A Loucura do Trabalho

A Loucura do Trabalho Christophe Dejours




Resenhas -


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Bia 22/03/2024

A loucura do trabalho, de Dejours
Um excelente livro pra estar ainda mais por dentro da psicodinâmica do trabalho e dos impactos do trabalho precarizado na vida do subproletariado. Iniciei achando que seria mais uma leitura maçante pra concurso e finalizei ele muito feliz por ter tido contato com esse material
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Lah 13/12/2022

A Loucura do Trabalho: Estudo de Psicopatologia do trabalho
[ RESENHA PARTE 1 ]


? Primeiro aspecto que me saltou aos olhos e fez-se digno de nota: em que pese o trabalho de Dejours - A Loucura do Trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho (1980) - tratar-se de uma obra seminal, que lança luzes sobre a relação trabalho-saúde mental e alumia diversas pesquisas nos distintos campos do saber, o autor fez uma escolha muito acertada e generosa da Linguagem ( didática e que recusa os tecnicismos), de tal sorte que a temática pouco e má explorada - a psicopatologia do trabalho -, fora tomada em sua complexidade, mas mostrara-se inteligível até para os leitores não iniciados.

? Dejours desvela e expõe as miudezas dos fenômenos que são sobremaneira por nós sentidos em nossos espaços de trabalho - e fora deles, uma vez que há uma unidade estrutural do tempo dentro e fora do trabalho, que forma " um continuum dificilmente dissociável " e nos impele à repressão dos comportamentos espontâneos que " marcariam uma brecha no condicionamento mental ao comportamento produtivo " ( retomarei essa ideia adiante)-, não obstante se aproprie especificamente da condição do operário fabril como objeto de pesquisa.

? Suspeito ter sido Marx - se não me faltam elementos pra uma análise inequívoca -, em Manuscritos econômico-filosóficos, quem desenvolveu o trabalho elementar para reflexão sobre a perda da razão social do trabalho, sobre os fenômenos da reificação, alienação/estranhamento, redução do homem a condição de mercadoria produtora de valor... em suma, sobre as dimensões concreta e espiritual deste processo objetivo de consolidação do trabalho alienado, que neutralizou o gozo da riqueza socialmente produzida, a posse dos fins e meios da realização do trabalho e o desenvolvimento das potencialidades humanas imanente ao trabalho livre, criativo, teleológico - sobre isto não me deterei. Dejours, contudo, não lança mão deste texto marxiano - suspeito e insisto, elementar -, como referência aludida.

? O mérito de Dejours reside numa abordagem mais detida sobre o papel que lança a organização dos processos de trabalho - enqto estratégia capitalista para elevar a extração do mais-valor relativo -, na relação trabalho-saúde mental. Dito doutro modo: a ingerência na organização dos processos de trabalho, para a exploração da força de trabalho e seus reflexos na dimensão psíquica do operariado (do sofrimento ás estratégias de defesa). Eis que se desenha o que consolidar-se-ia como a Psicodinâmica Laboral Dejouriana.

?O autor adverte sobre a presença duma " armadilha teórica ", que se traduz na tendente interpretação sociológica sobre o sofrimento como reflexo simples da luta de classes - e nos convoca a refletir sobre a especificidade do operário taylorizado

? Após delinear o percurso das lutas históricas do conjunto dos trabalhadores e suas parcas (não obstante, significativas), morosas, fragmentadas e jamais salvaguardadas conquistas, no âmbito da legalidade formal, para: granjear condições de subsistência e reprodução social (período da " miséria operária ", que ensejou a luta por redução da jornada extenuante de trabalho e cujo enfrentamento às expressões da questão social foi marcado pelos mov. higienistas, moralistas e alienistas) e alçar melhores condições de trabalho ( luta por representação estatal e em torno de certo nível de proteção social contra a exploração selvagem e predatória, que abarcasse uma medicina do trabalho, mecanismos de mitigaçâ9 dos acidentes de trabalho, assistência médica, etc ), o autor adentra um terceiro momento fulcral na luta dos trabalhadores: que expressa a relação intrínseca entre a organização científica do trabalho ( OCT) e sofrimento psíquico.
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