Adriana Scarpin 28/01/2019Como todo livro que se dispõe a reunir ensaios o resultado geral é desigual, mas sem dúvida há muito mais a ser aproveitado do que descartado aqui.
A primeira parte desse livro é a tese de doutoramento do autor feita nos anos 50 do século XX (ele ainda está vivo aos 98 anos de idade), que consiste basicamente em como a melancolia era vista pelas ciências médicas dos gregos até o século XIX pré-Freud.
Na segunda parte do livro o autor discursa sobre a importância de Robert Burton no estudo da melancolia, mas Starobinski acaba soando um tanto quanto repetitivo.
Na terceira parte o autor discorre sobre um dos braços da melancolia: a nostalgia. Como a nostalgia era originalmente uma condição médica em relação a um local e como a mesma se tornou relacionada à psique em função em função de reminiscências de cuidados maternos até seu sentido literário.
Na quarta parte o discorrido é sobre o braço intelectual da melancolia: a ironia, e o faz usando Gozzi, Hoffmann e Kierkegaard.
Na quinta parte (e mais enfadonha) há constatações e interligações envolvendo a melancolia em Baudelaire.
A sexta e derradeira parte os ensaios se dividem em considerações sobre Cervantes, Staël, Jouve, Caillois e d'Orléans.