Rayssa 26/12/2021Um relato básico dos fatos. Sobre o primeiro caso: Arquivos Von Richthofen.
Sinceramente, esperava mais. Não acho que as informações vão muito além do que já tinha visto em diversos vídeos no Youtube sobre o caso. A autora relata alguns detalhes com especificidades, tais como as autópsias, funcionamento das instituições públicas envolvidas nas perícias, polícias, etc, coisas que, a meu ver, não acrescentam em nada ao caso. Por outro lado, a autora também fornece detalhes sobre as investigações que nos colocam mais perto do que de fato aconteceu no fatídico dia do crime. A narração dos acontecimentos do desenrolar do inquérito apresentou relatos desconexos e meio largados que deixaram buracos na linha do tempo. Creio que a parte que mais brilha seja a das confissões e da reprodução simulada, com informações inéditas mais íntimas dos assassinos, suas reações e sentimentos diante de todo o ocorrido. Gostaria que o livro tivesse tido mais esse aprofundamento psicológico com os três envolvidos. Nesse sentido, gostaria também de ter visto mais fotos exclusivas ou documentos, como é prometido na sinopse do livro. Na realidade, o que temos aqui são apenas alguns documentos da autópsia (que não te faz entender nada se você é leigo), fotos da simulação e longas cópias do caderno de anotações da autora (que também não tem tanta relevância assim). Afinal, dou 3/5 estrelas para essa primeira parte.
Sobre a segunda parte: Arquivos Nardoni.
Na parte final do livro temos pura e simplesmente a narração (presenciada pessoalmente pela autora) do Júri dos réus ocorrido em março de 2011. Não há praticamente nenhuma informação a mais, temos algumas poucas fotos das perícias e novamente o caderno de anotações da autora. Embora os acontecimentos do Júri sejam indiscutivelmente importantes para a análise do caso, eu repito que esperava mais desse livro.
Não temos nada demais aqui. Admiro a boa vontade e a destreza da autora em transformar tudo que ouviu em palavras. Contudo, se o Júri tivesse sido transmitido ao vivo, como nos Júris da Boate Kiss e do Caso Bernardo, por exemplo, nem teria motivo para existir esse livro. O importante, porém, foi observar como a investigação desse caso de fato foi estranho. Alguns abusos de autoridade parecem de fato ter ocorrido, o que, obviamente, não isenta a evidente culpa dos réus.
Ademais, fiquei o livro inteiro sentindo falta dos detalhes do dia, de ler uma sequência dos atos criminosos do assassinato em si. Não há, simplesmente não há uma narrativa do que supostamente aconteceu. Qual motivo levou os dois a investirem contra a vida da menina Isabella? Quem fez o que, quando e onde? Vários questionamentos ficam sem solução.
Para essa segunda parte dou 2,5/5 estrelas, resultando numa média de 2,75/5 para o livro todo.