Thiana 13/02/2017Maria Clara me cativou mais do que imaginava - Resenha para Blog Garotas de PapelO que inicialmente me atraiu na proposta desse livro foi misturar uma história real com ficção. Ao mesmo tempo que é uma construção interessante é também angustiante fica sem saber o que realmente aconteceu e o que foi criado. Mas sem dúvidas o fato de contar, em alguns aspectos a história da mãe do autor nos deixa curiosos para saber o que tem de tão interessante nela.
O começo do livro me assustou um pouco, pois tem uma contextualização histórica que apesar de superficial traz muitas minuciosidades do perdido. Mas isso é extremamente importante para entendermos a origem da cidade em que a história se passa e seus personagens, principalmente como surgiu a figura do Coronel, Lucas Vasco, pai de Maria Clara.
O Coronel é um personagem que você poderia achar ambíguo, mas nenhuma de suas ações, por mais caridosas que sejam, é sem pensar no retorno de isso irá lhe dá. Arari, em Minas Gerais é uma cidade minúscula e tudo que acontece nela tem direta ou indiretamente o dedo de Lucas Vasco. (Posteriormente a cidade mudou de nome, Itamogi.)
Vamos acompanha a vida de Maria Clara até os 21 anos, mas não pense que sendo filha de um Coronel, que sua vida foi de regalias. Assim como muitos filhos bastardos da época (e ainda hoje) ela não foi reconhecida pelo pai, porém Lucas Vasco nunca deixou faltar nada para ela e sua mãe. Tinham uma casa confortável, com alguns animais como galinhas e porcos, recebiam alimentos enviados pelo coronel e sempre que precisavam de dinheiro ele dava sem problemas. Porém o que poderia ser visto como um lado bom, também era uma forma de silenciar mãe e filha.
Em outros assuntos, que tivesse ligados a vida passada de Mariinha, mãe de Maria Clara, e que de alguma forma afetasse a vida da nossa protagonista. Lucas não interferia e dizia ser problema delas e que as mesmas resolvessem. Muito cedo Maria aprendeu que não poderia conta com seu pai e por isso sempre se dedicou em ser a melhor no que fazia e assim não depender dele, mas a vida nem sempre pensava da mesma maneira e aplicou duros golpes com a perda de entres queridos, coração partido e problema de saúde.
A história é basicamente narrada pelo ponto de vista de Maria Clara, mas algumas vezes em terceira pessoa, pois são situações que Maria não tinha nascido ainda ou não estava presente. Com capítulos curtos, a leitura é muito ágil e pelos anos se passarem rapidamente, ficamos presos ao livro querendo saber o que acontecerá com a protagonistas e as pessoas que estão envolvidas em sua história.
O final tem uma velocidade muito rápida e algumas situações podem incomodar os leitores, mas levando em consideração a época e imposições sociais, além dos próprios desejos de Maria, são até compreensíveis. Também não podemos esquecer que alguns fatos realmente ocorreram, apesar de ficarmos na dúvida do que foi ou não real.
A linguagem, em alguns pontos, pode ser coloquial demais e confesso que em alguns momentos até procurei no dicionário para ver se não era algum erro ou era assim mesmo e realmente eram palavras grafadas corretamente. Apesar de dificultar um pouco acho bem positivo para aumentar nosso vocabulário e também a localização temporal, o livro termina em 1945 e se passa no interior do Brasil.
O último capítulo, Virgílio conta como foi o processo e escrever a história e de todo apoio que teve para que ele fosse publicado. Ele também conta mais um pouco do que aconteceu após o fim do livro, o que só nos deixa mais e mais curioso para continua lendo sobre a vida de sua mãe, Maria Clara.
A história envolvente e é impossível não ser afetados pelos dramas da protagonista, que mesmo com os problemas por qual passou nunca desviou de seus valores, fé e desejo de melhorar sua vida pelos caminhos corretos.
site:
http://garotasdepapel.blogspot.com/2017/02/resenha-maria-clara-filha-do-coronel.html