A FILA

A FILA Ana Esterque




Resenhas - A FILA


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Elis 15/03/2017

Conheci a autora através de uma entrevista que ela deu no canal da Thaisa Lima, conheçam a mesma AQUI. Então quando comecei a leitura já sabia quem era Marcel J. Portoluna, e realmente ele surpreende, pois não se pode dizer o quão irreal e bom escritor ele o é.

Conforme vamos avançando as páginas, percebemos o quão inteligente é a autora, que sabe nos guiar e prender em suas palavras. A fila, conto que abre a obra, é tocante e triste. Uma garota que aguarda a própria mãe retornar. Ficamos pensando em tudo que pode ter ocorrido e deduzindo o real final dessa menina.

Uma taça de vinho tinto, nos faz pensar sobre nossa vida e claro o belíssimo amor, até quando as lembranças nos acompanharão e o que será certo e errado. Os mistérios e segredos que podemos fazer atravessar décadas. Algo que pode estar na vida de qualquer um.

O matador, me deixou um pouco chocada e em dúvida...magina se eu não ia levantar uma dúvida. Convivi com pessoas que fazem o mesmo processo, afinal matar para comer, faz parte da cadeia alimentar e logo alguém tem de fazê-lo. Fiquei pensando nos processos e se não faltou algo, que para mim marcou quando me contaram como funciona. Então vou pesquisar...e contar pra vocês. Já que eu, imagino tudo como um belo filme e por isso parece que foi cortado algo.

Receita é um conto curto, que fala do cotidiano. Agora boa noite, Isabella, além de ser triste, nós faz pensar se as garotas de hoje em dia estão tão inocentes assim, porque desde que me entendo por gente aprendi a me cuidar, ainda mais em saídas e baladas. Se as moças estão tão puras, realmente temos de ensiná-las que todo cuidado é pouco. Até porque ninguém merece passar por uma situação assim, violação é crime e deve ser punido.

Professor, é um conto que também achei cotidiano, em vista de tudo que acontece no mundo. Mas não é menos importante, afinal a vida está aqui para ser vivida e observada. Os estrategistas, é um conto que todo escritor deve treinar, porque é como ver um autor, criando sua obra. Você não acha que ainda é cedo?, é o movimentar de um prédio, que tem uma sacada para lá de interessante.

Amor delicado, consigo comparar aos meus pensamentos sobre minha cachorrinha, apesar de ser um coelho no conto, creio que se eles chegam a pensar, é bem assim que acontece. Para eles uma visão totalmente diferente da nossa, que se conseguíssemos ouvir aprenderíamos muito. O cometa finaliza a obra, de uma maneira calma, saudosa e correta. Espero que todos nós cheguemos até a velhice com lembranças boas o bastante para nos fazer sorrir ou pensar em tudo que já vivemos.

Ana Esterque pode não escrever com sentimento, mas sua técnica nos emociona e prende de uma maneira, que seria um prazer ler outros contos dela. Um prazer conhecer, mais uma autora nacional que veio para fazer a diferença.

site: http://amagiareal.blogspot.com.br/2017/03/a-fila-ana-esterque.html
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Thaisa 03/12/2016

Um livro denso, tenso e reflexivo...
Fico extremamente feliz quando leio um livro onde o autor consegue não só mexer com meus sentimentos, mas quando ele consegue, através das palavras escritas, me fazer sentir junto com o personagem cada um dos sentimentos descritos ali. A Fila é um livro pequeno, porém de uma profundidade enorme.

Escrever é uma arte. Se utilizando de técnicas qualquer um pode escrever, mas escrever com sentimento e maestria é para poucos. Ana Esterque é uma dessas raras criaturas que conseguem passar para o papel os sentimentos.

Quando recebi A Fila, estava com receio de ler o livro por ele abordar temas pesados como incesto, violência, desvalorização da mulher e uma infinidade de temas tão pesados quanto. Eu sabia que estava diante de um livro que possivelmente me faria chorar, sentir asco, repúdio, nojo, medo e uma gama de sentimentos profundos. É, eu estava certa, pois em cada um dos contos que li, um misto de sentimentos pululou!

Estamos diante de um livro de contos. Contos curtinhos mas com uma carga emocional enorme. A autora não só descreve uma situação, mas a escrita dela faz parecer que as páginas estão pulsando com vida, tamanha a realidade encontrada nos textos. Não posso nem dizer quais contos gostei mais, pois cada um tem a sua peculiaridade. Cada um me fez refletir sobre um ponto diferente.

Tenho um arrependimento: li o livro muito rápido. Menos de uma hora terminei a leitura. Esse é um livro para ser saboreado devagar. Ler um conto por dia, para te dar tempo de refletir e colocar seus sentimentos no lugar. Não se engane com a quantidade de páginas... O livro é denso, intenso, pesado...

Posso dizer que senti com a leitura: solidão, urgência, calafrios, desespero, aflição, pena, amor e culpa. Um misto de sentimentos que se confundiram com os dos personagens. Para você que aprecia contos e gosta de livros que te fazem pensar, com certeza esse precisa estar em sua estante!

Resenha publicada no blog Minha Contracapa:

site: http://minhacontracapa.com.br/2016/12/resenha-a-fila-de-ana-esterque/
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Zilda Peixoto 28/11/2016

A Fila - contos sobre uma realidade nua, crua e desconcertante
A Fila, livro de contos escrito por Ana Esterque é composto por dez narrativas duras, por vezes cruéis; um olhar atento e observador sob uma percepção do vazio da alma de seus personagens.

A narrativa ligeira e precisa, característica do conto facilita o entendimento do leitor e faz com que consigamos nos conectar à mensagem imediatamente. Ana descreve sobre dores profundas, sobre temas extremamente delicados como estupro, incesto, desvalorização da mulher, entre outros dilemas que assolam a sociedade.

A escrita de Ana é única, mordaz. Não há espaço para metáforas. A cada conto acompanhamos em ritmo lento, mas profundamente intenso, uma situação de conflito aonde cada personagem confronta seus medos e angústias. A cada conto um tapa, um susto, um alerta, um confronto.

Em A Fila, primeiro conto que dá nome ao livro, conhecemos a história da pequena Natasha que está na companhia da mãe numa fila à espera de um refrigerador. Em meio à multidão a garotinha encontra-se sozinha, já sem a mãe, que a deixa na fila para socorrer o irmão que encontra-se faminto e doente em casa. O cenário descrito é desolador, caótico, recordando-nos a época do comunismo onde pessoas se aglomeravam em situações humilhantes. Sob o olhar da pequena Natasha sentimos a dor, a humilhação, o sentimento de impotência do ser humano. A partir desse primeiro conto Ana Esterque passa a destrinchar as dores da alma humana.

A escrita de Ana Esterque é tão afiada como uma navalha. Em muitos momentos me fez recordar de Nelson Rodrigues e seu estilo despojado de romantismo. Fiquei encantada com sua escrita e genialidade. Sua sutileza, seu olhar crítico, sua habilidade em tornar poético algo tão cruel.

A Fila é um livro de leitura rápida, daqueles que se lê num curto espaço de tempo por conter apenas dez contos, mas não se deixe enganar por sua brochura. Os contos são tão fortes, carregados de uma tenacidade tão profunda que o livro parece ter o dobro de seu tamanho. A cada história somos levados a refletir sobre como o ser humano lida com suas frustrações, o quanto somos levianos, covardes, omissos, o quanto estamos definitivamente, perdidos, sozinhos numa multidão. Um conto sobre pobreza, desamparo, arbitrariedade, solidão.

No conto Boa noite, Isabella nos deparamos com uma história aterrorizante sobre uma jovem professora universitária que decide passar o feriado prolongado em casa para corrigir os trabalhos dos alunos. Foi pra mim o conto mais difícil de ser digerido. É triste, repugnante, terrivelmente doloroso.

Em Amor Delicado é o coelho quem narra sua trajetória. Isso mesmo, um coelho. Achei genial a ideia da autora. Por vezes, acreditei que o coelho era uma pessoa, tamanha sua racionalidade, seus argumentos e perspectivas. A relação criada com a dona, uma menina que acredita que pode domesticá-lo como um cão é singela, peculiar. O conto vai destacar a relação que estabelecemos com o tempo. Aliás, o tempo aqui é o mote principal para refletirmos sobre como aproveitamos o tempo.

Todos os contos são incríveis, cada um explorando um sentimento. Um novelo a ser desfiado pelo leitor.
Um livro para ser apreciado, paulatinamente. A cada conto uma imagem refletida sobre o que somos, o que almejamos e para onde estamos caminhando. Um retrato da vida como ela é.


site: http://www.cacholaliteraria.com.br/2016/11/resenha-fila-ana-esterque-chiadoeditora.html
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Viviane336 22/11/2016

Questões polêmicas da sociedade numa reflexão ora angustiante, ora bela
Ana Esterque se monstra uma grande observadora, captando com maestria o universo ao seu redor. Ela consegue prender o leitor do início ao fim e ainda os deixa com um gostinho de quero mais. A Fila, traz contos escritos em Zurique, Santiago de Compostela e São Paulo.

O meu conto favorito foi justamente o primeiro conto – A Fila. Narrado do ponto de vista de uma criança chamada Natasha, que acaba sozinha em uma fila à espera de um refrigerador para sua família. Ela se assusta com o comportamento das outras pessoas, em uma situação em que todos visam o beneficiamento próprio. Ela sente o peso da solidão, do abandono e do descaso de pessoas endurecidas pela crueldade da escassez.

“Os portões de ferro foram abertos. Um por um a menina os escutou. Depois foram frases soltas e palavrões em gritos; esbarrões, pontapés, empurrões. O povo já não respeitava a fila. Comprimiam-se todos defronte às grades abertas, agitando os documentos para o alto, pois urgia realizar o cadastro com os homens fardados.”
Já o conto “O Matador” foi o mais indistinto e, por conta dele o livro não foi perfeito em minha opnião.

Os demais contos abordam assuntos delicados como: estupro, violência, egoísmo, individualismo, desvalorização da mulher, e outros.

A leitura é um pouco lenta, traz uma linguagem pouco conhecida, mas os temas polêmicos e as críticas surpreendem. Recomendo para aqueles que gostam de temas reflexivos e são apaixonados por contos.

site: https://lalunaliteraria.wordpress.com/2016/11/22/resenha-a-fila-ana-esterque-chiado_editora/
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