Queria Estar Lendo 18/03/2021
Resenha: E viveram felizes para sempre
E viveram felizes para sempre é um compilado de contos que finaliza a história sobre os oito irmãos Bridgertons. Julia Quinn se padece do nosso luto pelo fim da série e nos alenta com um último momento juntos. Publicado pela editora Arqueiro, o livro nos serve como um adeus a família que tanto amamos acompanhar.
As opiniões dos contos abaixo podem conter spoiler sobre os livros da série, estejam avisados. Caso queiram ler as resenhas de algum livro em específico, elas estão linkadas no nome de cada casal. Os links para compra seguem nos títulos dos livros.
Daphne e Simon
O casal que nos introduziu à família, lá em O Duque e eu, retorna para nos contar o que teria feito com que Simon mudasse de opinião e viesse a ler as cartas deixadas por seu pai. Nesse conto temos dois pontos relevantes, o primeiro envolvendo Daphne e uma gravidez tardia e o outro um olhar no futuro para a família de Colin e Penélope.
O conto gira em torno desses dois pontos e, devo dizer, achei um tanto quanto fraco. Queria ter conseguido saber mais sobre os dois, acompanhar mais as crianças talvez. Eu não me importava mais com as cartas e, dado o final que elas tiveram no conto, achei ainda mais irrelevante para a história.
Anthony e Kate
O casal mais queridinho do fandom retorna em uma das cenas mais clássicas e amada pelos fãs. Apresentado ao mundo em O visconde que me amava, temos aqui o retorno de mais uma partida de Pall Mall. Dessa vez Anthony está decidido a vencer, mas como sempre Kate não está disposta a deixar que isso aconteça.
Com certeza o melhor conto de todos e responsável por me fazer perder a birra que tinha com Anthony Bridgerton. O exemplo perfeito sobre o que eu esperava ver em todos os contos do livro; risadas, referências a cenas icônicas e meu ship sendo estupidamente feliz.
Benedict e Sophie
Para provar minha teoria de que meus favoritos são amaldiçoados, Julia Quinn resolveu não focar o conto nos dois. Em Um perfeito cavalheiro somos apresentados a Posy, e é em torno dela que todo o conta gira. Posy é uma ótima personagem e o conto foi ok, mas eu queria saber mais sobre o meu casal e não sobre os agregados da família. Ou seja, eu não fiquei feliz.
Tenho para mim que Benedict e Eloise são preteridos pela autora, embora ao menos o livro do Benedict tenha sido bom, ainda que uma adaptação de Cinderella (por que Julia, por quê?). Não basta a vida afastada da família, o drama no livro da Eloise e agora isso. Meus cristaizinhos mereciam mais!
Colin e Penélope
Talvez a Júlia tenha ficado com preguiça, essa é minha justificativa. O conto se passa logo após Os segredos de Colin Bridgerton, mostrando Penélope enfrentando um de seus maiores desafios: contar para Eloise, durante o casamento da mesma, que ela era Lady Whistledown.
Não que não tenha sido algo relevante, é claro. Mas a forma como aconteceu e perto do que poderia ter sido, fez com que tudo acabasse sendo meio "meh". No fim, me diverti mais com a participação do casal no conto do Anthony e descobri mais sobre seu futuro no de Daphne, do que na própria história deles.
Pausa para dizer, porém, que Hyacinth é sempre será uma rainha. Perfeita do início ao fim.
Eloise e Sir. Phillip
Não sei o que Eloise fez para merecer tanto descaso da Julia, mas deve ter sido algo grave. Não satisfeito em ter Para Sir. Phillip, com amor como o pior livro da série, e ter o ship mais sem química, como o conto também conseguiu alcançar essa proeza.
Tudo isso porque, talvez ciente do livro fraco que escreveu, Julia Quinn decidiu que o conto iria girar em torno de Amanda - filha de Phillip com Marina - e seria narrado em primeira pessoa. Um erro atrás do outro. Eu não poderia ter me importado menos e, de quebra, ainda fiquei chateada com a descaracterização de Eloise, que virou uma pseudo cópia da mãe.
Francesca e Michael
E para não dizer que eu não avisei, eis aqui um conto agridoce. Em O conde enfeitiçado um dos pontos principais da história era o desejo de Francesca por ser mãe, é dai que parte sua vontade de casar novamente. Mas o livro termina e, mesmo com o epílogo, não chegamos a descobrir se seu sonho de fato se realiza.
Então é óbvio que este é o tema do conto. E é aqui que preciso explicar porque meu sentimento foi agridoce. Fiquei muito feliz com a narrativa e principalmente sua resolução, mas me doeu perceber que a ideia passada é de que durante anos Francesca nunca chegou a ser completamente feliz. E que Michael, meu doce e devoto Michael, passou todos esses anos amando sua esposa e desejando com todas as forças poder realizar seu sonho.
A sensação que fica é que este ship foi destinado ao drama, às dificuldades, às tramas mais intimistas e sensíveis. A maturidade da história dos dois dói, mas também faz sorrir.
Hyacinth e Gareth
O primeiro sentimento que eu tenho em relação a esse conto é o de satisfação. O epílogo de Um beijo inesquecível não deixou apenas a mim com uma sensação levemente desgostosa, por isso Julia Quinn escreveu este conto para se redimir. Se ela conseguiu, ainda não sei dizer.
Hyacinth continua maravilhosa e, diferente de Eloise, ser mãe não fez com que perdesse traços de sua personalidade irreverente. Gareth ainda é o cara por quem me apaixonei e os dois compõe um dos melhores duos da série - assim como Anthony e Kate -. Acrescentem a essa mistura Isabella, uma Hyacinth versão 2.0, e é muito difícil que qualquer história não seja boa.
O que me incomoda, talvez, é essa necessidade de a cria superar o criador. Mas, sinceramente? Essa sou só eu e meu amor irrestrito por Hyacinth não querendo admitir que ela possa ser superada, mesmo que pela própria filha. Ou seja, o conto é ótimo podem ir com fé!
Gregory e Lucy
E porque não só de alegria se vive um livro de contos, eis aqui algumas páginas para chorar. Assim como com Colin e Penélope, a história se passa logo após o final do epílogo do seu próprio livro. Se em A caminho do altar terminamos felizes ao ver o nascimento das gêmeas, compondo um total de nove filhos, aqui nós já começamos em completo desespero.
Isso porque a senhora Julia Quinn resolveu criar um problema no parto - que ok era bem possível tendo em vista ser um parto de gêmeos durante o século XIX -, que quase levou Lucy à morte. Nem preciso dizer que não perdemos nossa amada Lucy, é claro, mas isso não me impediu de chorar mais de uma vez. Principalmente nas cenas envolvendo as crianças, que por sinal amei cada um e fiquei muito feliz com as escolhas de nomes.
Ah, e mais uma vez, para não perder o costume Hyacinth apareceu e foi maravilhosa!
Violet e Edmund
Finalizando o livro temos então um conto sobre a matriarca da família. Descobrimos como ela conheceu Edmund pela primeira vez e o detestou, presenciamos a tão comentada cena sobre a primeira dança do casal, acompanhamos alguns dos seus momentos de felicidade e, por fim, assistimos Violet se ver obrigada a dizer adeus ao homem que tanto amava.
O que eu posso dizer desse conto é que talvez você não tenha chorado com Lucy e Gregory no conto anterior, mas com certeza você vai chorar com Violet e Edmund nesse.
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