Era de Aquarius

Era de Aquarius Luiz Eduardo Nascimento




Resenhas - Era de Aquarius


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Paulo 12/07/2017

Livros pós-apocalípticos não andam tão comuns como antigamente. Quando eu comecei a ler o livro de Luiz Eduardo foi algo refrescante e fugindo um pouco do lugar comum. Mas, acima de tudo essa é uma história sobre família e como ela é importante para nós acima de tudo.

Roberto e Carol foram passar férias no sul da Argentina tentando ver as belíssimas paisagens da aurora. Um passeio em família com o filho e tudo parecia caminhar para uma viagem inesquecível. Estamos alguns anos no futuro e o sol parece estar se comportando de uma maneira estranha. O G20 esconde informações do público, mas logo não será possível adiar o inevitável. Após um dia de aventuras, a família descansa em sua pequena cabana, já pensando no retorno. Roberto acorda abruptamente após um estranho evento em que o mundo parece estar pegando fogo. Toda a vida desta família fica de ponta a cabeça e agora o que parecia ser algo inesquecível se torna uma luta pela sobrevivência e pela manutenção da sanidade.

É preciso destacar de cara aquilo que mais me chamou a atenção: a relação entre Era de Aquarius e Eu Sou a Lenda. A primeira metade do livro de Luiz Eduardo se passa apenas com Roberto e Carol explorando um mundo em ruínas. Me lembrou a primeira parte da adaptação para o cinema do clássico de Richard Matheson. Nos primeiros 40 minutos, o protagonista interpretado pelo ator Will Smith explora a cidade de Nova York junto com o seu cachorro. Prédios devastados e lojas abandonadas demarcam o cenário. Mas, mais do que tudo é interessante como o filme consegue se focar em um único personagem e a sua angústia de um mundo devastado. É a sensação é a mesma com os dois protagonistas. A passagem dele por diversos ambientes destruídos e a sensação de angústia e impotência é quase a mesma. O autor consegue passar bem essa sensação para os leitores a partir das descrições feitas pelo narrador (em terceira pessoa).

Os dois personagens são bem construídos apesar de que Carol parece ser apenas uma acompanhante. No início o autor inicia um trabalho de delineamento das características psicológicas da personagem, mas esse trabalho ficou pela metade. Por esse motivo, Carol acaba sendo uma personagem que eu gostaria de ver melhor trabalhada. Já Roberto faz um papel mais ativo, sentindo os problemas com os quais precisará lidar, mas ao mesmo tempo se preocupando com a segurança de sua família. Gostei que o autor nos apresenta um personagem falho quando algumas de suas ideias para prosseguir o caminho não dão resultado e o casal precisa lidar com as consequências de uma escolha ruim. Ou seja, o protagonista não é um super homem infalível. Impossível não associar a figura de Roberto ao de Rick Grimes, protagonista da série The Walking Dead nas primeiras temporadas. Ele sempre procurava ser assertivo e precisava lidar com um mundo cujas regras haviam mudado radicalmente.

O aspecto psicológico é largamente trabalhado pelo autor. Ele procura descrever os sentimentos dos personagens de acordo com as situações em que eles vivem. A necessidade de sobrevivência acaba precisando superar a tristeza da dor de uma perda. Quando vemos depois Roberto tentando (e falhando) em seu contato com alguns grupos de sobreviventes, o personagem se recrimina por continuar mantendo o seu espírito de socialização. Em um mundo sem lei, o homem acabou regredindo aos seus instintos mais básicos. Isso fica claro em algumas passagens da história.

Para um livro que se chama Era de Aquarius, Aquarius tem pouca importância para a história. O autor poderia ter dado alguma pista de que a cidade (?) existia. Algumas falas soltas, alguns rumores. Nada disso aparece antes de o casal chegar ao nordeste. A ideia de um grupo de sobreviventes também é uma outra relação ao livro Eu Sou a Lenda. Mas, posto isso, não compreendo o motivo para o posto título. Okay, é uma série... Certo. Novamente ainda acho que Aquarius deveria ter uma importância maior para justificar o título do livro. Caso contrário, o autor poderia ter optado pelo subtítulo que também daria uma sonoridade bacana. Posso estar parecendo chato, mas em muitas ocasiões o título do livro é o chamariz para a história. Seja um nome ou uma situação. Quando o título tem pouco ou nada a ver com o que é apresentado, soa estranho.

Enfim, gostei da escrita de Luiz Eduardo e da história apresentada. Ele empregou uma temática que eu já não via há algum tempo (exceto pelo exaustivo emprego de zumbis, vampiros, demônios ou afins). O protagonista é um personagem bem construído apesar de a sua companheira ser um pouco deixada de lado. A ambientação é aquela típica de um mundo em ruínas após um evento apocalíptico e os personagens passam mais tempo no interior (ou seja, a ambientação não interefere tanto assim na história). Entretanto, achei estranho a escolha do título já que ele pouco tem a ver com o que é apresentado, já que Aquarius só aparece mais para o final da história e não é mencionada antes da metade final. Acho que o autor pode trabalhar mais a sua ambientação, mas sinto que podemos esperar coisas bem interessantes dele no futuro.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Mark 12/01/2019

Nada funcionava. Luz, energia, celular, telefone, não se ouvia o mínimo barulho de movimentação de pessoas
Uma história envolvente e que prende a atenção do leitor, trata-se um casal Roberto e Carol, junto com seu filho Pedro, vão passar as férias no sul da Argentina para verem a Aurora Austral, após um dia de aventuras, ocorre uma anomalia solar que provoca um cataclismo apocalítico, terminando com a vida de uma infinidade de organismos vivos, inclusive o ser humano, além de alterar totalmente o clima da terra, agora eles precisam encontrar um lugar seguro nesse novo mundo. Um livro que traz muita loucura, dor, sofrimento, uma luta constante pela sobrevivência e pela manutenção da sanidade.
O livro possui uma boa narrativa e personagens bem construídos, entretanto achei que a escolha do título tem a pouco a ver com o que é apresentado, Aquarius só aparece mais para o final da história e fim, dando um desfecho que faz a gente falar “Só isso? Acabou?”. Acredito que terá continuação...
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