Bruna Fernández 21/05/2013Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brSe você leu a série Crepúsculo da Stephenie Meyer e amou/adorou/gostou, você não pode deixar de ler esse livro: é visível o crescimento e amadurecimento da autora nele. Se você leu Crepúsculo e detestou, você não pode deixar de ler esse livro: a história dele não tem nada a ver com vampiros que brilham no sol. Se você não leu Crepúsculo, venha conhecer essa obra da autora, você não vai se arrepender (ou vai).
Nessa nova série da Stephenie (pra quem não sabe, a autora anunciou que vai escrever mais dois livros) nosso planeta está sob ataque: os humanos estão sendo dominados por alienígenas invasores que se hospedam em nossos corpos e assumem as nossas vidas – as Almas. Incapazes de serem violentos, de realizarem crueldades e de mentirem, os parasitas acreditam que estão fazendo isso pelo bem maior, para cuidar melhor do nosso planeta. Porém os humanos perceberam a invasão e criaram algumas resistências. Melanie Stryder é uma humana que ainda não foi capturada e que está fugindo com seu pequeno irmão Jamie e seu namorado Jared, a quem ela ama com todas as forças. Mel, porém, acaba sendo capturada e Peregrina é a alma designada para o corpo dela.
O que ninguém esperava, nem a própria Peregrina, era que Melanie resistisse e se recusa a simplesmente sumir e deixar a invasora assumir a sua mente e seu corpo. Esse é um dos motivos pelo qual dá uma certa preguiça do livro no começo: leva um tempo pra gente se acostumar com o ritmo diferente. É um mundo novo e a autora não poupou páginas – nem imaginação – para explicar como tudo funciona. Acompanhamos então a batalha interna entre Mel e Peregrina, duas consciências convivendo em um só corpo. Melanie faz o que pode para proteger Jared e Jamie, mas não consegue deixar escapar alguns de seus sentimentos mais arrebatadores, que acabam influenciando Peregrina, transformando as duas em aliadas improváveis, até mesmo amigas.
Obviamente o livro gira grande parte de seu tempo em torno do romance, mas é algo diferente, que vai além de aparências e da superficialidade. A autora aborda variados tipos de amor diferentes. Uma das coisas mais interessantes que Meyer fez nesse livro, foi colocar todas as emoções humanas em um microscópio para análise. A forma como Peregrina se espanta com a quantidade de sentimentos diversos que ela sente ao mesmo tempo em algumas situações e a repulsa que ela sente em outros momentos quando sente ódio, raiva ou inveja, mesmo sabendo que ela está errada, nos faz pensar e até mesmo rir de nós mesmos ao longo do livro. É engraçado ver a personagem analisar o comportamento humano e lidar com ele. Raiva, compaixão, dor, amor, a hospedeira de Melanie sente tudo de forma extrapolada, tornando tudo muito intenso.
O que eu mais gosto nesse livro são os personagens. A resistência humana é formada por tantos personagens diferentes, e, cada um deles ao longo do livro vai se tornando especial pro leitor por variados motivos. Tio Jeb e sua curiosidade insaciável, a sinceridade infantil de Jamie, a incredulidade de Jared, a fofura de Ian, o jeito brucutu do Kyle: eu sofri, concordei, discordei, torci (a favor e contra) de cada um deles. São personagens muito próximos da realidade, palpáveis, o que os torna ainda mais queridos.
Lembro que comprei esse livro num impulso quando a febre Crepúsculo ainda estava em alta. Comecei a ler e… nhé não gostei. Deixei o livro encostado por um bom tempo. Até que um dia resolvi pegar ele pra ler e ver no que ia dar e… me apaixonei completamente: pelo enredo, pelos personagens, pela mensagem que a autora passa e pelas lições que a gente tira do livro. Se você se decepcionou que nem eu e largou o livro no meio, dê uma segunda chance. Da metade pra frente do livro a Stephenie tem uma história linda pra contar pra você.
Agora é esperar ansiosamente pelas continuações, vamos agilizar Stephenie?