Resenhas -

Rafael 01/12/2023

Teatro genérico sobre um romance que não deu certo
Para ser sincero, achei bem mediano. Não sei se estava colocando muita expectativa por estar ansioso por ler esse russo, mas é um livro bem, bem genérico sobre um romance que não deu certo que todos sabemos onde vai acabar, desde a metade do livro. É interessante para observar as similaridades com o Brasil de hoje em dia, principalmente no que tange as falas da geração anterior sobre a de agora.
O Ostróvski faz uma analogia interessante entre a tempestade e a conturção que a família dos Kabanov está passando, além do encontro de gerações diferentes. Não obstante, não há muitas frases marcantes como Victor Hugo, quer dizer, vou ser mais justo: como Dostoievski, Tolstoi, Turguêniev etc; sinto que ele ficou para trás dos contemporâneos.

Nataly 04/01/2022

TEMPESTADE - OSTRÓVSKI, 1859
Aleksandr Ostróvski (1823-1886) foi um importante dramaturgo russo do século XIX. "Diferente de outros escritores que foram seus contemporâneos (como Tolstói e Turguêniev), Ostróvski não relatava a vida dos ricos e da corte russa, tampouco se preocupava em redimir ou perdoar personagens que demonstravam comportamentos amorais."¹

Essas características podem ser percebidas na peça "Tempestade", uma das poucas obras do autor publicadas no Brasil até o momento. O texto acompanha a jovem Katarina, recém casada e inserida num lar no qual não se sente confortável, especialmente por conta de sua relação conturbada com a sogra. O encontro de Katerina com Bóris, jovem bem educado e europeizado, compara-se a uma tempestade na tediosa vida da pequena vila em que moram essas personagens.

Em aproximadamente 140 páginas, Ostróvski pinta um retrato das relações sociais intrínsecas à sua época e de como as convenções (e a fuga a elas) podem levar grandes tragédias a pequenas comunidades.

Essa edição, de ótima qualidade, tem tradução direto do russo para o português, é acessível e faz parte da coleção Teatro de Bolso da editora Peixoto Neto. Recomendo a todos que queiram ter mais contato com o teatro russo.

¹ OSTRÓVSKI, A. Tempestade. São Paulo: Editora Peixoto Neto, 2016, p. 147.

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