Gramatura Alta 29/01/2018
Bom, eu me interessei no livro pelo título e sinopse, porque eu queria muito saber o que aconteceria com esses jovens tão diferentes um do outro, mas que acabaram se juntando. A verdade nua e crua, é: não gostei do livro.
Acredito que o autor forçou muito a barra com a história, não vi quase nenhuma diferença de personalidade dos protagonistas, parecia que sempre estava lendo a mesma pessoa que se preocupa com os amigos e que faz tudo por eles e acaba que só faz besteira no final.
O livro tem quatro pontos de vistas: Eliza, Anita, Peter e Andy. Eliza e Peter ficaram uma vez, o que a definiu como a vagabunda, e ela simplesmente aceitou se tornar uma. Isso me fez questionar: por que uma pessoa muda seu jeito de ser, sua personalidade, baseada naquilo que as pessoas falam dela? Eu não consegui aceitar isso, porque Eliza, no começo, era mesmo uma vadia, e no final foi mudando seu temperamento, tipo, “okay, agora ela é assim?”.
Peter tinha que ser o boa pinta, o cara que faz tudo pelos outros, perfeitinho da cabeça aos pés. Tudo bem que até dava para aturar ele, mas ele ficar com essa coisa de Eliza na cabeça o tempo todo, inclusive com a namorada, e não ter defendido a Eliza, já que ele a beijou, foi um desgaste emocional.
Anita foi uma revelação, é claro, a típica nerd que só estuda pra satisfazer os pais, mas quer se libertar e viver sua própria vida. A personagem dela foi a que eu gostei, mas não fazia diferença, era como se ela estivesse ali, mas se sumisse, estava tudo bem.
Já Andy, acredito, foi o único a fazer sentido na trama. O cara já não estava nem ai pro mundo desde o primeiro capitulo, assim que soube do Ardor – o asteroide gigante – ligou o tanto faz e seguiu sua vida normalmente.
Assim como são dois meses para o mundo acabar no livro, levei o mesmo tempo para ler, foi uma leitura complicada, não por ter palavras difíceis, óbvio que não, até porque é um livro para e sobre adolescentes, mas por ser chato. Essa é a palavra: chato.
Não conseguia fluir a leitura, era como se toda vez que tentasse, minha dor de cabeça viesse com tudo, o que tornava impossível continuar. Eu já tinha sido avisada que seria um livro ruim, mas continuei porque sou teimosa mesmo, e agora lido com as consequências.
Apesar de toda essa história parada, todo essa coisa de o mundo acabar em dois meses – convenhamos, pareceu bem mais que isso – o pior, o pior mesmo, foi o autor ter deixado tanto espaço em aberto, tanta lacuna, tanto fio solto, porque, basicamente, ele inseriu diversos personagens sem fim, ou com uma morte absurda, e sem nenhum remorso, e basicamente não deu um final decente para a história. Porque, sim, pessoal, é um livro sem um final decente!
Eu não consigo entender como se pode caprichar tanto na edição do livro e ter uma história tão ruim, a ponto de você querer tacar o livro na parede, atirar pela janela, passar em cima dele com um trator, xingar a mãe do autor, xingar o autor, xingar todo o parentesco, por não ter dito a ele que o final desse livro estava uma porcaria e que ele deveria refazer tudo de novo.
Não indico esse livro para ninguém, porque a única coisa que ele agrega é raiva. Você só vai passar raiva, vai ficar amargurado, vai ficar de saco cheio, com dor de cabeça, eu sei do que estou falando. E antes de mais nada, eu leio todos os tipos de livros, adoro ficção, fantasia, tudo, então se eu não gostei desse livro, não foi por gênero. Foi porque a história não é boa.
site: http://www.gettub.com.br/2018/01/ate-o-fim-do-mundo.html