A Desordem Mundial

A Desordem Mundial Moniz Bandeira




Resenhas - A Desordem Mundial


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Tay 15/03/2024

Assustadoramente atual
O livro é conduzido com maestria pelo autor que destrincha diversos problemas geopolíticos, e se você for alguém lendo após 2020, percebe-se que os confrontos que tiveram estopins midiáticos já vem sendo traçado há anos.
É um livro que compõe em palavras o quão doloroso a história é, e o quão rápido esquecemos ou o quão facilmente ignoramos.
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TH HISTORIADOR 06/03/2023

Desnuda a Plutocracia dos Estados Unidos da América.
Excelente leitura para compreender o que está por trás das guerras dos últimos 100 anos. Este livro mostra as atrocidades do governo dos EUA, afim, de acumular capital para os seus investidores. Inúmeras mortes e torturas em nome da falsa premissa de democracia, o maior engodo da humanidade. Um livro revelador que amplia os horizontes de quem é limitado pela cultura do capitalismo e do modelo de vida dos EUA.
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Esther 03/05/2022

Não gostei muito, mas recomendo a leitura!
Apesar de não ter gostado muito do livro, o autor traz muitos dados e fatos importante e faz uma boa análise de alguns pontos de conflito mundiais. O único ponto que não gostei foi que o autor relativiza algumas outras questões para que o seu ponto de vista esteja correto.
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João Moreno 07/03/2022

A decadência do Império americano e a desordem mundial
Terminei de ler o 'A desordem mundial: o espectro da total dominação' quando os conflitos entre Rússia e Ucrânia se iniciavam e também por conta deles: já sabia, pelo sumário, que o já falecido Moniz Bandeira, historiador e cientista político brasileiro, apresentava uma grande introdução à disputa e detalhava seu desenvolvimento, até 2016, data de lançamento do livro. Apenas por esse motivo, a obra de Moniz Bandeira já me parece imprescindível àqueles que querem sair do discurso maniqueísta e reducionista, apresentado pelos telejornais e por grande parte dos influenciadores nas diferentes redes sociais.

Por outro lado, sempre imaginei que começaria essa resenha falando que 'A desordem mundial' compõe uma trilogia, um "corpus", nas palavras do professor. Ao lado de 'Formação do Império Americano' e a da 'Segunda Guerra Fria', Moniz Bandeira, como escreveu em seu primeiro livro, de 2005, buscou compreender os motivos que levaram à subversão da democracia norte-americana, com a sua política doméstica militarizada e com uma política externa expansionista, a subverter o Direito Internacional às necessidades de seus interesses estratégicos: seja para garantir recursos naturais, exportar capitais, proteger suas indústrias e atender às demandas do Complexo Industrial-Militar ou para impedir o surgimento de potências a rivalizar no mercado mundial. Para tanto, como aprendemos em suas obras, a "defesa aos direitos humanos" e a "necessidade" de se implantar democracias liberais entre outros serão os valores-pretextos para justificar as invasões, os "regime-changes", a negação da autodeterminação dos povos.

O livro aborda todas essas questões: Imperialismo norte-americano; fim da URSS; Otan; neocons como formuladores da política externa norte-americana, a partir dos anos 1990; EUA como um 'global cop"; o avanço rumo às ex-repúblicas soviéticas; as Revoluções Coloridas; a destruição da Líbia; a invasão da Síria; a Ucrânia;  a construção do Estado Nacional, o nacionalismo ucraniano; os neonazistas por lá; a Revolução Laranja; o Golpe de Estado em 2014; a anexação da Crimeia como resposta ao Golpe, o massacre de Odessa e os conflitos de Donbass etc etc etc.

Quanto às críticas sobre a "parcialidade" da obra, estas se configuram mais como uma espécie de "whataboutism". O livro, como falado pelo autor em sua introdução, trata dos "desdobramentos" da atuação do Império Americano, "responsável" pelo soerguimento da própria Rússia, ao avançar rumo à nação soviética e tentar "neutralizá-la" como grande potência, então devastada pelo avanço do neoliberalismo e imersa em crises econômicas e sociais, na década de 1990. Não é sobre a Rússia ou a China. É sobre os Estados Unidos. Vale destacar também as falsas equivalências: por mais que hoje a Rússia se configure como potência militar - e "as catastróficas consequências de um conflito militar" foram pormenorizadas por Moniz Bandeira, no capítulo cinco -, a função de nação ultraimperialista cabe exclusivamente aos EUA, com o domínio cultural, ideológico, financeiro e geográfico militar, com as suas mais de 800 bases militares espalhadas pelo mundo, a também subordinar, aos seus interesses, as instituições multilaterais (ONU, Banco Mundial, FMI etc) e a Otan, "instrumento militar do cartel (...) liderado pelos Estados Unidos (...) (p. 178). Ao mesmo tempo, justificar as ações estadunidenses como uma possível reação à ameaça russa ou aos "totalitarismos" é, além da repetição do discurso dos neocons, continuado pelo democrata Barack Obama, desconsiderar tudo que o autor escreveu em seus últimos três livros: a política externa norte-americana tornou-se expansiva e mais agressiva com a debacle da União Soviética, "e essa tendência caracterizou tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda [norte-americana], "e eles se alternam/mudam de lado ocasionalmente"". Destaco também a preocupação de Moniz Bandeira com as fontes e registros históricos, citados por alguns, e que, em seu ofício, tratou "(...) de confrontar e cruzar, cuidadosamente, as mais diversas informações e apurar a plausibilidade das ocorrências, limpar o verniz ideológico, de que muitas vezes as notícias se revestem (...) Daí que, para escrever esta obra, como outras, empreendi a pesquisa com o maior vigor, verificando todos os detalhes dos acontecimentos, na imprensa dos diversos países, discursos dos homens de Estado e documentos oficiais dos distintos órgãos de governo e/ou internacionais, areando o aparelho ideológico, a consciência falsa (...) e tomei, como ensinou Tucídides (...), o que me pareceu mais claro, real e veraz, desnudado de colorido mítico" (p. 32).

Levei quase um ano para terminar a leitura. Sei que não consegui reter todas as informações que gostaria nem as que deveria. É impossível negar, entretanto, o peso da obra e a importância do autor. Como não poderia deixar de ser, gostaria de registrar as palavras finais de Moniz Bandeira, registradas em livros, por aqui também:

"Desde a dissolução da União Soviética, todos os presidentes dos Estados Unidos, George H. W. Bush, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, promoveram guerras convencionais e não convencionais nos Bálcãs e no Oriente Médio, fomentaram a subversão nos países do Cáucaso, sempre sob o pretexto de tornar o mundo “safe for democracy”. Que democracia? Onde quer que os Estados Unidos intervieram, com o “specific goal of bringing democracy”, a democracia constituiu-se de bombardeios, destruição, terror, massacres, caos e catástrofes humanitárias. C’est la réalité des faits. E o certo é que, na história, como Oswald Spengler salientou, não há ideais, mas somente fatos, nem verdades, mas somente fatos, não há razão nem honestidade, nem equidade etc., mas somente fatos. E os fatos, ao longo da história, sempre mostraram que os Estados Unidos e as grandes potências capitalistas jamais efetivamente entraram em guerra pela democracia e pela liberdade, para proteger civis ou direitos humanos, senão tão somente a fim de defender suas necessidades e interesses econômicos e geopolíticos, seus interesses imperiais. E palavras não mudam a realidade dos fatos." 

[Moniz Bandeira, p. 513 de A desordem Mundial] St. Leon, março de 2016.

site: https://literatureseweb.wordpress.com/2022/03/07/eua-e-imperialismo-parte-2-resumo-de-a-desordem-mundial-de-moniz-bandeira/
João Moreno 07/03/2022minha estante
Maria, parte da nossa está nesse texto :)


mpettrus 07/03/2022minha estante
Uma resenha muito boa e elucidativa. Despertou até minha vontade de ler esse livro. Mas me surgiram duas dúvidas, quais sejam elas: a primeira, é sobre a trilogia do Moniz Bandeira como você pontua na resenha. É necessário ler os livros ?A Formação do Império Americano? e a ?Segunda Guerra Fria? para poder ler ?A Desordem Mundial??
A segunda dúvida, com o perdão da minha ignorância, mas o que significa ?whataboutism??

Desde já agradeço pela atenção! ??


João Moreno 07/03/2022minha estante
Mitchell, obrigado pela leitura e pelo comentário :)

Vamos lá:

1) Eu realmente não saberia dizer se é "necessário": Eu, particularmente, senti falta. Também comecei por 'A desordem mundial' e, no meio da leitura, parei e corri pro 'Formação do Império Americano'. Só terminei antes do 'A Segunda Guerra Frida' diante dos acontecimentos na Ucrânia etc.

O que eu poderia sugerir seria: leia ao menos a introdução e o epílogo de 'Formação do Império Americano'. Lá ele retoma alguns pontos importantes sobre a política externa norte-americana que precisamos entender pra entender o presente.

2) É uma expressão em inglês que faz um "trocadilho" com a frase 'What about that'. Geralmente, em algumas discussões, argumentos ou evidências são ignorados diante do "mas e aquilo?" "Mas e a Rússia?" "Mas e o petê?" etc etc. Tem muita gente que, ao ler a resenha, tentaria trazer a Rússia ao debate, seja como uma espécie de justificativa ou como uma forma de desviar a atenção para os pontos trazidos pelo texto.


mpettrus 08/03/2022minha estante
Oi, João Moreno!! Muito obrigado pelas informações e esclarecimentos e dicas.

Estou convencido a iniciar minhas leituras pelo ?A Formação do Império Americano?, haja vista, que você já teve a experiência com a ordem de leitura desses livros do Moniz e seu ponto de vista é muito relevante. Muito obrigado pelo feedback ?


João Moreno 08/03/2022minha estante
Valeu, Mitchell, até mais. Vou acompanhar a sua leitura por aqui. Abração :)




Igor13 06/12/2018

‘Desordem Mundial’ de Bandeira Moniz versus ‘Ordem Mundial’ de Henry Kissinger
Gosto do Bandeira Muniz. Se não gostasse, este não seria o quinto livro dele que termino. Porém, tenho que dizer que este livro é excessivamente enviesado (até mais que os demais), o que é uma pena.

Uma enorme coleção de ‘podres’ dos norte-americanos que vale a pena estudar e se aprofundar. Aliás, há diversos livros nos EUA sobre isso – de autores daquele país. Muitas referências de qualidade e informações úteis. Porém, o livro é descaradamente desproporcional e político. O que não necessariamente estraga toda a obra, mas causa um desconforto. Perde credibilidade, entende?

Podem dizer, mas há muitas referências. Sim, é verdade, mas muitas delas também são enviesadas. Da mesma forma que a FoxNews ‘noticia’ news destorcidos, a Russia Television – RT e Al Jazira também. Gosto de ler e assistir vídeos e versões de todos ‘players’ porque trazem outros pontos de vista dos acontecimentos. Porém, não é aconselhável confiar inteiramente numa só. Ainda mais em casos controversos.

Então em quem confiamos? Difícil dizer para outsiders como nós. Por isso, coloquei o livro do Henry Kissinger, ‘Ordem Mundial’, no título desse review. O livro do norte-americano é bem mais superficial que o do nosso professor, mas chama a atenção para algo importante: nem sempre em matéria de geopolítica é possível agir com ética ou seguindo preceitos elevados. Nunca foi e provavelmente nunca conseguirá. Seja que potência for.

Objetivamente:
1) Crítica: não fala os ‘podres’ dos russos. Aliás, o autor só os defende. Fiquei com algumas dúvidas: não há ‘podres’ porque todos os agentes daquele país são honestos e morais ou não há oposição que tenha coragem (ou possibilidade) para as expor alguns inconvenientes (ou quando expõe, aparece envenenado)? Não há investigação de grandes autoridades do executivo ou da Duma (assembleia legislativa da Rússia) porque não há o que investigar ou não há instituições realmente fortes para enfrentar as vontades das elites ligada ao poder central?

2) Pergunto, seria possível o ex-dirigente máximo do equivalente ao FBI dos EUA, como no caso de James Comey (e seu livro ‘A Higher Loalty’ – aliás, um livrão) expor as condutas equivocadas dos últimos presidentes, vice-presidentes e candidatos dos EUA (Bill Clinton, George Bush, Hillary Clinton, Trump, Dick Cheney), publicar um livro na Rússia sobre más condutas de empresas e oficiais de governo?

3) A lógica, me desculpem, é a mesma em relação ao regime militar que muitos defendem o retorno. Não havia ‘podres’ na época porque a imprensa era censurada. Havia basicamente uma mesma versão para tudo. Na Rússia, nos últimos 20 anos, há somente a versão de um homem: Vladimir Putin.

4) Penso que o livro seria mais útil se ou tentasse descrever os ‘trends’ de poder e geopolítica internacional de forma mais geral (como fez o ‘Ordem Mundial’ de Henry Kissinger) ou descer nos detalhes de como a coisa é de todos os envolvidos. O campo internacional é amoral e volátil. Sem amigos ou inimigos perpétuos com base em religião, laços históricos e morais. A ‘Paz de Vestefália’ implantou essa ordem mundial no século XVII e dura até hoje. Gostemos ou não.

Não acho que foi uma perda de tempo a leitura e vou usá-lo para estudar a história norte-americana, especialmente no período da década de 30 – no entre guerras. O leitor pode na verdade consultar as referências e descobrir muita coisa interessante sobre os EUA.

Obs: não é uma obra para iniciantes. O leitor saíra cheio de visões distorcidas e argumentos parciais. Nesse sentido, o livro mais doutrina que ensina. Por isso minha nota 3.
Guilherme 19/12/2018minha estante
Comecei a lê-lo recentemente e senti o viés que vc falou


Igor13 19/12/2018minha estante
Pois é, uma pena. O autor sempre teve esse viés, mas nesse livro foi demais.


Breves 04/02/2019minha estante
Olá, amigo. Indica algum outro livro de semelhante temática além de Ordem Mundial de Henry Kissinger?


Esther 03/05/2022minha estante
Tive essa mesma sensação




Almir 11/09/2017

Melhor análise da geopolítica atual.
Talvez você encontre outro livro tão bom quanto este para entender os problemas geopolíticos da atualidade, especialmente no que tange aos casos específicos da Líbia, Síria, Ucrânia, Rússia, Turquia, entre outros, mas nenhum melhor do que este, sou capaz de apostar.
O único senão que eu faço é com relação à falta de tradução das citações na língua original. Então se você não sabe inglês, francês, alemão e até latim, vai ter um pouco de trabalho para entender certas passagens do livro.
Mas no geral, uma análise precisa, comprometida, no sentido de tomar partido sim senhor, e esclarecedora. Nota máxima.

site: Para análises políticas do Brasil e do mundo, acesse: http://www.panoramicasocial.com.br/
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Elenir 09/01/2017

Livro excelente prá mostrar a verdadeira faceta por trás dos conflitos do Oriente Médio. O autor mostra através de vários documentos e pesquisa como os EUA, e a oligarquia em conchavo com a OTAN, usam artefatos prá desencadear conflitos e se aproveitar disso, usando toda estratégia maquiavélica, em todos os países do mundo prá deter o dinheiro e poder. Detonam guerras sem fim, destruindo países e populações. Com o domínio da mídia implanta idéias, fomenta conflitos, fabrica heróis e bandidos.
Prá mim não foi surpresa porque tenho lido e assistido videos sobre o assunto, mas a grande maioria que se restringe as notícias da mídia corporativista, ficarão assustados. Não é ficção!
Achei interessante que o autor tenha um forte viés de esquerda, onde é incomum encontrar este tipo de narrativa contra o partido democrata.
Existe muito mais coisas, mas o autor foi super cuidadoso em não revelar no livro, prá não correr o risco de perder a credibilidade, e não cair no jargão da “teoria da conspiração”. Ele se restringiu aos fatos comprovados, através de enorme pesquisa atual e histórica.
Recomendo a leitura principalmente prá não cair na mesmice da mídia corporativista, e perceber o quanto estão criando ídolos falsos, que estão destruindo o mundo.
Elenir 12/06/2017minha estante
nem tudo é o que parece ser.




Lieje Gouveia 27/11/2016

A Desordem Mundial
Os conflitos atuais do Oriente Médio ficam bastante esclarecidos a partir da leitura deste livro.
A persistência com que os EUA utilizando-se de seu braço OTAN insistem em transgredir regras e convenções internacionais visando a hegemonia entre as nações da Eurasia.
Os graves riscos da GuerraFria, tudo isso esse livro que traz reportagem/documentário elucida e demonstra suas fontes.
A situação da Crimeia e da Ucrânia nos é desvendada, sem
Mistérios.
Excelente livro. Atualíssimo.
GIPA_RJ 11/12/2016minha estante
Respeito ele , mas queria saber se considerou o furacão Snowden na abordagem , que para mim foi um grande divisor de águas no processo. Do contrário , pode não ser tão atual assim.


Lieje Gouveia 18/12/2016minha estante
Sem duvida, digo atualissimo pois demoramos muito para termos uma ideia dos processos que acontecem em razão da dificuldade do acesso a fontes isentas, se é que isso é possivel.
Leio agora sobre o golpe de 1964.
Desclassificação de documentos somente acontecem muitos anos ou decadas depois dos fatos.




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