Resenhas - O Napoleão de Notting Hill

Vinícius 28/06/2022

Uma volta a vida medieval.
Ao assumir o reinado inglês um rei fanfarrão que decide voltar ao modo de vida medieval, leva a conflitos variados o principal deles com um cidadão de Notting Hill onde passaria uma ponte, que para construí-la demandaria algumas destruições de patrimônio. Logo trava-se um grande conflito entre o exército
local e o do rei perturbado: Auberon. O autor retrata detalhes dos distritos onde viveu parte de sua vida em Londres.

Jansen 07/12/2017

Interessante. Quando vi que Jorge Luis Borges afirmava: "Toda a boa literatura é uma forma de alegria, e nenhum autor me deu tantas alegrias quanto Chesterton", senti quase que uma necessidade de ler a obra. É boa, mas mais direcionada a intelectual, que não é o meu caso. É tudo muito fantástico, a começar da nomeação do rei da Inglaterra que estava fazendo piruetas numa praça. Doido de jogar pedra. Resolve criar uniformes e heráldicas para todos os bairros ingleses, só que de sua cabeça destemperada, saem combinações esdrúxulas de cores e cortes. Lá pelas tanta o bairro de Notting Hill rebela-se pois pretendem passar uma avenida que, segundo Wayne, figura interessante e arrojada, vai desfigurar o bairro. Isto tudo com muita filosofia e conclusões escalafobéticas. Não me senti à vontade com o humor declarado.

José Vitorino 30/07/2019

O disfarce quixotesco e, até, escarnecido, que Chesterton escancara em boa parte das páginas não desvanece o primor narrativo e sua busca, em certa medida, pelos fundamentos primeiros de uma espécie de metafísica política. E se, por um lado, há mérito, e até certo abuso, nesse tom burlesco, por outro lado, é nas contradições e extravagâncias deste homem coletivo, que avança na sua busca inalcançável pela harmonia entre a virtude e o poder, explorado com uma repulsa caricata e rigorosa pelo autor, que podemos alcançar a apoteose deste Napoleão, não otimista, mas à guisa de Cândido, absurdo e verossímil.