Catrine Vieira 07/01/2017
Após perder seu namorado, Leco, em um acidente de carro, Marina teve sua vida virada de ponta à cabeça. A partir daquele dia, ela entrou em um sono profundo. Havia perdido as esperanças de que um dia amaria alguém tanto quanto o amara. Então, encontrou Igor. Ela até pensou que os dois pudessem ao menos se divertirem, mas nem isso houve no relacionamento de dois anos que tiveram. Tudo – que era quase nada – acabou por conta do que ela havia encontrado em seu celular.
Para se vingar, Marina decide devolver com a mesma moeda, entrando em uma sala de bate-papo. No entanto, ela não sabia que, ao entrar ali, iria conhecer alguém que a tiraria daquele sono que entrara no dia que perdera Leco. Alguém diferente do que ela pensava sobre esses caras por traz do “anonimato” da internet. Ele era gentil e educado, o que, com o tempo, fez com que Marina esquecesse que tudo aquilo não passava de uma vingança.
As conversas entre os dois foram se tornando rotina. Com Leonardo ela era ouvida, ela se divertia, e sentia, apenas com mensagens, muito mais do sentira com Igor em todo o tempo em que namoraram.
“Eu estava adormecida, num coma induzido por mim mesma para não reagir ao que me machucava mais na vida. Eu amava um morto e não queria aceitar isso e nem permitir qualquer coisa diferente por outra pessoa. E aí o destino coloca outro Leonardo na minha vida...”
Tudo ia bem, até que as coisas começam a sair um pouco do controle dos dois. Marina recebe uma proposta de emprego, a qual sempre sonhara. Contudo, teria que se mudar, e pior – ou não –, para a mesma cidade em que Leonardo morava.
Ela amava conversar com ele, mas online era tudo muito mais fácil. Não sabia se seria a mesma coisa pessoalmente. Se tudo aquilo que tinham construído – amizade, carinho, compreensão – fosse destruído quando se conhecessem na “vida real”?
***
Assim que a autora entrou em contato comigo falando sobre seu livro já me interessei por se tratar de um tema que eu nunca havia lido sobre, então, achei bem original.
Sexo Virtual, Amor Real vem para quebrar o tabu que existe no que diz respeito aos relacionamentos virtuais, com a história de duas pessoas que se conhecem em uma sala de bate-papo, sem expectativas maiores – ele, queria apenas conversar e se divertir; ela, se vingar de um namorado infiel –, mas que acabam criando uma espécie de relacionamento que, mais tarde, se fortalece. Além disso, os dois acabam conhecendo melhor a si mesmo e seus sentimentos.
Admito que, apesar de ter gostado bastante da Marina e do Leo, não foi o suficiente para que eu torcesse por eles desde o início, na verdade, isso foi acontecer depois da metade do livro. Tanto Marina quando Leonardo são personagens um pouco confusos, mas, se tentarmos nos colocar no lugar deles, da para compreendê-los um pouco melhor.
“Agora eu estava acordada. Eu tinha dormido os últimos quatro anos da minha vida, tentando simplesmente evitar pensar, sentir, chorar pela falta de Leco fazia.”
Gostei da escrita da Luísa, é bem fluida, porém achei que não conseguiu me envolver tanto. Não senti aquela necessidade de continuar lendo sem parar. O problema pode até ter sido comigo, ou então, com o momento, mas não deu tão certo quanto esperava.
Apesar de previsível, fiquei feliz com o final. Não foi perfeito, pois poderia ter sido mais aperfeiçoado, mas foi como se o que eu não torci pelo casal durante a maior parte leitura tivesse se juntado no desfecho. Confesso que o livro não superou minhas expectativas, mas ainda assim foi muito válido. Como disse, não havia lido nada sobre o tema até então, e achei bem interessante. É algo tão comum, sempre ouvimos histórias sobre casais que se conheceram na internet e vivem há anos juntos. Por que não, mais disso na literatura? Parabéns pela ousadia da autora.
“Ele havia se tornado meu melhor amigo, mesmo sem nunca termos nos olhado no olho ou nos abraçado. E parecia que eu conhecia ele há muito tempo.”
Indico o livro para quem busca coisas novas, e que, assim como eu, nunca leu algo sobre o assunto. Apesar de Sexo Virtual, Amor Real não ter alcançado minhas expectativas, pode ser que funcione melhor com você. :)
“Ser confuso não é defeito... se você está confuso ou sentindo algo que não consegue descrever é porque você está vivo”
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