Elegia

Elegia Edgar Allan Poe
Décio Gomes




Resenhas - Elegia


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Douglas 28/10/2021

Fechou com chave de ouro.
O último volume já começa com um sustinho, depois vai acrescentando pequenos elementos até a página 100. Depois os segredos vão sendo revelados aos poucos, sustos, pesadelos e características de filme de terror é adicionado a ótima trama.

Destaco novamente a narrativa lenta que mesmo assim prendeu a minha atenção, tudo ocorre no momento certo sem apressar ou soar rápido. E destaco as personalidades dos personagens que ficaram ainda melhores, seus diálogos perto da realidade soando como personagens reais.

O final é assustador como um bom filme, só que nesse tudo é explicado aos poucos, costurado e amarrado em um nó perfeito. Ganhou todas as chaves de ouro e sim estará na minha lista de melhores leituras de 2021.
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Kamal.Dehn 28/07/2020

O fim satisfatório da trilogia
Mais uma vez somos levados a vivenciar através de Albertine os horrores que envolvem sua família e o autor demonstra com maestria ser referência para o terror brasileiro.
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Karine.Campos 30/04/2018

Finalmente chegamos ao terceiro e último livro de As Crônicas Ridell - Elegia, pensei muito antes de escrever sobre ele, pois havia o risco de soltar algum spoiler indevidamente. Mais uma vez Décio consegue nos fazer mergulhar na história e aumenta ainda mais nosso amor e terror pela história. O final das Crônicas é perfeito e nada, nem mesmo as mais simples perguntas deixam de ser respondidas.
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Segue alguns quotes que separei para vocês se deliciarem um pouco com essa história
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"Eram, desde os últimos sete anos, uma família unida por fatos de trevas, mas ainda assim repleta de uma luz que nem a mais intensa e massacrante escuridão conseguiria extinguir."
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"- E ninguém pode julgá-la por isso. Todos nós temos o nosso tempo, o momento certo para que os pensamentos amadureçam."
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"- Corajoso é o adulto que se permite chorar como fazem os infantes, minha cara."
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" Sei que está se culpando por ter revirado o passado, mas nem sempre nós conseguimos viver em paz sem saber como algo do nosso passado acabou. Às vezes temos uma ferida, aquela ferida que esteve sempre lá, quieta e indolor, mas ainda lá."
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"... é importante mencionar que o bem e o mal existem dentro de cada um de nós. Cabe a cada um poderá e decidir por qual lado quer andar. É preciso, porém, que ambos estejam em equilíbrio constante."

site: https://www.instagram.com/amigasdaliteratura
LivMessias 21/05/2018minha estante
Maravilhoso! Amo essa trilogia!




Cia do Leitor 09/04/2018

Elegia
Seja bem vindo mais uma vez à mansão mais assustadora dos últimos tempos. Seus moradores não querem receber visitas, mas se você ousar entrar, saiba que eles não o deixará jamais sair... Jamais.

Sete anos se passaram após o desfecho fatídico que levou Albertine, o pequeno Nathan e Rosa fugirem da amaldiçoada Mansão Ridell e juntos com Padre Julian, passaram a viver uma vida "normal" e tranquila na paróquia que se tornara sua nova morada. Bom, pelo ao menos era o que eles presumiam, que estava tudo bem, tudo normal, tudo tranquilo...

Esquecer o passado calamitoso era uma tarefa muito difícil, mas construir um futuro promissor o lado de pessoas que amava, era pra Albertine motivo de grande satisfação e vitória. Mas, mesmo repleta de pensamentos positivos e dias iluminados, algo a incomodava. O desconforto crescia a cada dia por conta de uma sensação de estar sendo vigiada, sentia que algo estranho a espreitava de tal forma que até seus sonhos eram invadidos por essas visitas misteriosas e sombrias, transformando num pesadelo real e perigoso.

Seria fruto de sua imaginação cansada e atormentado por seu passado, ou de fato o Mal se fazia presente novamente em sua vida e de seu primogênito?

O mal tinha um nome, mas você não ousaria descobrir e pronuncia-lo, ousaria?

É nesse momento de combate contra àquela que prometera ser o pior pesadelo da família Ridell, que as máscaras caem e revelações surpreendentes são feitas. Albertine estava disposta a manter-se viva para proteger todos que ela amava à qualquer custo. Enterrar o passado já não era o bastante, mas cortar o mal pela raiz era a única solução.

Em particular, livros de monstros e seres sobrenaturais não me assustam, mas livros de assombração e poltergeist são os que mais me fazem tremer e temer. Talvez pelas experiências reais que vivi na minha infância... lembranças que faço questão de deixar pra trás enterradas a sete palmos e água benta. Mas, mesmo assim, mesmo com esse medo nas veias me sinto atraída por livros de terror, o que posso fazer? Sou dessas!

Elegia veio pra findar uma trilogia que iniciou com o livro Albertine. Depois do desfecho trágico do primeiro livro, algumas pontas ficaram em aberto para que pudéssemos acompanhar a nova jornada da nossa protagonista e seus acompanhantes pós-mansão-dos-horrores. Claro que alguns segredos do passado precisavam vir a tona, fatos que ajudariam Albertine a enterrar de vez e seguir em frente.

Lembro-me de passar noites em claro por conta das leituras dos dois primeiros volumes da série Crônicas Ridell. Quando iniciei a saga, não esperava levar grandes sustos, ou mesmo ficar desconfortável com a leitura, (bobinha, eu...) mas me senti atraída pela trama que prometia ser intensa e misteriosa.

Foi quando me deparei com uma escrita cheia de tensão, repleta detalhes e recheada de momentos de horror psicológico e terror real. Décio Gomes sabe como mexer com a vulnerabilidade da mente humana, ele brinca com nossos medos, e tem a capacidade de amedrontar o leitor através de seus personagens. Sem falar no clima sombrio criado especialmente para nos levar para dentro do cenário aterrorizador cheio de seres sinistros nos espreitando o tempo todo, causando uma sensação de desconforto e incômodo a cada virar de página. Esse é Décio Gomes, mestre em nos perturbar do inicio ao fim de suas obras. rsrs

Em Elegia, percebi com grande satisfação que autor esteve preocupado em não deixar passar nenhuma lacuna em branco, ele quis esclarecer e atar cada personagem nos acontecimentos do passado através dos livros anteriores de forma que nada ficou em aberto. Eu como leitora me surpreendi de não ter notado alguns detalhes que eram obvies mas que na minha ânsia por devorar a obra deixei passar despercebido, foram revelações e reviravoltas que movimentou mais a historia e me deixou com o queixo nas mãos. Também apreciei o quão cruel o autor se tornara, não poupando nenhum personagem dos infortúnios, nos deixando mais aflitos e surtando horrores. Essa crueldade quase prazerosa, foi crescendo a cada nova edição, até chegar no ápice no ultimo volume. (Só prova que ele não mede esforços pra deixar o livro mais assustador e vibrante. - desabafei no Facebook)

O autor desconstruiu uma Albertine frágil, mas corajosa para uma Albertine corajosa, madura e determinada. Gostei demais de vê-la crescer desse jeito, era visível o seu amadurecimento e foi surpreendente como ela pois em prática tudo que vivera em prol a seus amados amigos e filho. Esse livro tornou-se especial não só por fechar um ciclo, mas por nos mostrar personagens mais unidos do que nunca. É admirável ver a cumplicidade entre eles, pessoas que até então eram estranhas, mas que criaram laços de amizade e fidelidade como poucos hoje em dia.

Devo dizer que além dos personagens principais, temos a mais cruel das vilãs que ressurgiu das cinzas (ou não..hehe) pra botar fogo no parquinho! Ela tem características que aprecio nos vilões. Tem um motivo relativamente aceitável pra se tornar uma vilã, tem sede de vingança, tem a maldade exposta de todas as formas e é astuciosa e enigmática. A-do-ro! Como Elegia é a sequencia do livro Albertine, aconselho que leia também "Minueto da Madrugada" e os Spin-off "In Nomine Pátris", do qual contará mais detalhadamente o surgimento dessa maléfica criação do mal (Ou de Décio). Fiquem íntimos dela, é para o seu bem.

O trabalho gráfico está fascinante, tem uma capa elementos que remete muito bem os três livros, sem falar da tonalidade escura escolhida pelo autor que deixou a capa mais lúgubre e misteriosa. A cada iniciar de capítulos nos familiarizamos com as estampas de um papel de parede antigo, os mesmos que cobriam as paredes da mansão, ficamos mais íntimos e igualmente mais assombrados.

Os dois primeiros volumes foram surpreendentes, mas esse ultimo de fato fechou com chave de ouro. Agora o que me resta é continuar a acompanhar as aventuras e desventuras do velho Julia Bergamo na quadrilogia In Nomine Patris.

Parabéns Décio, reverencias ao meu autor predileto.
*Fecha as cortinas*

site: http://www.ciadoleitor.com/2018/04/resenha-elegia-de-decio-gomes.html
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Camila Lobo 04/08/2017

Resenha: Elegia (Por Livros Incríveis)
ATENÇÃO! Por se tratar da resenha do terceiro volume, pode haver spoilers dos volumes anteriores.
Outras resenhas do autor no meu perfil ou blog: Albertine; Minueto da Madrugada.

Sete anos após os fatídicos acontecimentos na mansão Ridell, Rosa, Padre Jullian e Albertine vivem uma vida tranquila. Na teoria, pelo menos. Visões e acontecimentos terríveis passam a assombrar a vida da pequena família, que agora conta também com Nathan, fruto do relacionamento de Albertine com Jeremy. Os pesadelos ganham vida e tornam-se avisos para a jovem mulher e seu filho, destinado a uma maldição de família. Agora, eles devem desenterrar o passado, trazendo com ele revelações, medo e dúvidas, mas com a certeza de que na vida ou na morte, família é para sempre.

Esperei mais ou menos dois anos para enfim saber como se conclui a história de Albertine. Para quem não sabe, o primeiro volume, de mesmo nome da protagonista, conta a história principal. O segundo, Minueto da Madrugada, volta no tempo para contar a história de uma geração antes da família Ridell. Por fim, em Elegia, volta-se ao tempo de Albertine, para saber a continuação e fim da história.
Felizmente, dois anos de espera valeram a pena e pude ler então, o melhor volume da trilogia.


O autor permanece com sua escrita bem detalhada e um tanto poética quanto às descrições dos cenários, e percebi certa evolução em sua narrativa, que no terceiro livro ganhou um tom um tanto melancólico, que caiu muito bem e enfatizou as inúmeras cenas chuvosas em Elegia. Atrelado a isso, há o ritmo constante de que há algo errado, com cenas de mais tensão e adrenalina. E quando não é esse o caso, Elegia permanece com um clima de angústia constante.
Outra coisa que me chamou a atenção é que, ao menos para mim, o terceiro volume foi um tanto mais assustador que os outros. Creio que seja também pelo fato de se tratarem de personagens que já haviam me cativado anteriormente, e por isso as cenas causam muito mais espanto e frio na barriga, principalmente naquelas que envolvem o desespero e angústia de Albertine ao ver o filho se machucar logo depois dela.

Creio que uma das coisas que mais gostei foi que neste livro, as relações familiares e afetuosas são ainda mais fortes. Elegia, considero eu, é sobre a força, proteção e cumplicidade que deve haver em uma família. Por mais que apenas Albertine sejam parentes de sangue, os quatro - contando com Rosa e Jullian dão tudo de si para que protejam um ao outro, principalmente a Nathan, que corre grande risco com as coisas que o perseguem.
Se no primeiro livro, Décio Gomes apresenta um relacionamento infeliz e abusivo, agora ele apresenta um relacionamento gentil e verdadeiro, ainda que pelo desespero e medo, haja desconfianças e brigas, realidade desses laços.

O terceiro volume também conclui todas as dúvidas que permanecem dos primeiros livros, deixando mais claro também sobre a maldição da família Ridell, quem está por trás e esclarecimento das motivações. Além disso, a trama está toda interligada entre os personagens, em passado e presente, inclusive ocorrendo algumas revelações surpreendentes e cheias de reviravoltas, que deixam o leitor confuso e em duvida sobre em quem confiar. Para o fim, alerto que como se trata do gênero de terror, há cenas mais pesadas.

Elegia mostrou-se então um final agridoce para as Crônicas Ridell, mas ideal para o que a trilogia prometia, sendo então, muito satisfatório. Décio Gomes mostrou mais uma vez saber escrever obras de terror de muitíssima qualidade, sem apelar para cenas nojentas. Além disso, devido a um gancho formado ao longo do livro, fico ainda mais ansiosa para ler a série spin off sobre o Padre Jullian, bem como continuar acompanhando a carreira de um escritor extremamente promissor.

Sobre a trilogia:
Elegia é o último volume d'As Crônicas Ridell, que contam com Albertine e Minueto da Madrugada, ambos também resenhados pelo blog.

Leia mais resenhas em:

site: http://porlivrosincriveis.blogspot.com.br/2017/07/resenha-elegia-decio-gomes.html
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Clube do Livro 18/06/2017

Resenha do Blog Clube do Livro e Amigos (Giuliana Sperandio)
Já tivemos por aqui a resenha dos dois primeiros livros dessa trilogia de arrepiar (Minueto da Madrugada e Albertine), então agora os personagens são nossos velhos amigos e conhecidos nesse livro estão à procura de um desfecho. Então enfim saberemos o que houve com a nossa heroína Albertine, a guerreira Rosa e o nosso bravo Padre Julian, conhecemos todos os mistérios por trás da velha maldição dos Ridell e o que houve com o pobre Jeremy.

"Albertine gritou, implorou por ajuda, sentiu as lágrimas quentes

escorrendo pela face, mas nada disto impediu que sua prisão fosse novamente fechada e ela se visse, mais uma vez, soterrada pela escuridão."


São muitas emoções e sustos, temos um novo personagem chave nessa nova história, o herdeiro (quem será?) terá que retornar a mansão para que todo mal tenha um fim, ou não...
Como tudo isso começou? E quem está por trás de todo o ódio e maldade contra os Ridell.

"Quando as trevas vorazes devoraram tudo o que restava de Albertine, ela por fim realizou um último suspiro, sentindo o coração silenciar enquanto as vozes do inferno gritavam e clamavam por seu nome: “Seja bem-vinda, Albertine. Este é o seu novo e eterno lar.”

Não importa o quanto Albertine e os seus tentem se afastarem ou esquecerem o passado, ele sempre irá encontrar uma maneira de cobrar a conta com juros e mostrar que não adiantar tentar enganar o mal sem sofrer as consequências nefastas.

"Tentou desmentir o que via, tentou encontrar qualquer outra possibilidade, mas nada era o suficiente para fazê-la abandonar a única conclusão que alcançara. Estava diante de uma pintura da mansão Ridell, pintada em tons pastéis pela única pessoanaquela família que jamais chegara a conhecê-la."

Caramba tentei resumir sem spoiler.



Minha Opinião:

Caramba! Que livro! Eu acho que eu deixei bem claro nas primeiras resenhas o quanto eu amei a escrita do Décio, mas esse livro teve um desfecho sensacional. Foram muitas surpresas até a última página, uma história que te fisga e arrebata o coração.

"Assim como Deus nem sempre age sozinho e faz o bem através de seus anjos, o Diabo tem também os seus ajudantes. Além disso, é importante mencionar que o bem e o mal existem dentro de cada um de nós. Cabe a cada um ponderar e decidir por qual lado quer andar. É preciso, porém, que ambos estejam em equilíbrio constante."

Quem acha que vai ler a trilogia Ridell e ficar apenas com medo sendo por ser uma história de terror está completamente enganado, esse livro tem muitos ensinamentos embutidos. Como instinto de amizade e proteção ou o amor que é capaz de ser mais forte que qualquer maldição ou maldade.

O sacrifício em prol daqueles que amamos o amor mais puro e verdadeiro capaz de nos fazer abdicar até mesmo de nossas próprias vidas para dar uma chance para quem amamos viver em paz, mesmo que não estejamos mais aqui.

O Décio foi muito Malvado e me deu muito sustos durante o discorrer dessa história, fui enganada várias vezes com suas artimanhas mirabolantes, teve uma parte que quase tive uma síncope de tanto chorar graças a um dos personagens que achei que morreria e... E outro que não esperava ele foi lá e matou sem dó (Décio coração peludo).

No todo o livro foi o melhor dos três volumes notoriamente mais bem traçado, planejado e elaborado. A escrita continua descritiva, fluída e elaborada a ponto de conectar aos personagens e nos vermos de volta ao século XIX em seus cenários misteriosos e lúgubres.

Os personagens estão com mais personalidade e cumprem seus papéis fundamentais sem deixar furos na trama, o enredo é criativo, intenso e sombrio. A revisão está muito boa, a capa condiz completamente com o conteúdo, dando um ar soturno e espectral para fazer com que o leitor se prepare para as páginas que estão por vir.

"Nos lábios finos e pintados de escarlate podia ser vista a

maldade, vermelha como sangue, delineada como as curvas de uma estrada que leva a um fundo precipício."



Só me resta parabenizar mais uma vez o Décio pelo magnífico trabalho tanto na parte escrita, quanto na gráfica e dar cinco estrelas e favoritar essa série que está eternizada no meu coração.


site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2017/06/resenha-nacional-elegia-decio-gomes.html#more
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Priscila Cruz 08/04/2017

Maravilhoso
Adoro livros de terror e tive uma grata surpresa ao ler Elegia. O livro é magnífico, um verdadeiro mergulhar nas páginas. Me vi presa a ele, cheguei a criar teorias sobre o desfecho da história.
Os personagens, principalmente os vilões, são carismáticos e realistas. Tem defeitos, ficam zangados, tomam decisões erradas. Absolutamente fantástico e, ao mesmo tempo, crível. Como se em algum lugar uma mansão maldita existisse, guardando segredos e traumas. Décio foi muito feliz em todos os volumes das Crônicas Ridell. Aplausos! Aplausos! Aplausos!
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Pedro 06/04/2017

A MORTE SOB O MEDO - Porque escolher viver nem sempre é a melhor opção.
2017 foi o ano escolhido por Décio Gomes (Pernambuco, 1988) para apresentar ao público a última aventura de Albertine (São Paulo, PEL) perante a família Ridell. Essa é a principal missão de Elegia (São Paulo, PEL), missão cumprida com louvor, diga-se se passagem.

O enredo possui a mesma receita e ingredientes dos livros anteriores. O que provavelmente deve fortalecer a relação dos fãs já existentes e dificilmente deve fazer mudar de opinião aqueles que não gostaram de sua obra.

Alguns anos se passaram após os infortúnios vividos pela protagonista na imperiosa mansão Ridell. Por mais que tenha prometido a si mesma pensar o mínimo possível nos tenebrosos acontecimentos, o fruto deixado no ventre de Albertine por Jeremy, Nathan, acabaria por impossibilitá-la de cumprir tal promessa.

Na vida, há determinados acontecimentos que acabam por mudar você completamente. Enfrentar um demônio saído direto das profundezas do inferno pode-se dizer que é uma dessas situações.

Albertine mudou. Aqueles olhos verdes que antes exalavam inocência e amor, hoje exalam destreza e determinação. O reflexo do que um dia fora a doce e ingênua Albertine se limita hoje a seu filho, criança gerada por um amor maldito e que parece querer saber muito mais do que deveria para a sua idade.

Sonhos atormentam Albertine. Pesadelos a impedem de dormir e continuam lhe amedrontando durante o dia. Mais do que nunca, a Mansão Ridell parece não querer ser esquecida e, mesmo a quilômetros de distância, a cada dia, parece atrair não só a atenção de Albertine, mas também a sua sanidade.

Como que por coincidência, uma velha conhecida volta a fazer parte do cotidiano de Albertine ao começar a trabalhar na pequena livraria por ela mantida na cidadezinha em que vive. Fato pertinente demais para ser apenas coincidência. Será?

À medida que a história avança, vai ficando claro que os pesadelos e anseios experimentados pela heroína à noite não são simples sonhos, mas sim singelos presságios dos novos horrores que estão por vir.

Acidentes. Sequestros. Mortes. Albertine não parece querer acreditar que mais uma vez esteja passando pelo terror já vivido. O pior acontece quando ela percebe que, se um dia ela mesma foi a vítima de alguma situação macabra, agora parece que é seu filho que pagará por uma dívida nunca assumida.

Auxiliada pelo destemido padre Jullian, Albertine mais uma vez buscará respostas que talvez fossem melhor nunca serem encontradas. Desta vez não há ninguém inocente, nem mesmo sua melhor amiga e companheira Rosa fugirá às suspeitas, para horror da própria Albertine. e, mais do que nunca, ninguém (ninguém) está a salvo.

Décio Gomes conseguiu criar uma trama realmente digna de uma trilogia. Se Albertine já tinha conseguido convencer o leitor de seu talento, Minueto da Madrugada (São Paulo, PEL) e Elegia calam a boca de qualquer cético.

Albertine continua sendo o seu melhor livro, mas Elegia não se distancia muito deste posto. Um verdadeiro presente para os fãs de sua obra-prima, esse livro vem para responder e clarear questões que permaneceram obscuras e matar a saudade de personagens tão marcantes.

O livro é sim um desfecho dessas aventuras e poder presenciar isso é algo muito bacana. Apesar da narrativa se arrastar por mais da metade do livro, o leitor é recompensado pela própria história posteriormente.

A trilogia Ridell é algo que deveria estar marcado na literatura brasileira. Não é fácil contar uma história através de três outras histórias em livros separados. Décio conseguiu.

Lembro muito bem quando conheci Albertine e como me apaixonei. Poucos são os livros cujo talento do autor se evidencia mais do que a própria história. Albertine faz isso. Sua narrativa escancara na cara do leitor o talento de Décio, proeza esta que ele conseguiu repetir também no segundo volume de sua outra trilogia in nomine patris.

Elegia tem um tom muito especial. Possui um tom saudoso, nostálgico, melancólico, até pelo que representa: o fim de um ciclo. Mas enxergo um pouco diferente.

Elegia de fato encerra uma história, mas, ironicamente, gera uma nova etapa na vida de Décio. Portanto, não acho que um ciclo se fechou, mas sim que um novo, muito maior, tenha iniciado.

Desejo a Décio discernimento para saber sempre evidenciar o seu talento. Parabenizo-o pela tarefa cumprida e torço para que o sucesso bata à sua porta.

As coisas mudam. A vida, como um rio, segue sua própria correnteza e muda seu curso em alguns pontos do caminho. Elegia significa uma despedida não apenas de Albertine, Rosa ou Jullian, ou do próprio Décio. Abertine deixou um filho que agora seguirá o seu destino em busca de novas aventuras, amizades e amores.

site: http://passagemparaquimera.blogspot.com.br/2017/03/elegia.html
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Tatiana 20/02/2017

Uma despedida incrível
Como conseguir se despedir dessa que é uma das melhores trilogias que já li? Tudo feito com um cuidado especial. Cada personagem com seu final emblemático e crucial para que essa trama fosse fechada com chave de ouro.
Nada mais é o que parece. Pessoas que confiamos passam a ser suspeitas, outras nos surpreendem com o crescimento desde o primeiro livro. E o que falar do epílogo? Só digo uma coisa: caiu um cisco no meu olho.
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maiamelo_ 11/01/2017

Inquietante e Convincente.
Elegia é o capítulo final de "As Crônicas Ridell" e, portanto, toda minha expectativa esteve nele. Seguindo a estrutura utilizada em "Albertine" e "Minuto da Madrugada", um prólogo de arrebatar é apresentado e convida o leitor a desvendar o mal que cercou esta família por décadas. As páginas seguintes surpreendem em pequenos desfechos que funcionam como um verdadeiro mapa para a revelação dos segredos por trás das muitas maldições lançadas sob os Ridell.

A história se passa alguns anos após os acontecimentos que resultaram na fuga de Albertine da Mansão Ridell e se desenvolve fora dela em grande parte do livro, algo que não impede seus fantasmas de assombrem as páginas quase que ininterruptamente. Personagens conhecidos desempenham papéis de destaque, estando envolvidos ativamente na resolução de conflitos de ordem espiritual, emocional e física. Além disso, Elegia apresenta ao leitor nomes como Nathan e Ellie que tornam o enredo curiosamente inocente, apesar de ainda mais sombrio.
Durante seu curso a história reserva boas cenas de ação envolvendo perseguição e violência (devo destacar o capítulo de encontro com Frida, que é frenético!) ao mesmo tempo em que mantém o universo misterioso e intangível que é, na minha opinião, o trunfo da série. As cenas de ação, porém, protagonizam os capítulos finais e, apesar de satisfatórias, podem causar estranhamento naqueles que esperam um desenrolar puramente místico.
Sem sombra de dúvidas Elegia fecha a trilogia com êxito. As muitas arestas postas durante seus antecessores inquietam o leitor e caminham perfeitamente para o resultado final. Para os leitores que enxergam o universo criado pelo autor como "universos" (como eu fiz) a sugestão é que estejam abertos ao encontro destes.

Parabéns, Décio. E obrigado!
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