Blood for Blood

Blood for Blood Ryan Graudin




Resenhas - Blood for Blood


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Larissa Guedes de Souza 17/03/2017

Achei o livro bem mais tenso e eletrizante que o primeiro, pois nesse a ação está bem mais evidente
Tentei, mas não aguentei esperar pelo lançamento em português da continuação! Iniciei a leitura com altas expectativas pelo fim dessa história super interessante e foi melhor, mais eletrizante, mais cheio de emoções do que imaginei! Assim como o primeiro livro, este também tem uma ambientação perfeita da época do Terceiro Reich. A violência, a tensão, as conspirações e traições que sabemos que existiria em um mundo que Hitler tivesse vencido a guerra estão presentes. E você consegue sentir tudo isso. O leitor fica tenso junto com os personagens em fuga após Yael matar quem ela pensava ser o Füher.

Agora Yael deve tentar atravessar a Ásia e Europa novamente, desta vez sendo perseguida, para voltar à Germania e decidir os próximos passos. Pois para a Resistência ter sucesso total, Hitler não pode estar vivo. Onde está e quem é o verdadeiro Hitler? Será que ela matou o único metamorfo que podia se passar por Hitler? Ou será que existem outros? Quantos metamorfos existem mais? Ela achava que era a única com essa habilidade, mas agora deve questionar tudo.

Novamente a caracterização e as personalidades dos personagens são destaque no livro. Enquanto no primeiro só conhecíamos mais de Yael, já que a história era contada apenas sob sua ótica, neste livro a autora alterna os pontos de vista do narrador entre Yael, Luka e Felix. Assim, podemos conhecer mais sobre cada um deles. Os conflitos, as crenças e as lealdades nos são escancaradas e isso é um dos fatores que nos deixa apreensivos, pois sabemos que certas traições estão por vir, antes dos outros personagens descobrirem. Também há alguns flashbacks que servem para detalhar e esclarecer mais a personalidades dos três adolescentes principais da história.

Luka, na minha opinião, foi o personagem que mais evoluiu nesse livro. Percebemos e entendemos que ele não é o garoto propaganda Reich. Ele é mais denso e com mais camadas do que imaginamos. Não posso falar muito disso, senão pode sair algum spoiler. E claro que também temos a relação entre Luka e Yael, agora que ele sabe que ela não é Adele.

Enfim, a autora conseguiu fazer uma história de ficção ser completamente verossímil e possível na realidade. Tratando inclusive das questões de que nem todos que viviam (ou vivem) em uma ditadura que faz atrocidades concordam com aquilo. Na verdade, a maioria das pessoas é apenas massa de manobra e nem faz ideia do quão longe a maldade, o preconceito e o racismo podem ir. As pessoas se acomodam com a sua posição confortável nesse mundo e não veem, ou não querem ver, o que outros estão sofrendo. Às vezes, por maldade mesmo, às vezes por egoísmo, às vezes por pura ignorância e às vezes por medo. E vemos como cada um dos meninos alemães da história reagem quando a violenta verdade é jogada na cara deles.

“O medo não é desculpa. O medo é ser humano” - Yael

Achei o livro bem mais tenso e eletrizante que o primeiro, pois nesse a ação está bem mais evidente. Enquanto que no primeiro Yael tinha apenas um objetivo e o caminho até lá era bem mais linear, este livro é repleto de planos, fugas, reviravoltas e conspirações. Meu único comentário um pouco negativo é que achei o clímax e as resoluções finais meio corridas, mas nada que diminua minha opinião sobre a série.

site: https://bibliomaniacas.blogspot.com.br
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Lauraa Machado 04/05/2019

Doloroso, emocionante, basicamente espetacular!
Foi só quando eu estava lendo as primeiras frases dos agradecimentos da autora neste livro que percebi o quanto deve ter sido difícil escrever essa história. Essa é uma das minhas ideias favoritas para livros, tão inteligente e mirabolante que eu teria dado uma chance para ela mesmo se todo mundo falasse que era ruim. Mas eu demorei para perceber que, talvez por ser tão boa, seria extremamente fácil errar feio na hora de desenvolvê-la.

Tanto pela questão do holocausto, que não é nada simples e, muitas vezes, eu sinto que não existe um jeito bom o suficiente para falar sobre ele; o que claramente influencia na relação entre os personagens, a protagonista judia e que passou por um campo de concentração da morte e alemães que passaram a vida inteira ignorando o que estava acontecendo e sendo a cara da raça pura e de todas as crenças perturbadas do nazismo; quanto pelas questões políticas, de revolução e revolta sobre o que a autora explica desde o primeiro livro como um império absurdo de grande e opressor. Nenhuma dessas coisas é simples. Seria tão fácil para a autora errar.

Mas ela não errou em nada! Fiquei esperando alguma cena romântica apelativa, uma resolução deus ex machina, um final feliz forçado, qualquer coisa assim - não pela minha própria experiência com a escrita da autora, mas porque já vi isso acontecer com tanto livro bom, e esse me parece ser o mais difícil de manter o nível da história. Mas ela realmente conseguiu. De um jeito doloroso, como esse livro tinha que ser, mas realista, pé no chão e tão emocionante que, só de falar sobre, me dá um nó na garganta e vontade de chorar.

Pois eu não consegui escolher entre este e o primeiro livro como um favorito. O primeiro significa tanto para mim, principalmente pelo foco na situação da Yael, no campo de concentração e fora dele. Mas esse segundo foi perfeito. Sem ideias mirabolantes sem pé nem cabeça, mas também sem um segundo de situações entediantes. E foi doloroso mesmo, mas tão bem feito!

Fiquei especialmente feliz pelo final, ainda que ele não seja o que todo mundo chamaria de final feliz. Tem só uma grande reviravolta do livro que eu já tinha previsto desde o final do primeiro, mas o livro não depende dela para ter significado ou emoção. A Yael teve mais foco no primeiro, e confesso que senti um pouco de falta desse foco nela durante este segundo, mas deu tempo da autora desenvolver os outros.

Sim, eu amo o Luka agora, porque consigo ver sua essência e substância, o que não tinha visto no anterior. E o melhor é que a autora o desenvolveu sozinho, não em função da Yael, o que foi absolutamente necessário para eu conseguir vê-lo como uma pessoa completa e cujo ponto de vista valia meu interesse.

Sobre o Felix, talvez essa seja minha única crítica mesmo para a duologia toda. Ele começa super bem, mesmo que tenha tomado atitudes que podem fazer algumas pessoas o odiarem. Não tive o menor problema com isso, porque mega entendo suas razões. Entendo suas razões do começo ao fim, aliás, mas não consegui evitar sentir que a autora se esqueceu um pouquinho dele durante o livro, que ela até o infantilizou em alguns momentos. Não era como se a situação dele fosse das mais fáceis e, durante muito tempo, eu não esperava mais mesmo. Mas achei que, da metade para o final, ele poderia ter sido mais aprofundado.

Outra coisa que poderia ter sido aprofundada era a relação dele com a Yael. Acho que os dois ficaram muito afastados um do outro durante o livro todo. Não teve aquele momento de reconhecimento entre os dois, pelo qual fiquei esperando desde o anterior. Senti bastante falta disso.

Mas o resto do livro ainda é maravilhoso, me dá arrepios só de pensar, e a cena da Yael com o tatuador é uma das mais dolorosas para mim, não consigo nem explicar.

A única outra coisa que preciso falar é: leiam este livro. Leiam esta duologia. Ela não deixa nada a desejar, nem em ação, nem em inteligência, nem em solidariedade e história. Lobo por Lobo e Sangue por Sangue são exatamente do tipo de livro que muda sua vida! Deixe que eles mudem e enriqueçam as suas!
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