O fim do homem soviético

O fim do homem soviético Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - O Fim do Homem Soviético


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Tina Melo 09/03/2020

No ano em que muito se falou sobre o tal fantasma do comunismo, ganhei o livro “O fim do homem soviético”, livro da vencedora do Nobel Svetlana Aleksievitchi.
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A obra revela memórias de personagens que viveram de formas muito diferentes o fim da União Soviética. Para muitos um sonho de liberdade, para outros o fim do sonho de nação justa e fraterna.
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A realidade da abertura se mostrou muito cruel, mesmo para aqueles que a apoiaram. Alguns personagens possuem uma ingenuidade cativante, enquanto outros uma raiva e revolta por terem crescido apartados do resto do mundo. O fato é que
com a entrada do capitalismo, chega também a pobreza, o abandono, a máfia, a corrida pelo lucro e dinheiro.
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É importante ler sobre a vivência de um modelo de sociedade único no mundo e tão diferente da nossa. Uma jornada desafiadora e enriquecedora, que me tomou muito mais do que uma semana para leitura!


site: https://www.instagram.com/24por6/
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Rafael G. 07/03/2020

Os anos 90 foram terríveis para os países que, antes, formavam a União Soviética. A mudança repentina no sistema de produção provocou uma crise histórica: de repente, aquelas pessoas acostumadas a uma vida de pouco (mas do mínimo necessário) foram lançadas à realidade predatória do mercado capitalista. Milhares de pedintes tomaram as ruas de Moscou, já era impossível viver do seu trabalho como professor, médico ou engenheiro. A aposentadoria não dava para nada, e as economias de uma vida inteira serviam apenas para comprar laranjas.

Muitos enriqueceram explorando a miséria, enganando as pessoas que vendiam a própria casa para conseguir o que comer. Muitos se suicidaram. E metade sentiu-se enganada: defendeu Iéltsin em nome da liberdade, mas será que esperava mesmo o capitalismo ou só queria um socialismo outro? Svetlana, com o mesmo cuidado de "Vozes de Tchernobyl", recolhe as histórias dessa nação partida, num trabalho impressionante com a precariedade do relato oral: há muito de incerteza, mas também há muito da dificuldade em plasmar a dor em palavra. Ela investiga o que a queda do projeto comunista significa para a vida comum, como atravessa as misérias e disputas cotidianas, o amor, a espera, o sofrimento. Svetlana recolhe narrativas que a princípio pouco parecem revelar dessa grande cisão histórica, mas que nos puxam primeiro pelo afeto, pela emoção, por aquela parte de nós que não consegue não se impressionar diante da morte ou não sentir ódio diante da injustiça. Lemos um luto ainda em processo, empurrando vidas para o absurdo.

Este é um livro imenso, político, emocionante e que nos coloca diante de grandes contradições: Como contar a história da URSS? Stálin foi um carrasco assassino ou o construtor de um mundo mais justo? Os soviéticos eram educados para o bem comum ou doutrinados para servir ao partido? Provavelmente tudo isso. E é justamente o que torna a leitura tão poderosa e magnética.
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marcelo.batista.1428 15/12/2019

O fim do homem soviético não é uma história que tem Gorbachev, Pavlov ou Yeltsin como protagonista. Nele encontramos populares e suas histórias pessoais, narrativas que são perpassadas pelo fim da U.R.S.S., que nos faz compreender suas consequências, mas que está para além disso.
Lemos sobre racismo, machismo, esperança, sofrimento mental, dinâmica familiar, violência, desigualdade, sonhos, guerra, liberdade, consumismo, injustiça e tudo aquilo que diz sobre o ser humano e ao mesmo tempo, que é característico do soviético. Um retrato de uma sociedade e igualmente um mergulho nos afetos da individualidade humana, através da transcrição de conversar múltiplas realizadas pela autora.
Um livro fantástico, mas longe de ser uma leitura leve.
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Juliana 08/02/2022

Um soco no estômago a cada página
O fim do homem soviético foi o meu primeiro contato com a escrita de Svetlana Aleksiévitch e já a partir dessa leitura pude compreender o porquê dessa jornalista e escritora ter ganhado o prêmio Nobel de literatura em 2015.
Svetlana anuncia logo no início da obra que abordará a história do fim da URSS a partir "de baixo". Este enfoque é o que faz a obra ser tão incrível. Como historiadora e pesquisadora desta temática, já li diversos trabalhos acadêmicos que demonstram através de fontes oficiais /estatais o processo que leva ao declínio dessa potência formada em 1917 e, definitivamente, entrar em contato com relatos tão pessoais e cheios de emoções trouxe humanidade e individualidade para algo que na minha cabeça estava consolidado somente como um grande processo sem rosto.
Para ler essa obra é preciso estar com a mente fortalecida, pois cada página oferece ao leitor um soco do estômago diferente. Dos relatos de guerra e de prisões em gulags até os conflitos étnicos ocorridos após a entrada definitiva do capitalismo na Rússia em 1991, as falas das pessoas entrevistadas são marcadas por sofrimentos de diversos tipos.
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@quixotandocomadani 22/09/2021

Gostei demais desse livro principalmente por um motivo: ENTENDER A DIVERSIDADE DA PERCEPÇÃO HUMANA FRENTE AO MESMO ACONTECIMENTO. Fatos são fatos, aconteceram, as pessoas vivenciaram e ainda assim, cada um tem entendimentos diferentes. E sim, dá para entender os dois lados.

Esse livro tem relatos impactantes sobre a crueldade e egoísmo do homem, mas também sobre amor e amizade. Reflexões como: a forma que somos educados molda totalmente nossa forma de pensar e viver e a necessidade do homem russo de ter um ideal para viver, é bom por um lado, mas por outro, se esse ideal for excessivo se torna prejudicial. Essa fé de acreditar cegamente em algo. Que tudo o que é extremo é ruim e o quão difícil é encontrarmos o equilíbrio.

Super valeu, tenho certeza que vou entender melhor a literatura russa (e um tiquinho a mais do ser humano) depois desse livro.

Pergunta que fica: "Que sentido faz mudar o Governo, se nós próprios não mudarmos?"

site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
Diego / @blogdiscolivro 22/09/2021minha estante
Mal posso esperar pra ler!




Rebeca.Verino 24/06/2021

A escrita da Svetlana é um imã
Os livros da Svetlana tem uma sensibilidade gigantesca para falar de temas delicados: segunda guerra mundial, guerra no Afeganistão, Chernobyl, e, agora, o fim da União Soviética. Por meio das testemunhas a autora vai criando para o leitor toda a visão do final de uma era. A União Soviética parecia que não teria fim até o início dos anos 80 e para muitos que viveram a vida inteira nessa realidade, a queda foi traumática. Já para outros, foi um milagre muito esperado. Gostei muito da leitura!
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Juliene.Dechichi 01/12/2021

Ainda muito interessante
É muito interessante ver a diferença das visões e vivências durante o stalinismo, e mais ainda da transição para o capitalismo e como essas pessoas ficaram perdidas e saudosas ao mesmo tempo. Outro ponto interessante foi o ponto de vista das pessoas que nasceram na transição e já inseridas no ideal capitalista. A mudança de ideais..
É um livro que traz realidade para os contextos históricos do stalismo até os tempos atuais.. há relatos de pessoas de diversas esferas da população russa e que viveram e se lembram de formas diferentes daquele período. Alguns foram para os campos Gulag, pessoas da inteligentsia, pessoas que trabalhavam para o partido e cidadaos comuns.
Apesar de algumas partes do livro ficarem confusas na ordem temporal ou de contexto, ainda é um livro muito bom. Vale a pena..
gabriel 02/12/2021minha estante
Estou pra começar um livro sobre o stalinismo logo logo, esse daí parece bem interessante. Marquei para leitura. Obrigado pela resenha!


Juliene.Dechichi 02/12/2021minha estante
Obrigado pelo feedback. Esse livro vai complementar muito sua visão sobre o stalismo. Relatos de pessoas que viveram o stalismo e suas consequências. Eu deixei pra ler esse depois de dois sobre stalin e revolução russa, pra ter mais noção do contexto histórico.




@moniquebonomini 11/05/2018

Esqueça...
Esqueça tudo que já ouviu sobre a URSS. Este livro, e a narrativa de Svetlana só provam aquela velha máxima de que toda história tem mais de um lado. Saber o que era a União Soviética a partir do indivíduo, experimentar através dos relatos toda a ambiguidade de sentimentos provocada pelo regime e as impressões atuais pela situação contemporânea, russa especialmente, é poderoso, impacta a mente e permite enxergar com muito mais empatia quem viveu à época vermelha. Recomendo fortemente a leitura!
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Ju 22/12/2023

Memórias
Que delícia ler esse livro. Memórias daqueles que viveram os dois polos e a transição pra o capitalismo. As opiniões deles são válidas.
AndrAa58 22/12/2023minha estante
Que legal saber que gostou. Estava na minha mira ??




Barbara 04/04/2020

Interessante
É um bom livro pra ter uma dimensão do que foi a URSS pra quem viveu e até nasceu nela. Através dos vários depoimentos é possível ponderar sobre os lados bons e ruins do comunismo e do capitalismo em diversas camadas.
Consegui notar que em relação as questões de gênero, o feminino se ferra nos dois regimes, pq afinal todo os dois são patriarcais. Vale muito como uma leitura de estudo pra pensar em qual caminho podemos traçar para um mundo mais igualitário e harmonioso.
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Victor Vale 26/04/2020

A vida é um ilusão. Te doutrinam quanto a definição de liberdade, felicidade e lealdade. Se constrói muros de possibilidade, barreiras de certezas, caminhos de verdade, mas tudo isso é construção social. Somos o que fomos levado a crer quem somos e quando isso tudo desmorona conhecemos a verdade, somos desoladamente agressivos. Foi assim com o fim da União Soviética, a verdade foi falida, mas a nossa verdade também será.
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André 29/07/2020

Uma leitura profundamente humana da transição soviética, além de verdadeiramente polifônica! Vale cada uma das linhas escritas.
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Jorgelzsilva 16/01/2022

Ideologias de lado a lado e um povo no meio
Relatos crus sobre o comunismo e seus heróis/vilões e sobre o capitalismo e seus heróis/vilões. O livro não busca explicar ou trazer nenhum valor, mas fica implícito que, no fim, seja qual for o regime, a maioria sempre perdeu.
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Ana 29/03/2021

O que mais impressiona nos livros da Svetlana Aleksiévitch é que os acontecimentos não são análises políticas e generalizações, mas histórias de pessoas e aquilo que elas viveram, com suas perspectivas e experiências únicas.

Em “O fim do homem soviético” conhecemos dezenas de histórias de pessoas que passaram pelas mais diferentes situações durante o período da URSS. De apoiadores a críticos, presos políticos e ex-militares. Todos os personagens que tiveram alguma experiência positiva ou negativa em algum dos países que formavam o bloco estão representados no livro.

Durante a narrativa vamos passando pelos diferentes momentos do período, de sua formação até as consequências de sua dissolução. Da noite para o dia a sociedade era outra, as prioridades mudaram e, principalmente, a forma de se relacionar com o outro também não era mais a mesma.

As pessoas nascidas dentro de uma ideologia foram jogadas em uma outra diametralmente oposta sem qualquer preparo ou adaptação. Aquilo que ontem valia muito, hoje não serve para nada. O que antes era certo, agora é errado.

A forma única com com Svetlana conta a história emociona, em diversos momentos nos faz pensar os nossos valores atuais e traz uma nova interpretação para os fatos históricos, menos objetivos, eles ganham nomes e lembranças.

Sou fã da autora por diversos motivos, mas nesse livro específico a humanização dos acontecimentos ganhou destaque. Esse é um daqueles livros que nunca termina, mas é constantemente revisitado e referenciado.

site: @clube_bla
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