Diego 29/03/2013História enroladaO argumento principal da história, as aventuras de Salim, o mágico, é perfeito, porém, o autor preenche uma história que caberia em 150 páginas com 250 páginas de um irritante palavrório, com pausas constantes, tentando criar uma atmosfera de narrativa oral.
A história está encaixilhada dentro de outra, a de um narrador que precisa pegar um vôo da Varig para Damasco e por isso a todo momento interrompe a narrativa para falar que seu vôo irá partir em breve e que não dará tempo de terminar a história e aproveita estas pausas para apontar diversos cidadãos de origem árabe ilustres que estão no aeroporto para pegar o mesmo vôo, sendo que tais cidadãos tinham nomes de pessoas reais, com mudança de uma ou duas letras apenas.
O narrador também interrompia a história para fazer longas colocações sobre as formas que os islamitas daquela época enxergavam um ou outro assunto, por exemplo, os camelos, a esposa, a inveja, etc. E estas exposições sempre são seguidas do "estou muito atrasado, quando voltar conto com mais detalhes, etc."
A história do Salim em si é muito interessante, um homem simples e pobre, que por uma série de coincidências passa a ser visto como mágico e ganha títulos e aposentadorias, tal como acontecia no Brasil. Inclusive, constantemente são realizadas comparações com o Brasil, sendo que ele é chamado de el-Raslib (anagrama de Brasil), em dado momento Malba Tahan chega a louvar os bons patriotas, muito honrados e dignos militares que correram em socorro do povo e depuseram o traidor Jango, que estava entregando o país nas mãos dos vermelhos, os nomes são outros, mas ele representa Carlos Lacerda, sob o nome de Lacerta, Getúlio Vargas, Jânio Quadros, o Vassoura e Jango, o Bazzaruca.