Virna 21/01/2017
Crave a Marca – a decepção.
Antes de começar a falar realmente do livro, preciso explicar duas coisas bem importantes: a primeira é que eu amei Divergent com todo meu coração até Allegiant, o qual desprezo pelo plot em si e não pela morte sem sentido algum de vocês-sabem-quem. A segunda é que eu amo Star Wars acima de todas as coisas em minha vida. Se você não reconhece Star Wars como seu salvador de regente do mundo, não podemos ser amigos.
Dito isso, deixo claro que fui ler “Crave a Marca” querendo gostar do livro, já como ele se passa em um universo espacial! Planetas + naves + mocinho ajudando o irmão + mocinha badass!, não tem como dar errado, certo? ERRADO. Tem sim.
Deixo claro que vi muitas pessoas falando que viram racismo no livro, mas eu, enquanto eu lia, realmente não vi – e se você leu e viu, por favor, vem conversar comigo pra gente tentar se esclarecer porque eu realmente não me ofendi com as características físicas dos personagens. Mas, parando de enrolar e seguindo diretamente para os problemas desse livro: ele não te prende. Parece que é um livro que fica no quase: você quase se importa, você quase embarca, você quase acredita nas motivações dos personagens, você quase se importa de estarem em um planeta diferente. Você fica no quase o tempo inteiro e isso é mais frustrante do que você odiar um livro, porque se você odiar significa que o livro acabou. Aqui você continua esperando algo que nunca chega.
Na verdade, o espaço é o que menos nesse livro. A história termina sendo tão genérica que poderia se passar em qualquer época – medieval, hoje em dia, outro planeta, em um futuro distópico, em um futuro sem tecnologia, enfim. Eu me perguntei diversas vezes qual a finalidade da historia se passar em um planeta diferente, com “tempo” diferente, com costumes diferentes e a verdade é que não faz diferença. Simplesmente não faz.
No resumo, o livro conta a história de Akos e Cyra – ele tentando salvar seu irmão e ela tentando fugir do seu – que ganham dons de algo chamado “corrente” e que na verdade é uma espécie de... força que rege o universo e passa por todos e liga todos e tudo. É. A força. Enfim. A história vai e volta no tempo de acordo com os POVS e diversas coisas que acontecem são contadas e mostradas duas vezes para mostrar os dois personagens, onde estavam, o que sentiam e etc. No final das contas, eu não comprei o romance deles e quase desejei que eles tivessem outros pares.
Não vou mentir e dizer que não tem nada que funcione nesse livro: tem sim, a Cyra. Ela é uma ótima personagem, alguém que sofreu com um “dom” e que ainda tenta entender o que pode fazer e como fazer, além de ter um grande trauma. Adorei o fato dela lutar e ser boa nisso, sem precisar de um homem para a ensinar. Tudo nela funcionou até o romance começar, porque dai em segundos ela precisava de alguém para motivá-la e tinha “alguém pra perder”.
O Akos é um personagem bem menos interessante, apesar de sua motivação. Talvez porque ele seja focado tanto em somente uma coisa que não importa muito o que esteja acontecendo ao redor além de tentar ajudar seu irmão – e deixo claro que eu amo demais plots de irmãos.
Para encerrar, o universo parece que não está todo construído. A sensação que eu tive é que existe muito mais do que foi apresentado e que nem mesmo a escritora sabe tudo ainda. Parece que está no ritmo “vamos ver aonde que isso aqui vai dar!” e isso termina sendo claro em diversas contradições que os personagens apresentam durante o desenvolver da historia.
Eu não senti nenhum prazer em fazer essa resenha, mas não vou mentir: o livro não vale a pena. É tão desinteressante que eu nem sei se lerei o segundo livro e olha que eu realmente gostei do conto da Veronica Roth em “Aconteceu naquele Verão”. No final das contas, acho que cada um deve ler e tirar suas próprias conclusões, porque, pra mim, não funcionou. Nem nessa galáxia e nem em nenhuma outra.