Último Round: Tomo I

Último Round: Tomo I Julio Cortázar




Resenhas - Último Round: Tomo I


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Vanessa 28/08/2009

Impossível resenhar um livro desses.

Uma mistureba de contos, ensaios, notícias, poemas e até dicas para quem se arrisca a escrever contos, que vindas de Cortázar, são quase como regras.

A tua pele mais profunda, aliás, é o ápice do livro, prá mim, óbvio
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Nay 29/01/2012

* resenha originalmente publicada no Blog Dignidade não cabe aqui
Último round – Tomo I é uma colagem de citações, publicações em jornal, poesias, contos e quando se começa a ler, parece um emaranhado de coisas que foram reunidas pra formar um livro. Depois de um tempo você se acostuma e fica ansioso pela surpresa que virá na próxima página! Assim como os formatos da escrita, os temas também são os mais variados, indo desde a narração de uma luta de boxe, à frases escritas nas paredes da Sorbonne ou nas ruas de Paris, referências ao movimento estudantil de Maio de 68 até descrições de conversas com seus amigos.


Não sou muito afeita à poesia e, neste caso, nem as de Cortázar me emocionaram. Acho que é um gênero de escrita que não me toca. Quanto aos textos de jornal, estes mostram a qualidade do escritor, mas fiquei fascinada mesmo por seus contos, em especial por três deles:

- As testemunhas, onde Cortázar narra uma situação absurda, como toda a veracidade possível, fazendo o leitor tomar como natural o acontecimento:

“Quando contei a Polanco que na minha casa havia uma mosca que voava de costas, seguiu-se um desses silêncios que parecem buracos no grande queijo do ar (...) expliquei-lhe detalhadamente que tinha descoberto a mosca na página 231 de Oliver Twist, ou seja, que estava no meu quarto lendo Oliver Twist (...)”. pg. 42.


- Turismo Aconselhável, onde descreve sua chegada à Calcutá e a visita à Howrath Station:


“(...) eles moram na praça, são a população da praça, moram e dormem e comem e adoecem e morrem na praça, debaixo desse céu indiferente, sem uma só nuvem, embaixo desse tempo em que não há futuro porque a esperança não cabe”. P. 138

“(...) é um inferno onde os condenados não pecaram nem sequer sabem que estão no inferno, estão ali desde sempre se renovando”. P.144.


- e País chamado Alechinsky, um texto narrado sob a ótica de formigas (isso mesmo, formigas!) e suas aventuras noturnas:


“Talvez seja tempo de explicar porque renunciamos durante longas horas, às vezes durante uma noite inteira, à nossa fatalidade de formigueiro faminto, às intermináveis fileiras indo e vindo com pedacinhos de grama, fragmentos de pão, insetos mortos, porque há muito tempo esperamos ansiosas que a sombra caia sobre os museus, as galerias e os ateliês para abandonar as tarefas do fastio e subir até os recintos onde os jogos estão à nossa espera, entrar nos polidos palácios retangulares que se abrem para as festas”. P. 158/159.


Além disso, o livro é recheado de desenhos e fotos, tiradas por seus amigos e pelo próprio autor, provando que o seu talento não se resume à escrita. Li os textos de Último round - Tomo I na sequência que a edição apresenta, mas, acredito que este seja um daqueles livros que o leitor pode abrir em qualquer parte e começar a ler, já que os textos são completamente independentes.

Leitura altamente recomendada!
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