Bia 21/10/2016Resenha publicada no blog Lua Literária Hey amores!!! Tudo bem com vocês?
Paixão Sustenida é um livro da autora Sinéia Rangel. Ela publicou originalmente pelo Wattpad, depois me honrou com o convite para ser sua leitora crítica.
Foi uma missão completamente desafiadora pra mim. O livro trata-se de um NA erótico.
Eu não me sinto confortável em ser crítica de um livro do gênero, pois tenho opiniões bem divergentes a respeito. Sou o tipo de leitora que gosta de romances, mas não para ler sempre. Não dispenso eróticos, mas pulo as partes eróticas na maioria das vezes. Romances melosos demais me irritam, dependentes em excesso me enojam, enfim, não sei a dose de romantismo que me agrada.
É lendo que se descobre não é mesmo? Por isso aceitei. Mesmo com todos os receios.
Não sou a pessoa mais indicada para ser crítica de um NA erótico. Sou totalmente amadora, e muitas vezes me senti envergonhada em ter aceitado esse desafio mesmo com a ciência de não ser o que a autora precisava. Mas ela, louca talvez, disse que precisava apenas da minha sinceridade, e assim trago para vocês minha resenha da obra.
O livro foi dividido em três partes e hoje irei retratar a primeira.
Iniciamos a nossa leitura com o dia mais feliz da vida do jovem João Pedro. Ele namora Hannah, que posso resumir como seu tudo. Hannah não é apenas a namorada de JP, ela é sua melhor amiga, confidente, a primeira...
Como conviviam juntos por causa da amizade entre seus pais, eles cresceram se amando.
O dia feliz de JP não terminaria com sorrisos. Hannah simplesmente o dispensa logo após ele declarar seu amor.
Nosso protagonista apaixonado fica sem chão, aos pedaços. E decide esquecer esse lance de amor.
"Nós não conhecemos nada da vida, nunca nem beijamos outra pessoa, não podemos nos jogar de cabeça em um relacionamento."
Dessa forma, JP passa de homem romântico para cafajeste sem sentimentos. Ele começa a seguir uma lista de regras que visava ajudá-lo a não ter nenhum tipo de relacionamento com nenhuma mulher. Ele queria apenas sexo, e fazia questão de deixar isso bem claro.
Os anos passam, JP ingressa na faculdade, e é lá que conhece seus melhores amigos: Akio, um oriental que acha graça do modo que o amigo resolveu viver e Clarie, uma linda ruiva que sente nojo das meninas que se submetem a ficar com JP.
"...vou ficar repetindo mulher pra quê, porra?"
Seus amigos conheciam sua história com Hannah, por mais que ele tivesse mudado, conseguiam perceber que ainda existia algo mal resolvido entre eles.
E assim, no início do semestre, Hannah surpreende a todos (inclusive a nós) surgindo como a mais nova aluna da facul, e disposta a reconquistar o amor que havia deixado partir.
Hannah conseguiria conquistar esse novo JP?
"Quem precisa de amor quando se tem orgasmos?"
JP, de início, me deixou frustrada. Compreendi Hannah em tê-lo abandonado, afinal o cara era um bobo romântico. Sei que tem mulheres que gostam, mas eu ficaria entediada. A separação o deixou mais forte em alguns pontos; posso dizer que ele ficou mais homem e ganhou um sex appeal. Mas não amadureceu.
Ele é intenso, age com as emoções. Seu vocabulário desbocado e a forma com que via o sexo me incomodaram, mas ao mesmo tempo, me despertava interesse. É o tipo de homem que atrai olhares e faz com que você goste dele mesmo que sua razão diga para fugir.
Hannah é aquela personagem que amo e odeio na mesma intensidade. Entendo seus motivos em ter abandonado JP, mas ir atrás do cara após tanto tempo? O que essa menina queria? Quando ela chega e se depara com essa nova personalidade do homem que um dia fora tão sensível; sentimos pena.
Os dois juntos provocam suspiros e raiva no leitor. Por vezes queremos que eles se acertem logo e terminem juntos, outras vezes não conseguimos perdoar Hannah; outras queremos entrar no livro e dar uns tapas em JP. É assim o tempo todo, nossos protagonistas são intensos e conseguem nos passar toda a tensão presente entre eles.
Claire é minha personagem preferida do livro. Uma mulher completamente decidida, que nos diverte o tempo todo com sua sinceridade e espontaneidade, mas que não se intimida com ninguém. Ela consegue manter JP no eixo e é o tipo de amiga que desejamos ter ao nosso lado.
Akio é um fofo. Divide o quarto com JP, se mostra um grande amigo também.
Todos os que aparecem no enredo, até os secundários, condizem com o gênero. São jovens adultos, que estão naquela fase de acharem que são maduros o suficiente para tomar decisões, mas na verdade ainda tem muito para amadurecerem. Por vezes são infantis, engraçados, rebeldes... enfim, são reais. Não esperem um livro com personagens perfeitos.
Eles farão muita merda. Quem sou eu para julgar?
O enredo, como puderam ver, gira em torno de Hannah e JP. É muito envolvente, tem altos e baixos, com erotismo na dose certa.
NA é voltado para os jovens adultos, por isso quem está nessa faixa etária se identificará mais ainda com todo o contexto da história. Pra mim, que sou mais velha, o enredo trouxe diferentes tipos de reflexões e sentimentos que não cabem ao caso serem discutidos aqui, pois poderia dar spoiler.
Adianto que teremos uma polêmica. E não sei como vocês irão lidar com isso.
Essa é uma característica que descobri agora da autora. Ela nos joga situações para nos provocar, para incitar discussões. Nos colocamos no lugar dos personagens e por eles serem tão humanos, ficarem tão próximos de nós, é difícil julgá-los.
Termino minha resenha indicando o livro para quem ama romances intensos. É lindo, tem músicas, tretas, sexo e JP. E aviso: eu sou a JPeguete número 1.
Nota:
Uma estrela pelo fato da autora confiar tanto em mim a ponto de querer que eu lesse o livro mesmo não sendo a mais recomendada para isso.
Duas por ela ter aceitado todas as minhas críticas, sempre com doçura e disposição para conversar a respeito.
Três por ser um livro intenso que foi capaz de me prender de diversas formas.
Quatro por ter uma trilha sonora divônica.
Cinco por me fazer levantar questões sobre minha própria vida, mesmo sendo um NA.
Dez por ter o JP.
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