Andre392 17/04/2020
Experiências Autobiográficas de um Pai
Em determinado sentido podemos entender certos tipos de narrativa como método para visualizar determinadas situações de vida, e aprender com elas. Em “Meu Menino Vadio” livro escrito pelo jornalista Luiz Fernando Vianna e publicado em 2017, temos esse sentido de aprendizado numa narrativa. Um aprendizado difícil, relato de um pai de filho autista que retratam uma vida conturbada, com problemas de diversas matizes e uma experiência de escrita pessoal, praticamente autobiográfica toda a narrativa é um relato cru de um homem que luta, sofre, sorri e chora para criar um filho autista.
Logo de cara somo jogados a uma história que se volta para a psicologia das pessoas do espectro autista que traça uma linha histórica e uma abordagem que visa esclarecer muitos pontos sobre o autismo. Além disto, temos o relato de um pai em meio a seus dilemas pessoais, o divórcio, a separação do filho autista, o medo de criar um filho e a própria impotência pessoal do homem. Luiz Fernando Vianna narra, se desnuda, coloca a si próprio como pai, como homem, como profissional para encontrar a si mesmo nos papeis que desnudou.
Não há como estabelecer um parâmetro ou critério de avaliação de uma narrativa autobiográfica. É pessoal, é único, é uma visão de uma vida que estamos avaliando. Particularmente eu tentei por esse livro em termos de escrita, no fazer da escrita, nas opções narrativas e não na história em si. No corpo do texto, eu não senti uma narrativa tão interessante assim. é importante como modelo para se entender um contexto real de dificuldade de se entender o autismos e suas variantes na psicologia e na forma de se cuidar de uma criança/adolescente do espectro autista. Nem de longe é uma escrita ruim, mas também é excelente. Há fluidez, o texto é conciso, visceral em muitos pontos, há coerência e ponto. Não sei se teria poderia entender que esse livro com outra forma de se escrever uma história própria. Um texto verdadeiro, porém para por ai. A história é fantástica, exemplo real de força. Como texto, é uma forma normal, mediana narrativa.