Cultura letrada

Cultura letrada Márcia Abreu




Resenhas - Cultura letrada


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Sally.Rosalin 20/10/2020

Cultura Letrada
Acho o assunto muito pertinente. É um livro fino, mas o seu conteúdo e a possibilidade de reflexão valem muito a pena. Bom, no término do século XX, a imprensa começou a se dedicar nas escolhas dos melhores representantes dos anos mil e novecentos em diversas categorias. Eleições dos melhores romances e autores de ficção (mundial e brasileiro) foram promovidas. Nem preciso informar que desde então surgiu duas classes de literatura: a popular e a erudita. A escola ensina a ler e a gostar da literatura, entretanto o que quase todos aprendem é o que devem dizer sobre determinados livros e autores, independentemente de seu verdadeiro gosto pessoal.

Para que uma obra seja considerada Grande Literatura ela precisa ser declarada literária pelas chamadas "instâncias de legitimação". Universidades, jornais, revistas especializadas, livros didáticos... Assim, o que torna um texto literário não são as suas características internas, e sim o espaço que lhe é destinado pela crítica. O prestígio social dos intelectuais encarregados de definir Literatura faz que suas ideias e seu gosto sejam tidos não como uma opinião, mas como a única verdade, como um padrão a ser seguido.

Infelizmente, a escola tende a aproximar-se da opinião dos intelectuais e esquecer (ou estigmatizar) o gosto das pessoas comuns. Obras não eruditas são avaliadas como imperfeitas e inferiores, quando na verdade são apenas diferentes. Podemos sim, nas escolas, ler os livros preferidos pelos alunos e discuti-los em classe. Podemos comparar com texto eruditos para entender e analisar como diferentes grupos culturais lidam e lidaram com questões semelhantes ao longo do tempo.

site: https://sallybarroso.blogspot.com/2020/10/cultura-letrada-literatura-e-leitura.html
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Belle 19/10/2022

Início da vida acadêmica
Estou no primeiro semestre do curso de letras e a leitura desse livro foi solicitada pela professora de Teoria da Literatura, sem dúvidas foi uma excelente escolha para iniciar meus estudos nessa área. Ótimo material e recomendo a todos que se interessam por literatura.
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Wesley Taciturn 28/12/2009

Best-Sellers - Pré-conceito ou fato?
Marcia Abreu nos dá em seu livro uma descrição abrangente e muito bem pensada, com linguagem um tanto quanto simples, sobre a literatura de nossos dias e os pensamentos de leitores acadêmicos ou não. A principio temos um estudo sobre pesquisas elaboradas por revistas e jornais,que nos mostra o quão subjetivo é o conceito de "boa literatura" e o quão presos estamos ao cânone literário.

No decorrer do livro, criticamente a autora nos leva a refletir sobre best-sellers como Paulo Coelho e sobre a literatura "marginalizada" (no caso o enfoque está na literatura de cordel). O preconceito é levado em consideração e a temática do "o que é literatura?" torna-se o centro da obra, sempre lembrando um pouco os fundamentos de Terry Eagleton em suas obras sobre teoria da literatura.

Resumindo, é uma obra excelente que nos leva a indagar e muitas vezes não obter respostas totalmente convincentes. No final fica um gosto de que tudo é questão de opinião apenas.
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duda 26/05/2022

Incrível. Extraordinário. Sensacional. Resumi bem né?
Eu amei como a Márcia Abreu explicou de forma simples a diferença entre Literatura e literatura. Fica claro que literatura é política, que está ali junto com as classes sociais, que o termo Grande Literatura é só mais um plano dos ricos intelectuais aumentarem seu ego. Todos deviam ler esse livro.
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Carina 09/09/2013

Indispensável para quem é da área de Letras
É um livro pequeno, mas indispensável a todos os estudantes de Letras. Deixem o Antonio Candido e o Bosi de lado e mergulhem nesta leitura, menos valorada mas muito mais relevante. Aliás, é justamente este tema que Márcia Abreu discute em sua obra: por que algumas leituras são mais importantes que outras? Muito além de uma característica imanente ao texto, a autora demonstra que a escolha do que é literatura é uma decisão política.

Vejam a resenha do livro em: http://portal.uninove.br/marketing/cope/pdfs_revistas/dialogia/dialogia_v6/dialogia_v6_5ares2.pdf
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Fabiana 27/04/2014

Cultura Letrada - literatura e leitura
Obra de leitura fácil e esclarecedora que fornece ao leitor a possibilidade de refletir sobre a concepção do que vem a ser literatura. Abaixo apresento a resenha do blog Asa Palavra (da Rita Braga) que descreve muito bem a obra:



Cultura Letrada - literatura e leitura


“Ler um livro é cotejá-lo com nossas convicções sobre tendências literárias, sobre paradigmas estéticos e sobre valores culturais. É sentir o peso da posição do autor no campo literário (sua filiação intelectual, sua condição social e étnica, suas relações políticas etc.). É contrastá-lo com nossas ideias sobre ética, política e moral. É verificar o quanto ele se aproxima da imagem que fazemos do que seja literatura.” (Márcia Abreu)



A leitura e os limites dos livros


Pensei em deixar somente a citação acima como um aperitivo do trabalho de Márcia Abreu acerca da Cultura Letrada. Talvez fosse bom acrescentar a pergunta: ”como uma tribo africana interpretaria Hamlet?” Mas, como muitos dos meus amigos já sabem, eu não consigo simplesmente indicar o livro sem comentar sua contribuição em minhas pesquisas recentes sobre a Leitura.
Clareza de seu discurso, reflexões sempre fundamentadas em fatos e exercícios convidativos já seriam argumentos suficientes. Mas foi a ousadia com que Márcia Abreu nos coloca diante do espelho, o principal motivo de minha surpresa e admiração. A atitude de desmistificar a “imanente literariedade” tantas vezes martelada por críticos e professores é fundamental para compreender os empecilhos que afastam livros e leitores – sejam estes adultos, jovens ou crianças em fase escolar.

Um resgate do espanto e da atitude investigadora na leitura
O texto parte de questões como “haverá livros bons em si?” ou “a beleza está nos olhos de quem os lê?” E, para investigar isso, a pesquisadora apresenta uma análise, bastante prática, de uma lista dos “melhores livros”, segundo um júri selecionado pela Folha de S. Paulo. Ao comparar os resultados com a lista de “melhores escritores do século XX”, eleitos pela revista IstoÉ, o simples contraste já denota o quanto é subjetiva cada recomendação. Márcia comenta elementos e critérios do júri e como estes critérios levam em conta aspectos políticos, sociais e culturais.
O texto me fez lembrar a fala com que o professor João Adolfo Hansen concluía algumas de suas aulas instigantes: “infelizmente, nem sempre o óbvio é evidente...” De fato, nada do que a autora expõe chega a ser novidade. Há escritos remotos com reflexões sobre o contexto no ato da leitura. Porém, tenho a impressão de que para boa parte dos estudantes de Letras, qualquer questionamento de princípios e valores aprendidos pode soar como heresia. Mesmo assim, a autora nos mostra que todos os esforços no sentido de enaltecer a literatura “como se fosse algo universal (...) próprio do ser humano” podem ser desastrosos, principalmente se, nisso, nos esquecermos de “discutir o que é literatura (...)” e reconhecê-la como “um fenômeno cultural e histórico, passível de receber diferentes definições conforme a época e o grupo social.” Portanto, “não há literariedade intrínseca, nem critérios atemporais”. É óbvio, mas não é preciso muito para notar que não é evidente...

Conceitos e preconceitos
Entre outros aspectos do livro, mais uma vez encontro comentários acerca das “instâncias de legitimação” que podem ou não reconhecer o trabalho de um escritor, como diz Fábio Lucas, em Crepúsculo dos Símbolos – reflexões sobre a história do livro no Brasil. Desta vez, para ilustrar suas observações, Márcia Abreu retoma acontecimentos que já foram divulgados na imprensa e em obras de referência, mas que na correria cotidiana, são conhecidos e esquecidos com a mesma rapidez. Por exemplo, ela retoma uma experiência feita em 1999, quando a Folha de S. Paulo enviou um texto de Machado de Assis a grandes editoras, sujeitando-o à avaliação sem identificar o autor. A rejeição geral foi uma polêmica discutida na ocasião, mas o olhar de Márcia Abreu revisita o caso a partir de outros referenciais – ressaltando que “saber que um texto é literário já provoca certo tipo de leitura.”
As 125 páginas de análise são preciosas para quem hoje enfrenta o desafio de “formar leitores”, dentro e fora da sala de aula. Aliás, sobre isso, a autora também comenta que muitas vezes o problema fica camuflado em explicações mais fáceis como “a falência do ensino brasileiro... a ignorância que impede de perceber a excelência do texto...” Sendo que, nesta experiência com o texto de Machado, o fato de ter passado por “leitores de profissão” mostra o peso das expectativas e do conhecimento prévio sobre o autor no ato de ler.
Acerca da relação com os best-sellers, Márcia Abreu apresenta resultados de pesquisas recentes sobre a leitura dos livros mais vendidos e, com isso, desconstrói ou pelo menos “desnaturaliza” discursos que rotulam este tipo de livro como uma “leitura alienadora”. Relatos de reflexão e transformação são mais frequentes do que os círculos eruditos se permitiriam reconhecer. No entanto, este olhar mais aberto à obra antes de criticá-la também é raiz para a desconstrução de outro mito – o de que “a literatura, por si, torna-nos mais humanos”. Faz sentido, pois a existência de pessoas cultas participando das atrocidades em campos de concentração é apenas um dos muitos exemplos de suposições equivocadas. Como diz a autora “o fato é que há gente muito boa que nunca leu um livro e gente péssima que vive de livro na mão.”

Literatura como face viva de qualquer idioma
O livro Cultura Letrada – literatura e leitura aborda preconceitos que estão muito mais arraigados do que poderíamos supor. Passa pelas especificidades literárias do Cordel, pelo uso artístico da linguagem em ditados populares, pela noção “civilizatória” impregnada em cada imposição e, é claro, mostra o quanto a literatura – sendo, antes de tudo, uma manifestação “língua” – também se transforma no tempo e no espaço, assumindo novos valores e ideias de acordo com as necessidades locais.
Neste caso, é curioso reconhecer que muitos dos textos que eram mal vistos ou proibidos antigamente, hoje, são impostos aos leitores como modelos obrigatórios – e a partir disso, quem garante que o que é mal visto hoje, amanhã não será também um referencial? E mais! Vê-se neste livro e em outros, o quanto a atitude moralista de condenar obras e autores também é antiquada...
Para terminar, vale o registro de que em 1775, a partir de recomendações médicas do Dr. Tissot – portanto, baseadas em pesquisas científicas – havia a certeza de que “a leitura é prejudicial à saúde”. Ele não estava sozinho. Há publicações de 1795 que complementam os malefícios já advertidos – afinal, “a leitura forçava a mente a trabalhar com intensidade ao mesmo tempo que mantinha o corpo em repouso durante longos períodos”. Uma lista de sintomas, como dor de cabeça, enfraquecimento dos olhos, melancolia, insônia... não deixaram de ser “desculpas” até hoje... Mas por que então mudamos de opinião e agora, lutamos para conquistar leitores? Sim, o valor que atribuímos a leitura também mudou. Será que naquele tempo, alguém imaginaria essa mudança ousada, mesmo correndo tantos perigos?
A língua é viva e se transforma. E a literatura também é língua a ser lida e compreendida em diferentes olhares por diferentes leitores.

*Márcia Abreu – Cultura Letrada: literatura e leitura. Editora Unesp, 2006.

site: http://asapalavra.blogspot.com.br/2010/12/cultura-letrada-literatura-e-leitura.html
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Hofschneider 21/10/2020

literatura não é só estética, é também politica
livro didático acessível que busca definir o que é literatura, e se é possível definir literatura boa ou ruim, passando por histórias pesquisadas, comparações e recomendações de fácil entendimento, qualquer aluno do ensino médio consegue ler e entender este livro com facilidade, é uma boa obra de divulgação cientifica literária.
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Arsantes 21/03/2021

Ótimo
Um ótimo livro para se pensar sobre o conceito de cânone literário.
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Heitor.Hissao 13/05/2022

Do que eu li, é o melhor para apresentar a teoria literária. Há outros ótimos, mas esse é o mais direto e o que toca em pontos populares para citar seus exemplos, e para nós brasileiros é muito mais fácil por ser escrito por uma brasileira. Livro lindo.
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Debora551 27/07/2010

Resenha: Cultura Letrada
Nos faz refletir sobre como somos todos diferentes. Uma obra de grande prestigio não está entre a leitura de todos. Tem uma parte no livro que eu gostei bastante:

“O que se considera literatura hoje não é o que se considerava no século XVIII; o que se considera bem narrado em uma tribo africana não é o que se considera bem narrado em Paris; o enredo que emociona uma jovem de 15 anos não é o que traz lágrimas aos olhos de um professor de 60 anos; o que um crítico literário carioca identifica como um uso sofisticado de linguagem não é compreendido por um nordestino analfabeto. O problema é que o parisiense, o professor, o crítico literário, o homem maduro tem mais prestígio social que o africano iletrado, a jovem, o lavrador. Por isso conseguiram que o seu modo de ler, sua apreciação estética, sua forma de se emocionar, seus textos preferidos fossem vistos como o único (ou o correto) modo de ler e sentir.”

Concordo muito com o trecho acima e com os termos Grande Literatura e Literatura de menor prestígio.

Por várias vezes vimos alguém recriminando outras pessoas pelo tipo de leitura, por gostarem de Best Sellers etc. Mesmo que tais leituras não ofereçam formas de desenvolver o pensamento elas fazem parte da cultura de cada pessoa.

O livro é muito interessante. Vale a pena.
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Paulo 18/10/2013

Márcia Abreu discute o conceito de literatura (assunto principal discutido na obra em questão)sem ser arbitrária, o que me lembrou bastante as discussões no componente curricular Cânones e Contextos.
Adoro quando me deparo com um exemplar que discute teoria de uma forma tão simples e gostosa. Gostaria de encontrar outros livros teóricos assim, que lemos "em uma sentada".
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Tauana Mariana 29/01/2015

S2
Sobre o livro:
Fiquei simplesmente encantada com o livro da Márcia Abreu. Fininho, com 112 páginas, a obra apresenta uma rica reflexão sobre a leitura, gosto e a tal literatura boa e literatura má.

Falando sobre literatura de cordel, romances tipo Sabrina, Paulo Coelho e Best Sellers, a autora é extremamente perspicaz ao mostrar e comprovar que não há um gênero inferior ou superior. O que há são gêneros diferentes. Livros do Paulo Coelho são menosprezados em relação à livros de Proust, por exemplo, porque uma camada dita "entendida do assunto" assim os define. E são tais entendidos que "ditam" o que deve ou não ser lido e valorizado.

Nem mesmo os críticos literários têm opiniões semelhantes sobre as obras. Alguns nem ao menos reconhecem quando uma obra é de Machado de Assis. Durante os anos em que eram novidades, muitos autores clássicos Como Poe e Shakespeare foram duramente criticados por seus contemporâneos.

Deste modo, o livro é excelente pra você - que menospreza e classifica as pessoas pelos gêneros literários que lê - abrir a mente e perceber que todos os tipos de literatura tem o seu lugar e o seu público. Fica ae postando frases da Lispector mas nunca leu uma página dela, critica quem lê romance popular, mas não se presta nem pra ler uma postagem na íntegra.

Estamos de olho.



Palavras-chave:
Crítica; Teoria Literária; Cultura; Livros; Literatura.

Curiosidade:
Já pensou-se que ler causava hemorroida, entre outras enfermidades.



Referências:
ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Unesp, 2006.


site: http://tauanaecoisasafins.blogspot.com.br/2015/01/cultura-letrada.html
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Kmilab 09/02/2021

Eu esperava mais
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