Homens imprudentemente poéticos

Homens imprudentemente poéticos Valter Hugo Mãe




Resenhas - Homens imprudentemente poéticos


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Helo 07/03/2024

Estavam vivos e juntos. A felicidade poderia ser aquilo.
Segundo livro que leio do Valter Hugo e posso afirmar que ele está se tornando um favorito, quero ler mais dele em breve. Uma coisa que gosto da escrita do Valter, que também percebi no livro "O Filho de Mil Homens" é a sua escrita lirica, quase melódica, como se autor brincasse com as palavras, usando-as de forma doce para dizer sobre coisas serias.
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Camila W 11/06/2023

VHM muito poético e difícil
O livro tem uma prosa poética muito bonita, muito profunda, cada trecho é digno de uma reflexão sobre muitas das questões que o livro aborda, como solidão, cumplicidade, luto, morte e gentileza.
Mas em termos de ritmo, só conseguiu me pegar realmente mais para o final, apesar da história, relação com o Japão e toda construção da narrativa ser muito interessante, eu não consegui me apegar tanto com os personagens como foi nos outros livros dele.
A leitura é mais difícil, precisa ser feita com mais calma, paciência e conexão.
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Carolina1059 11/03/2023

Recomendo a leitura
O autor consegue detalhar a vida cotidiana com as rixas dos personagens, o artesão Itaro e o oleiro Saburo de forma a prender o leitor.
Além disso, eles vivem próximos da floresta onde os suicidas vêm de todo o Japão para encerrar ou não suas vidas. Os moradores da vila acolhem quem pretende cometer suicídio e oferecem a oportunidade de refletir sobre isso.
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Mel 02/02/2023

Alguém disse que guardar prudências era poético
O texto propõe características opostas, não pertencentes a dois polos distintos e intocáveis, mas sim entrelaçados, como sendo um o reflexo do outro. Porém, estes opostos não se reconhecem em seu reflexo, talvez por falta de autoconhecimento - Itaro e Saburo san, ambos artistas e criadores, apresentados como amargura e alegria, que nutrem ódio pela diferença, sem se reconhecer.

Assim também se apresenta o contraste da selvagem floresta com o pacífico jardim criado por Saburo, capaz de alterar o caminho dos animais decidos a matar e dos suicidas decidos a morrer. Não como se fossem opostos intocados - o jardim é a reorganização da própria floresta.

(Mais uma vez) isso se encontra na visão e na cegueira, apresentado pela menina Matsu. Como era incapaz de interpretar o mundo pelas imagens, interpretava pelas palavras:

"Pensava que era como Matsu fazia. Escolhia palavras como se mudasse a realidade segundo o modo de dizer. Se o contasse em cuidado, mais cerca passaria da solução. As palavras mudavam tudo."

(relativismo linguístico de novo)

Outros pontos marcantes são a solidão profunda que envolve os personagens e forma como cada um se expressa, além da escrita ser de uma beleza tamanha.

Digo que esse livro como convite pra obra do VHM foi inquestionavelmente aceito, uma pena não ter mais as edições da Cosac
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Sílvia 31/12/2021

Diferente
Livro com o texto menos poético do VHM que li até agora. O texto, apesar de lindo, não tinha o mesmo ritmo dos que os outros livros dele que eu já li. Para mim, esse foi o livro dos contrastes, tudo o que deveria ser de um personagem, era na verdade de outro. O que temos são dois vizinhos inimigos mortais, um é oleiro e o outro artesão. O que um deveria ter de sensibilidade é do outro, o que o outro deveria ter de pé no chão, quem tem é o outro. São tantos contrastes, um perde e o outro entrega, um planta e o outro desmata. um sonha e o outro delira. Interessante essa troca de perspectivas dentro do padrão dos personagens, mas o que mais chama a atenção, fora o clima de suicídio, é a mais plena solidão de todos os personagens na trama.
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Pri 24/12/2021

Livro muito tocante e profundo
A história se passa num tempo mais antigo no Japão e conta a história de dois vizinhos: Itaro um artesão que fábrica leques e tem visões a cerca do futuro a partir da morte dos animais e Saburo, um oleiro casado com a senhora Fuyu que terá um o seu destino visualizado pelo vizinho Itaro. A história se desenrola
entre esses dois personagens e a irmã cega de Itaro, a Matsu. O livro é escrito de uma maneira muito cuidadosa, cada frase parece que foi pensada, escrita com poesia. A escrita de Valter Hugo Mae tem a capacidade de falar das coisas imateriais e de coisas como a vida, morte, beleza, raiva de uma maneira que nunca tinha visto nenhum outro autor fazer. Adorei a história, a sutileza em transformar os personagens.
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Eric 02/12/2021

Uma das escritas mais bonitas que já li
No Japão, o suicidio é uma forma de demonstrar que alguém atingiu o máximo de consciência sobre a vida, um ato de nobreza se entregar de volta a natureza. Aqui nesta narrativa, vamos acompanhar a a rivalidade entre dois vizinho completamente opostos que moram em um vilarejo pobre no caminho da floresta dos suicidas.

Itaro é um artesão que fabrica belíssimos leques, dotado de um dom divino, o qual o permite ver o futuro das coisas por meio da morte de pequenos animais. Dotado de uma personalidade bastante rude e grosseira, este artesão leva os seus dias com muita amarguras e discórdias com a vida. Possui uma irmã cega, Matsu, uma garota muito humilde, de grande coração, que mesmo não enxergando, consegue ver através dos sentimentos e das infinidade das ideias e imaginação. Já Saburo, um oleiro, possui uma personalidade completamente oposta do seu vizinho, um homem extremamente feliz, casado com uma mulher muito prestativa e um senhor que passa os dias cuidando do seu belíssimo jardim. Sua grande missão é cultivar um jardim tão bonito, o qual faria as feras vindas da florestas e até mesmos os Suicidas que passassem por ali, mudarem os seus propósitos, e deixar-se encantar com a beleza das coisas.

Ao decorrer da rotina desses personagens, vamos acompanhar a crescente inimizade, nutrida da falta que o outro tem em excesso. Logo, Itaro sente uma raiva imensa da felicidade do seu vizinho e Saburo não consegue entender a vida amargurada do outro. Porém, conforme a história vai caminhando, o destino irá dar novos sentidos para vida desses dois homens, onde a ausência de amor e solidão, irão ser fundamentais para remodelação dos sentimentos e visão sobre a vida desses seres imprudentemente poéticos.

Dono de um prosa absurdamente bem escrita, Hugo Mãe constrói uma narrativa lírica, vibrante e de uma beleza indescritível. Um texto que no começo não é fácil, mas depois que pega ritmo te leva como um uma correnteza. Percebemos aqui o cuidado e a preocupação em escolher e encaixar cada palavrinha, a qual encata qualquer leitor.

A história deste livro possui originalidade em todos os seus aspectos, principalmente em seu enredo. Jamais imaginei encontrar o que li aqui, e foi uma supresa muito boa. Desde a escrita e construção de cada personagem e principalmente o desfecho que me deixou horas reflexivo.

Este foi meu primeiro contato com o autor, o qual me deixou muito entusiasmado para conhecer outras obras. A história em si é muito bonita, mas meio lenta. O que estava me prendendo a essa narrativa era justamente a escrita poética e artística de Mãe.

A narrativa chamou minha atenção mesmo depois da metade do livro, ali vemos uma transformação muito bonita na essência desses personagens. Ressalto aqui, o processo de Itaro, o qual faz ver o mundo de uma maneira completamente diferente levando ao um desfecho muito emocionante e completamente chocante. Eu fiquei travado quando li sobre seu ato final.

Por fim, Homens Imprudentemente Poéticos é uma recomendação muito forte para quem busca ler algo diferente e com uma escrita impecável. Discuti diversos temas, como solidão, amor, morte, abandono, familia e muito mais. Para quem quer se admirar com um texto poético, ler está obra vai ser uma ótima escolha
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João Pedro 04/10/2021

De tocar a alma e o coração
Depois de me conduzir para uma vila de pescadores nos mares de Portugal, seguido de um voo para um povoado montanhoso nas geleiras da Islândia, V.H.M. agora me apresenta uma aldeia cercada por florestas e montanhas no Japão remoto. Fui e voltei, mas um pedacinho de mim ficou na leitura de "Homens imprudentemente poéticos". Ou melhor, voltou comigo.

Aqui, parece que V.H.M. compôs cada personagem como um fazedor de bonecos de pano, enchendo-os com poesia em vez de espuma, e soprando-lhes ele mesmo o encanto que os trouxe à vida. Itaro, o artesão; Saburo, o oleiro; Matsu, a menina cega; Kane, a criada. Cada qual com seu jeito, todos me encantaram grandemente.

É uma obra potente, imagética, mágica. Sobre luto, solidão, destino. Sobre a felicidade nos pequenos detalhes. De tocar a alma e o coração, mesmo.

"Quando Itaro caçou o besouro e o golpeou, até que o seu corpo mínimo restasse apenas mancha na madeira do chão, era mais do que o besouro que queria matar. Itaro queria matar uma ideia." (p. 25)
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Isis243 03/08/2021

Uma tela colorida
Este livro chegou até a minha alma como uma tela, algo que eu contemplei, uma pintura complexa, delicada e muito, definitivamente, muito sensível. Acredito que ler este livro seja como desligar de si mesmo diante de uma quadro. Não tente entender?Só sinta !!!
Alê | @alexandrejjr 09/08/2021minha estante
Mas mesmo assim achasse regular, Isis?


Isis243 12/08/2021minha estante
Sim. Muito exigente ? né???




thaw 02/07/2021

Como em todas as outras obras de VHM, aqui temos histórias belíssimas de personagens que se ligam uns aos outros através da tristeza. Apesar da narrativa tão emocionante, o que mais me prendeu nessa obra foi, como de costume, a escrita extremamente encantadora e sensível do autor. Não consegui me conectar tão bem com a história nem com os personagens, algo que nunca aconteceu nas outras obras que li do autor. Entretanto, é uma leitura que vale a pena, só não recomendo como uma porta de entrada pra ler VHM.
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Ira 05/06/2021

Leitura que encanta
Esse foi o segundo livro do VHM que eu li, o primeiro foi o incrível e apaixonante O Filho de Mil Homens. É incrível como o autor extrai o máximo da língua portuguesa sem cansa-la, como se brincasse com o nosso idioma. Gostei demais.
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Rox 23/08/2018

lindamente poético
Que livro lindo!! eu já havia entrado em contato com o Valter Hugo mãe e já tinha me apaixonado pela escrita poética dele. Esse livro confirma isso, mas é preciso ressaltar q não é um livro tão fácil de ler, é necessário o silêncio e a calma para absorver toda a poesia dessa história. Meu conselho pra quem nunca leu nada do escritor é que comece com O filho de mil homens, pra se acostumar com a linguagem, diálogos seguidos, em letra minúscula, mas conforme a leitura anda é fácil se acostumar. O livro conta sobre a vida de dois vizinhos, em uma aldeia japonesa, o artesão e o oleiro. Em meio a relação conturbada entre os dois, podemos refletir sobre a solidão, o amor, a morte, as perdas, temas difíceis, mas q Mãe consegue abordar lindamente.
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ElisaCazorla 27/07/2017

Suicídio e natureza
Antes de começar a falar o quanto eu gostei deste livro preciso dizer que não gosto nada dessas novas edições feitas pela editora Biblioteca Azul. Gostava muito mais da Cosac e fico imensamente triste que não temos mais a Cosac no Brasil.
Sobre o livro só posso dizer que é lindo. É lindo como o autor é delicado em escrever sobre a tristeza e a solidão.
Somos um país culturalmente cristão (sobretudo cristianismo católico) e ocidental (muito embora, não sejamos reconhecidos como ocidentais pelo ocidente hehe, mas, enfim, isso é uma outra discussão.), e por isso a morte é um tabu, um ritual de tristeza e profunda solidão. A morte nos separa da vida, que é algo maravilhoso (entretanto, paradoxalmente, é somente através da morte que os cristãos podem se reencontrar com deus.), e não deve ser escolhida - quem decide sobre a vida ou a morte é deus, logo, escolher a morte é mal visto - suicidas vão para o inferno! - Suicídio é um tabu ainda maior que a própria morte tirando todos os direitos de um enterro abençoado por deu. Encaramos a morte como algo terrível e muito triste. Japoneses enxergam a morte de uma outra forma. A morte é algo que nos aproxima da natureza. O suicídio é uma escolha tomadas por aqueles que atingiram um entendimento maior sobre a sua própria natureza. Lindo =]
Fui para este livro com um pouco de insegurança porque não gostei muito de A Desumanização que se passa na Islândia. Imaginei que uma narrativa em outra terra distante, o Japão, também não teria um efeito muito positivo. Felizmente, estava enganada.
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