Umbanda Omolocô. Liturgia Rito e Convergência na Visão de Um Adepto

Umbanda Omolocô. Liturgia Rito e Convergência na Visão de Um Adepto Caio de Omulu




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Carla.Parreira 30/09/2023

Umbanda Omolocô
- Liturgia, rito e convergência na visão de um adepto

A feitura de santo, tanto no candomblé como em outros cultos afro-brasileiros, é um ritual para que o iaô (iniciado) seja consagrado ao Orixá que ele pertence. É uma maneira de ocupar um cargo na hierarquia do terreiro e do culto, bem como um caminho para a ordenação sacerdotal do iniciado caso ele manifeste seu desejo e/ou seja confirmado pelos oráculos (búzios/ifá). O processo (na umbanda omolokô) é composto da catulagem ou tonsura: retira-se um pouco de cabelo no topo da cabeça criando espaço para tarimbar o orixá, ou seja, riscar o sinal do santo feito com a ponto de um punhal para firmar suas energias. Para tal é preciso que haja sacrifício de animais no otá (pedra sagrada do orixá) e o iniciado recebe borí (banho) frio (por ser feito com ervas e não com comida de santo, o que seria denominado quente) como batismo. O iaô fica três dias recolhido na camarinha, local próprio de recolhimento do filho de santo, seja no roncó (local sagrado em que estão afirmados todos os orixás do pai/mãe e filhos de santos) ou dentro do terreiro. Durante todo o processo são passadas as quizilas (tabus a serem evitados) e os preceitos que devem ser cumprido pelo iaô antes da iniciação, para purificar o corpo, a mente e o espírito, bem como depois de encerrar o período de pureza e consagração espiritual. O ritual (chamado de toques) é composto por louvor aos orixás através de cânticos, danças e batidas dos atabaques. Geralmente nos toques existe a manifestação dos orixás (bolar o santo). O ritual pode variar de acordo com o terreiro ou nação. Na umbanda não tem curas (cortes ritualísticos com navalha no corpo) como no candomblé. Isso foi o que consegui saber sobre o que presenciei ontem. Conforme for entendendo mais coisas vou explicando-te a fim de desmistificar o assunto.
Ainda tenho outras duvidas: será mesmo verdade que tem de renovar a feitura no santo seis vezes para interar sete? Ou será que somente o recolhimento e a obrigação (oferenda ao orixá com matança, ou seja, sacrifício de animais) são suficientes para aprimorar os conhecimentos sacerdotais, de Erós (segredos), das responsabilidades, enfim, para adquirir posições superiores dentro da hierarquia?
Pelo que entendi o caminho é o seguinte: feitura de santo com o triangulo dos orixás regentes (principal, adjuntó e cabalístico), obrigações anuais e a confirmação através do deká, ou seja, grau de babalorixá (mãe de santo)/yalorixá (pai de santo) donde recebe a comenda (colar de palha com fundamentos de todos os orixás), podendo então abrir o próprio terreiro e dar início a sua filiação. Independente de qualquer contradição, o texto referiu-se a (no mínimo) sete anos de obrigação para trocar todas as doze guias (sendo três por ano até o quarto ano) das entidades (Exú, Pomba-gira, Nanã, Omulu, Ogum, Oxum, Iansã, Xangô, Oxossi, Ibeiji, Iemanjá e Oxalá) pela comenda do deká. No quarto ano (quarta obrigação), quando se confirma à vocação, tem-se o direito de receber uma comenda chamada Contra-Egun que significa a estabilidade alcançada pelo iniciado no culto.
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