Montevideanos

Montevideanos Mario Benedetti




Resenhas - Montevideanos


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Inácio 19/03/2019

Ler Benedetti é surfar em águas mansas
Ler o uruguaio Mário Benedetti é como entrar no mar tranquilo da praia dos Carneiros (ou Porto de Galinhas, ou Tamandaré ou qualquer praia mansa de sua preferência) com uma prancha de surf à espera de uma onda que, contra todas as indicações, virá.

O leitor dos contos de 'Montevideanos' percebe a onda chegar ao horizonte, apruma-se e surfa fazendo manobras dignas de um Gabriel Medina. E chega à areia sentindo satisfeito, quase completo, tocado pelos sentimentos, dores e angústias dos personagens.

A leitura tem esse ritmo: o texto parece manso, quase uma crônica para entreter. Mas algo se constrói devagar. No romance 'A trégua' (um dos melhores livros que já li) essa sensação chega ao máximo.

Benedetti conseguiu a proeza de construir uma obra literária de alta qualidade e conquistar o público. O homem comum, o pequeno burguês, o trabalhador eram centrais em sua prosa. Quando ele morreu, há 10 anos, milhares de "montevideanos" acompanharam seu enterro.
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Joao.Marcelo 14/10/2019

O escritor uruguaio Mario Benedetti foi desses românticos incuráveis, mas também sabia tratar de assuntos delicados como o efeito psicológico do divórcio e a separação de bens sobre uma criança, relegada a menor importância que a divisao patrimonial. Me identifico com ele.
"Agora eu os via de corpo inteiro. Eles também me viram, feito uma coisa morta na poltrona. Então admitiram minha esquecida presença e meu pai murmurou, sem maior entusiasmo: 'Ah, esse também fica'. Mas eu estava imóvel, alheio, sem desejo, como todos os outros bens do casal." (Conto A Guerra e A Paz)
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Rafael.Montoito 13/01/2024

Para conhecer um pouco do Uruguai
Benedetti é usualmente citado como um dos maiores escritores que o Uruguai já teve - concordar ou não com isso é tarefa que deixo a cada leitor.
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Neste livro de contos há 19 histórias sobre a vida comum dos habitantes de Montevidéu: a rotina do trabalho, divórcios, paixões, namoros que se desfizeram com o tempo, uma partida de futebol, discussões políticas e outros temas dão o toque da vida uruguaia dia a dia, quase como se fossem crônicas.
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Dada a maestria da escrita do autor, os contos parecem falar de pessoas conhecidas, como de vizinhos ou amigos cujo cotidiano compartilhamos; e, apesar de algumas situações serem bastante triviais, Benedetti surpreende com uma escrita extremamente elegante e bem estruturada.
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O único "senão" do livro para mim é que eu esperava, pelo título, identificar, nas histórias, cenários (ruas, praças, bares, parques, hotéis etc.) da capital uruguaia, o que praticamente não acontece. Talvez essa não tenha sido a intenção do autor, que parece ter optado por representar a cidade nos atos e maneirismos das personagens - não é, em nada, demérito da sua obra, mas acabei o livro ainda desejoso deste contato que eu poderia ter feito com a ela, já que Montevidéu é uma cidade que conheço e aprecio.
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