Hume

Hume David Hume




Resenhas - Os Pensadores - Hume


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Clio0 15/05/2021

O volume de David Hume de Os Pensadores traz a Investigação acerca do Entendimento Humano e os Ensaios Morais, Políticos e Literários.

Descartes é indubitavelmente uma das maiores influências no pensamento científico com seus princípios do Pensamento Racional. Mas ele nunca foi unanimidade, e um de seus opositores mais refenhos é o autor aqui destacado.

Hume argumenta que o conhecimento provém da experiência, do pensamento indutivo. A primeira obra surge justamente para exemplificar seu método, questionando a livre vontade (e formulando a noção causa-efeito, uma praga que até hoje assombra a historiografia).

A segunda obra é uma compilação de temas variados, indo de escolas filosóficas a estilos literários. A inclusão é uma tentativa de abarcar sua vasta e diversa produção.

Conhecer Hume invariavelmente leva ao contato com o ceticismo - amplo, do experimento ao resultado por uma natureza talvez ilusória. Aqui temos novamente uma oposição a proposição de Descartes (ceticismo do método, do conhecimento).

Quanto ao estilo, Hume nem sempre tem o interesse ou a intenção de adotar o rebuscado; já o sarcasmo praticamente exsuda dos parágrafos.

A edição da Nova Cultural é bem feita, com biografia, bibliografia e cronologia e há algumas notas do próprio autor.
Roberto 15/05/2021minha estante
Muito boa a resenha ? fiquei curioso sobre "noção causa- efeito, uma praga que até hoje assombra a historiografia".


Clio0 15/05/2021minha estante
Porque "causa-efeito" se funde com "causa-consequência" que é um conceito a ser evitado em História.


Roberto 15/05/2021minha estante
???




Jorge 19/10/2023

Pioneirismo Iluminista
Hume é um dos primeiros pensadores iluministas. Talvez pouco citado pelos estudiosos em geral, sua obra seja um tanto quanto obscura ou pouco lembrada; pelo menos no meu contexto de estudo filosófico. É provável que seu maior impacto foi o gerado sobre Kant, o qual revolucionou a Filosofia. Curioso é que ele mesmo, no princípio de seu livro, assume uma postura modesta e deseja exatamente que alguém no futuro possa tirar algum proveito de suas reflexões.
Este volume contém duas obras, sendo estas a Investigação Acerca do Entendimento Humano e Ensaios Morais, Políticos e Literários. A primeira é o principal trabalho do autor. Neste, ele sintetiza seus pensamentos sobre a experiência humana, refletindo a respeito da realidade, do pensamento e dos fenômenos. Hume é um autor muito prático. A linguagem empregada é extremamente compreensível, e o mesmo, antes de começar a sua obra, critica o modelo de Filosofia pouco inteligível, e até mesmo descarta certos temas (metafísica), ao considerá-los incompreensíveis à mente humana. Neste sentido, o autor refere-se aos autores escolásticos e platônicos.
Em tese, Hume procura estabelecer duas ordens de conhecimento: as relações de ideias e as relações de fatos. Os primeiros, são de ordem absoluta e racional. Podem ser demonstrados. Estes são os conhecimentos matemáticos e geométricos. O autor disserta que é impossível conceber um triângulo isósceles, por exemplo, que não possua dois lados iguais e um diferente. Já os conhecimentos das relações de fato, tratam da nossa experiência sensorial, e esta é a grande tese do autor. Suas reflexões a respeito da realidade, alcançada através da experiência, são bastante reveladoras. Para Hume, semelhante a Locke, é como se o homem fosse uma folha em branco, e as experiências é que lhe fornecerão o conhecimento acerca do mundo. Não se pode afirmar que o sol nascerá todos os dias. É a experiência, e a repetição dos fatos que demonstra que o sol nasce, mas diferentemente das relações de ideias, pode-se imaginar um dia em que não o sol não nasça. É concebível. Improvável, mas concebível. Através destas demonstrações, Hume busca determinar que nossos conhecimentos obtidos através da experiência são crenças, não verdades absolutas.
"De causas que parecem semelhantes, esperamos efeitos semelhantes"
Sob esta perspectiva, não existe bem e mal, não existe beleza e fealdade absolutas, ou fundamentais. Tais conceitos são meras percepções humanas.
As relações de causa e efeito são longamente estudadas no livro, e tais relações são muito esclarecedoras a respeito da experiência humana no mundo. Ficou provado que é impossível a um nascido cego, por exemplo, conceber qualquer ideia das cores. Ele nunca recebeu nenhuma impressão dessas ideias, portanto não as conhece. E neste sentido, Hume deixa claro, que quase 100% dos nossos conhecimentos se baseiam na experiência sensorial. Eu poderia dissertar muito longamente a respeito, mas não será necessário, avancemos aos Ensaios Morais e Políticos.
Neste segundo título, o autor faz a sua contribuição nestes assuntos já extensamente explorados pelos filósofos desde os tempos antigos. Esta sendo só mais uma prova da infinita extensão de tais assuntos. Suas reflexões morais são das mais proveitosas e deleitosas de se ler. Já foi afirmado, a praticidade e simplicidade do filósofo tornam o seu texto extremamente compreensível, mas de forma alguma, raso. Hume busca uma filosofia que seja aplicável no cotidiano, palpável e inteligível. Sua dissertação a respeito da busca da felicidade dos pontos de vista epicurista, platônico, estoico e cético é fantástica. Ele resume cada corrente de pensamento em suas posturas diante da vida, basicamente, determinando: epicurista: hedonismo; platônico: contemplação; estoico: bem-público; cético: bem-pessoal. Suas dissertações a respeito da felicidade e virtude são absolutamente fantásticas.
Estes pensamentos se seguem por seus raciocínios políticos. Para determinar sua ciência política, Hume busca embasamento na moral, e também em exemplos práticos, tirados da Antiguidade, e especialmente, de seu governo britânico do então Séc. XVIII. Este último, acredito que possa ser citado como um ponto negativo da obra. O autor chega a narrar acontecimentos históricos recentes de seu país, os quais pouco contribuem para a ideia geral do leitor, especialmente um leitor distante no tempo, como eu. Em suma, foi a única parte do livro que me entediou um pouco.
Para finalizar, Hume escreve a respeito das obras trágicas, nosso senso de beleza e também dos fenômenos da arte e percepção desta na sociedade. Não entrarei em mais detalhes, não por isto não ser importante, mas porque a resenha já está muito longa.
Acredito que um dos motivos deste autor não ser dos mais citados ? pelo menos, na minha percepção ? seja devido à sua baixa popularidade e aceitabilidade quando lançou sua Investigação Acerca do Entendimento Humano, ainda muito jovem. Ele revisou a obra nos anos seguintes, mas de qualquer forma, seguiu recebendo críticas, e foi especialmente perseguido e rechaçado pelo clero, ainda dominante na academia, devido a suas ideias libertárias. Hume é um autor fantástico, e esta leitura me foi especialmente agradável. Recomendo a todos, especialmente aos céticos, como eu.
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Rod Serling 04/04/2020

O Cetico
David Hume para muitos é um dos pais do conservadorismo junto com Edmund Burker. Um filosofo que tem como uma de suas defesas o ceticismo e a prudencia como algo fundamental , Para se argumentar de maneira racional e equilibrada.
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Beppo 18/02/2011

Hume é o melhor dos ingleses.
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