A leitura

A leitura Vincent Jouve




Resenhas - A leitura


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Juliana.Franz 13/01/2022

"A leitura" de Jouve apresenta uma análise sobre diferentes aspectos da leitura, sobre como existem diferentes leituras e também diferentes níveis de leitores.. A leitura depende tanto do texto como do leitor.. O autor também explica como a leitura afeta a vida do sujeito que lê, ler pode transformar a vida do sujeito e a forma como ele se enxerga.
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Rbk 03/10/2020

Senti vontade de voltar a escrever
Escrito pelo professor de literatura Vincent Jouve, em 1993, o livro aborda o processo de leitura sob diversos aspectos, com ênfase na percepção do leitor de uma obra literária. Para o autor, "é o leitor, que em última instância, fornece existência [à Literatura] (p. 11)", porém esta relação foi negligencia pelos estudos formalistas. O livro de Jouve busca suprir essa deficiência. Iniciando seu estudo tentando responder a pergunta "O que é a leitura?", o autor a define sob cinco aspectos: um processo neurofisiológico, cognitivo, afetivo, argumentativo e simbólico. A seguir, o autor vai pensar o papel do leitor na atividade da leitura. "O leitor é, antes de mais nada, uma figura virtual: o destinatário implícito para o qual o discurso se dirige" (p. 37). Mas esta figura não é facilmente compreendida pois também tem vários aspectos. Pode ser o leitor ser compreendido como "narratário"? ou como "ledor, leitante ou lido"? São conceitos que o autor vai explorar para determinar suas limitações, tentando chegar no que seria o "leitor real". A seguir o processo de leitura é abordado sob diferentes aspectos. O que se lê, como se lê, a leitura como um jogo e o impacto da leitura na existência de quem lê.
Gostei muito do livro, mas é uma leitura bem acadêmica, pouco indicada para quem não está acostumado. Por outro lado, é um livro curto, por isso não demanda muito tempo para terminar.
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Hannah Andressa Delgado 25/01/2023

Ótimo para refletir acerca da estética da recepção. Pretendo usá-lo em pesquisas futuras, talvez um artigo.
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jmrainho 03/07/2016

Ler e pensar
O ato de leitura provoca níveis diferentes de entendimento. Com o avanço das ciências linguísticas, semióticas, psicanalíticas e outras, que analisam o universo dos livros, seus autores, personagens e leitores em relação com o mundo e consigo mesmo, é possível avaliar as diversas interpretações de uma obra. Até no meio dos profissionais do livro e da literatura observamos como a crítica literária difere de profissional para profissional. Essa subjetividade faz parte da magia da leitura. O ato de ler é, já em si próprio, fortemente subjetivo, segundo o Jouve.

O autor, Vicent Jouve, do Centro de Pesquisas para Leitura Literária, da Universidade de Reims, França, estuda diversas correntes analíticas para a analisar o ato da leitura, e cita frequentemente a obra de seu colega francês La lecture comme jeu (A leitura como jogo, 1986).

O charme da leitura provém em grande parte das emoções que ela suscita, diz o autor, mas não apenas isso. Até porque a obra raramente é lida como seu autor queria - o leitor, público-alvo pretenso do autor, é o "narratário". Um leitor contemporâneo do autor tem uma perspectiva e entendimento da obra diferente de um leitor de um clássico um século depois. Por isso Vincent Jouve destaca o papel dos críticos que informam os contextos das obras e de seus autores. O próprio ato de reler um livro, mostra ganhos de entendimento diferentes, o que acrescenta na visão complexa do ato da leitura. Reler, segundo Jouve, não é apenas desejável: é algo necessário. Quem joga fora a história uma vez consumida são leitores de nível de entendimento rudimentar, que só se preocupam com a leitura como passatempo, curiosidade, entretenimento a despertar suas emoções, identificando-se com as personagens.
Muitas vezes aquele que escreve não é o mesmo que conta a história, quando levamos em consideração a leitura em primeira, segunda ou terceira pessoas. Para melhor compreensão da análise literária, Jouve recorre ao concento de Michel Picard, que coloco todo o leitor em três instâncias essenciais: o "ledo" (o leitor desatento e despreocupado que lê e mantém a conexão com o mundo exterior); o "lido" (que é impactado emocionalmente com o texto); e o "leitante", o nível mais avançado, que se interessa pela complexidade da obra, a vida do autor, a mensagem que este pretende passar, e o contexto da época, Jouve acrescenta uma quarta categoria, intermediária entre o lido e o leitante, que é o "lendo". O "lendo" apreende o universo textual por si próprio; é essa parte de nós que pode sucessivamente chorar por uma personagem, dividir as angústias de outra, e se revoltar com o enredo. É o leitor encontrando seus próprios fantasmas ao identificar-se com a narrativa. E isso acontece de formas diferente, de pessoa para pessoa, ao contrapor os "espaços de certeza" e "espaços de incerteza" do texto, denominação de M. Otten (1982).

Outras noções e conceitos analíticos são descritos por Jouve, resumindo várias escolas de crítica literárias e estudo acadêmico.

Seja por escapismo, por aprendizado, o ato de ler é sempre enriquecedor e até pode ter impacto negativo em mentes mais sensíveis - casos de suicídio ou idéias assassinas (quem não lembra da discussão que o livro "O apanhador de campos de centeio" influenciou o assassino de John Lennon?

Afora esses excessos, absorvemos de forma positiva a experiência alheia. A leitura, em todos os pontos de vistas, é uma experiência de libertação. Exceto para os leitores de best-sellers, que buscam apenas a confirmação daquilo que acreditam, esperam e sabem.

A análise da obra literária, segundo Jouve, está apenas começando, com a moderna contribuição da sociologia, psicologia, história e outros ramos da ciência. Vamos acompanhar.
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