! Não tenho outras palavras para descrevê-lo; um final inimaginável e não sei se posso defini-lo assim, mas ?hecatômbico? seria uma palavra adequada, mesmo que aparentemente esta variação não exista. Mas e as crendices, elas existem? São reais? A fixação por um número pode abalar uma sociedade inteira ou a fúria da natureza age conforme sua vontade, ignorando o temor dos que em meio ao pavor na terra vivem? Todo o medo que a população diluviana alimentou por cem anos, tem sequer uma gota de fundamento? De um lado, um homem que cresceu rodeado por histórias fatais associadas a um número, de outro, um Padre decidido a livrar a população de um medo infundado. No meio, pessoas que não sabem viver de outra forma se não a qual foram instruídas a viver, pois é o que se espera de uma desencorajadora e sincera cidade que acolhe seus visitantes assim: quando se entra ?Pena que viestes; ao sair, Bom que vais?.

Os últimos dias de Dilúvio da Serra traz uma análise profunda da sociedade, entrou para meus favoritos e ao contar seu resumo para amigos, que infelizmente não carregam consigo o hábito da leitura, é impossível não assistir essa história, que em poucas páginas e raros diálogos, fala tanto e mostra muito. Quando penso em Dilúvio, posso visualizar perfeitamente a grande praça, a confeitaria e alguns personagens ali tomando café. Os acontecimentos ocorridos nos dias que antecederam ao centenário da cidade e que foram por Adriano Paciello contados, ficaram marcados em minha memória quase que como um filme, não sendo mais nítido apenas do que a certeza de que as lendas, as crenças, são o que as pessoas fazem delas.
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Isabela | @readingwithbells 20/04/2017

Surpreendente!
Dilúvio da Serra está prestes a completar 100 anos de existência, e o medo reina por lá. Com exatos 12.999 habitantes, a chegada do indivíduo 13.000, o número almadiçoado gera grande receio no vilarejo.
Surpestições estão cravadas na alma da população. O número 13 é proibido na cidade, assim como nomes que comecem com a letra M. Todos são rebatizados sem contestar, até que um cidadão chamado Manoel Di Prólata se recusa. Ao negar mudar seu nome, um raio cai e ele morre. A população acredita que esse seja o motivo de sua morte, mas será que é a verdade?
Johann Von Becke, o maior supersticioso e dono do vilarejo, é quem vai trazer o habitante de número 13.000. Ele é o único que tem um conflito com Magno, o padre amigo de todos, que tem como meta livrar o vilarejo dos medos e surpestições. Johann acredita que ele tenha matado seu pai, e procura por justiça.
O que acontece com Dilúvio da Serra ao completar o temível número de 13.000 habitantes? Padre Magno é o culpado da morte do pai de Johann? Dilúvio algum dia vai deixar suas crenças para trás? Apenas entrando nessa aventura para descobrir.
"Pegue seu guarda-chuva e acompanhe os últimos dias de Dilúvio da Serra."
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Kalyne @oreinodaspaginas 11/10/2017

Resenha
A resenha de hoje é curtinha, pois o livro também é. Uma cidade cheia de superstições e com horror ao número 13, chamada Dilúvio da Serra, enfrenta um problema que tira o sossego dos moradores supersticiosos. Com um total de 12.999 habitantes e bem perto de completar 100 anos, o nascimento de mais uma pessoa, deixa a população com um medo horrível de que a cidade seja extinta.
Uma cidade pacífica e que nunca teve a oportunidade de inaugurar a cadeia local, devido à tranqüilidade de seus moradores. Não era comandada por políticos, mas sim pela família holandesa Von Becke. E é justamente nessa família que promete nascer em poucos dias o 13.000º habitante da cidade.
Filho de Johann e de sua esposa Antoanete, a criança considerada mau agouro, de acordo com as superstições dos moradores, ameaça trazer com seu nascimento uma chuva que trará a destruição da cidade.
Um livro inteligente e curioso que tenciona levar o leitor a fazer um passeio pelo mundo do mistério, das superstições e da vida real. Contando com uma narração sincera e com uma pitada de ironia que nos faz sentir dentro da própria historia vivenciando as emoções dos personagens.


site: http://oreinodaspaginas.blogspot.com.br/
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Lua 08/08/2022

Estranho
Não que seja ruim, mas não me adaptei à escrita desse livro. Até dei uma pausa na leitura pra ver se depois eu conseguia entrar na vibe. Mas foi em vão. Terminei forçando a barra mesmo.
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