Resenhas - O amor vagabundo

Leo 26/10/2016

Excitante, denso e bizarro.
A história começa de uma forma muito misteriosa e as perguntas vão surgindo aos poucos - sendo que nem todas são respondidas, o que é um ponto positivo, já que a intenção é levantar questões ao invés de respondê-las. O enredo é sobre um rapaz que é mantido como uma espécie de escravo sexual por uma porca. Para fugir dessa prisão sexual, o protagonista busca o sexo de homens pelas ruas da cidade, encontrando-se com outros homens em banheiros públicos e salas de bate-papo na internet. Essa incessante busca pela libertação por meio do sexo parece terminar quando o protagonista se reencontra com um amigo de infância, com quem desenvolve um caso amoroso sadomasoquista. A partir daí coisas muito bizarras vão acontecer..
Estranhamente interessante e com uma pegada poética que combinou muito bem com o erotismo da história, esse pequeno romance tem uma leitura super rápida e dá para ser lido numa madrugada, mesmo o livro sendo narrado todo sem capítulos.
Destaque para o final que é surpreendente!
Vale optar pela edição impressa, que é muito bem feita, desde diagramação à arte gráfica, tratando-se de uma publicação independente.

Dawton 21/04/2018

O polêmico amor de Cristóbal
"O Amor Vagabundo", João Victor Barbosa. Publicação independente: 2016. São Paulo. 125 p. +18 e não recomendado a pessoas pudicas.

❝Cristóbal gostava da beleza puramente ordinária, aquela que não ofuscava nada ao redor. Ele gostava do simples, do que não era raro, daquilo que podia não significar muito❞ (p. 23).

Algumas pessoas que leram O Amor Vagabundo disseram que foi uma leitura rápida, "de uma só tacada". O quanto da história elas perderam? O livro do autor independente João Victor Barbosa é uma verdadeira Torre de Babel de interpretações, reconhecimentos e desconhecimentos, característica que a obra guarda com quem a inspirou, a escritora Hilda Hilst. A inspiração foi confessada em trocas de e-mails que mantivemos nas últimas semanas. Precisei conversar sobre o livro com alguém e quem melhor do que o autor?

Encontrei João e seu amor vagabundo enquanto fazia pesquisas sobre Hilst para a série #ACaminhoDaFlip. Em seu blog, tive a chance de fazer o download da versão digital e ilustrada do romance (que se junta a outros três dele). Desde então, venho processando a linguagem precisamente densa que o rapaz de 24 anos e formado em Letras desenvolve num texto sem capítulos e atravessado por desenhos autorais que acompanham a lascívia da leitura.

Pornográfico, gay e com alguns quês surrealistas, O Amor Vagabundo não é um romance para estômagos fracos. Assumidamente despudorado, o texto não poupa vocabulário nem se preocupa, pelo menos até as páginas finais, em conduzir o leitor para um direcionamento específico. É verborragia que oscila entre páginas que precisam de horas para serem digeridas e outras que nos deixam a pergunta do que querem dizer.

Conversam com a gente, alternadamente, Cristóbal e uma entidade que se confunde com um alter ego ou um Outro lacaniano. Ambos nos contam a trajetória de Cristóbal por caminhos, corpos e desarranjos sexuais permeados por situações românticas, eróticas e escatológicas, numa ode profunda ao amor que o jovem protagonista tem por Inaniel, seu namorado.

A versão ampliada desta experiência e o link para baixar o e-book no blog Ser Linguagem.

site: serlinguagem.wordpress.com

Yago.CamurAa 30/05/2020

a história nos leva numa narrativa tão maluca que em todos os momentos era uma surpresa. o livro é muito bem escrito e estruturado!

Thomas 22/11/2020

Um pornô juvenil
A história nada mais é do que uma grande carta de amor, com trechos que se misturam com declarações amorosas, sexuais e memorialísticas, passeando pelo bizarro, pelo fantástico e pelo onírico.
Conversei com o autor e ele me disse que via esse livro como um pornô juvenil, e eu acho que é isso mesmo, as aspirações de um jovem, seus sonhos, seus desejos, a forma como tudo isso se choca com o mundo real, tudo nos leva de encontro a essa ânsia juvenil diante da vida.

Vitu 30/01/2023

a sinopse engana
bem, esse livro serviu para eu constatar que existe um momento certo para você ler cada história. o jeito que você estiver se sentindo vai afetar como interpretará aquilo. talvez tenha sido esse o meu problema, não estou no momento certo. me enganei pela sinopse. esperava um livro leve, sem muitas complicações, aquela leitura para passar o tempo. não foi. é um livro denso e complexo, que aborda muitas questões que eu não me interessava, não esperava. me propus a terminar para ver se essas questões seriam explicadas, o ?plot? no final até que esclarece um pouco, mas acho que a intenção do autor era mais a reflexão, não ter que explicar tudo.